Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas chega à 300ª defesa de dissertação

image011O título da pesquisa desenvolvida pela mestranda Márcia Leite dos Santos, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), foi “Identificação de populações com eventos transgênicos adaptadas a diferentes épocas de semeadura”. O trabalho, que teve a orientação do professor do Departamento de Biologia (DBI) João Cândido de Souza, protagonizou, em 13/2, defesa comemorativa no Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, por ser a de número 300.

A mesa de honra da cerimônia foi presidida pelo pró-reitor de Pós-Graduação, professor Alcides Moino Júnior; acompanhado do chefe do DBI, professor Julio Louzada; do mentor do Programa, professor João Bosco dos Santos; do egresso que realizou a primeira defesa no Programa e hoje é pesquisador da Embrapa Tabuleiros, Cleso Antônio Patto Pacheco; e do coordenador do Programa e orientador da 300ª dissertação, professor João Cândido de Souza.

Durante a solenidade de abertura do evento, o professor João Bosco resgatou a história que vem sendo percorrida pelo Programa desde sua criação e comentou a satisfação da equipe quando, em uma pesquisa feita para avaliar a percepção do público acerca dos trabalhos, apurou-se que a satisfação dos egressos era de 97%. Na sequência, Cleso também lembrou fatos históricos e o contexto da primeira defesa, além de ter presenteado a UFLA, oficialmente, com o manuscrito original de sua dissertação.

Já o professor Júlio falou sobre o trabalho de orientação aos estudantes. “Nós orientamos porque gostamos, porque é prazeroso contribuir na educação de alguém. E esse grupo aqui (do Programa) já teve o prazer de orientar por 300 vezes”. Para o professor João Cândido o momento foi também de agradecimentos. Ele agradeceu aos professores fundadores, aos que chegaram depois, aos de outros departamentos que contribuem, às secretárias do Departamento e do Programa e aos demais funcionários.

Os relatos dos egressos dos programas de pós-graduação da UFLA foram realçados pelo professor Alcides como evidências da qualidade com a qual o trabalho que vem sendo desenvolvido. “Os depoimentos dos egressos, como é o caso do de Cleso, são sempre bem positivos, o que sugere que a formação oferecida pela instituição tem gerado bons frutos, multiplicados pelo Brasil.”

De Sergipe para Lavras, e de Lavras para Piracicaba

Agora mestre em Genética e Melhoramento de Plantas pela UFLA, Márcia graduou-se na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Após receber, de seu orientador de estágio na Embrapa, a recomendação da UFLA como instituição de excelência para cursar o mestrado, veio para Lavras continuar sua formação acadêmica. “Mesmo já tendo essa boa referência da instituição, ainda assim me surpreendi com o que encontrei: a UFLA superou minhas expectativas.” Ela conta que o curso é difícil, mas constata que o esforço é recompensado. “A formação é única. É uma honra obter o título aqui, principalmente porque é um grupo de trabalho que tem tradição. Os anos de formação foram de muito crescimento. Isso faz o simbolismo da 300ª dissertação ser ainda maior para mim”, diz.

A autora da 300ª dissertação agora prepara-se para iniciar o doutorado na Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), câmpus de Piracicaba (SP).

A dissertação

O trabalho buscou avaliar o desempenho de populações de milho com eventos transgênicos, semeadas em diferentes épocas do ano. Os objetivos eram verificar o genótipo obtido pelo programa de Melhoramento de Milho da UFLA que apresentava o melhor desempenho, quantificar a perda na produtividade média com o atraso da semeadura e identificar os caracteres do milho mais influenciados pelo atraso da semeadura, o que pode auxiliar os melhoristas nas fases de seleção.

Nos resultados, verificou-se que o cruzamento entre dois híbridos específicos, ambos parentais com eventos transgênicos, obteve maior produtividade de grãos e melhor desempenho agronômico. Houve perda de produtividade média de 139 kg ha-1 a cada quatro semanas de diferença de semeadura. Os caracteres mais influenciados negativamente pelo atraso de semeadura foram o peso médio de grãos por espiga e o peso de cem grãos.

Um pouco da história do Programa

O curso de Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas foi criado em 1986, na Escola Superior de Agricultura de Lavras (antiga Esal, hoje UFLA). Já o Doutorado foi implantado em  1995. A primeira dissertação foi defendida por Cleso Antônio Patto Pacheco em 1987, e a primeira tese de doutorado foi de Oswaldo Gomes Marques Júnior, em 1997. Em vinte e nove anos de criação do Programa, foram defendidas 120 teses e 300 dissertações.