Andifes lança Plano Nacional de Assistência Estudantil

A Andifes lança, na noite desta terça-feira (07/08), o Plano Nacional de Assistência Estudantil. Meta prioritária da Associação, a proposta apresenta as diretrizes norteadoras para a definição de programas e projetos dessa natureza, satisfazendo essa que é uma demanda da sociedade e dos alunos.

Em 2004, o Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace) realizou estudos que demonstram que o perfil socioeconômico da sociedade brasileira está reproduzido no perfil dos alunos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Esse trabalho identificou as dificuldades socioeconômicas de uma parcela significativa do segmento estudantil como uma das causas da evasão e da retenção.

O Plano Nacional de Assistência Estudantil busca a solução dessa demanda por meio da articulação de ações assistenciais para a permanência e a conclusão de curso por parte dos estudantes carentes, na perspectiva de inclusão social, de melhoria do desempenho acadêmico e de qualidade de vida. A meta é a criação de um Fundo para Assistência Estudantil, com valor equivalente a 10% do orçamento anual de Outros Custeios e Capitais (OCC) das IFES. Esses recursos, providos pelo Ministério da Educação, serão adicionados aos já aplicados atualmente pelas instituições.

Na ocasião, serão homenageados os ex-presidentes da Andifes, Wrana Maria Panizzi e Emídio C. de Oliveira Filho. A professora Wrana é a atual vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O professor Emídio atua como diretor de Programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(Capes).

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Diretório Nacional da Andifes organiza pontos para próxima reunião do Pleno

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foi um dos pontos abordados, na manhã de hoje (07/08), durante a LXVª reunião ordinária do Diretório Nacional da Andifes. A Associação realiza, internamente, nesta tarde, o seminário ‘Reestruturação e Modernização das IFES em busca da expansão com qualidade’.

O seminário contará com apresentações de algumas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), que se inscreveram para mostrar aos dirigentes os modelos de expansão em estudo por elas. O objetivo é favorecer a troca de informações e experiências entre as instituições.

O Reuni será debatido durante a LXIVª reunião ordinária do Conselho Pleno da Andifes, que acontecerá amanhã (08/08), na sede da Associação, em Brasília. Na ocasião, os dirigentes formularão um documento, que será entregue ao MEC, com sugestões de ajustes ao programa.

A reunião do Conselho Pleno analisará, também, a proposta de transformação dos Hospitais Universitários em fundações estatais de direito privado. Estarão presentes no debate o presidente da Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue), José Roberto Ferraro, a secretária executiva do Ministério da Saúde, Márcia Bassit Lameiro da Costa Mazzoli, a diretora do Departamento de Desenvolvimento da Educação Superior (Dedes/SESu/MEC), Maria Ieda Costa Diniz, o secretário do Departamento de Residências e Projetos Especiais na Saúde (Derem/SESu/MEC), o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lúcio José Botelho, procuradores gerais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), José Humberto Nozella, e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Giuseppi da Costa.

O coordenador nacional do Fórum Nacional dos Auditores Internos das Instituições Federais Vinculadas ao Ministério da Educação (Fonai/MEC), Francisco Monteiro, participou da reunião do Diretório Nacional, ocasião em que apresentou o fórum, um organismo de estudos e pesquisa que visa a interação das auditorias internas para a criação, a implantação e o aperfeiçoamento de métodos e técnicas de auditoria.

Francisco Monteiro ressaltou ser fundamental a estruturação do trabalho desenvolvido pelos auditores internos das IFES. Para ele, treinamento, capacitação e especialização, aliados à autonomia dos profissionais responsáveis pela auditoria interna das universidades contribuirão para que a melhoria das relações entre as instituições e a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (CGU). ‘Queremos ser vistos pela comunidade acadêmica como parceiros na defesa de uma gestão de qualidade’, afirmou.

O Diretório Nacional solicitou um documento formalizando as propostas do Fonai quanto à questão da auditoria interna das IFES. Após a apresentação deste, os dirigentes poderão compreender quais os objetivos específicos do fórum e, se for o caso, encaminhar a demanda ao Conselho Pleno da Associação para um debate mais aprofundado.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Pesquisadores da Ufla desenvolvem pesquisas sobre o mercado e realizam análises virológicas de sementes de batata

Monalisa não é apenas a obra-prima de Leonardo da Vinci. Asterix e Baraka não servem somente para nomear personagens de jogos e desenhos animados. Atlantic, Bintje, Araucária, Elvira, Panda, Mondial. Todos esses nomes, na verdade, são variedades de uma velha conhecida que figura nas mesas de casas e restaurantes de todo o mundo. Originária dos Andes do Peru e da Bolívia, ela é cultivada há mais de sete mil anos. Pode ser cozida ou assada e, na forma frita, é sensação entre as crianças. Trata-se da batata, quarto alimento mais consumido no mundo, depois apenas de arroz, trigo e milho.

No Brasil, são produzidas cerca de 15 toneladas de batata por hectare, quantidade baixa, se comparada com a produção européia, que alcança a média de 40 toneladas por hectare. Minas Gerais, em especial a região sul do Estado, se destaca pela produção que, somada à de grandes produtores, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, alcança 90% da produção nacional.

Em 2006, o Brasil registrou a maior crise do setor produtivo de batata dos últimos 30 anos. Devido à superoferta do produto, o preço chegou a ficar muito abaixo do custo de produção, ocasionando graves prejuízos aos produtores. Além disso, as chuvas de dezembro e janeiro impossibilitaram muitos bataticultores de escoarem a produção. O resultado foi o desperdício noticiado na grande imprensa, quando toneladas de batatas foram parar no lixo.

Muitos bataticultores tiveram sérios problemas com a acentuada queda dos preços, chegando a perder boa parte da produção. Foi o caso do empresário rural Nelson Hiroshi Hasui, que planta anualmente cerca de 300 hectares de batata, na cidade de Ibiá, região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais. No ano passado, o prejuízo de Hasui ultrapassou R$ 1 milhão. Segundo ele, durante a crise, o preço da saca variou entre 8 e 12 reais. “Hoje o preço subiu um pouco, varia entre 40 e 45 por saca”, diz o empresário. De acordo com empresário, muitos produtores tradicionais estão desistindo de plantar batata porque se tornou um negócio muito instável. “É porque muitos desistiram de plantar que o preço melhorou”, explica.

Casos como o de Nelson Hasui mobilizaram a equipe do Centro de Inteligência da Batata (CIB), localizado na Universidade Federal de Lavras (Ufla), em busca do desenvolvimento de uma metodologia de previsão e acompanhamento das safras de batata em Minas Gerais. “A previsão de safra será utilizada com o intuito de subsidiar os produtores em suas tomadas de decisões a respeito da produção. Na sua construção, serão aglutinadas todas as informações referentes ao setor, como intenção de plantio, volume de insumos negociados, entre outras”, explica o coordenador geral do Centro de Inteligência em Mercados (CIM), Luiz Gonzaga de Castro Júnior.

O CIB é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e o CIM, da Ufla. Foi criado com a missão de viabilizar a captação e a produção da informação sobre o agronegócio batata em Minas Gerais, além de criar conhecimento por meio de análises e estudos e catalisar esforços estratégicos para definir políticas e ações para o desenvolvimento sustentável.

Em 2006, ano de criação do Centro, a equipe de pesquisadores do CIB, coordenada pela administradora Nádia Carvalho, desenvolveu um projeto de caracterização dos principais municípios produtores de batata nas regiões do sul de Minas, Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. O estudo identificou tipos e variedades do produto, destacando os principais usos e percentuais de produção, caracterizando os sistemas produtivos com suas respectivas porcentagens de aplicação e apontando os canais e as margens de comercialização.

Na pesquisa, foram aplicados questionários, respondidos por técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), nos 25 municípios que mais produzem no Estado. “Levantamos informações como área, mão-de-obra e escoamento da produção, identificando para onde ela se destina, ou seja, se é para consumo in natura ou para indústria, por exemplo”, explica Nádia Carvalho.

Os resultados apontaram que o número de produtores nos municípios pesquisados fica, em sua maioria, abaixo de 50. Em alguns, localizados no sul de Minas, o número é mais alto, variando entre 100 e 330. Quanto à produção, nem todos os municípios listados plantam nas três safras do ano, que acontecem, normalmente, nos períodos de janeiro a março, abril a julho e agosto a dezembro. Grande parte da produção regional é destinada a Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Campinas.

A pesquisa levou em conta detalhes diversos como mão-de-obra, infra-estrutura, maquinário, sistema de irrigação e produção, insumos, plantio, colheita, cultivares plantadas, forma de gestão, entre outros. Muitos desses dados serão utilizados na pesquisa para previsão de safra, que será desenvolvida neste ano nos principais municípios produtores de batata do Estado. “Vamos levantar as potencialidades desses municípios em relação à produção de batata, ver desse potencial o que está sendo utilizado e, a partir daí, fazer um planejamento e o acompanhamento para dar suporte ao setor”, diz Nádia Carvalho.

O projeto, encaminhado à Fapemig pelo Edital Universal 2007, visa a criar uma rede de informações com os principais agentes do setor, identificando métodos de produção e potencialidades dos principais municípios produtores, a fim de orientar bataticultores e fortalecer a cultura da batata. A proposta será aplicada durante as três safras, analisando quatro fases em cada uma delas: intenção de plantio, plantio, colheita e comercialização. “Vamos acompanhar não só a questão do produtor, mas também a parte dos insumos e a do comércio”, explica Nádia.

Durante a pesquisa, inicialmente com algumas visitas de campo, serão aplicados questionários para levantamento de dados, que serão tratados e posteriormente disponibilizados para consulta no site do centro(www.cimagro.com.br/cib). “Depois que montarmos a rede de informações, o processo ficará mais dinâmico, com os próprios informantes enviando informações”, diz Luiz Gonzaga de Castro Júnior.

A proposta é ampliar a pesquisa realizada em 2006, aumentando a variedade de dados e o número de produtores envolvidos. “Pretendemos atender todos os produtores, pois muitos já ligam para o CIB pedindo informações que, para eles, são fundamentais”, conta o pesquisador. Segundo ele, a primeira pesquisa foi uma caracterização voltada principalmente para técnicos e grandes produtores. O novo projeto abrange número maior de produtores e considera todos os elos da cadeia produtiva. “Quando se monta uma previsão, não se pode considerar somente a intenção de plantio por parte dos produtores. É preciso cruzar informações entre todos os elos da cadeia para ver se de fato haverá aumento produtivo da batata ou redução”, esclarece.

Segundo afirma o coordenador do CIM, a idéia é que a previsão de safra seja um projeto contínuo, garantindo uma prestação de serviço aos bataticultores. “O lançamento do projeto vai dar suporte ao produtor e isso não pode começar e parar”, diz. Há uma grande oscilação no mercado produtor de batata por questões vinculadas à demanda. “As pessoas brincam que o produtor fica rico em um ano e pobre em outro”, comenta Gonzaga. “Se aumenta a oferta, o preço cai e podem acontecer casos extremos, como no ano passado”, diz. “Se houver a previsão de safra e o setor tentar organizar essa safra através da informação, no final não haverá questões de superação da oferta ou escassez do produto e,
conseqüentemente, não haverá grandes oscilações no preço, reduzindo o risco para o produtor.”

Da semente à indústria

A completa caracterização do sistema produtivo implica em detalhar cada uma das etapas e instrumentos do processo. No caso da batata, significa acompanhar desde a semente até a comercialização, seja na forma in natura ou processada. No Brasil, os dois extremos não têm tradição. O País importa 98% da batata processada consumida, o que inclui a forma congelada pré-frita, a batata em flocos (para sopa) e a frita industrializada. Segundo Nádia Carvalho, o consumo interno desse tipo de produto é alto, mas a produção é muito pequena. “É uma questão financeira, é preciso fazer um investimento muito alto e trabalhar com parceiros fortes para sobreviver no mercado”, afirma. “O Brasil tem mercado para a batata processada, mas muitos empresários acham que é arriscado”, diz a coordenadora do CIB.

No caso da batata semente, o número de importação também supera o de produção própria. França e Holanda são os principais exportadores para o Brasil. De acordo com Nádia Carvalho, o solo brasileiro é apropriado para plantio, mas a produção é cara. “Tem que haver toda uma estrutura para produzir e armazenar essa batata,” observa. De acordo com o bataticultor Nelson Hasui, o negócio de batata semente é ainda mais arriscado que a produção de batata para consumo. “Quando temos crise no mercado de batata, ninguém compra a semente; então, só nos resta plantar ou jogar fora”, afirma. “O prejuízo pode chegar a 100%,” complementa.

Apesar dos riscos, Hasui também investe nesse tipo de produção. Para atender às exigências do Ministério da Agricultura e Abastecimento, o empresário envia amostras ao Centro de Indexação de Vírus de Minas Gerais, localizado na Ufla, sob a coordenação da professora Antônia dos Reis Figueira. Esse é o único laboratório do gênero em Minas Gerais, desde 1986. Nele são realizados testes virológicos em batatas semente, semelhantes ao teste de HIV, capazes de detectar quatro tipos de vírus, causadores de doenças na plantação: o vírus do enrolamento (PRLV), o vírus do mosaico (PVY), o PVX e o PVS.

O vírus do enrolamento (ou PRLV) torna as folhas da planta quebradiças e enroladas, gerando tubérculos menores e menos numerosos que os de plantas sadias. Já o vírus PVY pode causar de mosaico a necrose (morte da célula), além de levar ao subdesenvolvimento da planta, sendo capaz de provocar perdas de até 100% da plantação. O PVS e o PVX são caracterizados por não induzirem a sintomas visíveis, podendo, entretanto, causar perdas significativas, principalmente se estiverem associados ao PVY e ao PRLV.

Segundo esclarece a responsável técnica pelo laboratório, Luciene de Oliveira Ribeiro, as análises são solicitadas por produtores, a fim de identificar o índice de vírus nos tubérculos que serão utilizados como sementes, seguindo exigências do Ministério da Agricultura para sua certificação e classificação. A exigência tem a finalidade de efetuar o controle de pragas e doenças e estabelecer parâmetros para comercialização. “Atendemos produtores de todo o Estado de Minas Gerais e de qualquer outro que nos procure”, diz a coordenadora Antônia Figueira. Para emitir o resultado, é realizado o teste Elisa (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), que permite a detecção do vírus através do uso de anticorpos. Todos os procedimentos seguidos são estabelecidos e acompanhados pelo Ministério da Agricultura. “Nosso laboratório está passando por uma reforma completa, que vai atender às exigências do Ministério para que tenhamos o ISO 17025”, diz Luciene.

Ao chegar para análise, as batatas semente que não possuem broto recebem a aplicação de uma substância denominada bissulfureto, que provoca a brotação no prazo máximo de 10 dias. Os brotos da batata são retirados, isolados em saco plástico, identificados e macerados. Com o auxílio de uma pipeta, o extrato da maceração é colocado em uma placa Elisa, onde permanece de um dia para outro na câmara fria, a uma temperatura de 4ºC.

Após as etapas finais de processamento, a placa é colocada no espectrofotômetro, aparelho que faz a leitura da placa Elisa por meio de coloração e, acoplado a uma impressora, imprime os resultados. Cada placa leva o anticorpo destinado ao vírus que se quer identificar. Quando o resultado é positivo, os orifícios da placa ganham coloração amarela, o que significa que o vírus está presente e reagiu com o anticorpo colocado. A medida é feita pela absorbância (quantidade de luz absorvida a 405 nm) da substância durante o teste. É detectada a presença de vírus, quando o valor da absorbância é igual ou maior a duas vezes a absorbância do controle sadio. “Ao fim do teste, emitimos um laudo, sendo uma cópia enviada ao produtor e outra para controle do Ministério da Agricultura”, relata Luciene.

Dicas e Curiosidades

• Nutricionistas da Food Agriculture and Organization (FAO) afirmam que uma dieta composta de batata e leite poderia suprir, em caráter de emergência, todos os nutrientes dos quais o organismo humano precisa para se manter.

• No Brasil, o tubérculo ficou conhecido por batata inglesa porque era exigido nas refeições de técnicos ingleses que trabalhavam na construção de ferrovias.

• Durante a II Guerra Mundial, a batata consagrou-se como o alimento que salvou milhões de pessoas da morte por desnutrição.

• Alguns governantes impuseram medidas para a difusão da batata na Europa, como Frederico Guilherme, da Prússia, que ordenou a amputação do nariz de todos os camponeses que não cultivassem o tubérculo.

• Ao comprar batatas, procure as firmes, com poucos olhos e sem manchas pretas.

• Quando houver brotos, remova-os. Eles produzem sabor amargo e podem conter solamina, substância tóxica capaz de causar diarréia, cãibras e fadiga.

• Conserve as batatas em local escuro e fresco, mas não na geladeira. Temperaturas menores que 7ºC transformam amido em açúcar, dando à batata um sabor adocicado e tornando-a escura ao ser frita.

• Batatas e cebolas não devem ser armazenadas juntas. Os ácidos das cebolas estimulam a decomposição das batatas, e vice-versa.

• Antes de fritar, coloque as batatas já cortadas por cerca de meia hora no congelador. Elas ficarão secas e macias após a fritura.

FONTE: CIB e Associação Brasileira da Batata (ABBA)

Ariadne Lima

18 Estados não vão cumprir meta do MEC no prazo

O Estado de São Paulo, 07/08/07

Objetivo era atingir nota 6 até 2021, mas apenas 9 Estados conseguirão melhorar o ensino em 14 anos

A medo Ministério da Educação (MEC) para o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) é apenas a nota 6, a ser atingida em 14 anos. A maior parte dos Estados brasileiros, no entanto, vai precisar de mais tempo para conseguir esse índice. Uma projeção feita pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), a pedido do Estado, mostra que, dos 27 Estados, 18 vão precisar de pelo menos dois anos além de 2021 para alcançar esse índice nas turmas de 1ª a 4ª séries. Em alguns casos, como Alagoas e Rio Grande do Norte, a nota só seria atingida pelo sistema público de ensino em 2031.

A meta de alcançar 6 pontos em uma escala de 0 a 10 foi estabelecida pelo MEC levando-se em conta que essa é a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para o mesmo nível de ensino. A OCDE reúne 30 países, incluindo Estados Unidos, Austrália, boa parte da União Européia e também México e Coréia.

No entanto, a qualidade atual da educação brasileira não permite que se imagine que todos os Estados conseguirão chegar a essa média juntos, em 2021. Por isso, o ministério fixou metas diferentes, partindo da situação atual de cada um. Nenhum dos 26 Estados brasileiros nem o Distrito Federal alcançam hoje uma nota no Ideb de 1ª a 4ª séries superior a 5 pontos – e apenas o Paraná chegou a essa pontuação.

Cinco deles têm médias inferiores a 3 pontos, sendo que Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí são os que estão nos últimos lugares, com média de 2,6 pontos. Por isso, apenas sete Estados têm metas superiores a 6 e outros dois, próximos a isso (5,9 pontos).

São os mesmos nove Estados que, na projeção obtida pelo Estado, conseguem alcançar nota 6 em 2021: Minas, Rio, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. É por causa desses Estados que o País como um todo consegue alcançar a média internacional em 2021.

PUXADORES DE MÉDIA

O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes – responsável pela projeção – explica que a média é calculada pelo número de alunos. Isso significa que alguns Estados populosos como São Paulo, Minas e Rio, que vão atingir a meta antes de 2021, puxam a nota nacional.

“Essa é uma projeção feita com base no esforço que os Estados terão de fazer para alcançar a sua meta própria em 2021”, explica Fernandes. “Nada impede que, acelerando esse esforço, o Estado possa alcançar a média 6 antes disso.”

É o que pretende fazer, por exemplo, o Rio Grande do Norte. Hoje, o Ideb do sistema público do Estado é de apenas 2,5 pontos. Pela projeção feita pelo Inep, a meta para 2021 é de apenas 4,8. Para chegar a 6, o Rio Grande do Norte teria de esperar até 2031. Mas a intenção do governo do Estado é alcançar essa nota em 2021. “Trabalhamos com as nossas próprias metas e queremos alcançar a média em 2021. Estamos programando alcançar um investimento de 32% na educação nos próximos anos”, explica a secretária de Educação Ana Cristina Medeiros. Para isso, foi feito um plano específico para atacar analfabetismo juvenil, repetência e evasão, os piores indicadores do Estado.

PIONEIROS

As projeções mostram que três Estados e o Distrito Federal são os que primeiro devem alcançar a nota 6 no sistema de ensino público, em 2017. Quando se inclui o sistema privado, São Paulo e o DF baixam dois anos, e atingem a média em 2015.

De outro lado, o sistema público de Alagoas e do Rio Grande do Norte precisariam ainda de 24 anos para chegar lá. Incluindo-se o sistema privado, os mais lentos – Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia – alcançariam a média em 2029. A diferença, como sempre, pesa contra a região Nordeste e contra os Estados mais pobres.

O MEC pretende trabalhar diretamente com os 1,2 mil municípios com os piores Idebs do País, com planos e investimentos específicos para melhorar os índices.

Para os Estados, no entanto, não existe a previsão de investimentos específicos. A presidente do Conselho dos Secretários Estaduais de Educação, Maria Auxiliadora Rezende, acredita que seria necessária uma elevação grande nos investimentos em educação nos próximos 10 ou 15 anos para superar as diferenças entre as regiões.

“Temos hoje Estados que vão receber complementação da União para alcançar um mínimo de R$ 900 de investimento por aluno, enquanto outros têm por conta própria um investimento de R$ 6 mil por aluno. Se não houver um investimento maior, vai se manter o desequilíbrio”, afirma.

PDE: consultores visitam 80 municípios até 24 de agosto

Começou nesta segunda-feira, 6, mais um ciclo de visitas dos consultores do Ministério da Educação encarregados de fazer diagnósticos dos 1.242 municípios com os mais baixos índices de desenvolvimento da educação básica (Idebs). As vinte equipes continuam concentradas no Nordeste. Até 24 de agosto, os consultores visitarão 80 municípios dos nove estados da região.

Em três dias, duplas de consultores levantam informações sobre o contexto educacional local e traçam as metas a serem atingidas para melhorar o Ideb em cada uma das localidades.

A partir da assinatura do termo de adesão do município ao Compromisso Todos pela Educação, as localidades têm prioridade no repasse de recursos destinados a projetos educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). A adesão é voluntária e prevê o compromisso do município com a implementação das 28 diretrizes. Entre as diretrizes, destacam-se a alfabetização de todas as crianças até os oito anos, combate à evasão e à repetência, promoção da educação infantil e manutenção de programa de alfabetização de adultos.

Laptops — No encontro da semana passada, os consultores receberam laptops com o software CTE Consultor, desenvolvido especialmente para a elaboração dos relatórios sobre cada localidade visitada. “Padronizados, esses diagnósticos vão prever as ações necessárias do Plano de Ações Articuladas em cada município”, diz o diretor de Programas e Projetos Educacionais do FNDE, Leopoldo Jorge Alves Júnior, que atestou, junto aos consultores, o interesse das prefeituras em firmar parceria com o governo federal para mudar a realidade da educação local. A liberação de recursos para os municípios se dará a partir de convênios firmados com o FNDE.

Nesta semana, começam a ser preparadas as ações a serem implementadas nos municípios visitados em julho. “Nossa previsão é que os primeiros convênios sejam assinados no final de agosto”, afirma o diretor.

Assessoria de Comunicação Social do FNDE

Educação comunitária é a base do Projeto Aprendiz

O Projeto Aprendiz, que propõe a educação em tempo integral, serviu de base para a criação de programas semelhantes em outros municípios. Implantado na Vila Mariana, em São Paulo, há dez anos, o projeto trabalha o conceito de bairro-escola, que transforma os espaços potenciais da região em ambientes educativos. A proposta foi apresentada aos secretários municipais de educação das 106 maiores cidades do País nesta sexta-feira, 3, em Brasília.

Segundo o jornalista Gilberto Dimenstein, idealizador do projeto, o trabalho desenvolve ações de educação comunitária e oferece atividades ligadas aos afazeres diários dos estudantes. “Todo o bairro é um lugar de aprendizagem, desde o seu posto de saúde até o clube. Já transformamos um beco em sala de aula para artes plásticas”, explica.

Segundo Dimenstein, as instituições de ensino que participam do Aprendiz têm média entre 6,5 e 7 no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). Ele avalia que o sucesso do projeto deve-se à união da escola, família e comunidade em torno de questões de saúde e psicologia.

O idealizador do programa destaca, ainda, a importância do diretor da escola na realização desse trabalho. “O diretor deve ser um agente comunitário engajado para garantir a aprendizagem das crianças e jovens”, salienta.

Desde que foi criado, o Aprendiz já beneficiou milhares de alunos em São Paulo, especialmente nos municípios de Praia Grande, São José dos Campos, Sorocaba, São Caetano e São Bernardo do Campo, e serviu de exemplo para cidades como Nova Iguaçu (Rio de Janeiro) e Belo Horizonte.
(Flavia Nery)

UFMG prepara-se para sediar Congresso Internacional de Reitores

Integrantes da comissão local do Congresso Internacional de Reitores Latino-Americanos e Caribenhos reuniram-se na tarde de ontem, dia 2, na Reitoria para definir detalhes da organização do evento, que será realizado na UFMG no período de 16 a 19 de setembro.

A reunião de trabalho foi comandada pela professora Ana Lúcia Gazzola, diretora do Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e Caribe (Iesalc), um dos promotores do evento ao lado da UFMG.

“Discutimos os últimos detalhes da programação e estratégias de divulgação do Congresso”, disse a professora, reitora da UFMG no período 2002-2006. Até agora, confirmaram presença dirigentes de 45 universidades do Brasil, Equador, Peru, Colômbia, México, Venezuela e El Salvador, entre outros países.

Segundo Ana Lúcia, o Congresso abordará o compromisso social das universidades da América Latina e do Caribe e abrirá oportunidades para cooperação entre as instituições. “Nossas universidades devem, sim, se preocupar com a produção de um conhecimento de qualidade, mas não podem perder de vista a sua pertinência e relevância. Elas precisam estar enraizadas em sua terra e sintonizadas com o seu tempo”, afirmou a professora, ao lembrar que a universidade é um poderoso instrumento de construção do desenvolvimento sustentável.

Gratuitas, as inscrições para o Congresso de Reitores Latino-Americanos e Caribenhos estão abertas até 16 de agosto no site do evento: www.ufmg.br/ciralc/pt. Apesar do nome, o evento não é destinado apenas a reitores e dirigentes universitários. “Qualquer pessoa interessada no tema do compromisso social pode participar”, ressalta Ana Lúcia Gazzola.

Além da professora Ana Lúcia, a comissão organizadora do evento é formada por Sueli Pires e Grace Gerrero (Iesalc) e pelos professores Eliana Dutra, diretora de Relações Internacionais, Angela Dalben, pró-reitora de Extensão, Maria Céres Pimenta Castro, diretora do Centro de Comunicação (Cedecom), Sandra Almeida, secretária-executiva comissão encarregada das comemorações dos 80 anos da UFMG, e Edison José Corrêa.

Temas

Parte das comemorações dos 80 anos da UFMG, o evento será aberto na noite de 16 de setembro, um domingo, no auditório da Reitoria pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, pelo reitor Ronaldo Pena e pela própria diretora do Iesalc. Durante os três dias de congresso, serão discutidos temas como compromisso social, inclusão, excelência e relevância, universidade e desenvolvimento e internacionalização solidária.

No último dia, os participantes formularão propostas que formarão uma agenda de compromisso a ser levada à Conferência Regional de Educação Superior, que será realizada em julho do ano que vem em Cartagena, na Colômbia. Esta, por sua vez, é preparatória para a 2ª Conferência Mundial de Educação Superior, marcada para 2009 em Paris.

Cedecom UFMG
(31) 3499-4476/ 9311-2076

Mais de três mil bolsas de iniciação científica são concedidas pelo CNPq

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) aprovou a concessão de três mil bolsas de Iniciação Científica em cotas a pesquisadores da Agência.
As bolsas serão destinadas a projetos de pesquisa científica e tecnológica de pesquisadores com bolsa de produtividade em pesquisa e bolsa em produtividade em desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora do CNPq, níveis I e II. A seleção foi feita a partir do Edital MCT/CNPq nº 01/2007.

Implementadas a partir de 01 de agosto deste ano, as bolsas vigoram pelo período do projeto de pesquisa aprovado e até um máximo de trinta e seis meses.

As bolsas de Iniciação Científica foram criadas pelo CNPq para despertar vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes de graduação universitária, promovendo a participação dos alunos em um projeto de pesquisa, orientados por pesquisador qualificado. A concessão das bolsas é feita em cotas tanto aos pesquisadores, como às instituições, esta por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).

Além dessas três mil bolsas concedidas aos projetos selecionados, o CNPq aprovou, no início de julho, mais de 18 mil bolsas do PIBIC para o período 2007-2008, contemplando 227 instituições. Somadas às bolsas de Iniciação Tecnológica Industrial e de Iniciação Científica Júnior, também concedidas pela Agência, o CNPq tem, hoje, cerca de 25 mil bolsistas.

Assessoria de Comunicação Social do CNPq

Olimpíadas de ciências vão receber R$ 1 milhão do CNPq

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) irá destinar R$ 1 milhão para apoio à realização de Olimpíadas de Ciências. A submissão de propostas já está aberta por meio de Edital MCT/CNPq nº 12/2007 e pode ser feita até o dia 14 de setembro deste ano.

Poderão apresentar propostas pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior ou a institutos e centros de pesquisa e desenvolvimento, públicos ou privados. A divulgação dos resultados está prevista para o dia 01 de outubro.

O apoio às olimpíadas faz parte do Programa de Educação em Ciência e Tecnologia e tem como objetivo a melhoria dos ensinos fundamental e médio e a identificação de jovens
talentosos que podem ser estimulados a seguir a carreira de pesquisador.

Assessoria de Comunicação Social do CNPq

Pesquisadores brasileiros recebem prêmio

Quinze pesquisadores brasileiros serão homenageados por contribuírem de forma significativa para o aumento da produção científica do país e pela formação de novos doutores. O Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier, com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), será entregue em cerimônia na noite de segunda-feira, 6, às 20h, em Brasília.

Os premiados foram selecionados de acordo com sua produção científica, traduzida pelo número de publicações na base Scopus no período de dez anos (1997 – 2006), pelo número de citações por outros pesquisadores e pelo número de orientandos de cada pesquisador, de acordo com dados da Capes.

Nesta segunda edição do Prêmio, foi criada a categoria Novos Destaques na Ciência, para premiar pesquisadores que despontam como importantes produtores de conhecimento científico. As grandes áreas premiadas serão ciências ambientais e agrárias, ciências biológicas, ciências da saúde, ciências exatas e da terra, ciências sociais, humanas, lingüística e letras. Este ano, a cerimônia integra a programação da abertura oficial da Avaliação Trienal da Capes, que ocorre de 6 a 23 de agosto, com a presença de cerca de 300 professores e pesquisadores. O Prêmio Scopus acontecerá também em outros países da América Latina, como forma de homenagear representantes das diversas comunidades científicas.

Base Scopus – A base de dados Scopus integra o Portal de Periódicos da Capes. Possui resumos e referências de mais de 15 mil títulos científicos, técnicos e médicos de 4 mil editoras, ampla cobertura interdisciplinar e internacional. A Scopus também oferece busca em patentes e 280 milhões de páginas de conteúdo científico da internet, com interface amigável. (Adriane Cunha)

Universidade Federal de Lavras