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Começam em 18/5 as aulas do curso “Português como Língua Estrangeira”

inscriçãoNo primeiro período letivo de 2016, as disciplinas do curso “Português como Língua Estrangeira” terão início em 18/5. Inseridas na perspectiva da internacionalização, as disciplinas são voltadas para estudantes estrangeiros matriculados na Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Os trabalhos do período serão iniciados com duas turmas, ambas com aulas às quartas-feiras e às sextas-feiras. Uma delas estará em atividade das 13h às 14h40 (turma 1) e outra das 15h às 16h40.

O curso “Português como Língua Estrangeira” é de responsabilidade da professora do Departamento de Educação (DED) Débora Racy Soares, em interação com a Diretoria de Relações Internacionais (DRI). Apesar de recentes na UFLA, as disciplinas têm gerado resultados importantes, como a aprovação de estudantes em níveis considerados difíceis no exame Celpe-BRAS (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros). (Veja aqui o texto sobre a aprovação de uma das estudantes).

Conheça parte dos resultados dos trabalhos do curso: Coletânea produzida na disciplina Português como Língua Estrangeira traz percepções sobre o carnaval brasileiro.

Oportunidade para estudar a formação da sociedade e do Estado brasileiros: curso de extensão é aberto à comunidade

livrosUm curso de extensão a ser iniciado em maio promoverá a releitura de obras clássicas de interpretação da formação da sociedade e do Estado brasileiros. Podem participar tanto membros da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Lavras (UFLA) quanto da comunidade externa. O objetivo dos organizadores é oferecer formação complementar especialmente a professores da região que lecionam conteúdos da área de Ciências Humanas (História, Geografia, Literatura, Sociologia, Filosofia).

Foram disponibilizadas 90 vagas. Os interessados podem se inscrever gratuitamente pelo Sistema Integrado de Gestão, incluindo o termo “Repensando os clássicos de interpretação do Brasil” no espaço destinado ao Nome do Evento. Serão 90 horas/aula, divididas em dois módulos. O primeiro deles terá início em 10/5 e tratará de obras clássicas sobre o período que vai da Independência do País até a Revolução de 1930. O segundo módulo abordará obras produzidas para interpretação histórica e política dos acontecimentos registrados a partir da década de 1930.

As atividades serão desenvolvidas às terças-feiras, das 14h às 17h, na sala 44 do Departamento de Ciências Humanas (DCH). A previsão é de que o encerramento do primeiro módulo ocorra em 23/8. O módulo seguinte será iniciado ainda no segundo semestre de 2016.

O curso de extensão é ofertado pela primeira vez na UFLA. A organização é feita pelo Centro de Pesquisa sobre Política (Cepep), entidade de extensão criada em 2013 e coordenada pelos professores do DCH Marcelo Sevaybricker Moreira e Conrado Pires de Castro. Ambos são responsáveis pela condução das atividades do curso.

Confira aqui as unidades de estudo do curso.

 

Período letivo teve início com número recorde de calouros cotistas

capaTurma de calouros, recebida na UFLA na segunda-feira (25/4), é a primeira contemplada com a reserva de 50% das vagas para cotistas (estudantes que cursaram o Ensino Médio em escolas públicas). São aproximadamente 1600 novos estudantes. Metade deles pertence aos grupos de cotas contemplados nos processos seletivos de ingresso.

Em 2016, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) alcançou a meta definida  pela Lei de Cotas do Ensino Superior. O aumento na oferta das vagas para cotistas nos processos seletivos  foi gradativo: 12,5% em 2013; 25% em 2014; 37,5% em 2015, chegando à totalidade neste ano. Cumprida essa missão inicial, a instituição avalia os primeiros resultados da política que busca democratizar o acesso ao ensino superior. Os dados revelam que cotistas têm bom desempenho e menores taxas de evasão.

Indicadores levantados pela Universidade mostram que a taxa média de evasão de estudantes cotistas é 50% menor que a taxa verificada entre os estudantes que ingressam por ampla concorrência. Em alguns cursos, essa diferença é ainda maior. É o caso da Agronomia, em que há 18% de evasão entre os estudantes da ampla concorrência – e a média de evasão dos cotistas é de 7%. Os levantamentos relativos à evasão utilizam dados de ingresso e matrículas que vão do primeiro período letivo de 2013 ao segundo período letivo de 2015.

Para o assessor para Desenvolvimento Acadêmico da UFLA, professor João Chrysóstomo de Resende Júnior, o resultado é expressivo. “Os números mostram que os cotistas verdadeiramente estão decididos a aproveitar a oportunidade, mantendo seu vínculo com os cursos em proporção maior que os demais. A evasão traz reflexos negativos para o aluno, para a instituição e para a sociedade. Nesse sentido, vemos que a política de cotas está colaborando muito”. A assistência estudantil ofertada que envolve, entre muitas ações, aquelas relativas à moradia, alimentação, atendimentos de saúde e Programa Institucional de Bolsas também pode ter seu papel no quadro de menor evasão.

Outra preocupação recorrente no que se refere às cotas é o desempenho dos alunos durante o curso. Na UFLA, considerando-se a média de todos os grupos de cotas, o Coeficiente de Rendimento Acadêmico (CRA) desses estudantes está bem próximo daqueles que ingressaram pela ampla concorrência. Em alguns cursos, como em Filosofia, bacharelado em Educação Física e Licenciatura em Química, o CRA dos cotistas chega a superar o dos demais estudantes. Em média, considerando todos os cursos, os grupos de cotas têm desempenho correspondente a 97% do encontrado entre alunos da ampla concorrência.

João Chrysóstomo diz que a diferença pode ser considerada irrelevante, já que o aumento na reserva de vagas foi gradual. Assim, o maior número de cotistas que fez parte do levantamento ainda está nos primeiros períodos de seus cursos. “O início do curso, para todos, traz muitos desafios. É o momento de adaptação do estudante ao ensino superior e a novas rotinas de estudos. A tendência é que, passados os estágios iniciais, cotistas e não cotistas mantenham sempre desempenho semelhante. “Mas somente quando tivermos dados de um período maior, poderemos ser mais conclusivos nas interpretações”, pondera. Para o estudo atual sobre o CRA, foram consideradas informações dos períodos 2013/1 a 2015/1.

A pró-reitora de Graduação, professora Soraya Alvarenga Botelho, diz que, para auxiliar os estudantes a superar os desafios do início do curso e colaborar para que haja igual potencial de aproveitamento por todos, a UFLA mantém programas específicos. “É o caso do Programa de Mentoria para Calouros (ProMEC), uma submodalidade do Programa Institucional de Bolsas de Ensino e Aprendizagem da UFLA (PIB/UFLA), pelo qual alunos veteranos se tornam bolsistas, sob a supervisão de um professor, e têm a missão de colaborar na adaptação dos calouros de seu curso à vida acadêmica. “São ações que colaboram para que tenhamos desempenho semelhante em todos os grupos”, ressalta.

Uma política, muitas histórias

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Suellen Pereira Cândido é estudante do 4º período de Administração Pública. As cotas tiveram um papel importante para sua chegada à Universidade.

A estudante do 4º período de Administração Pública Suellen Pereira Cândido é a primeira de sua família a entrar para a universidade. As cotas tiveram papel importante nessa conquista. Ela é de Lavras e cursou o ensino médio em uma escola pública local. Conta que o pai a incentivou muito a cursar a graduação. “Ele acompanhava comigo os editais e me ajudou na escolha do curso”. Suellen já influencia a irmã mais nova a trilhar o caminho para a UFLA. “Ela já fez o Enem e quer muito estar aqui também”.

Ciente de que a reserva de vagas foi apenas um meio que lhe permitiu ingressar no ensino superior, ela está convicta de que tem muito trabalho pela frente. “O acesso ao diploma dependerá do meu esforço e da minha dedicação. Estou me empenhando nisso”. Ela destaca o apoio dos colegas de turma como um fator importante para seu desenvolvimento. “Algumas disciplinas exigem volume alto de leitura, e eu não tinha esse hábito. Sempre tive mais facilidade nas disciplinas das Ciências Exatas. Como a exigência dos professores é grande, tenho me superado. Estou lendo bastante e até passei a gostar dessa prática. Além do mais, em qualquer dificuldade, conto com meus colegas, sempre prontos a ajudar”.

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Na casa de Sarah, ela será a primeira a cursar a graduação.

A história de Suellen é parecida com a de Sarah de Paula, que acabou de ser aprovada pelo Processo Seletivo de Avaliação Seriada (PAS) para cursar Educação Física (Licenciatura). Ela diz que está ansiosa pelo início do período. Sarah, que tem dois irmãos mais velhos, também é a primeira da família a ingressar no curso superior. Ela frequenta a UFLA há oito anos como atleta do projeto de atletismo Cria Lavras.

É possível uma analogia entre seu empenho nos treinos do salto com barreiras e a etapas que vem vencendo para construir o futuro, com a ajuda de programas que buscam promover oportunidades para os jovens. “Um dia, vim participar de uma atividade na UFLA com a escola estadual em que estudava. O professor do Departamento de Educação Física (DEF) Fernando Oliveira, coordenador do Cria, me perguntou se eu não tinha interesse pelo esporte. Resolvi participar. Agora não quero mais sair dessa atividade. Isso me motivou a querer ingressar na Universidade como estudante. Com certeza, as cotas fizeram a diferença para a continuidade da minha história na UFLA”, conta Sarah.

Conheça os grupos de cotas utilizados nos processos seletivos da UFLA

A distribuição de vagas reservadas na UFLA, para cumprimento da Lei 12.711, de 29 de agosto de 2012 (Lei de Cotas), é feita da seguinte forma:

Grupo 1: vagas reservadas para estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas, com renda familiar bruta igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas;

Grupo 2: vagas reservadas para estudantes com renda familiar bruta igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas;

Grupo 3: vagas reservadas para estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas;

Grupo 4: vagas reservadas para estudantes que, independentemente da renda, tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

Reportagem do Jornal UFLA – Leia o texto completo (pág. 10-13)

 

Oficina Festa das Estrelas em Ribeirão Vermelho reuniu cerca de 150 pessoas

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Foto: blog Ribeirão Vermelho On-line.

A equipe do projeto de extensão A Magia da Física e do Universo promoveu em Ribeirão Vermelho a oficina Festa das Estrelas, envolvendo estudantes e professores da Escola Estadual Antônio Novaes, além de integrantes da comunidade. O evento ocorreu em 15/4 e foi considerado “um sucesso” na avaliação do blog Ribeirão Vermelho On-Line. Cerca de 150 pessoas estiveram presentes.

As atividades ocorreram no Campo do Bangu. Após a exibição de um documentário sobre o planeta Plutão, houve debate conduzido pelos professores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), coordenadores do projeto, Karen Luz Burgos Rosso e José Alberto Casto Nogales Vera. A observação do céu com telescópios foi realizada em seguida, contemplando o Berçário de Estrelas na Constelação de Órion, o planeta Júpiter e a Lua.

Além de intensificar a divulgação da ciência – que já é uma prática do projeto – a oficina também objetivou garantir auxílio à escola na preparação dos estudantes para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica 2016 (OBA). Acompanhe: Projeto da UFLA lança ferramentas virtuais para ajudar estudantes do ensino básico na preparação para a OBA 2016.

Sobre o projeto A Magia da Física e do Universo

Com atividades voltadas para despertar a curiosidade e o interesse das pessoas para os fenômenos astronômicos, o projeto foi criado em janeiro de 2009, integrando ensino, pesquisa e extensão. Atende a escolas do ensino básico e a toda a comunidade interessada pelos temas relacionados à área de Astronomia. Durante os períodos letivos da Universidade, são promovidas oficinas semanais para divulgação e popularização de informações científicas. “Festa das Estrelas” é o nome da oficina que ocorre aos sábados à noite, no Museu de História Natural (MHN), câmpus histórico da UFLA.

O apoio às atividades é do MHN, dos departamentos de Física (DFI) e de Ciências Exatas (DEX), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e das pró-reitorias de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), de Extensão e Cultura (Proec), de Pesquisa (PRP) e de Graduação (PRG).

 

DRI divulga oportunidades de experiências acadêmicas internacionais

internacionalizacaoOs estudantes que buscam oportunidades para complementarem sua formação com experiências acadêmicas internacionais devem ficar atentos aos processos seletivos em curso. A Diretoria de Relações Internacionais da Universidade Federal de Lavras (DRI/UFLA) divulga informações sobre o Programa de Mobilidade Estudantil na Turquia, sobre os cursos de graduação na Universidade do Porto e o Programa da Fundación Botín para o Fortalecimento da Função Pública na América Latina.

Programa de Mobilidade Estudantil na Turquia

Para quem tem interesse em participar do Programa de Mobilidade Estudantil na Turquia (Universidade de Fatih – Istanbul), o prazo para candidatura termina na quarta-feira (27/4). São 20 vagas e os selecionados terão as aulas iniciadas na segunda quinzena de setembro. Podem concorrer os estudantes regularmente matriculados nas universidades brasileiras que fazem parte do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB). Consulte o Edital e tenha as informações completas.

Outras informações: http://erasmus.fatih.edu.tr/

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Estão abertas até ao dia 31/5 as pré-candidaturas aos cursos de graduação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Feup). Podem se candidatar os estudantes que concluíram o Ensino Médio e já prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), assim como estudantes que já estão no ensino superior. As inscrições podem ser feitas pelo link www.fe.up.pt/brasil, no qual é possível também encontrar depoimentos de alunos brasileiros que estão atualmente na Feup, informações sobre a cidade e o país, entre outros conteúdos.

Um protocolo assinado em a Universidade do Porto e o (Inep) propiciou a aceitação das provas do Enem nos processos de candidatura.

Programa da Fundación Botín para o Fortalecimento da Função Pública na América Latina

Desde 18/4 estão disponíveis as informações para quem deseja se candidatar a participar do Programa da Fundación Botín para o Fortalecimento da Função Pública na América Latina. Basta acessar o site da Fundação. O prazo máximo para candidaturas é 16/6. As atividades começarão em 14/10, em Madri (Espanha), e serão encerradas em 30/11 no Rio de Janeiro. O financiamento do Programa inclui gastos com matrícula, viagem e estadia dos estudantes selecionados.

Reunião realizada na Reitoria tratou de próximas ações do curso de pós-graduação voltado para o combate à corrupção

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Reunião entre representantes da UFLA, da Esaf e da CGU. Foto: Cibele Aguiar.

Na sexta-feira (15/4), representantes da Escola Nacional de Administração Fazendária (Esaf) e da Controladoria Geral da União (CGU) estiveram na Universidade Federal de Lavras (UFLA) para acertar detalhes sobre a oferta da segunda turma do curso de pós-graduação lato sensu em Controle, Detecção e Repressão a Desvios de Recursos Públicos. Eles foram recebidos pelo reitor, professor José Roberto Soares Scolforo; pela vice-reitora, professora Édila Vilela de Rezende Von Pinho, e pelo pró-reitor de Pós-Graduação, professor Alcides Moino Júnior.

O curso é promovido por uma parceria que congrega a UFLA, a Esaf, o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF), a Controladoria Geral da União (CGU) e inclui, em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU). A previsão é de que as atividades da segunda turma do curso tenham início em 23 de junho, com aula magna a ser realizada em São Paulo, local onde serão ministradas também as demais aulas presenciais.

Neste ano, como ocorreu em 2015 com a primeira turma, as 46 vagas disponíveis serão distribuídas entre as instituições (MPF, PF, CGU e TCU), com o objetivo de qualificar e desenvolver servidores que atuam em órgãos de controle e repressão do desvio de recursos públicos. O curso é promovido por meio de um Termo de Execução e Cooperação Descentralizada, que garante a participação de recursos orçamentários de todos os órgãos federais envolvidos.

A UFLA  e a Esaf compartilham a responsabilidade pela elaboração do projeto do curso e pela gestão acadêmica das atividades. A primeira turma, iniciada em 2015, com aulas em Belo Horizonte, está em fase de finalização das atividades. O chefe da CGU em São Paulo, Roberto César de Oliveira Viegas, participou da reunião realizada na UFLA na última semana. Ele foi um dos responsáveis pela organização inicial do curso, quando ainda atuava na CGU em Belo Horizonte, e acompanhou a primeira turma como aluno. “Podemos dizer que a satisfação dos participantes está acima de 90%. O objetivo inicial proposto para o curso foi cumprido. Os projetos de conclusão que estão sendo produzidos têm como foco a praticidade e, com certeza, poderão ser aproveitados com sucesso pelas instituições”.

A coordenação do curso na UFLA é feita pelo professor Ricardo Augusto de Araújo Teixeira, do Departamento de Direito (DIR/UFLA). O conteúdo programático abordado compreende, entre outras temáticas, Auditorias de Contratação de Serviços na Administração Pública, Fiscalização de Obras, Análise de Planilhas Orçamentárias, Improbidade Administrativa, Organização Criminosa e Lei de Corrupção, Análise Patrimonial como Ferramenta de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. As disciplinas são ministradas tanto por professores da UFLA quanto por convidados especiais.

Na reunião, realizada em 15/4 na Reitoria, estiveram presentes, além de Roberto Viegas, o diretor regional da Esaf Marcos Antônio Oliveira Fernandes e o chefe substituto da GCU São Paulo, Pedro Antunes Alexandre.

Pesquisa revela que perdas na biodiversidade tropical podem estar subestimadas

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Espécie de besouro escarabeíneo utilizada durante a pesquisa. Foto: Hannah M. Griffiths e Filipe França.

Avaliar, de forma eficiente, o impacto das atividades humanas sobre a biodiversidade é essencial para a criação de estratégias adequadas à conservação ambiental. Por isso, pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e do Lancaster Environment Centre (Inglaterra) dedicaram-se a investigar os efeitos da exploração madeireira sustentável sobre a biodiversidade da Amazônia. Parte da pesquisa está consolidada em artigo publicado nesta semana na revista Journal of Applied Ecology.

Acesse o artigo completo.

O estudo comparou duas metodologias de avaliação dos impactos causados por distúrbios florestais sobre a biodiversidade tropical. A primeira metodologia, conhecida como Space-For-Time substitution (SFT), é predominante na literatura científica, já que a maioria das pesquisas é realizada após a ocorrência dos distúrbios (incêndios e extração madeireira, por exemplo). Nesse caso, áreas florestais não perturbadas são consideradas como referência (ou controle) espacial das áreas perturbadas.

Por outro lado, quando pesquisadores têm acesso às áreas antes do manejo florestal, eles podem usar o método Before-After Control-Impact (Baci). Esse método experimental permite a comparação da biodiversidade antes e após a ocorrência do distúrbio e entre áreas perturbadas e não perturbadas.

Para comparar os resultados da aplicação dessas duas metodologias, a pesquisa investigou os efeitos do corte seletivo sobre besouros escarabeíneos na Amazônia. Esses besouros foram escolhidos por serem considerados um excelente grupo bioindicador, ou seja, são bons indicadores da qualidade ambiental, pois estão intimamente relacionados às características ambientais. Também apresentam vantagens na relação custo-benefício de amostragem.

Os resultados da investigação, segundo os pesquisadores, são de grande importância para o manejo florestal em áreas de floresta tropical. A grande relevância está no fato de a pesquisa revelar que a metodologia Baci demonstrou efeitos significativos sobre a diversidade de besouros a partir da intensificação do corte seletivo, enquanto a metodologia SFT – a mais adotada em estudos ecológicos – subestimou a perda de espécies quase pela metade.

A pesquisa é parte da tese de doutorado defendida pelo pesquisador Filipe França. Seu doutorado foi desenvolvido em programa de dupla-titulação – fruto da parceria entre a UFLA e a Lancaster University – sob a orientação dos professores Júlio Louzada (Departamento de Biologia, UFLA) e Jos Barlow (LEC, Lancaster University). A pesquisa também contou com o apoio da equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação de Invertebrados (UFLA) e do Tropical Group (LEC).

Para Filipe, a produção do trabalho foi compensadora e tem implicações para a Biologia da Conservação e o Manejo Florestal. “Nossa pesquisa evidencia que o uso da metodologia Space-For-Time (SFT) pode subestimar a perda de biodiversidade tropical associada aos distúrbios florestais. Além disso, nós mostramos que grandes perdas na biomassa e diversidade dos besouros escarabeíneos aconteceram nas áreas com maior intensidade de corte seletivo”.

A partir dos resultados do estudo, o pesquisador destaca que o uso do método Baci deve ser incentivado, por meio de fontes de financiamento de longo-prazo para a coleta de dados, além de uma boa relação entre pesquisadores e setor privado (proprietários de terra e empresas madeireiras, por exemplo). “Sabemos que a recorrência à abordagem SFT é, muitas vezes, o único recurso, pois muitos pesquisadores só têm acesso às áreas de estudo após a ocorrência do distúrbio; além disso, o método Baci possui muitos desafios logísticos. No entanto, defendemos um bom planejamento experimental e o desenvolvimento de maior número de pesquisas que possam subsidiar melhor a busca pela sustentabilidade do manejo florestal”, avalia Filipe.

Da esq. p/ dir.: Edvar Correa (guia do grupo de pesquisa) , Jos Barlow (orientador no LEC, Lancaster University), Toby Gardner (colaborador, Stockholm Environment Institute), Filipe França (autor do estudo pela dupla-titulação UFLA-LEC) e Júlio (orientador no DBI/UFLA) .
Da esq. p/ dir.: Edvar Correa (guia do grupo de pesquisa) , Jos Barlow (orientador no LEC, Lancaster University), Toby Gardner (colaborador, Stockholm Environment Institute), Filipe França (autor do estudo pela dupla-titulação UFLA-LEC) e Júlio (orientador no DBI/UFLA). Foto: Filipe França.

Para o orientador brasileiro de Filipe, professor Júlio, a experiência da dupla-titulação contribui muito para a alta qualidade do trabalho desenvolvido. “É um meio pelo qual a interação do estudante com as duas instituições ocorre durante toda a sua formação no  doutorado, desde o planejamento da pesquisa até a publicação da tese. Desse processo, resultou um trabalho que pode alterar a percepção da comunidade científica sobre as pesquisas da área. A primeira publicação de resultados já ocorre em uma das revistas mais importantes do mundo na área”, avalia.

Atualmente, outros três estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da UFLA estão em Lancaster para dupla-titulação. Há também dois estudantes da instituição britânica em atividade no Programa. O pesquisador Jos Barlow, que orientou Filipe, permaneceu na UFLA por 12 meses durante seu período sabático. O retorno à Inglaterra ocorreu recentemente. A parceria da UFLA com a Lancaster University abrange ainda outros programas de pós-graduação da instituição.

A contribuição da experiência Internacional

Durante o doutorado, Filipe permaneceu um ano na Inglaterra dedicando-se à sua pesquisa. Ele relata que o programa de dupla titulação e a parceria com a Lancaster University foi muito enriquecedora para o estudo. “A experiência foi incrível e contribuiu para o amadurecimento da minha forma ‘de fazer ciência’. É impossível não passarmos por uma transformação. O que aprendi nesse processo melhorou a qualidade da minha pesquisa e o meu desenvolvimento acadêmico.”

O tempo de permanência na instituição estrangeira também permitiu ao pesquisador ampliar suas relações pessoais. “Eu até esperava ir morar num local frio e nublado (como foi realmente), mas conhecer pessoas tão amáveis e fazer boas amizades foram as melhores surpresas que eu poderia ter.”

Filipe descreve, ainda, a fase da pesquisa desenvolvida na Amazônia como algo marcante. “Realizei dois sonhos durante meu doutorado: um deles era viver e estudar na Inglaterra; e o outro era o de conhecer, morar e pesquisar a Floresta Amazônica, a maior floresta contínua do mundo. Desde quando iniciei a graduação em Ciências Biológicas na UFLA, eu tinha interesse em trabalhar na Amazônia. Hoje, sinto-me extremamente realizado”.

Dividindo seu tempo entre a região quente, ensolarada e úmida da floresta tropical e a região fria e nublada de Lancaster, Filipe diz ter aproveitado intensamente as oportunidades. “Foi realmente uma experiência fascinante e já planejo novos estudos na Amazônia”.

Observe na imagem a representação gráfica da pesquisa (Infográfico produzido por Filipe França).

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Em palestra na Holanda, professor da UFLA falou sobre programação fetal em bovinos de corte

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A palestra foi ministrada pelo professor Márcio Machado Ladeira,  na Holanda, em 7/4.

O professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA-DZO) Márcio Machado Ladeira proferiu palestra na Holanda em 7 de abril. Ele abordou o tema Fetal programming in beef cattle  (Programação fetal em bovinos de corte) durante evento promovido pela multinacional Trouw Nutrition.

O simpósio internacional, realizado em 6 e 7 de abril, marcou a abertura de novas instalações de um centro de pesquisa da empresa na Holanda. Além do professor Márcio, houve a presença de palestrantes de países como Canadá, Espanha, Portugal, Irlanda, Holanda e Nova Zelândia. O evento reuniu 310 participantes, de 14 países.

A demanda mundial crescente por leite e carne de qualidade, que exige inovações e investimentos em nutrição animal, foi uma das motivações para a promoção do simpósio. Professor Márcio, que deu sua contribuição aos debates a convite a Trouw Nitrition, é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFLA desde 2012.

Recepção de estudantes estrangeiros será realizada na UFLA em 25/4

INTERNACIONALIZACAO2-249x173A Diretoria de Relações Internacionais da Universidade Federal de Lavras (DRI/UFLA) promoverá em 25/4 a recepção oficial dos novos estudantes estrangeiros que chegam à UFLA por ocasião do início do período letivo 2016/1. O evento ocorrerá às 9h, no Salão dos Conselhos, prédio da Reitoria.

Pela programação, os estudantes receberão as boas-vindas do reitor, professor José Roberto Soares Scolforo, e na sequência terão uma palestra informativa com o diretor de Relações Internacionais da UFLA, professor Antônio Chalfun Júnior. Será também a oportunidade para que os novos alunos tenham informações sobre as disciplinas de Português como Língua Estrangeira, com a professora Débora Racy Soares.

Durante as atividades, o público presente também poderá saber mais sobre a nova chamada de inscrições para o Programa Brother UFLA, prevista ter início em maio, além de conhecer o Núcleo de Cultura Internacional e as possibilidades que ele oferece para integração de estudantes de diferentes nacionalidades.

De acordo com a DRI, é esperada a participação de 25 alunos estrangeiros. As atividades estão ligadas ao Plano de Internacionalização da Universidade.