Arquivo da tag: Indice de preços agrícolas

Preços dos hortifrútis recuam e afetam negativamente renda do produtor rural sul-mineiro

índices agrícolasO Índice de Preços Recebidos (IPR) e o Índice de Preços Pagos, referentes à venda dos produtos agrícolas e aos insumos gastos pelos produtores rurais no Sul de Minas Gerais, respectivamente, apresentaram queda em julho. Os índices ficaram em -0,10% e -0,069%, de acordo com trabalho mensal de coleta e divulgação, realizado no Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE).

Em julho, a pesquisa detectou queda no preço no grupo das hortaliças e grãos: de -12,25% nas primeiras, puxado principalmente pelo tomate (-48,39%), couve (-17,86%) e cebola (-13,51%). Para o coordenador da pesquisa, professor Renato Fontes, a queda no preço do tomate se deu devido ao aumento de sua oferta no mercado. E isso já era esperado, porque o período de colheita da safra de inverno foi iniciado e não houve problemas climáticos ou fitossanitários neste ano. Como o produto atingiu preços elevados nos meses anteriores, os produtores foram estimulados a investir em novas áreas de produção e melhorar os tratos culturais, aumentando a oferta.

O grupo das hortaliças não obteve uma queda maior porque alguns produtos foram contra essa tendência, como o pepino (que obteve aumento de 32,14%), o pimentão (31,69%) e os brócolis (26,67%). Dificuldades associadas à logística de escoamento da produção (principalmente pelas paralisações das rodovias) são fatores que contribuíram para o aumento pontual, na avaliação do professor Renato.

Já no grupo dos grãos, a baixa no preço ocorreu principalmente pela redução nos preços do arroz (-3,31%) e do milho (-4,69%). Em alta, os grupos do leite e do café evitaram uma queda ainda maior da renda do produtor no comparativo ao mês de junho. O leite, aumentando desde o inicio do ano, obteve elevação de 1,19%; já o café, depois de longo período de quedas no preço, esboçou uma melhora de 1,73% em relação a junho.

Segundo o professor Renato Fontes, o aumento do preço do leite parece contraditório com a teoria econômica à primeira vista, pois a produção avançou em julho e isso levaria ao aumento da oferta e consequente pressão para baixo no preço. Porém, o que vem acontecendo com o setor lácteo é um descompasso entre a oferta e demanda por produtos lácteos no mercado internacional, o que reflete na precificação dessa commodity. O IPP manteve-se estável, sem oscilações significativas – fato normal para essa época do ano, devido à espera do inicio dos plantios.

Acumulado de 2013

No acumulado de 2013 (janeiro a julho), a renda agrícola apresenta queda de -3,26%. Dois grupos que têm contribuído para a elevação da renda do produtor rural desde o início do ano são o das hortaliças e o do leite. As hortaliças têm um acumulado que chega a 18,34%, mesmo que seu grupo esteja em tendência de queda desde maio; o do leite atingiu aumento de 4,60%.

 

Indicadores agrícolas sinalizam alívio no campo

Depois de três meses em que as estimativas da UFLA indicaram queda no faturamento no campo, os indicadores agrícolas sinalizaram uma reversão da economia rural em agosto de 2011, em que a renda do setor agropecuário superou os custos de produção, conforme dados levantados pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), por meio dos cálculos dos Índices de Preços Agrícolas.

De acordo com o professor Ricardo Pereira Reis, no caso específico do mês de agosto, o Índice de Preços Recebidos (IPR) teve uma alta de 3,41% e o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agrícolas ficou mais caro 0,98%. Em maio, a renda no campo caiu 0,72%, quedas de 3,85% em junho e de 0,87% em julho. No acumulado dos últimos doze meses (setembro/2010 a agosto/2011), o IPR está em 25,25% e o IPP, alta de 4,64%.

 As contribuições para a melhoria da renda agrícola em agosto vieram do setor graneleiro: para o arroz foi pago 8,7% a mais do que no mês anterior; o feijão teve alta de 5,08% e o milho ficou mais caro no campo, 12,16%. O setor leiteiro também viveu um momento de tranquilidade, com alta de 9,59% para o leite tipo B e aumento de 6,08% para o tipo C. Já a cotação do café não sofreu alterações de preços no mês.

Entre os itens que compõem os hortifrutigranjeiros, as maiores altas ficaram concentradas nos seguintes produtos: banana (2,04%), batata (5,81%), cenoura (5,75%), couve (9,09%), pimentão (16,92%), repolho (8,65%), tomate (9,49%) e frango abatido, cuja alta foi de 5,88%. E entre os produtos que ficaram mais baratos no campo, destacam-se: cebola (-7,5%), mandioca (-7,69%) e quiabo, com queda de 0,98%.

Entre os insumos agrícolas, as maiores altas em agosto ficaram localizadas nos fertilizantes (1,57%), sementes e mudas (8,68%), maquinas e equipamentos (0,68%) e frete do leite, cuja alta para o pecuarista foi de 21,74%. As maiores quedas nos insumos ficaram com os fungicidas, herbicidas, inseticidas, antibióticos, vermífugos e vacinas.