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Genética e Melhoramento de Plantas: celebrados 20 anos do Simpósio Internacional e 30 anos da pós-graduação

Abertura do evento
Abertura do evento

A edição de 2016 do Simpósio Internacional de Atualização em Genética e Melhoramento de Plantas foi especial: marcou os 20 anos do evento e celebrou os 30 anos do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. O Simpósio foi realizado na UFLA entre os dias 27 e 29 de julho, com palestras, mesas-redondas e apresentação de trabalhos sobre o tema: “FENÔMICA: a nova era dos dados biométricos”.

O tema diz respeito ao avanço do conhecimento científico e de novas técnicas de avaliação da fenotipagem das plantas. A visualização das características fenotípicas possibilita a predição do desempenho das plantas de acordo com as mais variadas condições ambientais, o que impacta na produção de alimentos: “Sem um avanço do conhecimento científico e tecnológico na área de fenotipagem, dificilmente será possível atender a toda a demanda de alimento e energia para as próximas décadas”, explica o coordenador geral do GEN, Mario Henrique Murad Leite Andrade. O Núcleo de Estudos em Genética e Melhoramento de Plantas (GEN) foi o organizador do evento.

Esse foi o 20º Simpósio, que se iniciou em 1996 com abrangência regional. A importância foi crescendo ao longo do tempo, até que o evento adquiriu abrangência internacional. “No ano passado, o Simpósio teve 197 inscritos, entre estudantes de graduação e de pós-graduação, professores e pesquisadores, e recebeu 50 resumos. Neste ano, contamos com mais de 260 inscritos e 143 resumos, além de cinco palestrantes internacionais, o que mostra o contínuo crescimento”, analisa Mario Henrique, doutorando em Genética e Melhoramento de Plantas. Nos dias 27 e 28, as palestras foram realizadas no Salão de Convenções.

30 anos da Pós-Graduação

No dia 29, uma solenidade no Anfiteatro Professor Magno Antonio Patto Ramalho (DBI) homenageou apoiadores, colaboradores, professores e gestores institucionais. Após uma apresentação sobre os 30 anos, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa em MG (Fapemig), professor Evaldo Ferreira Vilela, enalteceu a parceria entre a Fundação e a UFLA e o empenho do Programa em criar soluções e se comunicar com a sociedade. O comprometimento com a sociedade também foi ressaltado pelo reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo.

30 anos em fatos

Professor Magno Ramalho apresenta história do Programa
Professor Magno Ramalho apresenta história do Programa

O professor Magno Antonio Ramalho fez uma apresentação destacando o estudo da Genética na UFLA, desde o que considerou ser um livro pioneiro no Brasil: “Apontamentos de Genetica Elementar e Applicada”, lançado em 1925 pelo professor Benedito Paiva. A rica história do Programa foi lembrada: iniciado em 1986, teve sua primeira dissertação defendida em 1987 e, com a consolidação do Mestrado, o Doutorado passou a ser oferecido em 1997. Dois anos depois, houve a defesa da primeira tese. Já em 2012, o Mestrado Profissional foi iniciado e sua primeira dissertação, defendida em 2014.

Também foram apresentados dados sobre os egressos. Do Mestrado, 80% partiram para o doutorado, 10% estão em empresas privadas, 1% em empresa pública e 3% em universidades.  Do Doutorado, 34% estão em universidades, 26% em empresas públicas, 19% em empresas privadas, 17% em pós-doutorado. Com relação à internacionalização, o professor Magno frisou os 23 discentes que fizeram doutorado sanduíche no exterior, assim como os 11 discentes estrangeiros que participaram do programa, nos últimos cinco anos. Cinco docentes realizaram treinamento no exterior.

No ramo das publicações científicas, os participantes do Programa contribuíram ou foram responsáveis por 1549 artigos científicos, 93 livros ou capítulos de livros, 315 dissertações, 15 dissertações do mestrado profissional e 143 teses. O Programa também apresenta como características a cooperação com empresas e programas de pós-graduação em outras instituições, e um projeto que busca novos talentos para a genética no Ensino Médio. “O programa será cada vez mais útil à sociedade brasileira”, concluiu o professor.

Pioneirismo

Coordenação do GEN
Coordenação do GEN

O Núcleo de Estudos em Genética e Melhoramento de Plantas (GEN), vinculado ao programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da Universidade Federal de Lavras (UFLA), realiza anualmente o Simpósio, que já se consolidou como um espaço científico importante para discutir e refletir sobre temas relevantes para o conhecimento da área e para a sociedade. O GEN foi criado em 1993, sendo o primeiro criado na UFLA e o primeiro em sua área no Brasil. Promover o intercâmbio e atualização de conhecimentos entre estudantes, pesquisadores e profissionais é a meta principal do Núcleo.

Depois de evento na África do Sul, trabalhos realizados no DBI são recomendados como protocolo internacional

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Palestra da professora Elaine em Workshop na África do Sul.

A professora do Departamento de Biologia (DBI) Elaine Aparecida de Souza retornou ao Brasil com boas notícias depois de representar o Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas em um evento realizado na África do Sul. Trabalhos produzidos na Universidade Federal de Lavras (UFLA) passam a ser parâmetro recomendado para outras instituições no mundo no que se refere à resistência à mancha angular no feijoeiro.

O evento intitulado “Common Bean Disease Workshop on Angular Leaf Spot and Root Rots” ocorreu na cidade de Skukuza, na África do Sul, no período de 20/7 a 23/7. Pesquisadores de diferentes países, como Argentina, Chile, Estados Unidos, Brasil, África do Sul e outros países africanos estiveram reunidos com o propósito de discutir doenças comuns no feijoeiro: a mancha angular e podridões de raiz.

Na palestra proferida pela professora Elaine no primeiro dia do evento, “Genetics and breeding for Angular Leaf Spot resistance in common bean”, trabalhos desenvolvidos na UFLA foram apresentados e tiveram impacto na percepção da comunidade científica. Um deles é o Programa de seleção recorrente visando a resistência à mancha angular do feijoeiro, iniciado em 1999 e conduzido na UFLA pela pesquisadora da Embrapa Ângela de Fátima Barbosa Abreu e pelo professor Magno Antonio Pato Ramalho. Com as atividades do Programa, várias linhagens resistentes de feijão têm sido selecionadas ao longo dos ciclos. Além disso, a parceria UFLA-Embrapa nesse projeto, já permitiu a produção de duas dissertações de mestrado, uma tese de doutorado e vários artigos publicados em revistas científicas.

Outro ponto relevante da apresentação feita por Elaine foi a metodologia desenvolvida pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas Rafael Pereira, quando da conclusão de sua graduação, e da escala de notas que complementa essa metodologia, produzida pela dissertação de mestrado de Samira Librelon. Esse procedimento tem sido utilizado no Programa conduzido pela pesquisadora Ângela e acelera o processo de seleção de linhagens resistentes. Antes desses trabalhos, toda a avaliação para seleção era feita no campo. Com este método, torna-se possível fazer a avaliação em casa de vegetação, com inoculação do patógeno em folhas primárias do feijoeiro, permitindo a condução de três ciclos de seleção por ano. Dessa forma, ele foi recomendado para uso internacional nos programas de melhoramento.

Outro ponto importante para o Brasil foi a participação da professora Elaine, no dia 22/7, na discussão que avaliou e redefiniu o conjunto internacional de cultivares diferenciadoras do feijoeiro para identificação das raças do patógeno causador da mancha angular (o fungo, Pseudocercospora griseola). Os debates resultaram na atualização do conjunto, que estava vigente desde 1987. Com a revisão, foram incluídas novas linhagens no conjunto, sendo duas delas do Brasil – das duas, uma foi desenvolvida na UFLA, no Programa conduzido por Ângela.

De acordo com Elaine, o evento teve um saldo muito positivo. “Foi uma oportunidade ímpar de divulgar a pesquisa desenvolvida no Brasil e na UFLA,

O doutorando Rafael apresentou trabalho em pôster durante o Workshop. Nesta foto, está acompanhado de Elaine.
O doutorando Rafael apresentou trabalho em pôster durante o Workshop. Nesta foto, está acompanhado de Elaine.

instituição que já tem tradição de mais de 40 anos em pesquisas com feijão”, disse.

A participação de professores e estudantes em eventos internacionais é incentivada pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas e tem o propósito de viabilizar a troca de experiência e informações com a comunidade científica internacional. Do Workshop na África do Sul participou também, além de Elaine, o doutorando Rafael, que apresentou trabalho sob a forma de pôster.

Os trabalhos científicos que deram origem ao reconhecimento alcançado durante o Workshop já foram publicados como artigos:

– Metodologia de Inoculação em folhas primárias do feijoeiro, de autoria de Rafael Pereira, orientado pela professora Elaine Publicação em: Annual Report of the Bean Improvement Cooperative (2011) 54:104-105.

– Escala de notas, de autoria de Samira Librelon, também orientada pela professora Elaine e coorientada pelo professor do Departamento de Fitopatologia (DFP) Edson Pozza. Publicação em: Australasian Plant Pathology (2015) 44:385-395. DOI 10.1007/s13313-015-0360-9.

Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas chega à 300ª defesa de dissertação

image011O título da pesquisa desenvolvida pela mestranda Márcia Leite dos Santos, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), foi “Identificação de populações com eventos transgênicos adaptadas a diferentes épocas de semeadura”. O trabalho, que teve a orientação do professor do Departamento de Biologia (DBI) João Cândido de Souza, protagonizou, em 13/2, defesa comemorativa no Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, por ser a de número 300.

A mesa de honra da cerimônia foi presidida pelo pró-reitor de Pós-Graduação, professor Alcides Moino Júnior; acompanhado do chefe do DBI, professor Julio Louzada; do mentor do Programa, professor João Bosco dos Santos; do egresso que realizou a primeira defesa no Programa e hoje é pesquisador da Embrapa Tabuleiros, Cleso Antônio Patto Pacheco; e do coordenador do Programa e orientador da 300ª dissertação, professor João Cândido de Souza.

Durante a solenidade de abertura do evento, o professor João Bosco resgatou a história que vem sendo percorrida pelo Programa desde sua criação e comentou a satisfação da equipe quando, em uma pesquisa feita para avaliar a percepção do público acerca dos trabalhos, apurou-se que a satisfação dos egressos era de 97%. Na sequência, Cleso também lembrou fatos históricos e o contexto da primeira defesa, além de ter presenteado a UFLA, oficialmente, com o manuscrito original de sua dissertação.

Já o professor Júlio falou sobre o trabalho de orientação aos estudantes. “Nós orientamos porque gostamos, porque é prazeroso contribuir na educação de alguém. E esse grupo aqui (do Programa) já teve o prazer de orientar por 300 vezes”. Para o professor João Cândido o momento foi também de agradecimentos. Ele agradeceu aos professores fundadores, aos que chegaram depois, aos de outros departamentos que contribuem, às secretárias do Departamento e do Programa e aos demais funcionários.

Os relatos dos egressos dos programas de pós-graduação da UFLA foram realçados pelo professor Alcides como evidências da qualidade com a qual o trabalho que vem sendo desenvolvido. “Os depoimentos dos egressos, como é o caso do de Cleso, são sempre bem positivos, o que sugere que a formação oferecida pela instituição tem gerado bons frutos, multiplicados pelo Brasil.”

De Sergipe para Lavras, e de Lavras para Piracicaba

Agora mestre em Genética e Melhoramento de Plantas pela UFLA, Márcia graduou-se na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Após receber, de seu orientador de estágio na Embrapa, a recomendação da UFLA como instituição de excelência para cursar o mestrado, veio para Lavras continuar sua formação acadêmica. “Mesmo já tendo essa boa referência da instituição, ainda assim me surpreendi com o que encontrei: a UFLA superou minhas expectativas.” Ela conta que o curso é difícil, mas constata que o esforço é recompensado. “A formação é única. É uma honra obter o título aqui, principalmente porque é um grupo de trabalho que tem tradição. Os anos de formação foram de muito crescimento. Isso faz o simbolismo da 300ª dissertação ser ainda maior para mim”, diz.

A autora da 300ª dissertação agora prepara-se para iniciar o doutorado na Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), câmpus de Piracicaba (SP).

A dissertação

O trabalho buscou avaliar o desempenho de populações de milho com eventos transgênicos, semeadas em diferentes épocas do ano. Os objetivos eram verificar o genótipo obtido pelo programa de Melhoramento de Milho da UFLA que apresentava o melhor desempenho, quantificar a perda na produtividade média com o atraso da semeadura e identificar os caracteres do milho mais influenciados pelo atraso da semeadura, o que pode auxiliar os melhoristas nas fases de seleção.

Nos resultados, verificou-se que o cruzamento entre dois híbridos específicos, ambos parentais com eventos transgênicos, obteve maior produtividade de grãos e melhor desempenho agronômico. Houve perda de produtividade média de 139 kg ha-1 a cada quatro semanas de diferença de semeadura. Os caracteres mais influenciados negativamente pelo atraso de semeadura foram o peso médio de grãos por espiga e o peso de cem grãos.

Um pouco da história do Programa

O curso de Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas foi criado em 1986, na Escola Superior de Agricultura de Lavras (antiga Esal, hoje UFLA). Já o Doutorado foi implantado em  1995. A primeira dissertação foi defendida por Cleso Antônio Patto Pacheco em 1987, e a primeira tese de doutorado foi de Oswaldo Gomes Marques Júnior, em 1997. Em vinte e nove anos de criação do Programa, foram defendidas 120 teses e 300 dissertações.

Professor da Universidade de Wisconsin-Madison ministrou disciplina em pós-graduação no DBI

image025O Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da Universidade Federal de Lavras (UFLA) ofereceu a seus estudantes na última semana (3/11 a 5/11), como parte de suas ações de internacionalização, a disciplina “Avanços científicos em Genética e Melhoramento de Plantas III”, tendo como tema “Centrômero de plantas” (Plant Centromere). O conteúdo foi ministrado pelo professor da Universidade de Wisconsin-Madison (Estados Unidos), Jiming Jiang, que esteve pela primeira vez na UFLA.

O professor, que tem nacionalidade chinesa, é citogeneticista e trabalha com melhoramento de batata, sendo considerado um dos mais importantes cientistas no mundo nas áeas de citogenética molecular e citogenômica. Desde 2009, a professora do Departamento de Biologia (DBI/UFLA) Giovana Torres tem a colaboração professor Jiming Jiang em atividades de pesquisa e de orientação de estudantes de pós-graduação.  De acordo com a professora, a parceria tem sido valiosa. “Ele é um dos poucos especialistas no mundo que trabalha com uma técnica que temos interesse de utilizar aqui”, explica.

Dezoito estudantes participaram das atividades da disciplina. Além de estudantes do programa,  pós-doutorandos e graduandos também frequentaram as aulas, o que lhes foi creditado como curso. Na sexta-feira (7/11), Jiming Jiang proferiu palestra que deixou lotado o Anfiteatro do setor de Ecologia. Com uma apresentação descontraída, ele fechou seu ciclo de trabalhos na UFLA abordando o tema “Biotech and breeding approachs to tackle the acrylamide problem in potato”. Esse último evento foi aberto ao público e teve início às 13h30.

Professora norte-americana ministra disciplina no Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas

professora-americana-dbi2Como parte de suas ações de internacionalização, o Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas oferece aos estudantes, nesta semana (18/8 a 22/8), uma disciplina ministrada pela professora da Universidade do Estado de Ohio (EUA) Leah McHale. Ela pertence ao Department of Horticulture and Crop Science (The Ohio State University).

A disciplina “Avanços Científicos em Genética e Melhoramento de Plantas I” está sendo abordada pela professora norte-americana tendo como perspectiva o tema “Methods in genetic dissection of complex quantitative traits”. Vinte estudantes de mestrado e doutorado acompanham as aulas, que estão sendo ministradas nos turnos da manhã e da tarde.

Para os doutorandos do Programa Rafael Diniz e Márcio Lisboa Guedes, as informações repassadas pela professora Leah são relevantes no que se refere à área de pesquisa, e ampliam a visão que possuem sobre o assunto. “É uma complementação importante para nossa formação”, resume Rafael. Eles também dizem que o fato de as aulas serem todas em inglês favorece o maior desenvolvimento no idioma por parte dos estudantes.professora-americana-dbi

Com exposição de teoria no período da manhã, e atividades práticas no período da tarde, a disciplina atraiu o interesse também de alguns alunos de outros programas, que participam dos trabalhos. Essa é a segunda disciplina, com atuação de professor estrangeiro, oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. De acordo com a coordenadora adjunta do Programa, Vânia Helena Techio, o objetivo é continuar convidando professores de outros países, tornando efetivas as práticas de internacionalização.