Conselho Pleno da Andifes aprova criação de uma rede para permuta de programação entre as emissoras universitárias

Os dirigentes aprovaram, por unanimidade, a criação da “RedeIFES: uma infovia para rádio e televisão”. A proposta foi apresentada pelo Grupo de Trabalho, criado pela Andifes para estudar a Rede, durante a LXIVª reunião ordinária do Conselho Pleno da Associação, realizada na última quarta-feira (08/08). Com a decisão, a entidade está credenciada como interlocutora na relação entre as rádios e TVs universitárias para a participação na rede, para a proposição de políticas públicas, para a busca de recursos para a área de difusão de sons e de imagens e para o apoio à luta pela concessão de canais para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que ainda dispõem desses veículos.

O projeto “RedeIFES: uma infovia para rádio e televisão” envolve as áreas de Comunicação e de Informática, trazendo um novo modelo de se fazer rádio e televisão no país, o que só se tornou possível com o advento das mídias digitais. Essa nova tecnologia vem ao encontro da antiga discussão sobre a preservação e difusão da diversidade regional por proporcionar a permuta de programação entre as emissoras das IFES de todo o país. Por conseqüência, proporciona a difusão do pensamento científico, a popularização da ciência, a reflexão sobre os direitos e os deveres do cidadão e o conhecimento e valorização dos grupos culturais.

Autor da pesquisa, o professor do curso de Comunicação Social Carlos Rocha, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), frisou que “o que difere a RedeIFES das outras redes é a autonomia”, uma vez que a adesão é uma escolha de cada emissora. Um grande cardápio de programação ficará à disposição para que cada rádio e TV possa baixá-los conforme seu interesse, via Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Para o coordenador do Grupo de Trabalho da Andifes, reitor Carlos Augusto Moreira (UFPR), o projeto da RedeIFES proporcionará a todas as instituições a oportunidade de manterem suas TVs e Rádios funcionando. “Isso possibilitará, também, que cada instituição poste os seus programas, disponibilizando a sua grade de programação a todo o território brasileiro”, afirmou.

O coordenador da Divisão de Mídias Audiovisuais da Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também membro do GT, Sérgio Duque Estrada, acredita que os benefícios da rede ultrapassam o livre acesso à informação. “A RedeIFES vai fortalecer, dar mais qualidade à programação de emissoras, com sotaque e respeito á autonomia das instituições, além do avanço que irá proporcionar do ponto de vista do ensino-aprendizagem”, idealiza.

A primeira a baixar e a veicular programas da Rede – o Scientia, produzido pela UFPR – foi a TV da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), seguida da TV da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A Universidade Federal de Mato Grosso já baixou o programa por uma banda mais estreita com um resultado muito satisfatório e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) começará a utilizar os programas ainda neste semestre. “Com esse projeto os veículos saltam para um novo momento, com tecnologia, conteúdo e formatos diferentes, com difusão diversificada produzida em todas as regiões”, acredita o diretor de Comunicação, Paulo Roberto Franco Andrade, membro do GT RedeIFES.

O GT é coordenado pelo reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira, e tem como membros, também, o diretor da TV da Federal Fluminense (UFF), José Luiz Sanz, o coordenador da Divisão de Mídias Audiovisuais da Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sérgio Duque Estrada, a Coordenadora de Comunicação Social da UFMG, Maria Céres Pimenta Spínola Castro e o diretor da TV UFMG, Marcílio Lana.

Horizontal – A RedeIFES é configurada com base na plataforma de software livre, como uma ferramenta destinada a possibilitar a criação de uma rede de compartilhamento — distribuição e permuta — de programas de rádio e televisão universitária . Sustentado em uma nova concepção de gerenciamento de rede, na qual se pretende superar o modelo clássico de cabeça de rede, este projeto busca um formato descentralizado, mais democrático, atento à dinâmica das necessidades dos usuários. Além disso, um sistema de compartilhamento de produtos televisivos e radiofônicos amplia as possibilidades de divulgação científica e pode, ainda, facilitar as interações entre as IFES, particularmente no campo da Extensão Universitária.

Histórico – O projeto foi desenvolvido na UFPR com a participação do Departamento de Informática. Alunos de graduação integrantes do Programa e Educação Tutorial (PET), sob a orientação do professor Luciano Silva, desenvolveram a ferramenta que agora está à disposição de todo o sistema federal de educação superior do país. A RedeIFES foi apresentada pela primeira vez durante o I Encontro de Rádios e TVS das Instituições Federais de Ensino Superior, em Outro Preto, em 2003. Em 2004 foi defendido no I Encontro de Assessores de Comunicação da Andifes, que também reuniu os representantes dessas emissoras. Desde então, considera Carlos Rocha, houve uma convergência de fatores tecnológicos e conjunturais que levaram à conclusão dessa primeira etapa.

A segunda etapa começa agora, com a aprovação pelo Conselho Pleno da Andifes. A Associação será interlocutora na busca dos recursos de implantação e manutenção do sistema. O investimento inicial é da ordem de R$ 1.525,00, calculando a aquisição de equipamentos e sobre o custeio para 12 meses. O custo anual de manutenção do sistema é próximo de R$ 183 mil. O financiamento será buscado por meio da alocação de recursos no orçamento das IFES, na participação em editais públicos das agências governamentais de fomento à educação e à pesquisa, em editais lançados pelos ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia, Telecomunicações, Cultura e na publicidade governamental.

Um artigo científico sobre a “Rede Ifes: uma Infovia para Rádio e Televisão” acaba de ser aceito em Portugal para apresentação, nos dias 6, 7 e 8 de setembro na Universidade do Minho, pelo professor Carlos Rocha.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes e Maria Santíssima – Assessoria de Comunicação da UFMT)

Andifes realiza seminário ‘Reestruturação e Modernização das IFES em busca da expansão com qualidade’

A Andifes promoveu, na tarde da última terça-feira (07/08) o seminário ‘Reestruturação e Modernização das IFES em busca da expansão com qualidade’. O objetivo foi favorecer a troca de informações e experiências entre as instituições e debater de forma mais ampla o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

O seminário contou com apresentações de algumas Instituições Federais de Ensino Superior, que se inscreveram para mostrar aos dirigentes os modelos de expansão em estudo por elas. Entre as IFES, as Universidades Federais do Rio Grande do Norte (UFRN), da Bahia (UFBA), de Minas Gerais (UFMG), do Rio de Janeiro (UFRJ), de Goiás (UFG), do Paraná (UFPR) e de Sergipe (UFS).

Brasil melhora em ranking mundial

O Estado de São Paulo, 14/08/07

Renata Cafardo

Cinco universidades brasileiras estão na lista das 500 melhores; UFMG é novata e USP chega à 128.ª posição

Todas as universidades brasileiras subiram de posição neste ano no ranking internacional de produção científica feito pelo Instituto de Altos Estudos da Universidade Xangai Jiao Tong, na China. O estudo é considerado atualmente um dos mais importantes do mundo na área acadêmica. A melhor posicionada no País é a da Universidade de São Paulo (USP), em 128º lugar, seis acima do que em 2006. Uma nova instituição brasileira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), passou a fazer parte do ranking em 2007 e se juntou às outras quatro que já estavam no ano passado.

Mais números do ranking

O ranking aponta as 500 melhores instituições do mundo. A primeira delas é a Universidade Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos. Entre os critérios usados estão o número de prêmios Nobel – tanto de atuais alunos e professores quanto de formandos -, publicações dos pesquisadores da instituição em artigos de revistas científicas como Nature e Science e quantidade de vezes que os trabalhos são citados por outros profissionais pelo mundo.

Segundo o pró-reitor de pós-graduação da USP, Armando Corbanni, as seis posições ganhas pela instituição são muito significativas. “Estamos concorrendo com universidades centenárias e a USP tem pouco mais de 70 anos”, diz. A instituição, assim como no ano passado, é a melhor colocada também na América Latina.

As universidades de Buenos Aires e Autônoma do México estão empatadas na 165ª posição. Acima da USP há, entre outras, uma grande parte de instituições americanas, inglesas, japonesas, alemãs e uma russa.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é a segunda melhor colocada do Brasil, em 304º lugar. No ano passado, a instituição havia ficado na 312ª posição. Segundo o pró-reitor de pesquisa da instituição, a Unicamp tem desvantagem no ranking por ser uma instituição de menor porte, já que não é levada em consideração a proporção entre o número de pesquisadores e de trabalhos científicos publicados. A Unicamp tem 1.761 professores; na USP são 5.222.

EXCELÊNCIA FORA DE SP

O ranking de Xangai referenda dados recentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC). Eles mostram que, em 30 anos, o número de trabalhos publicados por pesquisadores brasileiros aumentou de 0,3% para quase 2% de todo o conhecimento científico mundial. As seis primeiras colocadas no País, segundo a Capes, são semelhantes às citadas pelo estudo chinês. São elas USP, Unicamp, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Unesp, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e UFMG. Dessas, apenas a instituição gaúcha não aparece no ranking internacional de Xangai.

Dados da Capes também destacam a UFMG, que teve um crescimento de 258% na sua produção científica nos últimos dez anos – o maior entre as grandes universidades no período. De acordo com o reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, a instituição tem valorizado políticas de verificação e avaliação de trabalhos dos docentes desde a década de 80.

“É muito importante que a excelência atinja outros Estados para que o País todo possa avançar”, afirmou ele, sobre o fato de Minas Gerais e Rio fazerem também parte do ranking, junto com as três universidades estaduais paulistas. A UFMG aparece no 453º lugar.

A Unesp foi a instituição brasileira que mais subiu no ranking, indo do 480º lugar para o 449º lugar neste ano. A UFRJ saltou da 348ª posição para a 338ª.

Entre as 20 melhores universidades do mundo estão 17 do continente americano, 2 da Europa e 1 da Ásia, a Universidade de Tóquio. Já as 100 melhores incluem 9 asiáticas, 34 européias e 58 das Américas (54 delas estão nos Estados Unidos). Os americanos só não têm uma das cinco melhores do mundo: a Universidade de Cambridge, que fica na Inglaterra (veja lista acima).

A LISTA DE XANGAI

1.ª: Universidade Harvard (EUA)

2.ª : Universidade Stanford (EUA)

3.ª: Universidade de Berkeley (EUA)

4.ª : Universidade de Cambridge (Reino Unido)

5.ª : MIT (EUA)

6.ª: Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA)

7.ª: Universidade Columbia (EUA)

8.ª: Universidade de Princeton (EUA)

9.ª: Universidade de Chicago (EUA)

10.ª: Universidade de Oxford (Reino Unido)

128.ª: USP

304.ª: Unicamp

338.ª: UFRJ

449.ª: Unesp

453.ª: UFMG

Aposta no ensino de qualidade

Correio Braziliense, 14/08/07

Paloma Oliveto

Nova edição da Olimpíada de Matemática terá a participação de 17 milhões de estudantes da escola pública, a maior competição de conhecimento de lógica do mundo. Governo quer premiar talentos

“No dia de seu aniversário em 2006, o avô de Júlia disse a ela: ‘Eu nasci no ano x² e completei x anos em 1980. Quantos anos eu completo hoje?’ A resposta certa é: a)61; b)64; c)67; d)70; e)72”. Desafios como esse vão fazer a cabeça de 17 milhões de estudantes brasileiros, que participam hoje da primeira fase da 3ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Em duas horas e meia, crianças e adolescentes dos ensinos fundamental e médio terão de responder a problemas de cálculo e raciocínio lógico, na edição mais competida do evento, iniciado em 2005. Pelo número de inscritos, é a maior olimpíada de matemática no mundo.

Este ano, 38.453 escolas de 98% dos municípios brasileiros disputam medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa em três níveis de provas: 5ª e 6ª séries, 7ª e 8ª séries e ensino médio. Na primeira edição, 93,4% dos municípios participaram. A alta adesão é comemorada por Suely Druck, diretora-acadêmica da olimpíada e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Matemática. “Várias escolas fizeram as inscrições por pressão dos próprios alunos. Esse projeto recoloca a questão da qualidade do ensino na agenda das escolas públicas”, aponta.

A Olimpíada de Matemática é promovida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, e da Sociedade Brasileira de Matemática em parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada. Para Suely Durk, a competição é uma oportunidade de reconhecer o talento, muitas vezes escondido, dos estudantes que não vêem nos números um bicho-de-sete-cabeças. “As questões são muito instigantes. A matemática é desmistificada, as crianças percebem que, mesmo que seja difícil, a matéria pode ser aprendida”, acredita.

O secretário para inclusão social do MCT, Joe Carlo Viana Valle, destaca que o evento não é importante apenas para os estudantes, mas para o país. “É uma mudança na forma como a matéria é vista. Acreditamos que, por causa da Olimpíada, no futuro teremos nosso Nobel de matemática”, prevê. Hoje, ele vai abrir oficialmente o início das provas, na 606 Norte. No Distrito Federal, há 218 escolas inscritas, sendo que 195.380 estudantes participarão do evento.

No ano passado, Jetulio Hugo Borges Silva, 11 anos, experimentou o gostinho da fama ao levar para casa a medalha de ouro do nível 1. O garoto, que sempre se empolgou com a matéria, saiu no jornal, na televisão e recebeu homenagens na escola, o Centro de Ensino Fundamental 4, na SQS 113. “Os colegas sempre me chamaram de ‘nerd’ e ‘cabeção’. Quando ganhei a Olimpíada, meu professor disse que eu era um ‘ninja’”, conta, orgulhoso.

Euforia

O sucesso de Jetulio inspirou os coleguinhas da escola. Todos os 502 estudantes dos turnos matutino e vespertino foram inscritos este ano. Muitos, porque pediram à diretora, Carmen Lúcia Silva Ribas. “Os alunos participaram da euforia da vitória, ficaram muito motivados”, conta. “Tem um monte de gente falando: ‘Este ano eu também vou ganhar’”, confirma Jetulio.

Além da medalha de ouro, o menino saiu vitorioso em um curso de matemática, oferecido por uma escola preparatória, e, neste sábado, começará outro, voltado aos campeões. Agora, Jetulio é bolsista júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que premia os ganhadores com uma bolsa mensal de R$ 100.

Jetulio está confiante em seu desempenho e no dos colegas. “Tenho certeza que vamos trazer mais medalhas nesta edição”, diz, confiante. O menino dá a dica àqueles que acham muito difícil lidar com números e equações: “Quando estou diante de um problema de matemática, é como se estivesse num jogo. Me sinto desafiado”.

Para estimular mais os estudantes, o número de medalhas e bolsas aumentou neste ano. Serão distribuídas 300 medalhas de ouro, 600 de prata e 2.100 de bronze. Todos os premiados receberão as bolsas de iniciação científica do CNPq. Os prêmios também serão distribuídos aos mestres: os professores dos 100 melhores alunos farão estágio de 15 dias no Instituto de Matemática Pura e Aplicada. As escolas recebem certificados e computadores.

A propósito, o avô de Júlia vai completar 70 anos. Para chegar a essa resposta é preciso fazer a equação x=1980-x². A questão foi solucionada pelos estudantes do ensino médio, que participaram da Olimpíada de Matemática no ano passado.

R$ 600 milhões para financiar ônibus escolar

O governo federal lança hoje mais uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o programa Caminhos da Escola, de transporte escolar. Serão investidos R$ 600 milhões em linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que prefeituras, estados e também microempresários possam comprar ônibus, vans e embarcações para serem usadas exclusivamente no transporte escolar.

Os veículos terão uma padronização, tanto em normas de segurança, pedidas pelo governo ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), quanto na aparência. Pintados de amarelo e preto, com a palavra “Escolar” escrita dos lados, os ônibus lembram os tradicionais veículos escolares dos Estados Unidos, mas no formato de ônibus modernos normais.

A padronização na aparência foi um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que gostaria de ver o Brasil com um sistema semelhante para atender às crianças. Lula visita hoje um dos ônibus já padronizados.

Os recursos reservados a municípios e estados são exclusivamente para a compra de veículos para transporte de alunos da zona rural, cerca de 8,4 milhões de estudantes. O dinheiro virá do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. O MEC fará um pregão eletrônico nacional para a compra, calculada em 300 mil veículos novos.

Com a medida, prefeituras e governos estaduais já terão o preço previsto para o veículo e receberão o financiamento no valor estimado. Com a isenção de impostos prevista no programa — do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) — e a compra em larga escala, a previsão é de preços muito mais baixos do que os de mercado. Além disso, a possibilidade de desvios e superfaturamento das compras será menor.

A outra parte do financiamento do BNDES será direcionado a pessoas ou empresas que trabalham atualmente com transporte escolar, mesmo que não seja para escolas públicas. Os ônibus terão a mesma padronização dos comprados pelo setor público. A intenção do MEC é que todos os veículos de transporte escolar do país tenham o mesmo padrão, incluindo a pintura.

Modelos de sucesso

A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados vai elaborar um plano de prioridades no Legislativo na área de educação. A proposta foi feita pelo presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP), na abertura do seminário internacional “Educação no século 21: modelos de sucesso”, que discute, até outubro, soluções encontradas em vários países para a reforma educativa. O presidente da comissão, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), disse que, embora o Ministério da Educação tenha uma boa proposta para a área, é importante os deputados apresentarem projetos, principalmente em relação às primeiras séries de ensino. “Não existe um projeto de lei que regulamente a educação infantil”, lembrou.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, ressaltou a relevância de se discutir a qualidade do ensino. Ele reconheceu os problemas da educação brasileira, principalmente no ensino médio, mas disse que as melhorias virão. “Podemos resgatar essa dívida histórica que temos com o povo brasileiro”, garantiu.

Um dos debatedores, Stephen Heyneman, da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, lembrou, porém, que a reforma educativa não significa apenas melhorar a qualidade da educação. “Uma reforma requer mudanças estruturais, filosóficas e de governança”, disse. Para ele, o Brasil poderá evoluir bastante na área, pois o governo federal tem um grande poder sobre os recursos da educação.

Heyneman mostrou aos parlamentares exemplos das reformas educacionais na Finlândia, no Chile, na Nova Zelândia e na Coréia do Sul. E lembrou que, graças à revolução no ensino, a Coréia do Sul tem, hoje, o melhor índice no ranking de educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já o Brasil está incluído na lista de países com os piores desempenhos.

A receita do sucesso da reforma na Coréia do Sul foi passada por Chong Jae Lee, presidente do Instituto de Desenvolvimento da Educação Coreana e professor da Universidade Nacional de Seul. Segundo Lee, o incremento de recursos para infra-estrutura das escolas, o aumento dos salários dos professores, a autonomia dos colégios, a revisão curricular e a decisão governamental de dar prioridade à educação foram fundamentais para o país obter os resultados positivos.

No Senado, a Comissão de Educação realiza hoje a oitava audiência pública para debater idéias e propostas para a educação brasileira e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que ficou conhecido como ‘PAC da Educação’, numa referência ao Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo federal. A audiência faz parte de um ciclo com 12 debates que terá como desfecho a apresentação de um documento com as conclusões dos encontros, a ser entregue aos ministros da Educação, da Fazenda e da Casa Civil.

ALMG pedirá documentos à SEF para apurar elevação de preço do leite

A Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais vai solicitar da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) a documentação fiscal relativa à compra de leite pelos supermercados em 2007. O objetivo do requerimento, que ainda será aprovado, é confrontar os valores pagos pelos supermercados aos fornecedores do leite longa vida e aqueles praticados nas gôndolas. Depois da análise, a comissão deverá encaminhar os dados para o Ministério Público para providências. Esse foi um dos resultados da audiência promovida na manhã desta segunda-feira (13/8/07), para apurar os motivos do aumento excessivo do preço do leite longa vida e derivados. Em apenas um ano, o aumento teria chegado a 150%. Entre janeiro e junho de 2007, o aumento na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi de até 40% pelo preço médio, segundo o site Mercado Mineiro.

‘Ficou bem esclarecido na audiência que o produtor rural está recebendo um valor justo ou quase justo pelo preço do leite que vende. Os intermediários que estão ganhando e que não vieram à reunião são exatamente os supermercados. As grandes redes aumentam exageradamente os valores e impõem preço aos fornecedores’, avaliou o presidente da comissão e autor do requerimento para realização do debate, deputado Délio Malheiros (PV). A previsão é que o produtor receba em agosto R$ 0,75 pelo litro de leite, segundo informações da Federação da Agricultura (Faemg). Já o consumidor retira, hoje, das gôndolas leite longa vida por até R$ 2,90, segundo Malheiros. O parlamentar lembrou que, entre as providências a serem tomadas pelo Ministério Público, pode estar a de ajuizar ação civil pública e até algum procedimento criminal, se houver indícios da prática de cartelização ou monopólio, de forma a prejudicar a livre iniciativa e livre concorrência.

Por sugestão do deputado Padre João (PT), que é vice-presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, nova reunião deverá ocorrer para aprofundar os debates, desta vez de forma conjunta. O parlamentar defendeu que participem representantes da Associação Mineira de Supermercados (Amis) – que não compareceu à audiência desta segunda – e do Ministério Público. Tanto Padre João quanto Afonso Soares, da Faemg, lembraram que a ALMG já analisa a questão há tempos e mencionaram o trabalho feito pela CPI do Preço do Leite, em 2001. Na avaliação do parlamentar, os deputados ainda não tiveram do Ministério Público uma resposta a solicitações feitas àquela época. Ele enfatizou que os mais injustiçados são aqueles que estão nas duas pontas do processo: o produtor e o consumidor. Afonso Soares opinou que teria ficado constatado, durante as atividades, que mesmo as grandes indústrias e cooperativas de leite não tinham força para combater as práticas abusivas de mercado impostas pelas grandes redes de supermercados.

Produtores e indústria avaliam conjuntura mundial e opinam sobre aumento

O superintendente da Faemg, Afonso Damásio Soares, afirmou que os produtores rurais não aceitam qualquer responsabilidade por excessos que estariam sendo cometidos por outros elos da cadeia produtiva. ‘Não há preço excessivo com relação ao produtor. Ele fica sabendo quanto receberá quando já entregou o leite na plataforma da indústria. Somente agora a atividade começa a ser melhor remunerada’, enfatizou. O preço médio pago ao produtor em julho, referente ao leite vendido em junho, foi de R$ 0,69 o litro. Na avaliação da Faemg, é preciso saber quais os dados de formação do preço no varejo, que estariam com patamar de preço acima do razoável.

Tanto Soares quanto o presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLLV), Welliton Silveira Oliveira Braga, elencaram outros fatores, estes de ordem externa, para explicar o cenário de aumento de preço. Problemas climáticos na Austrália e Nova Zelândia (maiores países exportadores); não aplicação de subsídios para exportação por parte da União Européia (UE); impossibilidade desta e dos Estados Unidos de aumentarem a produção, tendo em vista os já elevados índices de produtividade; e a entrada da China como grande mercado comprador. Na avaliação de Braga, com o segmento de lácteos globalizado, todos os produtos derivados – leite condensado, queijos e leite em pó, além do leite longa vida – sofrem os reflexos das mudanças mundiais. A média histórica de US$ 2 mil a tonelada de leite em pó foi elevada para US$ 5,4 mil/ton.

Defesa – Ao avaliar a elevação dos preços nos supermercados, Braga credita as oscilações a fatores como força das marcas, distribuição e margem de lucro dos estabelecimentos que comercializam. Ele assegurou que, em BH, é possível encontrar leite longa vida a R$ 1,75, mas foi questionado pelo deputado Malheiros pela grande disparidade nos preços. Para o representante da ABLLV, para se chegar a uma conclusão é preciso analisar toda a cadeia. ‘A indústria não é vilã, tendo vivido recentemente situação caótica relacionada à competitividade e ao aumento de custos’, ponderou. Há que se levar em conta, ainda, na opinião de Braga, o aumento do consumo interno e a época de entressafra – que vai de maio a outubro -, quando não está sendo possível trazer leite barato para o Brasil e está inviabilizada a indústria que teria condições de exportar.

O coordenador técnico da Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Marcos Meokarem, reforçou a defesa dos produtores feita pela Faemg. Na avaliação dele, o preço pago hoje é real, e o produtor mineiro, que na maioria dos casos é representante da agricultura familiar, somente agora está recompondo as perdas dos últimos anos. Segundo ele, 74% dos produtores de Minas produzem menos de 200 litros de leite por dia. Já os representantes do Procon Assembléia, Marcelo Barbosa, e do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, reforçaram que os ‘vilões’ dos aumentos de preços não estavam nos debates desta segunda. Abreu trouxe resultados de pesquisa que compararam os aumentos máximos nos anos de 2005 (13%), 2006 (18%) e 2007 (40%), avaliando-se o preço médio do leite longa vida comercializado entre janeiro e junho.

Bebida láctea – Outro assunto abordado na reunião foi a necessidade de diferenciação entre bebida láctea (que tem 50% de leite e 50% de soro) e o leite. O deputado Délio Malheiros (PV) enfatizou que esses produtos não devem figurar na mesma gôndola nos pontos de venda, a fim de evitar confusão pelo consumidor na hora de comprar. A lei que traz essa determinação é a 14.789, de 2003.

Presenças – Participaram da reunião todos os convidados já citados, além de Antônio Carlos de Souza Lima Neto, da Faemg, e dos deputados Délio Malheiros (PV), presidente, e Padre João (PT).

Fapemig divulga resultado do Edital BIPDT

Acaba de ser divulgado o resultado do julgamento do edital 05/07, Bolsas de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico (BIPDT), da Fapemig, que contempla pesquisadores do serviço público estadual. Foram aprovadas 117 das 208 propostas recebidas, das quais 24 são para bolsas de mestrado e 93 para doutorado. Ao todo, os recursos destinados serão de cerca de R$ 1,2 milhão, sendo destinados ao conjunto de bolsas concedidas, aproximadamente, R$ 1 milhão para o nível doutorado e R$ 175 mil para o mestrado.
Os contemplados receberão ajuda de custo, em forma de bolsa mensal, por um período de 12 meses, que pode ser prorrogado por mais 12, dependendo do desempenho do pesquisador. Para a categoria ‘mestre’, os valores das bolsas variam de R$ 600 a R$ 800. Já na categoria ‘doutor’, as quantias vão de R$ 900 a R$ 1.100. Em ambos os casos, os valores mudam de acordo com o nível do pesquisador (A, B ou C). O diferencial da BIPDT é que o apoio vai diretamente para o pesquisador, e não para o projeto.

A primeira chamada do edital foi lançada em 2005, com 157 propostas recebidas, das quais 99 foram selecionadas, sendo concedidas 31 bolsas para mestres e 68 para doutores (todas renovadas em 2006). Na segunda chamada, em 2006, foram distribuídas 50 bolsas, das quais 14 para mestrado e 36 para doutorado.
A modalidade foi instituída pela Lei nº 15.433, sancionada pelo governador Aécio Neves em 2005, com os objetivos de estimular a fixação de pesquisadores em Minas Gerais e ampliar as pesquisas já realizadas no Estado, incentivando a qualificação do servidor público estadual.
Na FAPEMIG a modalidade segue os moldes da Bolsa de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que tinha como fator de dificuldade a grande concorrência em nível nacional, já que só o CNPq possuía esse modelo de apoio. ‘Além disso, para participar do processo de seleção, o CNPq exige que o pesquisador tenha ao menos o título de doutor. Na Bolsa da Fapemig, a comissão de análise aceita, também, propostas enviadas por pesquisadores com título de mestre’, explica o diretor científico da instituição, Mario Neto Borges.

Segundo o presidente da Fapemig, José Geraldo de Freitas Drumond, a conquista e a execução dessas bolsas representam uma grande vitória para os servidores estaduais. ‘As bolsas significam um maior estímulo para se desenvolver mais projetos nos órgãos estaduais. A conseqüência será a melhoria da qualidade das pesquisas e a maior capacitação dos pesquisadores do Estado’, diz.

O resultado do Edital 05/07 está disponível no endereço:

www.fapemig.br/admin/editais/upload/resultado%20finaleedital%20005_071.xls

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A importância dos programas de iniciação científica para o desenvolvimento da pesquisa na Ufla

A Universidade Federal de Lavras (Ufla) apresenta um forte envolvimento em atividades de pesquisa, com um aporte financeiro de centenas de projetos financiados em diversos órgãos. Tais projetos têm proporcionado avanços no conhecimento científico e no desenvolvimento de novas tecnologias e processos. A participação de estudantes de graduação nesses projetos, por meio dos programas de Iniciação Científica, tem sido de grande importância para a formação de recursos humanos e para a execução dos referidos projetos, a maioria dos quais está em consonância com as atuais diretrizes políticas na área de ciência, tecnologia e inovação do país.

Os programas de Iniciação Científica têm como objetivos principais despertar vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação proporcionado condições para estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criatividade. Com o grande apoio da Fapemig e do CNPq e de todos os discentes e docentes pesquisadores, houve um grande crescimento nos Programas de Iniciação Científica na Ufla, com a participação de aproximadamente 600 estudantes representando 20% do nosso alunado. Com esse aumento considerável na participação de estudantes da graduação nos Programas de Iniciação Científica na Ufla, houve necessidade de melhor estruturação dos programas, com investimento em novos programas de Iniciação Científica, com definição de critérios para a seleção de pesquisadores e de estudantes e, sobretudo de aumento no número de cotas de bolsas.

Nos últimos quatro anos, a Pró-reitoria de Pesquisa alcançou aumentos significativos no número de cotas de bolsas de Iniciação Científica. No PIBIC/ CNPq a Ufla conta com 155 bolsas, no Programa Balcão CNPq com 53, no PIBIC/Fapemig com 110, no Programa Balcão Fapemig com 40, empresas privadas 30, com aumento médio de 386% nos últimos 4 anos.
Vale ressaltar que a Pró-Reitoria de Pesquisa, por meio da Comissão do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, em julho de 2007, logrou êxito junto ao CNPq em 5 novas bolsas. Este fato é bastante representativo, não pelo número, mas pela avaliação positiva do CNPq ao nosso programa de Iniciação Científica, já que aquela Instituição nos últimos anos não atendeu a nenhuma demanda por acréscimo de bolsas feita pelas Instituições Federais.
No ano de 2005 foi implementado na Ufla o Programa de Iniciação Científica Junior (BIC-Junior). Nesse programa, apoiado pela Fapemig e CNPq, alunos do ensino médio de escolas estaduais participam de trabalhos de pesquisa nas universidades o que propicia o treinamento e maior conhecimento dos cursos oferecidos na universidade ajudando-os na escolha profissional. A Ufla possui, nesse programa, o maior número de bolsas, em número de 80, no estado de Minas Gerais.

Mais recentemente, em julho de 2007, a Ufla foi inserida em um novo programa de IC apoiado pelo CNPq que é o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e de Inovação (PIBITI). O objetivo principal desse programa é contribuir para a formação de recursos humanos em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. A Ufla foi contemplada com 5 bolsas em um total de 300 distribuídas no país. Vale ressaltar que em Minas Gerais a Ufla é a única Universidade que participa desse programa.

Diante do exposto observa-se que os programas de iniciação científica são prioritários na Universidade Federal de Lavras. Os membros do comitê interno que acompanham o referido programa na instituição demonstram um grande comprometimento com o mesmo.

Outro aspecto que atesta o sucesso dos programas IC nessa Universidade refere-se ao elevado percentual de alunos que participam desse programa e que posteriormente se ingressam em programas de pós-graduação nessa ou em outras instituições. A esse respeito, tem sido notório que os alunos egressos dos programas de iniciação científica são aqueles com melhor desempenho na pós-graduação.