Andifes debate carência de professores na educação básica

A discussão norteará o III Seminário Anual de Políticas Públicas para a Educação, que acontece nos dias 11 e 12 de dezembro, no Hotel Nacional, em Brasília

No final de novembro, a divulgação, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2006 revelou um dado preocupante: o Brasil teve o sexto pior resultado no programa, ficando na 52ª posição entre os 57 países e territórios participantes. Ou seja, os jovens brasileiros de escolas públicas e privadas obtiveram nota média de 390 pontos em uma avaliação com escala até 800 pontos. O Programa avaliou 9.345 alunos – de 15 anos e cursando pelo menos a 7ª série do ensino fundamental – de 390 municípios, em todos os estados.

Uma estimativa do Ministério da Educação (MEC), divulgada recentemente e realizada com base em dados de 2003 para turmas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental e médio, demonstra que sete em cada dez professores brasileiros das disciplinas de ciências não têm formação específica para lecionar. Alguns possuem diplomas áreas diferentes e outros não concluíram sequer a graduação.

De acordo com o relatório ‘Escasses de professores no ensino médio: soluções estruturais e emergenciais’, publicado em maio deste ano pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), um número cada vez menor de jovens segue a carreira do magistério. Para suprir a carência de professores no ensino médio, o País precisaria de cerca de 235 mil docentes, particularmente nas disciplinas de física, química, matemática e biologia. Mas esse número é difícil de alcançar. Para se ter idéia, em 2001, formaram-se pela Universidade de São Paulo (USP), a maior universidade brasileira, apenas 172 professores para lecionar nessas quatro disciplinas.

A falta de profissionais na educação é agravada pela aposentadoria e pelo afastamento dos docentes. Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Brasil corre o sério risco de ficar sem professores de ensino médio na rede pública, na próxima década. Isso porque, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), em 2005, 60% dos 2,5 milhões de educadores encontravam-se próximos da aposentadoria.

O III Seminário Anual de Políticas Públicas para a Educação demonstra a preocupação da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) em debater as formas de atuação do ensino superior, em especial das IFES, para a melhoria da educação básica, em especial no que tange à carência de docentes nesse nível educacional. Na ocasião, será apresentado um diagnóstico da realidade brasileira e se buscarão propostas para a sua melhoria.

O evento reunirá os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende; os ex-ministros da Educação, Murílio Hingel e Paulo Renato de Souza, parlamentares; dirigentes, ex-dirigentes e pró-reitores de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e as principais entidades ligadas à educação brasileira.

Foram convidadas para o debate, também, as Secretarias de Educação Básica (SEB/MEC) e Superior (SESu/MEC), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o Conselho Nacional de Educação (CNE) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Mais informações pelo telefone: (61) 3321.6341, ou pelo email: andifes@andifes.org.br.

Assessoria de Comunicação da Andifes
Lilian Saldanha

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