Bolsa para EUA – Comissão Fulbright amplia número de bolsas para jovens brasileiros

Brasília 23/08/2007 – Estudantes de graduação superior tecnológica das áreas de administração, gerenciamento de negócios, turismo, hotelaria, comunicação e tecnologia da informação poderão concorrer a uma bolsa de estudos nos Estados Unidos (EUA). As inscrições abrem nesta sexta-feira, 24 de agosto. O Programa de Bolsa de Estudos nos EUA para Tecnólogos é oferecido pela Comissão Fulbright do Brasil. Nesta quinta-feira, 23, a secretária de Educação dos Estados Unidos, Margaret Spellings, lançou juntamente com o ministro da Educação do Brasil, Fernando Haddad, a ampliação do número de bolsas para o programa.

No ano passado foram oferecidas 12 vagas e neste ano serão 50 vagas para estudar nos Community Colleges norte-americanos. A bolsa tem duração de um ou dois anos e é direcionada para alunos matriculados em cursos técnicos superiores (com duração de dois ou três anos), em instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Serão distribuídas seis bolsas para o Norte, 12 para o Nordeste, seis para o Centro-Oeste, 18 para o Sudeste e 12 para o Sul.

De acordo com o diretor executivo da Fulbright no Brasil, Luiz Loureiro, o objetivo do programa é fortalecer a formação e a carreira de tecnólogos de alguns países que integram este programa piloto. “Essa é uma experiência marcante para um jovem, pois além de oferecer uma oportunidade de formação diferenciada, permite também vivenciar outra cultura, o que é essencial na era da globalização”.

Uma das exigências fundamentais é possuir um nível intermediário de proficiência em inglês. Além disso, o aluno precisará concluir entre 25% a 50% do curso até o final deste ano. Outro requisito é ter nacionalidade brasileira e não norte-americana. Ao término do programa, o bolsista deverá, obrigatoriamente, retornar ao Brasil e à instituição de origem para dar seguimento ao curso, se possível, com aproveitamento de créditos.

Benefícios – Os selecionados receberão auxílio mensal para cobrir todas as despesas de permanência, moradia e alimentação, o pagamento das taxas escolares no Community College, seguro-saúde e passagem área. Também será oferecido curso de inglês com duração de até dois meses nos EUA, dependendo do nível de conhecimento prévio de inglês do bolsista, antes do início de atividades no Community College.

Para outras informações e inscrições acesse ao site da Fulbright (www.fulbright.org.br). O período de inscrição encerra no dia 1 de outubro.

Comissão Fulbright – (61) 3248-8600

Andifes lança Curso de Gestão da Internacionalização Universitária

A Andifes, por meio de sua Comissão de Relações Internacionais (CRIA), lança um curso sobre gestão da internacionalização universitária, destinado a capacitar técnicos e professores que atuam nas Assessorias de Relações Internacionais das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). O curso terá cinco encontros mensais, de outubro 2007 a abril de 2008 com uma duração total de 100 horas, com a análise de aspectos conceituais e práticos sobre a cooperação universitária internacional, na perspectiva do projeto acadêmico das universidades públicas federais. O programa será divulgado na próxima semana, ocasião em que serão abertas as inscrições.

A reunião que formalizou o curso foi coordenada pelo presidente da CRIA, reitor José Carlos Ferraz Hennemann (UFRGS), tendo contado com a presença do presidente da Andifes, reitor Arquimedes Diógenes Ciloni (UFU), e de representantes das Universidades Federais de Uberlândia, de Goiás, de Brasília, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, da Bahia e Fluminense, que juntamente com a Universidade Federal de Minas Gerais, integram a Comissão de Relações Internacionais da Associação.

(Fonte: UFRGS)

Em 2007, preço do leite tipo C sobe 22,46% para o consumidor

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ficou em 0,23% no mês de agosto. Em julho, esse índice havia sido de 0,48%. Com essas variações de preços, a inflação medida pela Ufla, em 2007, está acumulada em 3,22%.

Entre os onze grupos que compõem o IPC da Ufla, a taxa de inflação de agosto ficou localizada, principalmente, na categoria alimentos, a exemplo do mês anterior, que teve alta, em média, de 1,19%. Os preços dos produtos in natura caíram 1,37%, mas os semi-elaborados registraram uma ligeira alta, de 0,58%, principalmente o feijão, que ficou mais caro 4,92%. Já os alimentos industrializados aumentaram 2,29%.

E foram as altas do leite e laticínios que puxaram, mais uma vez, a taxa de inflação do mês. Para o consumidor, o leite tipo C aumentou 4,23%; o longa vida, 8,62%; o leite em pó, 5,78%; o queijo, 6,27%; o iogurte, 5,8%; o creme de leite, 6,06%; o leite condensado, 4,81% e a mussarela ficou mais cara 1,75%.
Em 2007, o leite tipo C acumula alta, para o consumidor, de 22,46%; o longa vida está mais caro no ano 16,95% e o leite em pó já acumula aumento de 10,52%.

No campo, essa alta também foi identificada pelo levantamento dos Índices de Preços Agrícolas, que são calculados pela UFLA. Em agosto, os pecuaristas receberam 7,6% a mais pela venda do leite fluido tipo C e 34,29% pelo tipo B. No acumulado do ano, o preço do leite recebido pelos pecuaristas acumula alta de 22,89% e, de maio a agosto, esse aumento atinge 70,04%.

De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador das pesquisas do IPC e dos Índices de Preços Agrícolas da Ufla, a taxa de inflação de agosto só não foi maior em razão da queda nos preços das despesas com vestuário (-1,22%), influenciada pelas promoções de final de estação. Mas, chama a atenção pela pressão na taxa inflacionária que se inicia com a alta nos derivados do trigo, a exemplo do pão francês, que subiu 4,2% e o macarrão, aumento de 4,13% no mês.

Além dos alimentos, a pesquisa da Ufla identificou altas nos preços dos itens pertencentes às seguintes categorias: bebidas (0,26%), material de limpeza (2,53%), higiene pessoal (0,49%) e bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, móveis e informática (0,79%).
As demais categorias pesquisadas não tiveram alterações, em média, nos preços dos itens que as compõem: educação e saúde, gastos com lazer, moradia e transporte e serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha).

O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve uma variação de 1,52% em agosto, passando a custar R$275,34. Em julho, esse valor foi de R$271,20.

Professor pode ter de fazer residência

O Estado de São Paulo, 28/08/07

Renata Cafardo e Simone Iwasso

Projeto, avaliado pela Comissão de Educação do Senado, prevê que educadores trabalhem para obter diploma

Um projeto de lei que tramita na comissão de Educação do Senado cria uma residência para professores, nos moldes da residência médica. Seriam 800 horas de prática em sala de aula após a formatura, que se tornariam obrigatórias para a futura atuação dos profissionais nas redes pública e privada do País. A intenção é melhorar a qualidade da formação do professor, principalmente do ensino infantil e dos anos iniciais da educação fundamental.

O projeto prevê pagamento de uma bolsa para os formandos durante o período de residência. Segundo o senador Marco Maciel (DEM-PE), autor do projeto, essa verba deveria vir do governo federal. Não há previsão de quanto seria pago ao professor residente. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), há cerca de 90 mil alunos em cursos de Educação no País, que incluem Pedagogia e Normal Superior, entre outros.

A residência só seria obrigatória, inicialmente, para os professores que fossem trabalhar no ensino infantil e no início do ensino fundamental, ou seja, no período de alfabetização. Educadores são unânimes em dizer que crianças com defasagens nessa etapa têm prejuízos durante todos os anos da vida escolar. Neste ano, os resultados dos exames nacionais mostraram que o desempenho de alunos em todos os níveis tem piorado no País.

O projeto recebeu parecer favorável, na comissão de Educação, do relator, o senador Mão Santa (PMDB-PI), e deve entrar em votação nos próximos dias. Se for aprovado, será encaminhado à Câmara dos Deputados. Ele modificaria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996.

Para a diretora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Sônia Penin, a formação inicial completa do professor deve ser dada na graduação. “O curso de Pedagogia já prevê muitas horas de estágio. O que está claro hoje é que as instituições precisam repensar esses estágios para não fazê-los de forma solta, mas atrelados a realidades de uma escola”, afirma. De acordo com ela, o restante seria a formação continuada, que deve ser feita durante toda a carreira do profissional. “800 horas a mais não serão suficientes para enfrentar os desafios da educação que temos pela frente.”

A carga horária, caso o professor trabalhasse 6 horas por dia, durante 20 dias por mês, equivaleria a cerca de 7 meses de residência. “Temos que exigir a mesma qualidade de formação do professor que exigimos de um médico”, diz o especialista da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Artur Costa Neto, que elogiou o projeto. “Hoje, os professores são jogados nas salas de aula sem nenhuma experiência.”

Segundo o educador, muitos dos estágios previstos por lei são feitos sem qualquer supervisão na escola ou mesmo da universidade em que o aluno estuda. São exigidas 300 horas de estágio para a formação do professor. Costa Neto, no entanto, diz que a residência também só funcionará se for acompanhada de supervisão e reflexão na universidade.

HISTÓRIA

Até a aprovação da LDB, nos anos 90, não era exigido no País o curso de ensino superior para professores de todos os níveis. Quem atuava em salas de aula do ensino infantil ou de 1ª a 4ª série precisava apenas da formação do antigo Magistério, que equivalia ao ensino médio. A lei, no entanto, determinou que até 2007 todos os professores brasileiros tivessem diploma de ensino superior.

“Se você passa por uma experiência supervisionada antes, discute e leva os problemas que aparecem para os seus professores, sabe ao menos por onde começar”, diz Elisa de Mello Kerr Azevedo, de 43 anos, que está no quarto ano de Pedagogia da Universidade São Judas. Ela faz um estágio supervisionado em um centro educacional mantido pela instituição, em que recebe bolsa de estudos. “Se for uma proposta nesses moldes, acho válido”, afirma, sobre o projeto de lei.

Campo continua recuperando renda

Depois de diversas quedas na renda do setor agrícola durante este ano, que se iniciaram em janeiro e se propagaram até abril, os indicadores da economia rural sinalizam uma melhora no campo nos quatro últimos meses, ou seja, entre maio e agosto. Conforme dados levantados pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), por meio dos cálculos dos Índices de Preços Agrícolas, o índice que mede a renda do setor agropecuário teve uma recuperação nesses quatro meses, influenciado principalmente pela alta do leite pago ao pecuarista.

Em agosto, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos do setor rural teve aumento de 11,48%, puxado pelas cotações dos grãos, principalmente o feijão, que teve alta, para o produtor, de 26,28%, e o arroz, com aumento de 13,04%.

Contribuíram também para a melhoria da renda agrícola em agosto, os preços pagos aos produtores de milho, com alta de 1,47% e aos do café, cuja valorização foi de 6,52%. Já os hortifrutigranjeiros tiveram uma queda, em média, de 3,91%.

Mas foi o setor leiteiro que mais contribuiu para essa recuperação de renda em 2007. Em agosto, os pecuaristas receberam 7,6% a mais pela venda do leite fluido tipo C e 34,29% pelo leite tipo B. No acumulado do ano, o preço do leite recebido pelos pecuaristas acumula alta de 22,89% e de maio a agosto, esse aumento atinge 70,04%.

Agosto foi o mês em que os preços médios dos insumos agrícolas estiveram em queda. O Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários ficou em -2,73%. Entre os 187 itens pesquisados, as maiores quedas foram nos setores ligados a sementes e mudas (9,38%), antibióticos (7,26%), vermífugos (7,71%), animais de tração (8,16%), serviços gerais (9,51%) e manutenção de equipamentos, cuja queda foi de 7,05%.