O ´pacote´ da educação

O Estado de São Paulo,14/12/07

Ainda sob o impacto dos péssimos resultados obtidos pelo Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o estudo comparativo que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) faz para avaliar o nível de escolaridade de jovens na faixa etária de 15 anos, o Palácio do Planalto anunciou mais um pacote no campo da educação. A maioria das medidas já havia sido anunciada nos últimos meses pelo ministro Fernando Haddad ou por seus secretários. Mesmo assim, apesar de muitas dessas medidas se limitarem a ampliar programas já existentes e a regulamentar o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que foi lançado em março, quase todas são sensatas e oportunas.

Entre as medidas mais importantes do pacote, destaca-se a ampliação do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) que, aliás, nem é realização do governo Lula. Lançado durante o governo Fernando Henrique, o programa destina às escolas da rede pública de ensino básico verba mensal para ser utilizada na solução de pequenos problemas, como reformas de instalações físicas e aquisição de materiais. Outra medida importante, e que também não é inédita, é a ampliação do Programa de Apoio ao Transporte Escolar e do Programa Nacional de Alimentação Escolar. O governo pretende investir no próximo ano R$ 623 milhões na expansão desses três programas, com o objetivo de alimentar 8,2 milhões de alunos e transportar 1,4 milhão de crianças.

A principal iniciativa do pacote é o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência. Basicamente destinado aos alunos de licenciatura nas áreas de química, física, biologia e matemática, ele tem por objetivo estimulá-los a optar por fazer carreira no magistério. Atualmente, há um déficit de cerca de 250 mil docentes nessas disciplinas. A previsão é de que sejam concedidas 20 mil bolsas, a um custo anual de R$ 70 milhões. Segundo os especialistas, esse déficit foi um dos fatores determinantes do péssimo desempenho dos estudantes brasileiros no Pisa.

Anunciadas solenemente como uma segunda etapa do Plano de Desenvolvimento da Educação, que foi lançado em março, as demais medidas que compõem o pacote são quase todas “requentadas”. Uma delas é a regulamentação do pagamento de horas extras e do adicional por plantão hospitalar para médicos e servidores técnico-administrativos que trabalham nos 45 hospitais das universidades federais. Outra medida anunciada como novidade é a criação de 25 mil cargos para formar o quadro de pessoal das 150 novas escolas técnicas federais e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Essa iniciativa, no entanto, já havia sido divulgada há dez meses.

Do pacote da educação anunciado pelo governo também constam a criação de um programa de pós-doutorado, a destinação de R$ 39 milhões para bolsas de professores da rede pública de educação básica e profissionalizante, o pagamento de bolsas para os pós-graduandos das universidades federais que atuarem como monitores do sistema de ensino a distância do Ministério da Educação e a expansão da área de atuação da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (Capes), que também passará a cuidar da formação de professores do ensino básico.

A medida mais polêmica do pacote é a criação de duas novas universidades federais, uma no Norte e outra no Sul. O Ministério da Educação insiste em destinar mais recursos para o ensino superior, que já é muito bem aquinhoado pelo Orçamento-Geral da União. Nos últimos cinco anos, o governo Lula criou dez novas universidades federais, várias em tradicionais redutos eleitorais do PT. Uma das universidades será formada com unidades desmembradas da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal Rural da Amazônia e terá sede em Santarém (PA). A outra instituição parece ter sido concebida com propósitos claramente demagógicos. Trata-se da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), com sede em Foz do Iguaçu, cujos cursos serão concentrados em “áreas de interesse mútuo” dos países do Mercosul.

À exceção desta última medida, que é mais uma concessão ao “politicamente correto” por parte do governo, o pacote da educação merece aplauso.

Concerto especial de natal

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), como parte integrante das comemorações de seu centenário promove o Concerto de Natal com a apresentação artística da Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei e do Coral Vozes do Campus.

Programa: 1ª parte – Orquestra Pró-Art – Vivaldi, Grieg, Beethoven e 2ª parte – Gloria de Vivaldi – Coral Vozes do Campus e Orquestra

O evento acontece na Igreja Matriz de Sant´ana, dia 18/12 (terça-feira), às 20 horas.

Como ingresso os organizadores solicitam a doação de produtos de higiene pessoal que serão doados aos idosos do Lar Augusto Silva (Asilo de Lavras)

Comissão Eleitoral Permanente

O Colégio Eleitoral da Universidade Federal de Lavras (Ufla) reunido no dia 12 de dezembro, na Sala dos Conselhos, sob a presidência do reitor Antônio Nazareno Guimarães Mendes e com a presença de membros docentes, técnico-administrativos, discentes e representantes da comunidade discutiu a possibilidade da instalação de Comissão Eleitoral Permanente na Ufla.

Após esclarecimentos pertinentes que justificaram a designação de uma comissão permanente encarregada de coordenar todo e qualquer processo eleitoral na instituição, foi delegada competência ao Conselho Universitário para tratar do assunto. Ficou estabelecido que a matéria será pauta da próxima reunião do Conselho Universitário.

Licitações para concessões de uso de áreas físicas dentro do Campus

A Diretoria de Material e Serviços Gerais da Universidade Federal de Lavras, por meio de sua Comissão de Licitação, avisa que serão licitadas concessões de uso de áreas físicas dentro do Campus Universitário da Ufla – CANTINA e LANCHONETES / TRAILERS, nos termos da Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 e alterações posteriores, conforme discriminado abaixo:

Concessão de uso de área física para exploração de serviços da Lanchonete/Trailer 1 – no Campus Universitário, próximo ao Ginásio Poliesportivo da Ufla.
Aluguel mínimo: R$ 100,00

Concessão de uso de área física para exploração de serviços da Lanchonete/Trailer 2 – no Campus Universitário, próximo aos departamentos de Medicina Veterinária/Zootecnia
Aluguel mínimo: R$ 100,00

Concessão de uso de área física para exploração de serviços da Lanchonete/Trailer 3 – no Campus Universitário, próximo aos departamentos de Agricultura/Fitopalogia/Entomologia
Aluguel mínimo: R$ 100,00

Concessão de uso de área física para exploração de serviços da Lanchonete/Trailer 4 – no Campus Universitário, próximo aos departamentos de Biologia/Pavilhão de aulas nº 2
Aluguel mínimo: R$ 100,00

Concessão de área física para exploração de serviços de Cantina no Campus Universitário, em área própria para cantina no Centro de Convivência, em frente à Biblioteca Central.
Aluguel mínimo: R$ 700,00

A VISITA TÉCNICA ocorrerá dia 20/12/2007, a partir das 8 horas e é imprescindível para a Habilitação dos licitantes.

A Documentação para Habilitação e a Proposta deverão ser entregues em envelopes fechados, sendo: ENVELOPE Nº 01 – DOCUMENTAÇÃO, e ENVELOPE Nº 02 – PROPOSTA, à Divisão de Compras da Ufla, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, 37200-000, Lavras MG. A data limite para entrega dos envelopes é 26/12/2007, às 14 horas, quando os mesmos serão abertos.

A cópia integral do Edital pode ser obtida na página da Ufla, www.ufla.br, na Central de Cópias localizada na Cantina, e ainda, na Divisão de Compras da Ufla. Demais informações serão obtidas na Divisão de Compras da Ufla, pelo fone (35) 3829-1130,
ou pelo e-mail georges@ufla.br.

Georges Francisco Villela Zouein
Presidente da Comissão de Licitação

Governo facilita curso de pós à distância

Folha de São Paulo, 13/12/07

Fábio Takahashi

Universidades não precisarão mais ter biblioteca e estrutura de apoio ao estudante na região onde a formação é oferecida

Segundo secretário, retirada da obrigatoriedade atende a universidades que reclamavam que a exigência inibia a abertura de vagas

O Ministério da Educação decidiu diminuir a exigência para abertura de cursos de especialização (pós-graduação lato sensu) à distância no país. Agora, as universidades não precisarão mais ter um prédio com tutor (professor), biblioteca e estrutura de apoio ao estudante na região em que a pós-graduação é oferecida.

Atualmente, para se abrir um curso nesse formato, é obrigatório que a instituição tenha essa estrutura (chamada oficialmente de pólo presencial).

O governo entendeu que a exigência era muito alta e desacelerava a expansão das matrículas na modalidade.

Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância, foram oferecidas 72.524 vagas de especialização à distância em 2004 (último dado disponível).
Como comparação, a PUC-SP tem 15 mil alunos em especialização convencional (presencial). A especialização é mais comum no setor privado. Não há dados oficiais do MEC.

A alteração na área, antecipada à Folha, está presente em uma portaria assinada ontem pelo ministro da Educação do governo Lula, Fernando Haddad. A norma deve ser publicada hoje no Diário Oficial.

A obrigatoriedade da estrutura de apoio será mantida para os cursos de graduação.
O secretário de Educação à Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, disse que a alteração atende a pedidos das universidades que oferecem a modalidade. As instituições reclamavam que a exigência inibia a abertura de vagas -um dos motivos é o custo para se manter a estrutura.

Segundo Bielschowsky, a retirada da obrigatoriedade pôde ser feita porque ‘quem procura uma especialização já tem autonomia suficiente para poder estudar sozinho’, ou seja, sem a presença física dos tutores.

Em geral, as escolas utilizam a internet para mostrar o quê o aluno deve estudar e também para tirar dúvidas (tutoria).

‘Um aluno de graduação ainda precisa de um acompanhamento mais de perto’, afirmou.
O secretário disse ainda que o aluno de pós-graduação tem uma condição financeira que lhe permite dispensar serviços oferecidos nos pólos.

Coordenador de um grupo da USP que pesquisou educação à distância, Carlos Alberto Dantas se mostrou contrário à mudança. ‘A educação à distância é positiva, mas o contato com o professor é fundamental. Só dessa forma você sente o entusiasmo, o impulso para melhorar. Para funcionar, precisa mesclar os dois formatos.’

Ufla se prepara para a expansão

Com o Reuni, haverá uma expansão de mais 1045 estudantes, nos cursos já existentes, entre os anos de 2008 e 2012. Tal expansão será acompanhada de diversas modificações estruturais, de recursos humanos e pedagógicos

A Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) publicou no Diário Oficial (07/12) a lista das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) – incluindo a Ufla – que já tiveram seus projetos ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação das Universidades Federais (Reuni) aprovados pelo Ministério da Educação.

Em 26 de outubro, a Comissão responsável pela elaboração da proposta de expansão da Ufla apresentou o projeto aos conselheiros que questionaram aspectos metodológicos, técnicos e político-institucionais. O Conselho discutiu a proposta, aprovando por 25 dos membros presentes, pela adesão da Ufla ao Reuni.

A Universidade Federal de Lavras (Ufla) completará em 2008 cem anos, sendo que até 1993 era reconhecida como a Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal). Em 1994, foi transformada em Universidade Federal de Lavras. Na época com sete cursos de graduação, todos da área de ciências agrárias.

Desde o ano de 2001 a Ufla tem passado por grandes modificações no ensino de graduação, com ampliação para outras áreas de conhecimento, e também, pelo estabelecimento dos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC). Nesse contexto foi discutida e efetivada uma reforma curricular em todos os cursos de graduação, iniciada em 2003, e atualmente, em fase de finalização. Tais ações vêm permitindo a mudança de paradigmas educacionais na instituição e a flexibilização da estrutura curricular, à luz das diretrizes aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação. Uma nova dinâmica para o processo ensino-aprendizagem está sendo construída, sempre considerando o estado da instituição e a cadência na construção de uma nova cultura na comunidade acadêmica.

A proposta apresentada, no edital Reuni, consiste em três grandes eixos: o aprofundamento da flexibilização curricular e das inovações pedagógicas; a ampliação da oferta de vagas em cursos estabelecidos; e a criação de novos cursos de graduação. As ações para aprofundamento da flexibilização curricular e das inovações pedagógicas são apresentadas no projeto e consistirão da revisão dos currículos dos cursos e do estabelecimento do chamado ‘núcleo fundamental comum’ aos cursos de graduação.

Para João Chrysóstomo de Resende Júnior, membro da Comissão “a criação desse núcleo objetiva preparar os estudantes da Ufla em áreas fundamentais para o crescimento humanístico, social e profissional. A idéia, que deve ser alvo de intensa discussão dentro dos próximos seis meses, é que o núcleo seja definido e estabelecido no Projeto Pedagógico Institucional, de maneira que conteúdos disciplinares fundamentais como ética e cidadania, comunicação e expressão, língua estrangeira, fundamentos essenciais nas áreas das Ciências Exatas e da Terra e das Ciências da Vida, sejam comuns a todos os cursos da Ufla”.

Os currículos deverão ser reorganizados de maneira que os conteúdos curriculares comuns a todos os cursos ou grupos de cursos sejam aglutinados de tal maneira que possibilite a otimização de estrutura física e de pessoal e promova a interação entre estudantes. Também, a sedimentação de uma estrutura acadêmica que possibilite a implantação efetiva da prática da interdisciplinaridade e aumente a flexibilidade, pontos fundamentais de currículos contemporâneos.

O estabelecimento desse sistema poderá ser uma base para futuras modificações para os bacharelados em grandes áreas do conhecimento. Nos cursos de graduação já estabelecidos, existem hoje 2630 alunos. Nos três cursos noturnos implantados em 2007, quando estabilizados, serão mais 800 estudantes. Com o Reuni, haverá uma expansão de mais 1045 estudantes, nos cursos já existentes, entre os anos de 2008 e 2012. Tal expansão será acompanhada de diversas modificações estruturais, de recursos humanos e pedagógicos.

Além da ampliação da oferta de vagas nos cursos estabelecidos serão criados sete cursos novos de graduação, com uma oferta total, ao longo de cinco anos, de 1825 vagas. Esses cursos representam várias áreas do conhecimento e contribuirão para o amadurecimento da pluralidade na Ufla. Dentre esses cursos, quatro serão ofertados no período noturno, o que permitirá o aumento de eficiência no uso da estrutura da universidade e a ampliação da relação com diferentes segmentos da sociedade.

Todo o processo de reestruturação e expansão do ensino superior na Ufla será acompanhado pela ampliação dos recursos humanos, adequação de infra-estrutura, renovação de práticas pedagógicas e convergência das ações de extensão, pós-graduação, pesquisa e assistência estudantil para a consecução da proposta.

Comissão
Gabriel José de Carvalho – presidente, Nadiel Massahud, Joel Augusto Muniz, Hilário Antônio de Castro, Maria Helena de Castro, João Chrysostomo de Resende Júnior, Cláudia de Fátima Dias Pontello, Luiz Antônio de Bastos Andrade, Paulo César Lima, Angelita Duarte Corrêa, Lisete Chamma Davide, Luiz Henrique Andrade Correia, Carlos Henrique da Purificação e Souza, Priscila Vieira Rosa Logato e a discente de pós-graduação Melissa Vieira Leite.

MEC anuncia R$ 1,5 bilhão para gastos extras em 2008

O Globo, 13/12/07

Demétrio Weber

Medidas beneficiam de crianças em creche a doutores

BRASÍLIA. O Ministério da Educação (MEC) anunciou ontem um investimento adicional de R$ 1,5 bilhão no PAC da Educação, em 2008, com medidas que beneficiam desde crianças em creches até doutores. O dinheiro financiará a oferta de merenda e transporte nas escolas de ensino médio, a expansão do ensino técnico, a compra de computadores, o auxílio para a moradia e a alimentação de universitários, além de bolsas de R$ 350 por mês para 20 mil futuros professores que dêem aulas de reforço na rede pública.

As ações complementam o PAC da Educação lançado em abril pelo presidente Lula. Parte delas já tinha sido anunciada e depende da aprovação de projeto de lei enviado ao Congresso.

É o caso da oferta de merenda no ensino médio, que tem 8,2 milhões de estudantes na rede pública. Hoje, o governo só repassa recursos para creches, pré-escolas e turmas de ensino fundamental. O mesmo vale para o transporte escolar, que poderá ser estendido ao ensino médio e infantil rural, beneficiando 1,14 milhão de alunos.

Outra iniciativa que pode ser ampliada no Congresso é o Programa Dinheiro Direto na Escola, que repassa valores para pequenas compras e reformas, mas não beneficia o ensino médio.

As ações, se aprovadas, custarão R$ 623 milhões em 2008.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que é preciso melhorar todos os níveis de ensino, e não focar ações, como fez o governo Fernando Henrique, que priorizou o ensino fundamental. Segundo Haddad, os professores da educação básica são formados nas universidades, o que mostra a interligação do sistema: — Se nós queremos galgar posições na educação básica, temos que ter uma melhor formação de professores.

Lula participou do evento, no Palácio do Planalto, mas não discursou.

Universitários terão bolsa para dar aulas de reforço O MEC vai dar 20 mil bolsas de R$ 350 por mês a universitários de cursos de formação de professor e licenciatura de matemática, química, física e biologia.

Dez mil bolsas devem durar um ano e o restante, um semestre.

Os bolsistas darão aulas de reforço em escolas públicas.

Mestrandos e doutorandos, que já têm bolsas da Capes e do CNPq, serão selecionados para trabalhar na Universidade Aberta do Brasil, que oferece cursos de graduação à distância. Eles receberão de R$ 600 a R$ 900 ao mês. Até 1.500 doutores em início de carreira que se engajarem em projetos de pesquisa com empresas de tecnologia receberão bolsas de R$ 3,3 mil e R$ 12 mil para compra de material.

A Caixa Econômica Federal deverá contratar, como estagiários, 3 mil estudantes atendidos pelo programa Universidade para Todos (ProUni), que atende alunos de baixa renda.

As medidas anunciadas

O MEC diz que planeja gastar R$ 1,5 bilhão em novos programas em 2008. As principais ações:

MERENDA: R$ 362 milhões para atender 8,2 milhões de alunos de escolas públicas de ensino médio.Hoje, só escolas de ensino fundamental e infantil recebem dinheiro para a merenda. Depende de projeto de lei enviado ao Congresso.

TRANSPORTE ESCOLAR: R$ 103 milhões para atender 1,14 milhão de alunos na educação infantil e no ensino médio. Depende de projeto de lei enviado ao Congresso.

DINHEIRO NA ESCOLA: R$ 156 milhões para escolas de educação infantil e ensino médio onde estudam 12,5 milhões de alunos. O Programa Dinheiro Direto na Escola cobre despesas com equipamentos e reformas. Depende de projeto de lei enviado ao Congresso.

BRASIL PROFISSIONALIZADO: R$ 200 milhões para municípios e estados criarem escolas técnicas que mesclem o ensino médio tradicional com profissionalização dos alunos.

ENSINO TÉCNICO À DISTÂNCIA: R$ 70 milhões para cursos à distância na área de serviços, na nova Escola Técnica Aberta do Brasil.

COMPUTADORES: R$ 400 milhões para levar computadores e internet a 20 mil escolas públicas.

ASSISTÊNCIA: R$ 140 milhões para apoiar universitários de baixa renda em moradia, alimentação, saúde e transporte universitário. Será dada prioridade a alunos que tenham concluído o ensino médio na rede pública ou com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo e meio (R$ 570).

PROFESSORES: R$ 70 milhões para 20 mil universitários matriculados em cursos de formação de professores, como pedagogia e licenciaturas.

A bolsa será de R$ 350 por mês. Os bolsistas darão aulas de reforço nas escolas públicas.

Fonte: Ministério da Educação.

Obstáculos ao diálogo entre escola e pais

O Estado de São Paulo, 13/12/07

Maria Alice Setubal *

O anúncio de planos de governos, a polêmica sobre o grande absenteísmo de professores da rede pública de São Paulo e a divulgação dos dados sobre exames oficiais de avaliação reacenderam o debate sobre a qualidade do nosso ensino, especialmente o da escola pública.

Embora não seja uma novidade, a participação dos pais – no apoio à gestão escolar ou no acompanhamento do desempenho de seus filhos – tem sido apontada por recentes estudos como um dos elementos fundamentais para alcançarmos a melhoria da educação no Brasil. Entretanto, essas mesmas pesquisas afirmam que a maioria dos pais está preocupada apenas com a freqüência à escola, e não com a qualidade do ensino.

Uma vez que os pais sabem quais são as melhores escolas de seu bairro e têm clareza da importância de que seu filho deva saber se expressar oralmente, ler e escrever com desenvoltura e aprender a lidar com o computador, não faz sentido afirmar que não se preocupam com a qualidade do ensino oferecido pela escola.

Se, de fato, buscamos compreender o comportamento dos pais em relação à escola, torna-se necessária uma análise mais aprofundada sobre as dificuldades de relacionamento e as diferenças de culturas entre a escola, os alunos e suas respectivas famílias, especialmente nas regiões de maior vulnerabilidade social.

As experiências do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e da Fundação Tide Setubal – tanto na implementação de projetos educacionais quanto comunitários – apontam, por exemplo, que a equipe escolar demonstra uma apatia e uma sensação de impotência preocupantes, sobretudo na rede pública dos grandes centros urbanos.

Não se trata de percorrer o caminho fácil de desresponsabilizar os pais e jogar todo o peso sobre os educadores. Muito menos de propor a reinvenção da roda, sugerindo que os pais sejam chamados mais vezes à escola. Afinal, os pais – geralmente as mães, que são as que comparecem às reuniões – estão saturados de tanto ouvir a mesma a ladainha dos educadores, que se resume a reclamações sobre o comportamento de seus filhos e de como não sabem educá-los para os padrões da vida escolar.

Também parece claro que a escola, sozinha, não resolverá todos os seus problemas. É importante que se articule com outras instâncias, como os Conselhos Tutelares, as ONGs, as bibliotecas e os clubes comunitários, para que possa dar conta da educação em tempo integral.

Tudo isso é sabido, porém não é suficiente para explicar de forma satisfatória a ausência de participação dos pais. É preciso ir mais fundo e verificar que fatores obstaculizam o diálogo com a escola. Destacarei aqui aqueles que considero decisivos.

Um primeiro aspecto a ser observado são as diferenças entre a cultura letrada e a cultura oral. A escola é por excelência o local da cultura letrada. Todas as suas atividades, especialmente as aulas, são norteadas por essa lógica, muitas vezes linear e de sacralização do texto escrito. Essa concepção acaba por impor barreiras não só aos alunos, mas principalmente aos seus pais. Isso porque a lógica da escrita pressupõe conhecimento prévio, abstração, organização do pensamento e planejamento, que não encontram eco numa população movida pela cultura oral, em que o pensamento é menos estruturado, mais extensivo, concreto e repetitivo em suas explanações.

Outro aspecto relevante diz respeito às próprias características da escola como local da hierarquia, da ordem, da presença do Estado. Portanto, da legalidade e da burocracia. São dimensões inerentes à escola. Ora, especialmente nas regiões de alta vulnerabilidade social, essa escola tem de dialogar cotidianamente com comunidades que vivem numa tênue fronteira entre o lícito e o ilícito, o legal e o ilegal – moradia sem documentação, luz, água e TV a cabo que chegam via ´gato´, vínculo empregatício precário e informal. Isso sem falarmos na convivência amedrontadora com o tráfico de drogas. Ou seja, mundos regidos por ordens opostas.

Esse cotidiano de vulnerabilidade socioeconômica dos pais nos conduz a outro aspecto de extrema importância: a descrença nas políticas públicas, a falta de esperança, a hipersensibilidade e o ressentimento decorrentes da exclusão social de que são vítimas. Daí um apego maior ao presente decorrente da necessidade de sobrevivência, na qual não cabe planejamento ou visão de futuro. Isso inviabiliza que os pais possam ouvir, concentrar-se e opinar sobre questões muito gerais, abstratas.

Por último, mas não menos importante, há uma dupla barreira relativa ao currículo. De um lado, a distância entre o que se ensina e a realidade da sociedade contemporânea, do mundo vivido pelos alunos. Do outro, a falta de incorporação ao currículo das histórias, dos valores, da arte e dos costumes da comunidade onde a escola se insere. Com isso, o aluno e seus pais não se reconhecem nem se identificam com os conteúdos transmitidos pela escola. Ao contrário, sentem-se mais uma vez excluídos, já que seu universo cultural não é levado em conta.

Esses são apenas alguns aspectos que dificultam, e muito, o diálogo entre a escola e os pais. A criação de conselhos escolares e associações de pais atuantes são essenciais, mas não suficientes para superarmos esses obstáculos. Enfrentar as questões apontadas não é tarefa simples. Entretanto, se não forem levadas em consideração, seguiremos – escola, educadores e estudiosos – a reclamar a ausência de participação dos pais sem entender o que gera esse fenômeno.

* Maria Alice Setubal, socióloga, mestre em Ciências Políticas pela USP e doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP, diretora-presidente do Cenpec, fundadora e presidente da Fundação Tide Setubal, foi consultora do Unicef na área educacional para a América Latina e o Caribe

Presidente Lula reforça Plano de Desenvolvimento da Educação

Portal G1, 12/12/07

Sandro Lima

Novas medidas foram anunciadas nesta quarta-feira no Palácio do Planalto.

Objetivo é fortalecer ensino de nível médio e superior.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, uma série de atos complementares do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado pelo governo federal em abril deste ano.

Trata-se de um conjunto de medidas, regulamentadas por projetos de lei e decretos, que cria duas universidades, regulamenta o pagamento de horas extras para servidores e professores de medicina de universidades federais, amplia o alcance dos programas de Apoio ao Transporte Escolar e Nacional de Alimentação Escolar e o Dinheiro Direto na Escola.

As medidas também reforçam o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) para dotar de computador todas as escolas públicas do País até 2010, com um investimento de R$ 1,2 bilhão nos próximos três anos.

Mais 25 mil cargos serão criados para compor os quadros de pessoal das 150 novas escolas técnicas federais e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia (Ifets), que estão sendo criados a partir do lançamento do PDE.

A partir de 2011, os gastos anuais previstos com servidores de direção e funções gratificadas serão de R$ 67,9 milhões, enquanto que a despesa com os 21,3 mil professores e técnicos é estimada em R$ 717,6 milhões por ano.

Entre as medidas implementadas, estão o fortalecimento do Programa Nacional de Pós-Doutorado e do Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil. Serão implementados cursos profissionais de nível médio a distância e o investimento de R$ 39 milhões na concessão de bolsas para professores da educação básica.

O governo vai investir, nos próximos três anos, R$ 1,391 bilhão para estruturar o ensino médio e articular as escolas aos arranjos produtivos locais e regionais.

Novas universidades

Nessa quarta, foram assinados projetos de lei que criam a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Os projetos de lei serão enviados ao Congresso Nacional.

A Ufopa, com sede em Santarém (PA), será um desmembramento da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e tem como meta atender 10.710 estudantes nos cursos de graduação, mestrado e doutorado.

A Unila, com sede em Foz do Iguaçu (PR), oferecerá, preferencialmente, cursos em áreas de interesse mútuo dos países-membros do Mercosul, com ênfase em temas envolvendo exploração de recursos naturais e biodiversidades transfronteiriças, estudos sociais e lingüísticos regionais, relações internacionais e outras áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento regional. A meta é atender atender dez mil estudantes em cursos de graduação, mestrado e doutorado.

UFLA tem novo vice-reitor

Com o pedido de exoneração do professor Ricardo Pereira Reis do cargo de vice-reitor, em 26 de novembro, o reitor, em conformidade com os previstos na Lei nº 9.192, de 21/12/95 e Decreto nº 1.916 de 23/05/96, convocou o Colégio Eleitoral, para organizar a lista tríplice para a escolha do novo vice-reitor, que completará o mandato até o mês de junho de 2008.

Na reunião, foram apresentados os nomes dos docentes Elias Tadeu Fialho, José Roberto Soares Scolforo e Joel Augusto Muniz, sendo eleito o professor Elias Tadeu Fialho.

O reitor Antônio Nazareno, no uso da subdelegação que lhe foi conferida pelo Ministro de Estado da Educação, por meio da Portaria n º 1.048, de 14 de outubro de 1996, publicação no Diário Oficial da União de 15 seguinte, p. 7543, Seção 2, procedeu à nomeação do vice-reitor Elias Tadeu Fialho, e sua posse aconteceu em cerimônia na sala dos conselhos, com a presença de amigos, familiares, servidores técnico-administrativos e docentes.

Universidade Federal de Lavras