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Departamento de Educação inaugura novas instalações

A instalação regimental do Departamento de Educação – DED, ocorreu em 1986, ainda no contexto da Escola Superior de Agricultura de Lavras e seu efetivo funcionamento se deu a partir de 1992.

A início do DED foi coincidente com a fase que antecedeu o processo de transformação da Esal, enquanto “escola superior”, em Ufla, como “instituição universitária”.

Em termos de infra-estrutura, o DED ficou provisoriamente instalado por cerca de 15 anos em salas cedidas pelo Departamento de Administração e Economia, no Pavilhão Guaracy Vieira, até dezembro de 2006, quando foram disponibilizadas as atuais instalações, recém-construídas.

Desde então, continua o DED sua trajetória de construção das Ciências Sociais e Humanas na Ufla, promovendo a permanente discussão do processo educativo em todas as suas interfaces, diretamente com os estudantes de graduação ou pós-graduação, seja no âmbito do Ensino propriamente dito, seja na Pesquisa ou ainda, na Extensão.

O Departamento de Educação é composto por 8 docentes e 1 técnico- administrativo.

Para o descerramento da placa alusiva à inauguração, foram convidados o reitor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, Ângelo Constâncio Rodrigues, chefe do Departamento de Educação, professor Lucimar Leão Silveira e professora Elizabeth Fernandes Ciocciola.

O evento é parte integrante das comemorações dos 99 anos de fundação da Universidade Federal de Lavras.

Inauguradas as novas instalações do Departamento de Ciências dos Alimentos

O Departamento de Ciência dos Alimentos foi fundado em 1972 pelo desdobramento do antigo “Departamento de Química e Tecnologia” originando, os Departamentos de Química, Solos e Ciência dos Alimentos.

Em 1976, foi criado o curso de Pós-Graduação em nível de Mestrado em Ciência dos Alimentos que registra 289 dissertações defendidas.

O curso de Doutorado iniciou-se em 1991, sendo reconhecido pelo Conselho Federal de Educação no mesmo ano. Até o momento, conta com 88 Teses defendidas por representantes de quase todos os estados brasileiros e de três outros países da América Latina, e têm por objetivo a formação de docentes, pesquisadores e profissionais das diversas áreas da Ciência dos Alimentos. A demanda anual de alunos pelos cursos de Mestrado e Doutorado tem sido crescente, em decorrência da formação de recursos humanos bem qualificados, o que tem contribuído para o desenvolvimento da ciência nas diferentes regiões do país por meio das pesquisas desenvolvidas, gerando publicações científicas de excelência.

A partir do ano de 1999, o DCA passou a ofertar os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu, em ‘Nutrição Humana e Saúde’; ‘Processamento e Controle de Qualidade em Carne, Leite, Ovos e Pescado’; ‘Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças: Manutenção e Qualidade de Alimentos Vegetais” e “Tecnologia e Qualidade de Alimentos Vegetais’.

Em nível de extensão foi criado no DCA, no ano de 2002, o curso ‘Alimentos e Alimentação Humana: abordagens técnicas de serviços’ e em 2003, foi iniciado o curso de Graduação em Engenharia de Alimentos.

O Departamento de Ciência dos Alimentos, em seu início, contava com cinco docentes e dois servidores técnico-administrativos; atualmente tem em seu quadro 21 professores efetivos e dois professores substitutos, lotados nos em diferentes setores e seis servidores técnico-administrativos efetivos e seis terceirizados.
O DCA atende estudantes do Curso de Graduação em Engenharia de Alimentos, Agronomia, Medicina Veterinária, Química e Zootecnia, atendendo ainda estudantes do Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência dos Alimentos (Mestrado e Doutorado), e dos quatro cursos de Pós-Graduação Lato Sensu.

O Departamento de Ciência dos Alimentos participa de diversas atividades de Pesquisa, Ensino e Extensão, em várias áreas do conhecimento relacionadas com a Ciência dos Alimentos.

Para o descerramento da placa alusiva às novas instalações, foram convidados: o reitor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, o pró-reitor de Pesquisa José Roberto Soares Scolforo, o deputado federal Reinaldo Lopes, o ex-deputado federal Sérgio Miranda, a chefe do Departamento Maria de Fátima Piccolo Barcelos, a coordenadora do Curso de Graduação em Engenharia de Alimentos Fabiana Queiroz Ferrua e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos Eduardo Valério de Barros Vilas Boas.

A inauguração das novas instalações do Departamento de Ciência dos Alimentos é parte integrante das comemorações dos 99 anos da Universidade Federal de Lavras.

Confira os lançamentos das editoras universitárias

“Com quantos tolos se faz uma república? Padre Correia de Almeida e sua sátira ao Brasil oitocentista”, Maria Marta Araújo –Traz uma abordagem da micro-história e constrói uma trajetória para a vida do intelectual e político padre José Joaquim Correia de Almeida (1820-1905). Dessa forma, a obra pode ser lida como uma espécie de história do pensamento político por via da literatura, sendo uma contribuição original e relevante, tanto para a história literária mineira, como para um melhor entendimento do campo social brasileiro no século 19. (UFMG)

“Tecnologia de gestão – por uma abordagem disciplinar”, Gelson Silva Junquilho, Mônica de Fátima Bianco, Ricardo Roberto Behr e Susane Petinelli Souza (Orgs.) – Este é o segundo livro da série Tecnologia e Gestão e Subjetividade, construído a partir do trabalho dos seus pesquisadores e dos conferencistas do III e IV seminários sobre Gestão Organizacional Contemporânea, realizados nos anos de 2002 e 2004, em Vitória. Trata-se de uma coletânea provocativa, na medida em que, focalizando questões subjetivas, leva o leitor, se for docente, a repensar suas próprias práticas no cotidiano acadêmico, enquanto outros leitores poderão refletir sobre as suas experiências profissionais. (UFES)

“Caderno CRH nº 49”, Centro de Recursos Humanos da UFBA – Com um dossiê central sobre “Educação e desigualdades sociais”, coordenado pela Profa. Maria Lígia Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A publicação também traz um conjunto de artigos de temática livre, organizado pelas editoras da revista. Essa edição veicula a contribuição de autores de reconhecida qualificação acadêmica da comunidade científica nacional e internacional, cujos textos revelam tanto a variedade de perspectivas na abordagem das temáticas tratadas como pesquisas originais que sustentam novas reflexões. (UFBA)

“Aprendendo a Libras e reconhecendo as diferenças: um olhar reflexivo da inclusão”, Luiz Albérico – expõe uma nova proposta para o ensino Língua Brasileira de Sinais (Libras), desenvolvida a partir de pesquisas na área da educação com surdos. O livro apresenta uma metodologia desenvolvida para facilitar a aprendizagem do ensino da Libras de uma pessoa ouvinte para outra ouvinte, e mostra como funciona a aprendizagem da linguagem para os surdos. (UFPE)

“Café Rural: Noções da Cultura”, de Roberto Tonzoni e Nelson Geraldo de Oliveira – a obra procura trazer informações sobre a Cafeicultura a todos os interessados nessa magnífica planta: o Cafeeiro. O livro aborda de forma resumida os principais tópicos sobre a cultura. O livro é uma coletânea de informações de Manuais Consagrados, conhecidos por Lavradores, Técnicos e pesquisadores do Café. (UFRRJ)

“Conjugalidades, Parentalidades e Identidades Lésbicas, Gays e Travestis”, Miriam Grossi, Anna Paula Utziel e Luiz Mello (Orgs.) – os novos arranjos familiares, as novas parcerias e seus sentidos são motivos de debates no Brasil e em vários países. Colaboram para discutir, repensar e ampliar questões como maternidade, paternidade, casal, família e amor fora da norma heterocêntrica. No Brasil, este debate vem crescendo e ganhando espaço na sociedade civil. A contribuição acadêmica tem sido inestimável para o diálogo no espaço das discussões e propostas de leis e conquistas de direitos, sempre proporcionando a construção de novos olhares sobre estes temas. Esta coletânea, com sua perspectiva transdisciplinar, reúne reflexões de áreas da Psicologia, Direito e Ciências sociais, em estudos realizados no Brasil, Argentina, Chile, Espanha e França. (UFSC)

“Ferramentas para descomplicar a atenção básica em saúde mental”, Mário Sergio Ribeiro (Org.) – a obra tem o objetivo de facilitar a abordagem dos problemas relativos à saúde mental. O Livro é dividido em três partes: Identificando Problemas, Diagnosticando os Problemas e Intervindo Sobre os Problemas Diagnosticados. É ilustrado com casos ou vinhetas clínicas para individualizar situações relativas ao sofrimento mental ou aos transtornos mentais específicos. Além disso, aborda opções terapêuticas e a tomada de decisão entre cuidar ou encaminhar os usuários a especialistas. Com 296 páginas, a obra é fruto de um trabalho conjunto de professores de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFJF, discentes e técnicos do Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital Universitário (HU) e profissionais da rede básica e especializada em saúde mental do SUS de Juiz de Fora. (UFJF)

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Ufla abre inscrição para Mestrado e Doutorado

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), através da Pró-Reitoria de Pós-Graduação abre inscrições para os programas de pós-graduação – Mestrado (194 vagas) e Doutorado (95 vagas).
O período para inscrição será de 3 de setembro a 11 de outubro de 2007.

Mestrado

Administração – 30
Agronomia/Entomologia – 8
Agronomia/Fisiologia Vegetal – 3
Agronomia/Fitopatologia – 7
Agronomia/Fitotecnia – 10
Agroquímica – 16
Biotecnologia Vegetal – 6
Ciência do Solo – 4
Ciência dos Alimentos – 14
Ciência e Tecnologia da Madeira – 10
Ciências Veterinárias – 11
Ecologia Aplicada – 3
Engenharia Agrícola – 6
Engenharia de Sistemas – 5
Engenharia Florestal – 14
Estatística e Experimentação Agropecuária – 13
Genética e Melhoramento de Plantas – 4
Microbiologia Agrícola – 10
Zootecnia – 20

Doutorado
Administração – 10
Agronomia/Entomologia – 5
Agronomia/Fisiologia Vegetal – 3
Agronomia/Fitopatologia – 4
Agronomia/Fitotecnia – 10
Agroquímica – 6
Ciência do Solo – 5
Ciência dos Alimentos – 7
Ciência e Tecnologia da Madeira – 5
Engenharia Agrícola – 3
Engenharia Florestal – 4
Estatística e Experimentação Agropecuária – 9
Genética e Melhoramento de Plantas – 4
Microbiologia Agrícola – 5
Zootecnia – 15

Inscrições e mais informações: www.prpg.ufla.br

Brasil e Argentina criam novos programas de educação

Portal Capes, 30/08/07

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e a Secretaria de Políticas Universitárias do Ministério de Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina (SPU) assinaram na quarta-feira, 29, em Brasília, dois novos acordos para implementação de programas em conjunto na pós-graduação. O lançamento dos editais de seleção está previsto para o dia 10 de setembro.

O primeiro deles, denominado Colégio Doutoral Brasil-Argentina, numa primeira etapa comtemplará as áreas de engenharias, ciências da computação e informática. O programa irá permitir o reconhecimento mútuo de títulos de estudantes de doutorado que sejam selecionados para o programa. Isso será possível dentro na modalidade de co-tutela, na qual o doutorando deverá permanecer na instituição de destino pelo período máximo de 18 meses. O estudante poderá ter o reconhecimento oficial dos títulos conferidos em ambos os países, de acordo com a convenção de co-tutela de tese, assinada pelas instituições brasileiras e argentinas.

Já na categoria de co-orientação, o doutorando deverá permanecer na instituição de destino pelo período máximo de 12 meses, desenvolvendo atividades sob a supervisão de um co-orientador, não tendo garantido o reconhecimento pela Argentina, do título obtido no Brasil. As regras valem da mesma forma para os estudantes argentinos selecionados que vierem ao Brasil.

Outro novo programa é o Centros Associados para o Fortalecimento da Pós-graduação Brasil-Argentina (CAFP-BA) que irá financiar projetos conjuntos de cursos de pós-graduação de instituições de ensino superior dos dois países. As propostas apresentadas poderão ser em todas as áreas do conhecimento.

Para o secretário da SPU, Alberto Dibbern, há uma grande expectativa em relação a essas duas novas iniciativas. “Acreditamos que possamos fortalecer os cursos por meio desse trabalho conjunto. Primeiro priorizamos três áreas, mas depois poderão haver outras”, afirmou.

De acordo com o presidente da Capes, Jorge Guimarães os dois países têm bom desempenho acadêmico, mas ao mesmo tempo apresentam acentuadas deficiências quantitativas de recursos humanos. “É uma excelente oportunidade dos cursos de pós-graduação realizarem a capacitação de pessoal qualificado com benefícios mútuos”.

A cerimônia de assinatura contou com a presença do secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, do chefe da Assessoria Internacional do MEC, Alessandro Candeas, da diretora de Administração da Capes, Denise Neddermeyer e do coordenador de Cooperação Internacional da Capes Leonardo Rosa, além de outros convidados.

Seleção – Os candidatos ao Colégio Doutoral deverão estar inscritos na universidade de origem. A seleção dos estudantes será feita conforme os critérios definidos pelas partes e também respeitará a regulamentação adotada pela universidade hospedeira, sendo submetida para aprovação a cada país parceiro. A tese será defendida perante uma banca mista, da qual necessariamente farão parte os dois co-orientadores. A viagem e a acolhida deverão ser autorizadas pela direção dos programas de pós-graduação das instituições participantes dos dois países. (Adriane Cunha)

Começam hoje as comemorações dos 99 anos da Ufla

A Universidade Federal de Lavras dá início, nesta sexta-feira (31/08) as comemorações do seu nonagésimo nono aniversário e o começo das celebrações de seu centenário de fundação.
Fundada em 1908, sob o lema do Instituto Gammon: “Dedicado à Glória de Deus e ao Progresso Humano”, a Escola Agrícola de Lavras, depois Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal) e, hoje, Universidade Federal de Lavras (Ufla), é um exemplo vivo da concretização dos ideais de seu fundador, Dr. Samuel Rhea Gammon, e de seu primeiro diretor, Dr. Benjamin Harris Hunnicutt.

A Escola Agrícola de Lavras passou a ser denominada Escola Superior de Agricultura de Lavras em 1938, permanecendo vinculada administrativamente ao Instituto Gammon até o ano de 1963, quando foi federalizada. Em 15 de dezembro de 1994 foi elevada ao status de Universidade, transformando-se na Universidade Federal de Lavras.

A Universidade Federal de Lavras é hoje considerada referência na qualidade do ensino superior em todos os níveis, na geração de conhecimento, de tecnologias e inovação, e na extensão universitária.

Programação
Sexta-feira – 31/08/2007
08h00 – Abertura
Local: Campus Histórico (Museu Bi-Moreira)

09h30 – Inaugurações
– Sede da Fundecc – Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural
– Novas instalações do Museu de História Natural

19h00 – Exposição de Plastimodelismo
Local: Lavrashopping

Segunda–feira – 3/9/2007
09h00 – Missa em Ação de Graças
Local: Capela Ecumênica
13h30 Inaugurações:
– Departamento de Ciência da Computação – DCC
– Departamento de Educação – DED
16h00 – Homenagem a instituições parceiras da Ufla
Local: Salão de Convenções

Terça-feira – 4/9/2007
09h00 – Inaugurações:
– Centro de Convivência
– Novas Instalações do Departamento de Ciência dos Alimentos
17h00- Sessão solene dos Conselhos Superiores da Ufla e do Conselho Deliberativo da Faepe para entrega do Prêmio Faepe de Mérito Universitário – Categoria Ensino e Prêmio Faepe de Mérito Técnico-Administrativo – Categoria Nível Superior
Local: Salão de Convenções

Quarta-feira – 5/9/2007
11h30 – Almoço de confraternização com os servidores docentes e técnico-administrativos aposentados do quadro permanente da Ufla e homenagem aos servidores aposentados no último ano
Local: Ciuni(convite especial)

17h00 – Inauguração: Setor de Ecologia e Conservação
Local: Próximo à Prefeitura do Campus
19h00 – Inauguração do relógio “365 dias para 100 anos”
Local: Praça da Bandeira

Quinta-feira – 6/9/2007
09h00 – Inauguração de salas de aula no Setor de Agricultura Geral do Departamento de Agricultura
18h00 – Sessão solene dos Conselhos Superiores para homenagem aos Ex-dirigentes da Esal/Ufla e entrega de títulos honoríficos. Após o evento será servido um Coquetel (convite especial)
Local: Salão de Convenções

Sexta-feira – 7/9/2007
15 horas Jubileu de ouro e de prata – homenagem aos ex-alunos das turmas de 1957 e 1982 (julho e dezembro)
Local: Anfiteatro da Biblioteca Central
20h00 – Jantar do ex-aluno – Banda Arquivo X
Local: Ginásio Poliesportivo da Ufla (convite especial)

Sábado – 8/9/2007
Encontro das turmas de ex-alunos para confraternização

Domingo – 9/9/2007
09h00 Culto ecumênico
Local: Capela Ecumênica
10h00 Café colonial
Local: Reitoria

A base é a educação

Correio Braziliense, 31/08/07

O Brasil cumpriu com 10 anos de antecedência o compromisso assumido com a ONU de reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população em extrema pobreza. O avanço foi significativo: de 9,5% (13,4 milhões de pessoas) em 1992 para 4,2% (7,5 milhões de pessoas) em 2005. Mas não dá para o país se orgulhar, com contingente tão expressivo de cidadãos ainda vivendo com menos de US$ 1 por dia.

Além disso, é preciso considerar que a Declaração do Milênio, acordo entre 191 países fechado com as Nações Unidas, em Nova York, no ano 2000, prevê metas mínimas a serem alcançadas. Mais: o combate à miséria é apenas um entre oito objetivos previstos. O que talvez seja o principal deles, a educação, continua a ser uma vergonha nacional no Brasil.

Segundo propósito fixado na Declaração do Milênio, o setor deveria ser a mola-mestra da recuperação da renda. Contudo, o próprio governo destaca, a melhoria veio da redução dos juros (que persistem em patamar incivilizado, dos maiores do mundo em termos reais) e do programa Bolsa Família. Quantitativamente, a universalização do ensino primário até caminha bem no país. A taxa de freqüência escolar de crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos de idade passou de 81,4% para 94,5%.

O problema é que 47,5% dos estudantes não concluem o ensino fundamental. Ou desistem diante da necessidade de trabalhar e da falta de perspectiva profissional ou desanimam com a precariedade do ensino. No nível médio, o quadro é pior: apenas 46% dos jovens de 15 a 17 anos estudam. Não é para menos. O país investe cerca de 4% do PIB na educação, quando deveria reservar pelo menos 6% para a área. Como conseqüência, os professores são poucos, mal remunerados e com baixa qualificação. As escolas, igualmente poucas, têm infra-estrutura precária e toda sorte de carência material e pedagógica.

Quem pode escapa do caos pagando altas mensalidades na rede privada. Já os desafortunados, sem alternativa fora da rede pública, dependem da persistência pessoal e da capacidade de superação para encarar as dificuldades até o fim do caminho, um funil a mais imposto pela falta de vontade política do Estado, que teima em não dar prioridade ao essencial.

Na ponta, o quadro é dramático: apenas em 16% dos domicílios brasileiros — em torno de um sexto deles — há alguém com formação superior. Para entender o impacto da falta de diploma universitário numa casa, o IBGE calcula que um só membro da família que o alcance é capaz de elevar a renda familiar em 190%. Se forem dois, o ganho chegará aos 430%.

Não há dúvida, portanto, de que a alavanca social mais eficaz é a educação. Programas de transferência de renda como o Bolsa Família são válidos como apoio emergencial. Desenvolvimento sustentável se dá com ensino de qualidade, o que, por si só, abriria caminho ao atendimento das Metas do Milênio — que ainda incluem a promoção da igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, a redução da mortalidade infantil, a melhoria da saúde materna, o combate a doenças, a garantia de sustentabilidade ambiental e parceria mundial para o desenvolvimento.

Intercâmbio de alunos entre Brasil e Canadá deve aumentar

Portal MEC, 30/08/07

Aumentar a mobilidade de estudantes e professores brasileiros e canadenses, por meio de programas de intercâmbio, foi um dos temas discutidos na reunião que ocorreu na quarta-feira, 29, entre a delegação de Quebec, Canadá, liderada pela ministra de relações internacionais de Quebec, Monique Gagnon, e dirigentes do Ministério da Educação.

Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Jorge Guimarães, operações de intercâmbio são valorosas para o Brasil. Atualmente, há 119 bolsistas de pós-graduação no Canadá: 40 são do doutorado pleno, 22 do doutorado-sanduíche — o estudante se matricula em programa de PhD no Brasil e passa apenas uma temporada no exterior — e 38 do pós-doutorado. “Temos grande necessidade de cooperações internacionais. Dois pontos importantes são projetos conjuntos de pesquisa e o intercâmbio de estudantes”, enfatiza.

Segundo o secretário de educação superior do MEC, Ronaldo Mota, é essencial que, a exemplo do que já ocorre na pós-graduação, os estudantes de graduação possam ter oportunidade de cursar pelo menos um semestre em uma instituição estrangeira. “O Canadá é um dos destinos preferidos dos jovens, por isso, temos máximo interesse em manter contato com Quebec”, afirma.

Os canadenses que participaram da reunião consideram fundamental a parceria entre Brasil e Canadá na área de pesquisa. Monique Gagnon sugeriu que se estabeleçam um ou dois programas de mútuo interesse, no momento, para que o Ministério da Educação canadense possa trabalhar em projetos brasileiros, em regime de colaboração. Designar pessoas-chave para fazer a interlocução entre os dois países foi a proposta da ministra.

Aniversário — No próximo ano, a província canadense do Quebec, onde a maior cidade é Montreal, completa 400 anos. Monique Gagnon aproveitou para fazer um convite aos dirigentes do MEC, para que compareçam às comemorações, que culminam com a Cúpula da Francofonia.

Letícia Tancredi

Inscrições abertas para intercâmbio de doutores

Portal Capes, 29/08/07

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) abre oportunidade para estudantes de doutorado de instituições brasileiras que queiram participar de intercâmbio na França. Até 31 de outubro, estão abertas as inscrições para o Programa Colégio Doutoral Franco-Brasileiro (CDFB), realizado em parceria com o Conselho de Presidentes de Universidades da França (CPU). O objetivo do programa é formar recursos humanos de alto nível nos dois países, nas diversas áreas do conhecimento.

Os estudantes brasileiros devem estar matriculados em cursos de doutorado avaliados pela Capes, com nota preferencialmente igual ou superior a 5. As universidades francesas devem ser consorciadas com a CPU. Os doutorandos deverão ter completado um total de créditos compatível com o programa de estudos e o projeto de pesquisa a ser desenvolvido na instituição de destino.

O programa concede bolsas de estudos na modalidade doutorado-sanduíche em regime de co-orientação ou co-tutela. No caso de co-tutela, o doutorando deverá permanecer na instituição de destino pelo período de 12 a 18 meses e poderá ter o reconhecimento oficial dos títulos conferidos nos dois países. No caso de co-orientação, a permanência do doutorando será de 12 meses, sem prorrogação. As atividades serão desenvolvidas sob a supervisão de um co-orientador, e não haverá garantia de reconhecimento pela França, do título obtido no Brasil.

Mensalidades – Os selecionados receberão passagens aéreas, mensalidades no valor de 1.100 euros, auxílio instalação e seguro saúde proporcionais. As candidaturas serão avaliadas, em uma primeira etapa, por consultores da Capes. Serão analisados pontos como o mérito científico, considerando histórico acadêmico e Currículo Lattes do candidato. A responsabilidade da segunda etapa da avaliação é do Comitê de Monitoramento do Programa CDBF, integrado por reitores de universidades brasileiras. As atividades na França terão início a partir de fevereiro de 2008. Para saber mais sobre o programa acesse o Edital. (Fátima Schenini)

Desigualdade persiste em educação e saneamento

O Estado de São Paulo, 30/08/07

Lisandra Paraguassú

País conseguiu diminuir pela metade a fome e a pobreza, mas está longe de cumprir até 2015 metas traçadas por países membros da ONU

Brasília – O terceiro relatório brasileiro sobre os Objetivos do Milênio (ODMs) – uma série de metas traçadas pelas Nações Unidas e acordadas com países membros – mostra que, se avançou nas conquistas sociais, o Brasil tem dificuldade de alcançar os mais pobres entre os mais pobres. O exemplo mais gritante dessa dificuldade para atacar o chamado “núcleo duro da pobreza” está, por exemplo, nos dados sobre os jovens que o Estado não consegue manter na escola por tempo suficiente para lhes dar, ao menos, a educação básica.

“A comparação entre estudantes segundo a renda familiar demonstra a persistência de desigualdades”, diz o relatório feito pelo próprio governo brasileiro. No ensino fundamental, apesar da dita universalização, 96,5% das crianças de 7 a 14 anos mais ricas freqüentam a escola. Entre as mais pobres, são 91,4%. No ensino médio a diferença é muito maior: 71,9% dos jovens entre 15 e 17 anos estão no ensino médio. Apenas 22,4% dos mais pobres.

Mesmo com os programas sociais, como o Bolsa Família, que exigem a freqüência escolar em troca do pagamento, ainda são os mais pobres que ficam mais tempo na escola sem avançar, repetem o ano, deixam de estudar mais cedo.

“Apesar dos avanços da sociedade brasileira, ainda é muito alta a proporção de alunos que progridem de forma lenta e dos que abandonam os estudos – o que contribui para manter em patamares baixos a taxa de conclusão no ensino fundamental”, diz o texto. Por isso, admite o governo, a taxa esperada de conclusão do ensino fundamental é de pouco mais de 50% dos estudantes, muito abaixo do que diz a meta: que até 2015 todas as crianças concluam um ciclo completo de ensino.

Concentrados especialmente nas regiões Norte e Nordeste, esse “núcleo duro da pobreza” tem um perfil claro: é formado pelas tais crianças que o Estado não consegue manter na escola, perde mais mães e filhos para doenças endêmicas e convive com falta de água tratada e esgoto sanitário.

A oito anos da data limite para o cumprimento dos objetivos, em 2015, o Brasil já cumpriu o primeiro deles, de diminuir pela metade a fome e a pobreza no País. Também conseguiu alcançar a meta de reduzir o desmatamento. Nas restantes, os resultados avançaram, mas o próprio relatório admite que as médias nacionais ainda escondem uma enorme desigualdade, mesmo que tenha havido uma aproximação entre os mais pobres e os mais ricos.

Outro objetivo em que o País aparece com problemas é também ligado diretamente à qualidade de vida das famílias mais pobres, o saneamento básico. O objetivo 7, que trata da sustentabilidade ambiental, trata da reversão da perda de recursos ambientais – onde o Brasil tem avançado -, do acesso à água potável e esgoto sanitário e a melhora na vida da população de assentamentos precários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que chegou a imaginar, no início do mandato, que poderia incentivar empresas a doar um dia da sua produção para ajudarem no cumprimento dos Objetivos do Milênio. A idéia surgiu ao conhecer a iniciativa do empresário gaúcho Daniel Tevah, que faz essa doação na sua indústria de confecções. “Mas aí eu achei que isso era impossível e não haveria tanta sensibilidade humana para isso”, disse o presidente durante a cerimônia em que foi apresentado o relatório brasileiro dos ODMs.

De acordo com o presidente, não é difícil atingir as metas. “Não é tão difícil. Muitas vezes não existe foco.”