Reunião na reitoria da UFLA é passo inicial para implantação do Instituto de Ecomobilidade no Brasil

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Da esq. p/ dir.: prof. Giovanni, Andrea, prof. Victor, prof. Scolforo, prof. Arthur e prof. Chalfun.

As estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o condutor é responsável, direta ou indiretamente, por 90% dos acidentes de trânsito. Uma boa forma de eliminar esse fator de risco, garantindo maior segurança no trânsito, é o investimento em pesquisas voltadas à mobilidade sustentável, com veículos eletrificados, carros autônomos e conectados, e novas estruturas e serviços de mobilidade e energia. Para que a Universidade Federal de Lavras (UFLA) dê sua contribuição a essa área de estudos, o reitor, professor José Roberto Soares Scolforo, recebeu em reunião, na tarde dessa terça-feira (4/8), a equipe que propõe a estruturação do Instituto de EcoMobilidade no Brasil.

Participaram da reunião, além do reitor, o diretor de Relações Internacionais da Universidade, professor Antônio Chalfun Júnior, e a chefe de Gabinete, Ana Carla Marques Pinheiro. No grupo que apresentou a proposta estavam os professores do Departamento de Engenharia Arthur de Miranda Neto e Giovanni Francisco, acompanhados do professor da Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines (UVSQ) e diretor científico do Instituto Vedecom, Victor Etgens, e da advogada e doutoranda da UVSQ e do Vedecom, Andrea Martinesco.

A proposta de parceria feita à UFLA é para que a instituição se torne parceira e sedie um dos polos do Instituto de Ecomobilidade no Brasil, que tem como principal proponente o professor Arthur. Trata-se de uma estrutura público-privada que adaptará as pesquisas da área de mobilidade e transporte à realidade brasileira, somando competências da academia e da indústria do país, de forma a criar novas a tecnologias, desenvolver pesquisas de ruptura, criando uma competência de alto nível na área da ecomobilidade.

A Direção Executiva da Universidade acolheu a proposta e reconheceu o interesse público do projeto. A expectativa é de que o Instituto seja instalado em área próxima ao Parque Tecnológico, dispondo, inclusive, de pista de teste para veículos e todo o ecossistema sustentável. No entanto, ainda será necessário que o grupo de trabalho formalize a proposta e defina as próximas ações necessárias. “Da mesma maneira pela qual a UFLA deu sua contribuição à agricultura desse país, queremos, sim, trabalhar e contribuir para o mundo da mobilidade, do transporte. A importância desse projeto é muito clara para mim”, afirmou professor Scolforo, lembrando também dos projetos de internacionalização e da meta de posicionar a UFLA entre as melhores universidades do mundo.

Diferentes ações de aproximação com o governo e com industriais estão previstas pela equipe. Com o apoio da reitoria da universidade e também da DRI, o grupo de trabalho será formado pelos professores Arthur de Miranda Neto, Victor Etgens e Giovanni Rabelo, pela pesquisadora Andrea Martinesco, e por membros da indústria.

O Instituto Francês Vedecom será parceiro no projeto. Com atividades iniciadas na França em 2014, o Vedecom é uma parceria público-privada ligada à indústria e relacionada com a mobilidade verde, associando mais de 46 atores dos diferentes setores da indústria automotiva, fabricantes de equipamentos, escolas e universidades, atores do setor de serviços da mobilidade e governos federal, estadual e municipal na França. Sua estrutura de pesquisa mescla aspectos de pesquisa fundamental e aplicada, reunindo industriais e acadêmicos em um programa multidisciplinar. É com base nessa experiência que se estrutura no Brasil o Instituto de Ecomobilidade.

Sobre a equipe que está à frente da propostaIMG_2523

Victor Etgens, físico especialista na área de materiais, coordena projetos científicos importantes associando atores públicos e privados, trabalhando com grupos multidisciplinares. Em 2015, ganhou o prêmio AEF Universidades-Empresas na categoria Pesquisa e Inovação pela cátedra que criou sobre novos materiais para eletrificação de veículos. Victor está está na UFLA participando de um projeto proposto pelo professor Arthur, com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Nos próximos três anos ele desenvolverá atividades na instituição por um período de sete meses (não contínuos).

Andrea  Martinesco é advogada e servidora pública do Ministério Público Federal de Curitiba. Cursa doutorado em direito na UVSQ, França. Atuando no Instituto Vedecom, trabalho nos aspectos jurídicos relacionados à colocação de veículos autônomos em vias públicas. No Brasil, é colaboradora do mesmo projeto proposto pelo professor Arthur de Miranda Neto. Na proposta do Instituto de EcoMobilidade no Brasil, é responsável pelas questões de regulamentação e legislação dos veículos inteligentes.

Professor Arthur atua no DEG e é membro fundador de um laboratório instalado atualmente na Unicamp e colaborador ativo do Laboratório de Robótica Móvel (LRM) da Universidade de São Paulo (USP-São Carlos). Participa no cenário internacional nas questões relacionadas com mobilidade e veículos inteligentes. Na UFLA, é líder do recém-criado Laboratório de Mobilidade Terrestre e coordenador da Empresa Robótica Jr. da UFLA. Tem como tema principal de pesquisa Sistemas Híbridos de Localização e Veículos Inteligentes. Realizou Pós-doutorado (2012) em Percepção multi-sensorial e Ego-localização 2D na França. Possui doutorado em Tecnologia e Sistemas de Informação pela Universidade de Tecnologia de Compiègne, França, e em Engenharia Mecânica pela UNICAMP.

Professor Giovanni, também do DEG, atua na UFLA desde 1992. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica e Instrumentação e Análise de Sinais, com ênfase em Metrologia com aplicação multidisciplinar. É também advogado e seu envolvimento neste projeto abrange as questões jurídicas e de regulamentação.

A UFLA e a UVSQ

A DRI/UFLA conduz o estabelecimento de um acordo de dupla-titulação com a universidade francesa. No momento, dois alunos de doutorado estão na França, sendo eles orientados pelos professores Arthur e Giovanni. Há a previsão de que três pós-doutorandos, professores da UFLA, também passem um tempo na instituição francesa em 2016.