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Genótipos de Café resistentes à ferrugem é tema de estudo na UFLA

Coleta de folhas para p experimento
Coleta de folhas para p experimento

O aumento do consumo, as exigências relacionadas a qualidade da bebida café e a busca de plantas tolerantes a doenças, estão se tornando tema de pesquisas científicas para atender os novos padrões dos consumidores. Diante disso e com o objetivo de caracterizar progênies e cultivares superiores de café, pertencentes ao grupo das resistentes à ferrugem com base em características anatômicas, a estudante de graduação, Harianna Paula Alves de Azevedo, defendeu a sua monografia no curso de Agronomia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) sobre o tema “caracterização anatômica e agronômica de genótipos resistentes à ferrugem implantados no município de Lavras (MG)”.

De acordo com a pesquisa, a ferrugem, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, continua sendo uma grande ameaça à produtividade do café. Essa doença foi observada no Brasil em 1970, podendo provocar perdas na produção que variam de 35 a 50% em média de biênio, dependendo da suscetibilidade da cultivar, umidade do ambiente, carga pendente e estado nutricional da planta. Com isso tem-se procurado tecnologias para livrar os cafezais da doença ou ao menos conviver com ela desde que não cause danos econômicos.

Secção para medição e quântica estrutural das folhas
Secção para medição e quântica estrutural das folhas

“Por meio do estudo foram avaliadas em 18 progênies e duas cultivares de café, doze características anatômicas foliares e quatro agronômicas. Os resultados demonstraram a existência de variabilidade genética entre as progênies/cultivares, existindo a possibilidade de seleção de progênies/cultivares superiores em relação as características anatômicas”, explicou a estudante. Grande parte do experimento foi conduzido no Laboratório de Anatomia e Fisiologia do Cafeeiro da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e contou com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

O orientador da aluna e professor titular da UFLA, Rubens José Guimarães, comenta: “essa linha de pesquisa coordenada pela pesquisadora e doutora em Agronomia e Fitotecnia da UFLA, Janine Magalhães Guedes, é de grande interesse na cafeicultura, pois, atualmente, a forma mais eficiente de controle da doença é através da utilização de cultivares resistentes, além de ser o meio mais econômico. Essa pesquisa trará em breve grande contribuição para acelerar o lançamento de novas cultivares tolerantes à ferrugem do cafeeiro, com maiores produtividades para suprir a demanda do mercado”.

Vanessa Trevisan – Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação do Café (Inovacafé)

 

Agende uma avaliação nutricional gratuita do seu cão ou gato no Hospital Veterinário da UFLA

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Ação é realizada em parceria com a Nestlé/Purina. Avaliações nutricionais serão no Hospital Veterinário da UFLA.

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) teve o privilégio de ser uma das cinco universidades convidadas a participar do “Programa Jovem Veterinário” – Nestlé-Purina, pioneiro no Brasil e no mundo. As demais instituições de ensino superior em Medicina Veterinária participantes são: Universidade de São Paulo (USP-Pirassununga); Universidade Anhembi-Morumbi; Universidade Metodista de São Paulo, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Rhadanna Botelho e Artur Pereira: estudantes selecionados para o programa
Rhadanna Botelho e Artur Pereira: estudantes selecionados para o programa

A parceria entre a UFLA e a Nestlé/Purina será conduzida por intermédio de dois estudantes de Medicina Veterinária que foram selecionados como bolsistas: Rhadanna Tonetti Botelho e Artur Teixeira Pereira. Estes terão a função de promover avaliações nutricionais periódicas dos animais atendidos no Hospital Veterinário da UFLA.

Neste sentido, a Purina disponibilizará, de forma gratuita, a ração “Pro Plan Reduced Calorie” para os animais que necessitarem perder peso, e no caso daqueles que apresentam o peso ideal o intuito do Programa será de calcular a quantidade diária necessária de ração a ser fornecida. Cada animal será avaliado pelos estudantes da UFLA, e, quando prescrita dieta para redução de peso, será realizado um acompanhamento quinzenal para reavaliações. Os proprietários interessados deverão levar os animais ao Hospital Veterinário da UFLA para que seja feita uma avaliação.

O projeto, a ser conduzido nos respectivos hospitais-veterinários das Universidades participantes, tem como objetivo promover maior difusão dos conceitos sobre nutrição de animais de companhia, e com isso reduzir e/ou controlar os elevados índices de obesidade em cães e gatos, e consequentemente lhes proporcionar melhor qualidade de vida.

Estudantes e professor da UFLA participam de treinamento nas dependências da Nestlé-Purina
Estudantes e professor da UFLA participam de treinamento nas dependências da Nestlé-Purina

Os bolsistas da UFLA foram contemplados com uma bolsa estágio, prevista para quatro meses, e serão orientados pelo professor do Departamento de Medicina Veterinária (DMV) Henrique Ribeiro Alves de Resende. Tanto os estudantes quanto o orientador participaram de um treinamento em Ribeirão Preto, nas dependências da Nestlé-Purina, com a presença de professores de renome na área de nutrição animal e profissionais da empresa, além de terem realizado visitas técnicas à fábrica, ao centro de distribuição e ao Pet Care Center da Purina.

O projeto terá o apoio dos professores do DMV/UFLA Flávia Maria de Oliveira Borges Saad, especialista na área de alimentação animal, e Antônio Carlos Cunha Lacreta Júnior, coordenador-geral do Hospital Veterinário.

Texto: Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA, com informações da estudante Rhadanna Tonetti Botelho.

 

DAAD oferece bolsas de estudos para pós-graduação na Alemanha – inscrições abertas

CAPES-daadJá estão abertas as inscrições para as bolsas de estudos de pós-graduação concedidas pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) para instituições de ensino superior ou institutos de pesquisa na Alemanha. Os interessados em vagas para o doutorado deverão se inscrever até 16 de maio, pelo Portal do DAAD.

Modalidades:

Doutorado integral – Bolsas têm duração de 12 meses, podendo ser prorrogadas – segundo as necessidades do projeto e mediante a comprovação de bom rendimento acadêmico – por até 36 meses (Mais informações, clique aqui).

Doutorado sanduíche – Bolsas têm duração de até 24 meses conforme acordo entre o orientador brasileiro e o orientador alemão (Mais informações, clique aqui).

Minissanduíche – Bolsas têm duração de 7 a 10 meses. (Mais informações, clique aqui).

Duplo doutorado – Bolsas têm duração de, no máximo, 18 meses, podendo ser realizada em várias etapas. Necessário apresentar regulamento ou documento expedido tanto pela universidade brasileira quanto pela universidade alemã permitindo a dupla titulação. (Mais informações, clique aqui).

O DAAD concede a todos os bolsistas selecionados curso de alemão de até 6 meses, período determinado conforme necessidade de cada projeto, a ser realizado na Alemanha antes do início da implementação da bolsa de doutorado.

Requisitos gerais: Rendimento acima da média; Plano de trabalho e Aceitação de um professor alemão

Requisitos específicos minissanduíche / doutorado sanduíche/duplo doutorado:

Inscrição em um curso de doutorado no Brasil

Consentimento do orientador brasileiro

Conclusão dos créditos e qualificação antes da viagem

Benefícios: Bolsa mensal de 1000 euros, auxílio para cônjuge e curso de língua alemã de até seis meses na Alemanha

Outras oportunidades de pós-graduação

O DAAD também recebe candidaturas de interessados em realizar pós-graduação em nível de mestrado na Alemanha. São 39 cursos de pós-graduação em áreas relacionadas a desenvolvimento sustentável contemplados com bolsas de estudos do DAAD. O pré-requisito básico para uma candidatura ao Programa Epos é ter dois anos de experiência profissional. Cada curso tem prazos de inscrição diferenciados (tabela com prazos e links dos cursos). Todas as informações sobre os cursos (livreto) e pré-requisitos podem ser obtidas no site http://www.daad.org.br/pt/18313/index.html.

Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA

Plataforma digital criada na UFLA permite avaliação de cafés especiais

Projeto de Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação possibilitou a criação de plataforma digital para classificação, análise física e microestrutura de cafés especiais.

Janelas da aplicação de Análise Sensorial de Cafés Especiais
Janelas da aplicação de Análise Sensorial de Cafés Especiais

Com intuito de organizar, catalogar e agregar valor às diferentes etapas do processo de análise de cafés, o projeto desenvolvido pelo mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Dimas Samid Leme, analisou informações referentes aos cafés tratados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café) e pelo Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, ambos situados na Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da UFLA.

A plataforma “LeGusta” vem implementar e comparar diferentes técnicas de inteligência computacional para classificação de cores em grãos de café torrados desenvolvendo três aplicações para dispositivos mobiles nas versões Android e iOs, que possibilitará a representação do processo de análise sensorial definido pelo Concurso Mineiro de Cafés Especiais promovido pelo Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, permitindo modelar e implementar o dispositivo para medição de temperatura das xícaras durante o processo de degustação que estejam sincronizadas com a aplicação, também através do aplicativo os modelos de comunicação serão lançados na web afim de disponibilizar informações em tempo real.

O sistema possui mecanismo automatizado para coleta do grau de torra de amostras de café baseada em escala Agtron, uma linha graduada definida pela Specialty Coffee Association of America (SCAA) e pela Agtron, empresa norte-americana que produz equipamentos para seleção de café, por meio de imagem, essa coleta possibilitará maior agilidade e garantia no controle de dados referentes as análises realizadas.

De acordo com orientador da pesquisa, professor da UFLA, Bruno Henrique Groenner Barbosa, a possibilidade de caracterização de diferentes níveis de torra por meio de imagens fotográficas possibilita, de imediato, uma grande redução dos custos de implementação se comparadas aos modelos convencionais. Além de permitir uma integração em tempo real com um sistema de armazenamento e controle. Ele explica que ao se utilizar uma aplicação portátil pretende-se reduzir o tempo de avaliação e ajudar os avaliadores a escolherem, dentre uma listagem de tipos de fragrância, aroma e sabor, aquelas que mais se pronunciaram naquela amostra.

“Este aplicativo veio para facilitar e agilizar o processo de análise sensorial, ao passo que o avaliador não necessita controlar uma prancheta e caneta, além de outros materiais. A importância está na construção de uma plataforma que organiza e armazena dados de cafés, podendo futuramente haver uma seleção de dados que poderá definir características de longo prazo, como por exemplo: quais cafés são os mais bem pontuados em Minas Gerais, quais são os mais doces, quais os mais aromatizados e etc.” explica Dimas.

A coorientadora da pesquisa e professora da UFLA, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira, afirma que a plataforma exercerá um forte impacto nos diferentes segmentos do setor cafeeiro, por ser um instrumento científico e de inovação tecnológica que subsidiará de forma objetiva as avaliações qualitativas do café.

Vanessa Trevisan (ASCOM InovaCafé)

Açúcar é utilizado como alternativa para a desintoxicação de cafeeiros

Avaliação de trocas gasosas no experimento
Avaliação de trocas gasosas no experimento

As plantas daninhas competem com o cafeeiro por luz, água e nutrientes, e o manejo ineficiente dessas pode afetar negativamente o crescimento vegetativo e a qualidade dos frutos da lavoura. Uma das alternativas para solucionar esse problema é o controle químico das plantas daninhas por meio do uso do “glyphosate”, que é um herbicida sistêmico não seletivo, desenvolvido para eliminar as plantas indesejáveis. Porém esse herbicida de ação pós emergente e não seletiva quando aplicado nas áreas cultivadas com cafeeiro, pode afetar negativamente esses cafeeiros por efeito da “deriva”, quando parte do herbicida pulverizado é desviado para fora da área alvo (mato) pela ação do vento.

Inicialmente por observação dos próprios cafeicultores e em seguida por pesquisas realizadas na Universidade Federal de Lavras tem sido constatada a possibilidade da aplicação de sacarose (açúcar) com objetivo de reverter os danos causados pela deriva do herbicida, porém necessitando ainda de investigações complementares.

O mestrando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFLA, Ademilson de Oliveira Alecrim, desenvolveu estudo para verificar o efeito do uso de sacarose na desintoxicação de plantas de cafeeiro sob efeito da deriva de glyphosate. O orientador da pesquisa e professor da UFLA, Rubens José Guimarães, explica que a utilização do glyphosate sem a observância dos princípios da tecnologia de aplicação pode provocar deriva causando injúrias ao cafeeiro. Ele afirma que, “há necessidade da pesquisa científica para esclarecer a forma correta da utilização da sacarose no cafeeiro por ser fundamental aos cafeicultores que poderão utilizar essa tecnologia tão simples quanto importante, no cultivo sustentável do café”. O professor ressalta também que o sucesso dessas novas descobertas é devido a ação de uma equipe multidisciplinar envolvendo também outras instituições como a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Embrapa Café.

RESULTADOS

Mudas do experimento alocadas na estufa da Agência de Inovação do Café
Mudas do experimento alocadas na estufa da Agência de Inovação do Café

Por meio de experimento conduzido na casa de vegetação da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da UFLA, a pesquisa constatou que a intoxicação por glyphosate em plantas de cafeeiro em fase de implantação na lavoura, prejudica o crescimento da parte aérea, porém sem prejuízos do sistema radicular, motivo pelo qual após um período de intoxicação o cafeeiro retoma seu crescimento normal. Essa intoxicação temporária também foi constatada na pesquisa pois “a intoxicação causada pela “deriva” alterou a anatomia de folhas novas que cresceram sob o efeito do herbicida, porém não alterou a anatomia de folhas velhas que já estavam totalmente desenvolvidas por ocasião da exposição ao glyphosate. Segundo dados da pesquisa, para que ocorra a desintoxicação das plantas que sofreram deriva de glyphosate durante o período de implantação na lavoura, a melhor dose de aplicação de sacarose foi na concentração de 5%, próximo a uma hora após a intoxicação, com um volume de calda na ordem de 400 litros por hectare”, explica Ademilson.

Vanessa Trevisan (ASCOM – InovaCafé) ​

 

 

Exposição sobre os solos de Minas no Museu Bi Moreira permanece até final de abril

Escolas do município,  visitam exposição no Museu Bi Moreira.
Alunos visitam exposição no Museu Bi Moreira. Conhecer o solo mineiro, para melhor preservá-lo. 

“Solos de Minas, a riqueza da terra mineira”, em exposição no Museu Bi Moreira da Universidade Federal de Lavras (UFLA), já recebeu diversas visitas, dentre elas, estudantes de escolas do município de Lavras e atletas do Centro Regional de Atletismo (CRIA).

As visitas são mediadas pela equipe do Museu e do Núcleo de Estudos em Ciência do Solo (NECS). Na ocasião, os visitantes tem a oportunidade de observar através dos monólitos a diversidade de solos que o Estado de Minas Gerais possui em diferentes regiões, visualizarem como o solo é formado, e ainda refletirem sobre questões relacionadas à conservação do solo e a sua importância para a agricultura e o meio ambiente.

Por meio da arte, a ciência do solo é desmitificada e desperta na população o interesse por entender e preservar esse recurso que interfere diretamente em sua qualidade de vida.

Parceria entre o Museu Bi Moreira e d Núcleo de Estudos em Ciência do Solo: para facilitar o conhecimento!
Parceria entre o Museu Bi Moreira e d Núcleo de Estudos em Ciência do Solo: para facilitar o conhecimento!

A exposição foi lançada em 2015 por iniciativa da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). A coleção de perfis em exposição pertence ao acervo do Banco de Solos do Estado, criado por meio de parceria entre a Feam e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). O Banco é resultado da instituição do Programa Solos de Minas, em 2008, que envolveu também a UFLA e a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), além da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e do Centro de Desenvolvimento de tecnologia Nuclear (CDTN). O Programa já desenvolveu diferentes projetos, com a participação de pesquisadores de instituições e centros de pesquisa do Estado, e com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

O Museu Bi Moreira está localizado no Campus Histórico da UFLA e encontra-se parcialmente aberto para as visitas à exposição até 29 de abril. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Para agendamento de grupos, especialmente os escolares, é necessário entrar em contato pelo telefone: (35) 3829-1205.

Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA, com informações do estudante de Agronomia Rayner dos Reis

Parceria entre UFLA e Embrapa prevê o lançamento de cultivares de café tolerantes à seca em tempo recorde

Lavoura experimental no câmpus da UFLA
Lavoura experimental no câmpus da UFLA

O estresse hídrico tem sido um dos efeitos frequentes das mudanças climáticas, causando prejuízos na cafeicultura, e para mudar essa realidade pesquisadores têm trabalhado na seleção e obtenção de novas cultivares tolerantes ao déficit hídrico. Diante disso, uma pesquisa desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa) analisou clones da espécie Coffea Canephora com tecnologias inovadoras para a pré-seleção de materiais tolerantes à seca, envolvendo anatomia e fisiologia do cafeeiro.

O trabalho desenvolvido pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia da UFLA, Nagla Maria Sampaio de Matos, avaliou sete clones da espécie Coffea canephora Pierre buscando características anatômicas e fisiológicas que apresentaram modificações após um período de estresse hídrico controlado e, ou após a hidratação com o retorno da irrigação, para possível utilização no pré-melhoramento genético para tolerância à seca. “Nas condições experimentais estudadas foi possível perceber que a espessura da cutícula, da epiderme adaxial, do floema e do parênquima paliçádico, bem como o potencial hídrico, eficiência do uso da água e o índice de área foliar são potenciais características que podem ser utilizadas na seleção de plantas de cafeeiro no pré-melhoramento para tolerância à seca” explicou Nagla.

Falta de água afeta produção

Corte transversal da espécie Coffea canephora Pierre
Corte transversal da espécie Coffea canephora Pierre

Segundo levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de sacas de café tem apresentado quedas causadas pela restrição hídrica, atingindo as principais regiões produtoras de café do país, o que ocorreu principalmente na safra de 2015. Como estratégia importante para o combate a essa causa de queda de produção, a seleção de plantas tolerantes e o lançamento de novas variedades é uma alternativa sustentável no campo.

“Com a técnica proposta como pré-melhoramento genético, espera-se que num futuro próximo haja expressiva redução no tempo necessário para o desenvolvimento de novas cultivares de café, que serão oferecidas aos cafeicultores como mais uma ferramenta para mitigação dos efeitos da seca na cafeicultura” explica o professor titular da UFLA e orientador da pesquisa, Rubens José Guimarães.

Vanessa Trevisan – Assessoria de Comunicação InovaCafé

Arquitetura agroecológica: curso realizado na UFLA ensinou técnicas de construção com bambu e sapê

curso_yebaNa sede do Núcleo de Estudos em Agroecologia Yebá Ervas & Matos, ligado à Universidade Federal de Lavras (UFLA), ocorreu o curso de Arquitetura Agroecológica entre os dias 20 a 22 de março . A iniciativa faz parte do projeto Ceia (Centro de Experiência e Integração Agroecológica) e foi realizada pela primeira vez. Foram três dias de treinamento, e nas aulas foram ensinadas técnicas simples para a construção de um quiosque, usando bambu e sapê.

Assim, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer técnicas de encaixes, amarrações e tratamentos de bambu, de modo que cada participante desfrutou de seu momento para exercer na prática tudo aquilo que foi compartilhado. Além disso, os estudantes realizaram debates acerca da agroecologia e suas interfaces, dialogando sobre as principais atuações da bioconstrução com bambu como ferramenta de transformação social, ambiental, cultural, ética, dentre outras.

curso_yeba_2“Desde o início do núcleo buscamos por cursos que trabalham com a extensão, para levar aprendizados à sociedade. Tivemos nesse curso estudantes de várias instituições de Minas que poderão levar os conhecimentos para outras comunidades”, afirmou o membro do núcleo Vinvevenci Felipe Silva.

Para a estudante da UFLA Ligiane Douzacker, as técnicas aplicadas no curso remetem a um estilo de vida a ser seguido. “Acho que precisamos de alternativas para um mundo mais sustentável, melhor, onde você queira viver”, comentou.

O Núcleo de Estudos Yebá foi criado em 1987 com a proposta de trabalhar com produtos agroecológicos, unindo conhecimentos tradicionais aos científicos, no âmbito da sustentabilidade.

curso_yeba_5“Agradecemos a todos que estiveram presentes de corpo e alma nestes momentos. A agroecologia se fez presente pra além das práticas e tecnologias sociais, mas também, como instrumento de integração entre seres que compartilham de mesmos ideais, sendo a fonte de muita cultura, trabalho, aprendizados, sonhos e suor”, relatou a equipe do Yebá.

Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA

Assista à matéria da TVU-Lavras e veja como foi realizado o curso:

Sequenciamento de raças de fungo da ferrugem do cafeeiro apresenta resultados promissores

Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Mário Lúcio Vilela Resende, professor da Universidade Federal de Viçosa, Laercio Zambolim, a pesquisadora da EMBRAPA, Eveline Teixeira Caixeta, e representantes do Delaware Biotechnology Institute
Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Mário Lúcio Vilela Resende, professor da UFV, Laercio Zambolim, a pesquisadora da Embrapa, Eveline Teixeira Caixeta, e representantes do Delaware Biotechnology Institute

Entre os dias 9 e 11 de março, o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Mário Lúcio Vilela de Resende, participou de reuniões técnicas na cidade de Newark, em Delaware (EUA), para dar andamento ao projeto que vem sendo desenvolvido entre a UFLA, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e University of Delaware. O resultado dessa parceria resultará na publicação do genoma completo de raças de fungo da ferrugem do cafeeiro, a principal doença que afeta este cultivo no Brasil.

As raças do fungo Hemileia vastatrix que afetam o cafeeiro estão evoluindo no mundo todo; atualmente são conhecidas em torno de cinquenta raças, porém pesquisadores acreditam na existência de mais raças. Algumas delas estão quebrando a resistência de materiais genéticos em campo, devido à pressão de seleção exercida sobre as mesmas.

Por meio da interação com o Delaware Biotechnology Institute, o estudo busca chegar a detecção de raças por meio de marcadores moleculares, como explica o professor Mário Lúcio. “Esse procedimento já vem sendo utilizado para o fungo da ferrugem do trigo e esperamos aplicar para a ferrugem do café, o que será muito menos trabalhoso em relação a série de plantas diferenciadoras que precisamos manter para diferenciar as raças do fungo”, justifica.

“Queremos conhecer melhor o patógeno para podermos melhor combatê-lo. Uma vez que teremos conhecimento genômico sobre as raças do patógeno, vamos poder inferir sobre a resistência de cultivares, sobre a durabilidade da resistência das cultivares, e também sobre a durabilidade dos produtos químicos que estamos utilizando no campo”, explica o coordenador do INCT Café.

Symposium sobre FERRUGEM na Florida

O professor Mario Lucio também participou nos dias 8 e 9 de março do “Simpósio Internacional sobre Ferrugens”, na cidade de Pensacola, Flórida (EUA). Três trabalhos científicos foram apresentados durante o evento, desenvolvidos em conjunto com a UFV, Embrapa e Universidade de Delaware.

Dois estudantes bolsistas do INCT Café, por meio do programa Ciências sem Fronteiras, participaram do projeto de sequenciamento e análise do genoma funcional de raças do fungo da ferrugem no ‘Delaware Biotechnology Institute’, sendo eles a doutora em Biotecnologia Vegetal pela UFLA, Brenda Neves Porto, e o pós-doutor em Fitopatologia pela UFV, Thiago Andrade Maia.

INCT CAFÉ

Sediado na Agência de Inovação do Café (InovaCafé), o INCT Café tem a missão de gerar tecnologias apropriadas, competitivas e sustentáveis, por meio da integração de competências institucionais, capacitação de recursos humanos, estímulo à capacidade de inovação e geração de negócios de alto valor agregado na cadeia produtiva do café. Atualmente é composto pela cooperação entre seis instituições que são: UFLA, UFV, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e Embrapa Café, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

Vanessa Trevisan – Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação do Café (Inovacafé)

 

Projeto propõe avaliação de impactos econômicos na produção cafeeira

cafe-arabicaParceria entre UFLA e Epamig vai utilizar software de gerenciamento de custos para identificar a produtividade de diferentes cultivares

Uma parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Centro de Inteligência de Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), coordenado pelo professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior, vai propiciar a avaliação dos impactos econômicos e de produtividade das cultivares de café desenvolvidas pela empresa em parceria com as universidades federais de Viçosa e Lavras. Pela proposta, a Epamig será responsável pela coleta e registro das informações sobre custos de produção e o CIM processará os dados por meio do software Siges, que realiza o armazenamento de dados dos produtores, a geração de indicadores individuais, comparações e a construção de análises e relatórios.

O programa vai possibilitar a emissão de relatórios de custos, receitas e indicadores de cada cultivar, o que permitirá a realização das avaliações com maior precisão. “Esse software de gestão de custos específico para a cafeicultura soluciona um grande desafio desse trabalho, que é reunir dados de custos de produção de café de um número significativo de propriedades”, explica o pesquisador da Epamig, Djalma Ferreira Pelegrini.

Na fase inicial do projeto, serão acompanhadas 40 propriedades cafeeiras na microrregião de São Sebastião do Paraíso (Sul de Minas) e outras 40 da microrregião de Patrocínio (Alto Paranaíba), que plantam ou já plantaram cultivares desenvolvidas pela Epamig.

O desempenho das cultivares da Epamig será comparado ao das cultivares tradicionais para o apontamento das principais diferenças entre elas. Para tanto, serão emitidos relatórios anuais com informações agregadas – níveis tecnológicos regionais, custos médios dos fatores de produção, mapeamento de deficiências, entre outros. Esses relatórios fornecerão informações e benchmarking internos que servirão de base para as decisões estratégicas de interesse da Epamig.

Djalma destaca que os relatórios tendem a ser bastante precisos e gerar benefícios também para os produtores que receberão informes de custos e receitas de suas unidades de produção. “O CIM realizará as análises dos resultados (outputs) e comparações (benchmarking) entre produtores e cultivares. Munidos desses dados, os cafeicultores, orientados por um técnico competente, poderão tomar medidas que resultem em melhoria da competitividade das propriedades”.

A Epamig será responsável também pela disponibilização dos resultados para os cafeicultores. Antes da coleta dos dados, os membros do CIM ministraram um treinamento sobre gestão e custos de produção para a equipe de pesquisa da EPAMIG, no qual destacaram como deve ser feita a coleta dos dados referentes aos processos produtivos.

O projeto “Avaliação do impacto da utilização de cultivares arábica desenvolvidas pela Epamig, UFLA e UFV com o apoio do Consórcio Pesquisa Café” tem vigência até 2018. Já a parceria para a utilização do sistema de gestão e o trabalho de gerenciamento de custos e avaliação de impactos das cultivares deve ser permanente e estendida a novos projetos.

Fonte: InovaCafé\Epamig
Trevisan – Assessoria de Comunicação da Agência de Inovação do Café (Inovacafé)