Projeto Melhor Amigo busca novos parceiros

O Projeto Melhor Amigo visa ajudar a Sociedade Lavrense de Proteção aos Animais, que cuida de aproximadamente 300 cães capturados nas ruas do Município de Lavras/MG, prestando auxílio por meio da realização de parcerias com empresas e estabelecimentos comerciais da região; arrecadação de fundos através de eventos; busca de colaboradores e voluntários para ajudarem na limpeza do local e nos cuidados com os animais.

O Projeto faz parte de um trabalho contínuo em busca da melhoria da saúde pública do Município e também da qualidade de vida dos animais, pois segundo a Unesco “Os direitos do animal devem ser defendidos por lei, como os direitos humanos”. Por ser contínuo, não tem data pré-estabelecida para término; e para que seja realmente eficiente, as parcerias são necessárias e com urgência.

Para os organizadores é necessário mobilização e colaboração de toda comunidade, pois a responsabilidade é de todos. Ajudando a Sociedade Lavrense de Proteção aos Animais, todos estarão contribuindo com as vidas de nossos Melhores Amigos: cães indefesos, rejeitados, abandonados e com sérios problemas de saúde; além de ajudarem na melhoria da saúde pública e na qualidade de vida da população de Lavras.

O Projeto pretende difundir os conceitos de bem-estar e direitos dos animais, além de esclarecer a população sobre esse tema tão importante, mas pouco conhecido. Os animais devem ser respeitados até o fim de suas vidas e nunca devem ser vítimas de maus-tratos e abandono. Tais ações são reflexo da falta de ética e de conscientização de quem as pratica e são, inclusive, condenadas pela lei. Maus-tratos e abandono de animais refletem diretamente em uma saúde pública inadequada e precária, característica de países subdesenvolvidos. Por isso, a adoção de um animal requer muita consciência e responsabilidade.

O termo “posse responsável” tem sido substituído por “guarda responsável” para descaracterizar a imagem dos animais como objetos de consumo, os quais poderiam ser descartados a qualquer momento por seu “dono”. Atualmente, em todo o mundo, tem sido demonstrado que os animais, por serem seres vivos, sentem fome, sede, dor, tristeza, alegria, medo, depressão, entre outras diversas sensações. Portanto, são seres com necessidades básicas, as quais devem ser plenamente providas por um proprietário responsável e consciente.

O tema “guarda responsável de animais” é um tema emergente e exige o desenvolvimento de processos educativos com a população em geral, e com a população escolar em especial, dada a sua relevância na promoção da qualidade da vida humana, assim como também da vida animal. Neste sentido, torna-se fundamental a adoção de processos educativos que colaborem para uma melhoria da qualidade da saúde das populações em geral.

O Projeto Melhor Amigo, além de auxiliar diretamente a Sociedade Lavrense de Proteção aos Animais, também difunde informações sobre o assunto por meio de palestras, matérias publicadas na imprensa escrita e em sites.

Equipe
Orientadora e coordenadora do Projeto: Gabriela Rodrigues Sampaio, Professora Adjunto, Doutora do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Minas Gerais/Brasil. Endereço: Departamento de Medicina Veterinária – Universidade Federal de Lavras – Caixa Postal 3037 – CEP: 37200-000 – Lavras/MG. Telefones: (35) 3829-1723 / 3829-1245. E-mail: gabsampa@ufla.br

Acadêmica responsável pelo Projeto: Fabiane Ribeiro Costa Silva
Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Ufla E-mail: fabizinha_ribeiro@hotmail.com

Acadêmica colaboradora do Projeto: Bruna Cristina Brüler
Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da Ufla E-mail: bbruler@gmail.com

Acadêmico colaborador do Projeto: Frederico Fontanelli Vaz
Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária da Ufla E-mail: fredturco@hotmail.com

Acadêmico colaborador do Projeto e responsável pelo desenvolvimento do website do Projeto: Weverton Luis de Carvalho
Acadêmico do Curso de Zootecnia da Ufla.
E-mail: wevertoncarvalho@yahoo.com.br

Para doações e mais informações sobre o projeto: www.projetomelhoramigo.com

SESu divulga lista parcial dos planos de expansão aprovados

A Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) publicou no Diário Oficial (07/12) a lista das 33 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que já tiveram seus projetos ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação das Universidades Federais (Reuni) aprovados pelo Ministério da Educação. Outras oito propostas encontram-se sob análise do Comitê de Consultores da SESu. A lista apresenta o resultado parcial das instituições que aderiram ao programa em primeira chamada.

No total, 42 instituições já aderiram ao programa. As IFES que ainda não aderiram ao Reuni têm até o dia 15 de dezembro para apresentar seus projetos à Secretaria de Educação Superior.

Confira a lista dos planos aprovados:

1. Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre
2. Fundação Universidade de Brasília
3. Fundação Universidade do Amazonas
4. Fundação Universidade do Rio Grande
5. Fundação Universidade Federal da Grande Dourados
6. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
7. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
8. Fundação Universidade Federal de Pelotas
9. Fundação Universidade Federal de São Carlos
10. Fundação Universidade Federal de São João Del Rei
11. Fundação Universidade Federal de Sergipe
12. Fundação Universidade Federal de Viçosa
13. Fundação Universidade Federal do Acre
14. Fundação Universidade Federal do Amapá
15. Fundação Universidade Federal do Piauí
16. Fundação Universidade Federal do Tocantins
17. Universidade Federal da Bahia
18. Universidade Federal da Paraíba
19. Universidade Federal de Campina Grande
20. Universidade Federal de Goiás
21. Universidade Federal de Juiz de Fora
22. Universidade Federal de Lavras
23. Universidade Federal de Minas Gerais
24. Universidade Federal de Pernambuco
25. Universidade Federal de São Paulo
26. Universidade Federal do Ceará
27. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
28. Universidade Federal do Pará
29. Universidade Federal do Paraná
30. Universidade Federal do Rio de Janeiro
31. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
32. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
33. Universidade Federal do Triângulo Mineiro

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes – com informações da SESu)

Assembléia geral no SindUfla

O Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de Lavras (SindUfla) comunica a realização de Assembléia Geral Extraordinária, agendada para o dia 11/12 (terça-feira) às 8 horas, no Salão de Convenções. Na pauta: seguro de vida; informes jurídicos e assuntos gerais.

Carteira do SindUfla

O SindUfla solicita que o associado providencie sua carteira de sócio, indispensável para entrada no Clube Campestre e demais eventos promovidos pelo sindicato como a festa de final de ano.

Informe-se na secretaria – Tel (35): 3829-1169

Estudante deve pagar por ensino superior público

Folha de São Paulo, 10/12/07

Fábio Takahashi

Entrevista com Wan-Hua Ma*

Para pesquisadora, tarifa na universidade viabiliza expansão e faz aluno estudar mais

A cobrança pelo ensino superior começou na China em 1997. No Brasil, a cobrança é vetada pela Constituição, que determina ‘gratuidade do ensino público’. Boa parte da Academia defende este modelo, pois entende que é dever do poder público oferecer educação.

A cobrança de taxas faz parte das reformas que o governo chinês começou a implementar nos anos 90 para aumentar o número de estudantes no ensino superior. O país conseguiu elevar o percentual de jovens no ensino superior de 3,4% em 1991 para 26,4% quinze anos depois. No Brasil, o percentual está em 17,5%, segundo dados da Unesco (braço das Nações Unidas para a educação).

Outra mudança foi a expansão de cursos superiores de caráter mais profissionalizante, com duração entre 2 e 3 anos, que já representam quase a metade das matrículas. No Brasil, eles são menos de 1%.

A China busca melhorar também em qualidade, o que já aparece em rankings internacionais. No ranking do jornal britânico ‘The Times’ há três universidades chinesas entre as 100 melhores do mundo. A de Pequim é a de maior destaque entre elas (36ª). A melhor brasileira é a USP (175ª).

Ma veio ao Brasil para participar de um seminário promovido pela Assembléia Legislativa de São Paulo, em parceria com professores da USP, com o objetivo de discutir políticas adotadas em outros países, para servirem de base para a proposição de possíveis novas leis. A pesquisadora concedeu a entrevista à Folha, em inglês, na semana passada.

FOLHA – Como a sra. analisa a atual situação do ensino superior chinês?
WAN-HUA MA – Após um forte crescimento nos últimos anos, o ensino superior tornou-se papel-chave no desenvolvimento da China, na produção de tecnologia e de capital humano. Para isso, alteramos o sistema, diversificando-o, pois não havia recursos para incluir todos os alunos em universidades de pesquisa. Estas são muito caras, precisam de laboratórios caros, por exemplo. Há também uma questão do mercado de trabalho. Não seria possível absorver todos esses alunos formados em ambiente extremamente acadêmico. O mercado de trabalho requer pessoas com diversos níveis de conhecimento. Para resolver um problema no computador, por exemplo, você não precisa de alguém com doutorado. Um técnico, formado em até três anos, estará muito bem capacitado. Também se economiza tempo e dinheiro dos estudantes [um curso de engenharia na China dura seis anos]. Para os países ricos, não faz tanta diferença você ter um doutor cuidando de problemas técnicos de um computador. Mas nós, países em desenvolvimento, não podemos seguir nessa direção, porque exige muito dinheiro. Claro que você pode ser um doutor, mas é preciso ter outras opções.

FOLHA – Como a expansão do ensino superior foi financiada?
MA – Em 1999, o governo estabeleceu que todas as universidades deveriam aumentar as vagas em 30%. Houve aumento de recursos do governo, mas insuficiente. Nosso investimento em educação é de apenas 2,7% do PIB [no Brasil, é de 4,7%]. Há uma forte pressão para que o governo aumente os recursos para o ensino superior.

FOLHA – O que a sra. acha da cobrança de taxas aos estudantes?
MA – Uma boa qualidade de ensino público beneficia o estudante. Claro que também é bom para a sociedade ter cidadãos bem formados, mas há benefícios privados para os alunos também. Eles conseguem bons empregos. Se você considerar esse benefício privado ao cidadão, ele então tem a responsabilidade de pagar pelo ensino. Na China, em geral, o estudante de universidade pública paga 20% dos custos do seu curso.

FOLHA – Foi difícil implementar esse sistema?
MA – Foi, mas fomos testando aos poucos, primeiro em um grupo pequeno de estudantes, por dois, três anos, no começo dos anos 90. Os resultados foram positivos. Os alunos passaram a estudar mais, porque viram o sacrifício que suas famílias fizeram para pagar. E os pais também ficaram contentes, porque os filhos passaram a estudar duro. Então, percebeu-se que o modelo funcionaria. Agora, todas as instituições cobram taxas. O custo ao aluno nas universidades públicas é o mesmo, 5.000 renminbi [moeda chinesa] ao ano [equivalente a R$ 1.200], que são pagos uma vez, em setembro. Parece pouco, mas os nossos salários são baixos, comparados com o de vocês do Brasil. O sistema causou um problema, porque há famílias que não podem pagar. Então foram criados programas de empréstimo, de bolsa-trabalho, entre outros. Mas o sistema ainda não é perfeito.

FOLHA – O ensino superior chinês prioriza alguma área?
MA – Estamos tentando construir universidades de classe mundial [de ponta], basicamente nas áreas científicas, como engenharia e ciência da computação. São áreas que têm grande impacto econômico.

FOLHA – Em quais pontos o Brasil pode seguir o modelo chinês?
MA – Não conheço tanto a situação brasileira. Mas, em geral, o conhecimento de outras línguas é importante, para se poder aproveitar a comunidade internacional [a China é o país que mais envia estudantes aos EUA]. Entender a língua de um outro país é um modo interessante de a pessoa entender como essa cultura funciona. Se você não sabe isso, não saberá como negociar com esse país.

FOLHA – Professores e pesquisadores na China têm total liberdade?
MA – Não vejo controle do governo. As pessoas sempre falam que não temos liberdade. Não sei o porquê disso.

* É professora da Escola de Educação da Universidade de Pequim (China), onde pesquisa políticas internacionais de educação superior. Também coordena a cátedra da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) de pesquisa em ensino superior.

Capes recebe propostas para criação de cursos de pós-graduação

Portal Capes, 07/12/07

As pró-reitorias de pós-graduação de instituições de ensino superior de todo o país têm até 31 de março de 2008 para enviar propostas de criação de cursos de mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissional. Os projetos devem ser encaminhados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

A diretoria de avaliação da Capes recomenda ao coordenador da proposta que leia atentamente o manual de preenchimento antes de começar a incluir os dados no Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (Apcn) de 2008. A qualificação do corpo docente, a produção científica de cada um, as instalações de laboratórios e a capacidade de produção de conhecimento são algumas das informações que devem ser incluídas.

“Embora a criação de um curso de pós-graduação não seja algo trivial, não é necessário recorrer a escritórios de consultoria ou a especialistas para preencher o Apcn”, explica o diretor de avaliação, Renato Janine Ribeiro. Segundo ele, o aplicativo, acompanhado de um manual, foi criado justamente para tornar mais fácil a tarefa de propor um curso de mestrado ou de doutorado de maneira objetiva. “Assim, os proponentes devem se concentrar no mérito do projeto, não na forma de sua apresentação.”

A primeira edição do Apcn foi lançada em junho de 2004. De lá para cá, houve aperfeiçoamento do instrumento para o oferecimento de um serviço de qualidade às pró-reitorias das instituições e aos comitês de área que fazem a avaliação anual. A Capes recebeu, em 2007, 448 pedidos de abertura de cursos.

As instituições interessadas em enviar as propostas devem preencher o Aplicativo para Propostas de Cursos Novos, disponível na página eletrônica da Capes.

Andifes debate no MEC questões importantes para as Ifes

Na pauta, assuntos como a RedeIfes, o empenho de 2007, a Emenda Andifes de 2007, Cursos e Concursos e Emenda Andifes 2008

Na manhã desta sexta-feira (07/12), membro da Diretoria Executiva da Andifes e presidente do Grupo de Trabalho para Implantação da RedeIfes, reitor Edward Madureira Brasil (UFG), e o representante do centro-oeste do Diretório Nacional da Associação, reitor Timothy Mulholland (UnB), participaram de reunião com os secretários executivo (MEC), José Henrique Paim, de Educação a Distância (Seed/MEC), Carlos Eduardo Bielschowsky, e da Educação Superior (SESu/MEC), Ronaldo Mota.

RedeIfes

Com o lançamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a chamada TV Brasil – televisão pública criada pelo Governo Federal por meio da Medida Provisória 398 de 2007, o Ministério da Educação passará a ter um canal aberto digital dentro da grade de programação. O canal será dividido em quatro faixas de programação: TV Escola; Educação a Distância; Saúde e Ciência e Tecnologia; e O Melhor das Universidades.

É nessa quarta faixa que está a preocupação da Andifes. A Associação Brasileira de Televisão Universitária deseja gerir essa grade de programação. Contudo, o reitor Edward Brasil explica que essa gestão da ABTU será conflitante com o modelo horizontal de programação proposto pela RedeIfes, uma vez que a Associação adota um modelo vertical na escolha dos programas que serão veiculados. Dessa forma, seria importante que esta programação fosse direcionada às universidades públicas.

Uma nova reunião está agendada para o dia 17 de janeiro, quando será debatido um modelo de gestão para a faixa de programação intitulada ‘O Melhor das Universidades’. A idéia é que as universidades públicas consigam fazer parte da grade de programação com as mesmas condições das instituições privadas.

Empenho de 2007

Termina, hoje (07/12), o prazo para que as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) empenhem os recursos recebidos neste ano. Como não haveria tempo para que o empenho, a Andifes solicitou ao secretário José Henrique Paim uma ampliação deste prazo até o dia 14 de dezembro.

O secretário executivo do MEC sinalizou positivamente para a ampliação do prazo de empenho dos recursos, mas ressaltou que deve haver um esforço por parte das IFES para que todo o recurso seja empenhado até o dia 14 de dezembro. Caso contrário, o MEC perde o seu prazo de empenho e precisará devolver os recursos recebidos.

Cursos e Concursos

A decisão do governo federal de classificar todas as despesas com a realização de cursos e concursos como custeio e não mais como folha de pagamento foi outro ponto abordado durante a reunião. Com a nova medida, as IFES terão dificuldade em manter os concursos, como os de vestibular, e os cursos de capacitação para técnicos-administrativos.

Sobre essa questão, o secretário José Henrique Paim informou que já formalizou a questão junto à Subsecretaria de Planejamento e Orçamento (SPO/MEC), mas ainda não obteve solução para a demanda.

Emenda Andifes

O secretário José Henrique Paim informou que trabalhando para a liberação da Emenda Andifes 2007 junto ao Ministério do Planejamento (MPOG). Com relação à Emenda Andifes 2008, o secretário informou que deve conversar com o relator geral da Lei Orçamentária Anual (LOA), deputado José Pimentel (PT-CE), para solicitar a ampliação da Emenda de R$ 15 milhões para, pelo menos, R$ 60 milhões.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

´O que a escola pública é capaz de fazer deveria surpreender´

O Estado de São Paulo, 10/12/07

Renata Cafardo

Fernando Haddad: ministro da Educação

Para ele, resultados do Pisa precisam levar em conta que o País tem um dos menores investimentos por aluno do mundo

Os resultados insuficientes no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que colocaram mais uma vez o Brasil entre os piores do mundo em leitura, matemática e ciência, não abalaram o ministro da Educação, Fernando Haddad. “O que a escola pública é capaz de fazer com um investimento de R$ 170 por aluno, por mês, deveria surpreender tanto quanto os resultados”, disse ele, em entrevista exclusiva ao Estado, dias depois da divulgação do exame.

Haddad se referia ao gasto anual por aluno no ensino fundamental do Brasil (US$ 1.159), um dos menores entre os países avaliados pelo Pisa. A quantia equivale a pelo menos um quarto da mensalidade média da escola particular brasileira.

O ministro acredita que mudanças virão com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado por ele no início do ano, com metas de qualidade para todas as escolas. Na quarta-feira, o MEC anunciará mais R$ 500 milhões, como parte do PDE, para o ensino médio. Mas Haddad conta que está “apreensivo” com a eventual não-prorrogação da CPMF. Evitou dizer que o PDE poderia ficar comprometido, mas afirmou que o assunto é “grave demais”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista, em que o ministro fala ainda da briga entre PT e PSDB sobre o ensino paulista. Para ele, apenas um “mal-entendido”.

Como o senhor analisa os resultados do Pisa, em que o Brasil continua entre os piores do mundo?

O Pisa reflete o ensino fundamental do País porque avalia jovens de 15 anos. Em português e ciência, há uma estabilidade, dentro da margem de erro. O incremento foi em matemática, embora seja o nosso pior resultado. O que parece que está acontecendo, a julgar pelo Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica, um exame nacional) e pelo Pisa, é que os anos iniciais do fundamental parecem reagir. Vamos ver nos resultados de 2007 do Saeb (que serão divulgados em abril) se isso é consistente ou não.

O Brasil continua atrás de outros países da America Latina.

Colômbia, Brasil, Argentina e México estão muito próximos. Uruguai se descola um pouco, mas caiu. E o país que finalmente se descola é o Chile, que colhe os resultados agora depois de 15 anos da reforma educacional. O que significa dizer que mais recursos e mais gestão na educação refletem nos indicadores de qualidade. Apesar da demora (e, em educação infelizmente essa é a regra), o resultado vem. Temos de aprender com países que têm uma história parecida com a nossa, embora nosso fardo histórico seja mais pesado – em primeiro lugar, pelo atraso no endereçamento da agenda da educação. A Argentina fez sua grande primeira reforma educacional em 1870. Nós temos um passado escravista que nenhum desses países têm, e temos uma tradição republicana muito mais recente.

Em 15 anos, o Chile colheu resultados. O Brasil vai demorar quanto?

Para não cair nisso de “esperar quantos anos”, fixamos as metas intermediárias no PDE. Uma delas é em 2009, mesmo ano do próximo Pisa. O nosso acompanhamento vai ser feito pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que foi estipulado para cada escola, com metas de aumento a cada dois anos). Eu espero que o Brasil cumpra as metas.

Se isso acontecer, vamos melhorar no Pisa?

Quando a educação melhora, melhora em todos os exames.

O governador José Serra disse que o senhor fez uso político dos resultados ao comentar o desempenho de São Paulo no Pisa, abaixo da média nacional.

Foi feita a pergunta sobre São Paulo, não partiu de mim o comentário. É obvio que a minha expectativa era de que São Paulo tivesse uma média superior à media nacional, pelo trabalho que tem sido feito. Não vejo no que isso possa ofender. Seria uma ofensa se eu dissesse que não esperava. Foi um grande mal-entendido.

Como o senhor analisa os resultados das escolas privadas no Pisa, também muito ruins?

Eu nunca acreditei na correlação entre renda e mérito. Há também uma elite dentro da escola pública, que se sai melhor. Mas o problema da educação é nacional. Precisamos lembrar que nossa escola pública tem o menor investimento por aluno de todos os países do Pisa. Mesmo nessas condições, ela consegue, com o investimento que representa um quarto ou menos de uma mensalidade escolar, não estar tão distante da escola privada. O que a escola pública é capaz de fazer com um investimento de R$ 170 por aluno por mês deveria surpreender tanto quanto os resultados.

Como aumentar esse valor?

Para isso temos que cumprir o Plano de Desenvolvimento da Educação, que exigirá mais recursos para a educação. O PDE, a partir de seu quarto ano, agrega R$ 19 bilhões ao MEC.

A não-prorrogação da CPMF atrapalha a educação?

Posso estar errado, mas eu considero isso um assunto grave demais. Eu temo a não-prorrogação e torço para que nada de ruim aconteça. Temo pelo eventual desequilíbrio fiscal que isso pode gerar. Cortar R$ 40 bilhões do orçamento não será uma tarefa simples, provavelmente vai comprometer o investimento em infra-estrutura e na área social.

Quanto a educação perderia com o fim da CPMF?

Não saberia dizer porque há um compromisso do ministro Guido Mantega de vincular novamente os recursos da DRU da educação (pelo mecanismo, a União pode tirar até 20% dos recursos da educação. Isso acabaria progressivamente, em troca da prorrogação da CPMF). Com a DRU, o orçamento do MEC perdeu, ao longo dos 12 anos, R$ 50 bilhões. A formação de um bom professor de física, química, biologia custa R$ 50 mil. Poderíamos ter formado 1 milhão de professores.

O PDE ficaria comprometido?

Espero que não. Apreensivo, eu confesso que estou.

Os melhores países no Pisa têm escolas que podem demitir seus professores sem consultar o governo. O senhor defende isso?

Em caso de falta grave, o professor pode ser punido com a demissão. Mas acredito que fazemos mau uso do estágio probatório, aquele período em que o professor é escolhido, mas só é efetivado depois de três a seis anos. Isso deveria ser feito em todos os Estados. É uma das diretrizes do PDE.

Esses países também têm mais aulas de ciências, leitura e matemática.

Volto a dizer que poderíamos ter formado 1 milhão de professores sem a DRU. Precisamos de professores em quantidade e em qualidade.

Mas a carga horária não é baixa só por falta de professor. Há alunos demais em algumas escolas, o que leva a quatro turnos em um só dia.

Em ciência e matemática, o maior problema é a falta de professores. Em leitura, para aumentar a carga horária, teria de ter o tempo integral. O Fundeb (fundo que agrupa e redistribui, com complementação da União, um valor mínimo por aluno nas redes públicas) remunera em 25% a mais a matrícula em período integral.

Quem é:
Fernando Haddad

É ministro da Educação do governo Lula desde julho de 2005. Antes disso, foi secretário-executivo do MEC

Haddad foi o criador do ProUni, que dá bolsas em universidades privadas para alunos de escolas públicas

Lançou neste ano o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), com metas de qualidade para cada escola do País

Missa de 7º Dia – Professor Eufêmio Steiner

Será celebrada missa de 7º Dia em intenção do professor Eufêmio Steiner Gomes Juste Júnior, dia 9/12 às 18h00 na Igreja Matriz Sant´ana, em Lavras.

Falecido dia 3/12, o professor Eufêmio Steiner Gomes Juste Júnior, era aposentado do Departamento de Ciência dos Alimentos, da Universidade Federal de Lavras (Ufla).

O professor Eufêmio Steiner foi presidente da AdUfla (1980-1982) e em sua gestão foi adquirida uma área nas proximidades da então ESAL, para construção do Clube de Campo da Associação, que teve sua infra-estrutura ampliada ao longo das gestões posteriores, consolidando diferentes espaços para lazer e prática de esportes pelo sindicalizado e seus dependentes. Foi também chefe de gabinete de 1973 a 1975, chefe do Departamento de Ciência dos Alimentos de 1977 a 1978, além de presidente da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) de 1986 a 1987.

MEC reajusta salário das federais

O Estado de São Paulo, 07/12/07

Lisandra Paraguassú

Acordo com sindicato define aumento de até 69% para professores, até 2010, mas medida depende da CPMF

Os professores das universidades federais deverão receber reajustes que chegam a 69%, até 2010, depois de um acordo fechado ontem entre o governo federal e o sindicato da categoria. A proposta, aprovada já pelo Ministério do Planejamento, prevê salários que poderão chegar a R$ 11,7 mil para professores titulares. Mas, como quase todo o gasto extra do governo, depende da aprovação da CPMF para realmente tornar-se realidade.

O acordo foi costurado pelo governo com o Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (ProIfes) e a Central Única de Trabalhadores (CUT).

A estimativa inicial é que, já para o ano que vem, a folha de pagamento dos professores aumente em R$ 1,7 bilhão – recursos já previstos no Orçamento, mas com base na manutenção da CPMF. Em 2010, quando o reajuste completo estiver em vigor, o custo deverá ficar em torno de R$ 3 bilhões. Hoje, está em torno de R$ 5,3 bilhões. O País tem hoje cerca de 74 mil professores, sendo cerca de 50 mil na ativa.

O acordo fechado pelo MEC, Ministério do Planejamento e professores inclui uma das reivindicações mais antigas dos docentes, a incorporação no salário-base da Gratificação de Atividade Executiva (GAE). Também foi incorporada uma outra gratificação, a Vantagem Pecuniária Individual. Com isso, o vencimento básico mais baixo – de um professor auxiliar nível 1 com 20 horas -, que era de R$ 147,40, passa para R$ 551,23.

No geral, os reajustes ficarão entre 25% e 69%. “A grande maioria dos professores terá pelo menos a reposição da inflação no período, a partir de 2005”, afirmou Gil Vicente, presidente do ProIfes. Um professor associado 4, por exemplo – nível mais alto da carreira antes do titular – deverá chegar a 50% de aumento real. Hoje recebendo R$ 6.412 para dedicação exclusiva, o salário em julho de 2010 chegará a R$ 10.446. “Nossa intenção é que a carreira seja muito estimulante para quem está começando e com doutorado”, afirmou Ronaldo Mota, secretário de Ensino Superior do MEC.

Outra mudança aceita pelo governo também é uma antiga reivindicação: a equiparação da Gratificação de Estímulo à Docência (GED) para os inativos.

Universidade Federal de Lavras