Alta da renda agrícola no Sul de MG é influenciada por aumento nas hortaliças

O Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE) calculou os Índices de Preços Recebidos (IPR) e de Preços Pagos (IPP) no Sul de Minas Gerais de janeiro de 2013. O IPP, referente aos insumos gastos pelos produtores rurais, teve uma alta de 0,18% e o IPR, referente à venda dos produtos agrícolas, apresentou um aumento de 3,41%.

No IPR, destacou-se o grupo das hortaliças, com elevação nos preços, em média, de 23,99%. Para o professor Renato Fontes, coordenador da pesquisa, esse grupo voltou a apresentar grande volatilidade nos preços dos hortifrúti, devido às chuvas e à alteração nas temperaturas médias – o que compromete o desenvolvimento ideal dessas commodities, resultando em uma menor disponibilidade para consumo e qualidade inferior.

Tomate (84,76%), abóbora (20,83%), abobrinha (25,00%), batata (19,80%), batata Fiúza (16,67%), couve-flor (25,00%), brócolis (15,79%), cenoura (14,00%) e rabanete (49,18%) são alguns dos produtos que apresentaram maior alta nessa categoria.

O grupo dos cereais, composto por milho, feijão e arroz, fechou em alta de 1,42%. O feijão, com elevação de 20,73%, foi o produto que mais contribuiu para o somatório do grupo. Esse aumento é reflexo do excesso de chuvas em algumas regiões produtoras do Brasil, que provocou atrasos na colheita e fortes prejuízos em algumas lavouras – o que reduziu a disponibilidade do grão no mercado consumidor. Como o estocamento do arroz garante um piso de preço melhor para o produto, teve um aumento inferior ao do feijão: 6,67%. Já o milho apresentou uma elevação de 1,56%.

O IPP apresentou ligeiro aumento de 0,18%. A alta no preço dos defensivos agropecuários, como inseticidas e parasiticidas, é resultado da conjuntura socioeconômica mundial que vem se modificando e afeta o equilíbrio entre oferta e demanda de agroquímicos. Para o professor Renato, isso afeta, ainda, o abastecimento do mercado pelos diversos tipos de insumos agrícolas e os altos custos com alimentação para o gado leiteiro, principalmente por causa da ração que segue com preços firmes, reflexo dos preços do milho e soja.