Renda média do produtor rural sobe, mas preço do café cai

Pesquisas realizadas no Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE) indicaram acréscimo na renda do produtor rural e queda no preço do café, com base em dados obtidos até maio deste ano. A pesquisa considerou o Índice de Preços Recebidos (IPR), referente à venda dos produtos agrícolas, e o Índice de Preços Pagos (IPP), que diz respeito aos insumos gastos pelos produtores rurais, especificamente na produção do sul de Minas Gerais.

O IPR teve uma alta de 1,71%, enquanto o IPP apresentou uma ligeira alta de 0,30% em maio. Analisando o período dos últimos doze meses, o IPR (na sua estruturação em grupos) demonstrou resultados de elevação de renda para os produtores de grãos em 58,23%, pecuaristas de leite, em 4,63% e horticultores, em 1,27%. Somente o grupo café vem apresentando queda da renda neste período, uma queda acumulada em -12,29%.

O coordenador da pesquisa, professor Renato Fontes, salienta que, durante o ano de 2012, a renda do cafeicultor caiu, em média, -23,91% e a tendência é de que a perda aumente ainda mais, “pois entrando a nova safra que começa a ser colhida, e caso não aconteça nenhum fator climático, a oferta do café tende a aumentar e, consequentemente, a pressionar os preços para baixo”, explica.

Outro fator apontado por Renato é que os grandes fundos de investimento que trabalham com o contrato de café, cotado em Nova York (EUA), vêm, desde o final do ano passado, “invertendo a mão”: passam de compradores para vendedores de contrato de café e isso ocasiona a queda do preço da saca. No final de 2011, o valor da saca era de R$ 520,00; neste mês, chegou ao patamar de R$ 385,00.

Em relação aos insumos, observou-se, dentro dos grupos que compõem o IPP, que o grupo do leite obteve a maior elevação. A alta do preço do milho ocasionou o aumento do preço do concentrado (26,69%) e da ração (4,86%) e, consequentemente, do leite. Além disso, os medicamentos utilizados no setor apresentaram uma alta de 5,25%, com destaque para os antibióticos (5,86%) e vermífugos (8,37%).

A pesquisa foi desenvolvida pelo professor Renato Fontes e pelos alunos Marcelo Sandi, Talita Rage e Lucas Dutra.