Capes aprova novos projetos na Argentina

Portal Capes, 20/07/07

Três projetos para o desenvolvimento de intercâmbio científico entre Brasil e Argentina foram aprovados pelo programa realizado entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) e a Secretaria de Políticas Universitárias do Ministério de Educação da Argentina (SPU).

O presidente da Capes, Jorge Guimarães, participou da reunião com representantes de instituições do Brasil e Argentina, no último dia 16, em Buenos Aires. O programa Capes/SPU tem como objetivo estimular a parceria entre instituições de ensino superior do Brasil e da Argentina que possuem cursos de pós-graduação considerados de excelência. As áreas beneficiadas são letras, zootecnia e ciência da computação.

Cada proposta selecionada irá receber da Capes R$ 50 mil para o financiamento das missões de trabalho, realizadas pelos pesquisadores e professores, além de missões de estudo feitas por estudantes. Também são pagas as passagens aéreas e diárias. A duração dos projetos é de dois anos. As atividades começam em agosto.

O professor Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS), José Palazzo Moreira de Oliveira, integrante do projeto da área de ciência da computação, ficou satisfeito com o resultado do edital.“É importante essa troca de conhecimento e mobilidade de pesquisadores e alunos. Aprovação do nosso projeto foi essencial para que possamos manter e aprofundar contato com outros paises”, diz.

Atualmente, o programa Capes/SPU tem 23 projetos em andamento. Com as novas propostas para o ano de 2007 esse número sobe para 26. No total serão investidos R$ 815 mil.(Assessoria de Imprensa da Capes)

Confira os lançamentos das editoras universitárias

“Orientações Metodológicas para Produção de Trabalhos Acadêmicos”, Ana Rita F. Costa, Laura Cristina V. Pizzi, Maria Edna de Lima Bertoldo e Suzana Barrios – Seu conteúso introduz as questões mais comuns que envolvem a elaboração de um trabalho acadêmico, indo, assim, desde os procedimentos básicos para sistematização de um estudo mais produtivo, como aspectos lógicos e técnicos inerentes à estrutura e à redação de trabalhos científicos, até às orientações metodológicas e técnicas para a apresentação de trabalhos comumente utilizados no meio acadêmico. (UFAL)

“Os condenados da terra”, Frantz Fanon – alimenta os ideais de transformação e construção de uma sociedade melhor na Argélia e por toda a África. Um livro revelador para a massa colonizada, mostra quem lhes feriu a pele e a alma e lhes negava o ser. (UFJF)

“Da cidade de pedra à cidade de papel: projetos de educação, projetos de cidades (1959)”, Alarcon Agra do Ó – No final da década de 50 produziu-se, em Campina Grande, no interior da Paraíba, a percepção de que a cidade experienciava um caos, do qual decorria uma necessidade de organização. O autor analisa as eleições de 1959, quando os eleitores seriam chamados às urnas para escolher prefeito e os vereadores, e estava posta em circulação a crença de que este novo encaminhamento para a cidade seria uma função de uma boa escolha no dia da eleição. (UFCG)

“Manual para normalização de publicações técnico-científicas”, Júnia Lessa França e Ana Cristina Vasconcellos, colaboradoras: Maria Helena de Andrade Magalhães e Stela Maris Borges – Algumas pessoas se perguntam a razão da existência de normas (neste caso, as bibliográficas), com a sensação de que foram criadas não mais que como um instrumento de tortura do pesquisador. A resposta, contudo, é simples: seu objetivo é garantir a eficácia dos processos de comunicação. Sem elas, seria como se quem escreve falasse uma língua diferente de quem lê, multiplicando os ruídos. É com essa perspectiva que o Manual para Normalização de Publicações Técnico-científicas. (UFMG)

“José Genoino – Escolhas Políticas”, Maria Francisca Coelho – A publicação engloba desde a infância do deputado e sua época de militante no movimento estudantil em Fortaleza até a crise no PT. Entre os temas abordados pelo livro estão a opinião de Genoino sobre os processos de investigação da CPI do Mensalão e os erros do PT depois que chegou ao poder. (UnB)

“O Poder nas Organizações”, Cristina Amélia Carvalho e Marcelo Milano Falcão Vieira – A obra aborda as interferências econômicas, políticas e ideológicas das organizações na sociedade contemporânea. Ainda no livro, pode ser encontrada uma reflexão sobre o poder nas organizações e a análise de suas formas de exercício com ênfase no contexto social e histórico. (UFPE)

“Internet & Ensino: novos gêneros, outros desafios”, Júlio César Araújo (Org.) – O livro mostra a escrita digital e suas implicações pedagógicas. Com 19 artigos, a obra analisa o mundo digital e como ele cria novas práticas de linguagem, interferindo na realidade do ensino. (UFC)

“Controle social e política redistributiva no orçamento participativo”, Euzinéia Carlos – O livro insere-se no debate acerca dos dilemas e desafios para a consolidação da democracia na sociedade brasileira e lida, mais especificamente, com o tema da democracia participativa. Baseado em análise comparada das experiências de orçamento participativo de duas cidades da Região Metropolitana da Grande Vitória – Serra e a Capital – o livro busca tratar a relação entre políticas participativas e justiça social, na distribuição de bens públicos, e considera as políticas públicas sobre prioridades orçamentárias. (UFES)

“Arte, Educação e Cultura”, Marilda Oliveira de Oliveira (Org.) – A gênese da coletânea de artigos que compõem este livro é do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte, Educação e Cultura (GEPAEC) da UFSM que procurou contemplar as três linhas de pesquisa desse grupo: Arte e Cultura, Arte e Visualidade e Formação de Professores. Dessa forma medeia idéias, deflagra conceitos, aponta novas contribuições que podem servir aos estudantes e docentes da graduação e da pós-graduação das áreas da Arte, da Educação e da Cultura. (UFSM)

“Ensinar Saúde: a integralidade e o SUS nos cursos de graduação na área da saúde”, Roseni Pinheiro, Ricardo Burg Ceccim, Ruben Araujo de Mattos (Orgs.) – O Sistema Único de Saúde – maior empregador da área, com quase um milhão e meio de funcionários – serviu como campo de pesquisa para uma reflexão sobre a formação do profissional de saúde no país. O livro reúne artigos de dezesseis professores ligados ao Laboratório de Pesquisa sobre Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS), nos quais são problematizadas questões como ensino e produção de conhecimento, integralidade, operacionalização de pesquisas e as relações ético-políticas em saúde, entre outras. (UFF)

“CHRONOS n.º 3 (“O Senhor das Águas”)”, publicação que contempla os saberes e a produção de conhecimento das diversas áreas desta universidade, editada pela Reitoria/Projeto Cultural – Nessa terceira edição, é abordada a questão ambientalista e suas injunções sobre os recursos hídricos mundiais, através da prospecção da vida e obra do pesquisador, cientista e professor José Galízia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia, Membro da Academia Brasileira de Ciências e ex-presidente do CNPq. (UNIRIO)

“A memória viva de Onofre Lopes”, Tarcísio Gurgel (Org.) – O livro é originado da série de programas produzidos pela TV Universitária na década de 80. Além da reprodução da entrevista, a edição especial também traz farto material fotográfico, ilustrações, e, também, um DVD com o programa veiculado pela TVU. Nascido em São José de Mipibu, Onofre Lopes estudou em Natal e formou-se em medicina. Recebeu uma proposta de emprego para o interior do Estado, mas foi na Capital que construiu sua história, marcada pela obstinação. A partir da convivência com os problemas na área da Saúde do RN, Onofre Lopes liderou a criação da Faculdade de Medicina, consumada em 1955. (UFRN)

“Tratado de animais selvagens – Medicina Veterinária”, Jean Carlos Silva e Zalmir S. Cubas e José Luiz Catã – É um dos classificados para a primeira fase dos finalistas do Prêmio Jabuti 2007, o mais tradicional e importante prêmio literário do Brasil. A obra, que é interessante para os médicos veterinários especializados em animais selvagens, estudiosos e curiosos, reúne informações inéditas e exclusivas de 88 especialistas brasileiros e quatro convidados estrangeiros, sendo útil para o clínico de pequenos animais que atende bichos exóticos, como hamsters, papagaios, periquitos e tartarugas. A publicação também aborda os animais selvagens a respeito do envolvimento dessas espécies no ciclo de zoonoses (doenças adquiridas em contato com animais domésticos) e doenças emergentes, atingindo diretamente epidemiologistas, microbiologistas e médicos veterinários sanitaristas. (UFRPE)

“Incontrolável Marx”, Jorge Névoa (Org.) – A coletânea, co-edição da Edufba/Edunesp, reúne textos de especialistas brasileiros e estrangeiros , entre os quais Pierre Fugeyrollas, Louis Gill, François Chesnais, Jean Marie Brohm, Michel Lowy, Denis Collin, Edmundo Fernandes Dias , Antônio Câmara e Mauro Castelo Branco de Moura. Os ensaios da coletânea rebuscam o pensamento de Marx, sua atualidade e dimensão, discutem a relação do marxismo com as diversas ciências sociais e revelam a presença e atualidade do legado de Marx nos grandes debates do mundo contemporâneo. (UFBA)

‘Unidades de Conservação: Gestão e Conflitos’, Dora Orth e Emiliana Debetir (Orgs.) – Em seis capítulos, dez pesquisadores de diferentes regiões e especialidades dividem as suas experiências na área de gestão ambiental. O objetivo é oportunizar uma alternativa de repasse desses conhecimentos à sociedade, para que se possam aplicá-los na gestão de seu território. O GrupoGE começou a estudar os espaços de preservação ambiental em 2000, mas foi durante os anos de 2004 e 2005 que esse passou a ser o principal tema tratado pelo grupo. Essa é a primeira publicação da Coleção GrupoGE, que pretende divulgar os principais resultados das pesquisas executadas pelo grupo. (UFSC)

Conselho Universitário toma posição a favor da greve

Reunido no dia 17 de julho, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, instância máxima de deliberação da Instituição, aprovou, por unanimidade, moção sobre a greve dos trabalhadores técnico-administrativos da Universidade. Segue, na íntegra, o documento “Insensibilidade diante da greve”.

Insensibilidade diante da greve

A greve dos trabalhadores técnico-administrativos das universidades federais está entrando no segundo mês sem merecer a devida consideração política e institucional do Governo Federal.

Apoiando claramente a pauta de reivindicações e reconhecendo a justeza do movimento paredista, reforçamos as ações políticas das entidades representativas no sentido de sensibilizar Brasília a abrir um efetivo canal de negociação com o Comando de Greve. Neste sentido, em nome da Administração da UFSC e também da Andifes, apelamos ao MEC para que intermedie uma solução rápida e justa, evitando, assim, maiores prejuízos à sociedade e danos irreparáveis ao conjunto das IFEs.

As reivindicações dos trabalhadores técnico-administrativos, vítimas de arrocho salarial e ausência de perspectivas de carreira, são legítimas e representam também a vontade política da Administração da Universidade. A pauta de greve confunde-se, inclusive, com muitas das ações e demandas que a Reitoria têm tratado, cotidianamente, com o Governo para a manutenção e fortalecimento da universidade pública, gratuita e de qualidade.

Ao mesmo tempo em que respalda a pauta salarial e por melhores condições de trabalho, a Administração posiciona-se contra a criação da fundação estatal de direito privado para os Hospitais Universitários (HUs), encarando a iniciativa como uma iminente ameaça ao acesso público e gratuito á saúde da população.

Compartilhamos também as preocupações e pleitos da comunidade universitária em relação à melhoria das condições de funcionamento do Restaurante Universitário (RU), da realização de concursos públicos, da ascensão funcional, da paridade de direitos entre efetivos, aposentados e pensionistas, da inclusão dos trabalhadores técnico-administrativos em projetos de pesquisa e extensão e da necessidade de novos investimentos na segurança do campus. São medidas, aliás, imprescindíveis para manter a qualidade e o conceito de uma instituição que já se consolidou como uma referência do ensino público no País.

Em nível nacional, é preciso reconhecer ainda que os avanços conquistados, historicamente, nas políticas salarial e de carreira somente têm se concretizado no bojo de movimentos grevistas. É lamentável, portanto, que os governos não desenvolvam e implementem Políticas de Estado capazes de prevenir reflexos periódicos danosos que recaem sobre toda a sociedade.

Finalmente, é importante frisar, mais uma vez, que a Administração da UFSC mantém-se firme e presente ao lado da comunidade universitária. Ou seja, eleita por servidores, estudantes e professores, é representante dessa comunidade junto ao Governo Federal e não o contrário.

Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Florianópolis, 17 de julho de 2007.

Educação e Saúde unem forças no ensino de medicina

Portal MEC, 19/07/07

Um resgate da unidade dos trabalhos da antiga pasta única, numa parceria mais sólida e institucional. Assim o ministro da Educação, Fernando Haddad, qualificou as ações conjuntas entre os ministérios da Saúde e da Educação realizadas nos últimos anos. Na quarta-feira, dia 18, Haddad participou, em Brasília, da abertura do seminário internacional Os Desafios do Ensino da Atenção Básica; Graduação em Medicina.

Em seu discurso, o ministro citou a criação da primeira comissão interministerial Saúde–Educação, que conta com chancela do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em portaria assinada no último mês, em contraponto a antigos grupos de trabalho temporais e efêmeros. “É uma nova fase de interação entre os dois ministérios, com a fusão do espírito público que deve reinar em nossos trabalhos.”

Além da comissão interministerial, destinada a encontrar ferramentas que estimulem o ensino de práticas de saúde, em contraste com o atual ensino de diagnósticos, a portaria presidencial criou o Programa de Educação Tutorial em Saúde (PET-Saúde), voltado para famílias. Realizado em universidades, o PET-Saúde vai incentivar a promoção de conteúdos acadêmicos, ao mesmo tempo em que estimulará a qualidade dos serviços práticos oferecidos pelos profissionais. Para estimular o ensino continuado, o ministro admitiu a possibilidade de reconhecimento pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), como mestrado, de programas de residência médica.

Haddad reiterou ainda a postura rigorosa do MEC ao conceder autorizações a novos cursos de medicina. Ele lembrou a Portaria nº 147, de fevereiro deste ano, com as novas regras para abertura de cursos de direito e medicina, e o Decreto nº 5.773, de 2006, que prevê parecer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Nacional de Saúde nos pedidos de autorização. Além disso, o ministro afirmou que todas as instituições do ensino de medicina estão passando por renovação de reconhecimento. “Queremos colher mais subsídios das áreas afins e organizações como o Conselho Nacional de Saúde para sermos mais criteriosos com a autorização de abertura de cursos.”

Especialidades — O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, definiu como uma das maiores dificuldades do ensino da medicina o questionamento de todo o processo de preparação profissional. “Hoje, os alunos desejam ser especialistas em práticas diferenciadas de sucesso na medicina particular porque não conseguem ver prestígio em atendimento a comunidades”, afirmou. “Para que eles possam se realizar profissionalmente no exercício diário, precisamos valorizar e aumentar a confiança dos profissionais de atenção básica para que as mudanças provocadas sejam estruturais, não transitórias.”

O seminário, realizado no Hotel Blue Tree, em Brasília, será encerrado neste sábado, 21. Dele participam cerca de 500 inscritos, dentre gestores, professores, estudantes, médicos, representantes de entidades médicas, conselhos de saúde e acadêmicos de países da América Latina, do Reino Unido, dos Estados Unidos e da China, dentre outros.

Atenção básica — Uma série de ações na área da saúde pública, que vão desde a prevenção de doenças até a manutenção do bem-estar, passando pelo diagnóstico, tratamento e combate a agravantes, caracteriza a atenção básica. Os profissionais levam em conta cada paciente em suas individualidades e como parte de uma comunidade para que a promoção da saúde seja mais efetiva e que os danos causados pelo tratamento direcionado a diagnósticos pontuais sejam diminuídos.

Nas políticas públicas do Ministério da Saúde, a atenção básica tem a estratégia saúde da família como ação prioritária, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.

Luciana Yonekawa

Governo quer estimular a formação de mestres e doutores

Ampliar o acesso de professores universitários das redes pública e privada a programas de mestrado e doutorado, para continuar elevando o ensino superior de Minas. Essa foi uma das principais propostas discutidas pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e pela Associação das Fundações Educacionais de Ensino Superior (Afeesmig), no Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (Ipes), com a Câmara de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação.

Segundo o secretário Alberto Portugal, a proposta do Estado tem na qualidade seu enfoque principal, para que Minas consiga melhorar, ainda mais, os bons resultados conseguidos nas avaliações, sendo a última delas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado pelo Ministério da Educação. “Há a preocupação de estimular as escolas particulares a melhorarem suas posições”, disse.

De acordo com a avaliação, as cinco melhores universidades do Brasil são mineiras e públicas, sendo quatro delas federais e uma estadual.

O secretário ressaltou que a Sectes está disposta a promover novas discussões para que as instituições apresentem sugestões para compor a política do governo mineiro para o ensino superior. “Estamos dialogando com todos, pois acredito que, assim, chegaremos a projetos e programas mais próximos do que o ensino superior de Minas precisa na chamada Era do conhecimento”, afirmou Portugal.

Expansão com qualidade

O subsecretário de Ensino Superior, Octávio Elísio Alves de Brito, destacou que “Minas Gerais possui a maior rede de faculdades e universidades públicas e particulares do Brasil. A expansão é ponto importante das propostas, em fase de discussão e validação, assim como a valorização do ensino a distância e do ensino noturno, em perfeita sintonia com a qualidade”. Ele avaliou que a proposta foi bem recebida pelos convidados presentes às primeiras reuniões.

Octávio Elísio ressaltou que as escolas superiores particulares e as duas estaduais de Minas Gerais têm procurado aumentar o número de mestres e doutores em seus cursos. Lembrou o bom resultado obtido pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) no Enade. Entretanto, em sua opinião, existem fatores que ainda dificultam o acesso de professores de muitas faculdades aos programas de pós-graduação “stricto sensu”. Entre esses fatores estão a distância, em diversos casos, o número restrito de vagas e o alto custo para o profissional se dedicar ao mestrado ou doutorado.

O objetivo do Governo é trabalhar uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e as demais federais, formando uma rede em todas as regiões do Estado, capaz de atender aos professores que estão exercendo o magistério superior e ainda não tiveram oportunidade de chegar ao mestrado ou doutorado. “Na nossa reunião com as federais, percebemos o entusiasmo de todos em participar dessa rede que será fundamental, não apenas para as nossas duas universidades estaduais, que são novas e precisam ser consolidadas, mas, também, para todas as particulares que estão interessadas em ganhar qualidade e reconhecimento.”

Banco de Dados do Ensino Superior

Visando o trabalho de parceria em diversos aspectos do ensino superior, especialmente na definição do padrão de qualidade, a Sectes e o Conselho Estadual de Educação, que já trabalham juntos na supervisão do ensino superior, assinaram convênio para viabilizar equipamentos de informática para a produção de um banco de dados. Octávio Elísio deixou claro que o banco vai funcionar, nos próximos meses, na Sectes e no Conselho Estadual de Educação, para que haja compartilhamento de informações. “Simultaneamente à elaboração do banco de dados, a Sectes vai continuar discutindo com o próprio conselho e com as universidades públicas e privadas, fundações e faculdades a política do Estado para o ensino superior”, informou.

ADUFLA debate a expansão do ensino superior

A Secretaria Regional Leste do Andes-SN e a Associação dos Docentes da Ufla (AdUfla-SS) realizaram debate sobre a expansão do ensino superior, no dia 13 de julho, no Anfiteatro do Departamento de Agricultura, na Ufla.

Estiveram presentes representes de várias Associações Docentes da Regional Leste do Andes-SN, da qual participam Instituições de Ensino Superior dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo (é a maior regional do Andes-SN).

A abertura foi feita pela presidente da Regional Leste, professora Solange Bretas, que destacou a importância da discussão sobre a expansão do ensino superior no Brasil e do Andes-SN estar promovendo debates sobre o tema em todo o país. O professor Samuel Pereira de Carvalho, presidente da Adufla-SS, saudou os participantes, dando as boas vindas a Lavras. Em seguida instalou-se a mesa para a realização do debate, que teve como coordenador o professor Júlio Sílvio de Sousa Bueno Filho, diretor do Andes-SN e como debatedores os professores Paulo Rizzo, presidente do Andes-SN e Antônio Nazareno Guimarães Mendes, reitor da Ufla e membro das comissões de orçamento e de expansão da Andifes.

O professor Paulo Rizzo destacou a precarização da atividade docente nas Instituições Federais de Ensino Superior, por meio de iniciativas do governo federal que apontam para uma sobrecarga de trabalho ainda maior para os docentes, sem qualquer perspectiva de aumento salarial nos próximos anos. Citou o projeto REUNI, que prevê uma relação aluno/professor de 1/18 nas universidades federais nos próximos anos, o arrocho salarial previsto por uma década e a política de professor equivalente que está sendo adotada pelo MEC. O presidente do Andes-SN alertou os docentes para as condições atuais, que exigem muita pressão sobre o governo; segundo o professor Paulo Rizzo, o governo tem adotado medidas que pioram a educação universitária brasileira, como o Prouni (com bolsas para estudantes das universidades privadas), a Universidade Aberta do Brasil (que expande a oferta de oportunidades para ingresso nas universidades, mas por meio da educação a distância) e o REUNI (novo projeto de expansão do MEC), entre outras, que atacam a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, aprofundam o processo de mercantilização do ensino e precarizam as condições do trabalho docente.

O professor Antônio Nazareno Mendes fez uma apresentação sobre a expansão ocorrida nas Instituições Federais de Ensino Superior nos últimos 10 anos; lembrou o protocolo de intenções assinado pela Andifes com o governo federal em dezembro de 1998, ainda no governo FHC, que resultou na oferta de novas vagas e de novos cursos em muitas IFES, sem que o governo cumprisse sua contrapartida: aumento do orçamento de custeio, reposição do quadro de vacâncias de docentes e de técnicos administrativos,o que gerou um grave passivo nas universidades federais (falta de professores e de técnicos administrativos, deficiente infra-estrutura física de equipamentos e de recursos financeiros para pagamento até das despesas consideradas fixas pelas universidades. Segundo o professor Antônio Nazareno, foi esse o cenário encontrado pelo governo Lula, em 2003. O reitor da Ufla reconhece que o atual governo recuperou parte do passivo existente no quadro de professores e também no orçamento de custeio das IFES, mas praticamente nada foi feito para solucionar o problema no quadro de servidores técnico-administrativos e o que é pior, com a primeira etapa da expansão no governo Lula (interiorização), problemas foram ainda mais agravados pela criação e transformação de aproximadamente 75 novas unidades acadêmicas(entre universidades e novos campi) em todo o País. ‘Com a interiorização, gerou-se um novo passivo de pelo menos 10.000 docentes e cerca de 9.500 novos técnicos administrativos, além de investimentos e despesas de custeio projetadas em mais R$ 3 bilhões até 2010’, afirma o professor Nazareno. Quanto ao REUNI, projeto em discussão pelo governo federal que prevê a reestruturação das Universidades Federais pela criação de novos cursos (preferencialmente noturnos) e aumento de vagas nos cursos já ofertados, o professor Nazareno informou que a Andifes fez vários questionamentos ao MEC, particularmente relacionados as metas, que são muito ousadas, como a relação professor/alunos de graduação em cursos presenciais de 1/18, a taxa de conclusão média de pelo menos 90% e ainda o financiamento, que possibilita o aumento das despesas em apenas 20% nos próximos 5 anos (para pagamento de pessoal docente e técnico-administrativo e custeio), o que não atende as menores universidades. Ainda segundo o professor Nazareno, as expectativas estarão voltadas para dois seminários que acontecerão em Brasília, nos próximos dias: 26 e 27 de julho, pelo MEC e 7 de agosto, pela Andifes, quando se espera uma ‘nova orientação’ para o projeto REUNI, que possa ser discutida nas comunidades acadêmicas das Ifes, antes que propostas de planos de expansão sejam encaminhadas pelos Conselhos Universitários ao MEC.

Após as apresentações dos professores Paulo Rizzo e Antônio Nazareno, houve muita discussão pelos presentes, com encaminhamento de questões debatidas pelos professores por cerca de quatro horas.

Jovem Cientista 2007 tem foco na educação e desigualdades sociais

Prêmio foi lançado em Belém na 59ª SBPC

Belém – Novas alternativas de educação podem reduzir as desigualdades sociais? Como os avanços tecnológicos podem contribuir para minimizar as diferenças? Questões como essas motivaram o tema Educação para reduzir as desigualdades sociais, da 23ª edição do Prêmio Jovem Cientista, lançada (10), em Belém do Pará, durante a Reunião Anual da SBPC.

Criado em 1981 pelo CNPq para estimular a pesquisa no País, o prêmio deste ano traz as seguintes linhas de pesquisa: mecanismos de inclusão social – tecnologia digital, educação empreendedora, acessibilidade e mobilidade social; popularização da ciência, tecnologia e inovação; o papel da educação na superação da violência; a educação como instrumento do antidesperdício de energia.

As inscrições podem ser feitas até 30 de novembro e as informações e o regulamento estão disponíveis no site do CNPq (www.jovemcientista.cnpq.br).

Vencedores de 2006

Com trabalhos sobre Gestão Sustentável da Biodiversidade: Desafio do Milênio, os vencedores do prêmio no ano passado fizeram uma apresentação de suas pesquisas ao público da SBPC.

Primeira colocada na categoria Graduado, a química Milena Boniolo, em sua pesquisa de mestrado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), utilizou cascas de banana para reduzir a concentração de metais pesados na água. O interesse pelo material partiu, também, da oportunidade de aproveitar essa massa residual disponível, pois ‘só em São Paulo são geradas cerca de quatro toneladas de casca de banana por semana em lanchonetes e restaurantes’, explica Boniolo.

Inédito no País, os resultados de seu trabalho podem contribuir na redução do efeito estufa. Além do baixo custo e material abundante, o trabalho demonstrou sua eficácia com a remoção de 65% de materiais pesados, como urânio, chumbo e mercúrio a cada 40 minutos. Com a bolsa de doutorado conquistada na premiação, a química pretende aplicar seus experimentos em escala industrial para a construção de filtros naturais.

Milena Boniolo elogiou a iniciativa do prêmio e estimulou os estudantes presentes a desenvolverem estudos em áreas de interesse da sociedade. ‘Se a idéia tem aplicação e traz benefícios para a população é porque funciona. Mas não devemos deixar de lado o espírito empreendedor e lutar para que uma boa pesquisa se transforme em negócios e patentes para o País’, destacou.

Primeiro colocado na categoria ensino médio, o estudante Felipe Arditti apresentou seu trabalho baseado em um tema bastante atual, o controle da emissão de poluentes. Na categoria Ensino Superior, a aluna da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ericka Lima-Verde estudou o impacto do reflorestamento de restingas sobre a comunidade de borboletas Nymphalidae.

Após as apresentações foi lançado o livro com os resumos dos trabalhos premiados em todas as categorias. As instituições promotoras do Prêmio Jovem Cientista – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Eletrobrás, Fundação Roberto Marinho e Grupo Gerdau – assinam a apresentação da publicação, ressaltando o objetivo de disseminar as pesquisas vencedoras de forma a tornar mais úteis sua aplicação à sociedade brasileira.

Novos projetos entre Brasil e EUA são selecionados

O Programa de Consórcios em Educação Superior entre o Brasil e os Estados Unidos selecionou 12 projetos de intercâmbio educacional e de pesquisa para início em outubro deste ano. A análise foi feita durante a reunião da comissão binacional integrada por representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/Mec) e do Fundo para Melhoria da Educação Pós-Secundária (Fund for the Improvement of Post Secondary Education – Fipse), em Washington, de 11 a 14 de julho.

Ao todo serão investidos R$ 1,5 milhão. O objetivo do programa é financiar o intercâmbio de estudantes de gradução de diversas áreas e também a cooperação entre pesquisadores dos dois países. Além disso, os cursos de graduação brasileiros participantes conseguem modernizar a grade curricular e é possível o reconhecimento mútuo de créditos. Os projetos conjuntos escolhidos são das áreas de engenharias, meio ambiente, ciências agrárias, arquitetura, administração, cinema e inclusão social (multidisciplinar). Foram analisados 23 propostas de grupos de pesquisa de instituições brasileiras e norte-americanas.

De acordo com a coordenadora adjunta da Cooperação Internacional da Capes, Fátima Battaglin, também foi feita uma avaliação dos consórcios em andamento, definição do calendário de ações para 2008, além de discussões sobre novas diretrizes para o programa. “Avaliamos que os resultados têm sido excelentes, porque insere no cenário da pós-graduação estudantes mais qualificados, com domínio do idioma e experiência em outra cultura”.

Desde que foi criado, em 2001, o programa aprovou 51 projetos. Atualmente, estão em andamento 33 projetos.

Capes lamenta morte de pesquisadoras em acidente aéreo

A diretoria e funcionários da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) lamentam as mortes das pesquisadoras Valdemarina Bidone de Azevedo e Souza, e Vanda Ueda, no acidente do vôo 3054 da companhia aérea TAM, ocorrido na noite da última terça-feira, 17.

Para o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, as palavras são insuficientes para expressar ou mitigar a dor de quem perde pessoas queridas. “Mas a Capes homenageia e lembra da importante contribuição dada por estas pesquisadoras à pós-graduação brasileira, que ajudaram a formar alunos. Com certeza eles perpetuarão esse trabalho e mostrarão que suas vidas não foram em vão. Manifestamos nosso carinho por elas a seus familiares, alunos e amigos’, disse.

Doutora em geografia humana pela Universidade de Barcelona, Vanda Ueda era professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tinha um projeto de intercâmbio educacional para enviar seus alunos a universidades dos Estados Unidos, por meio do programa Capes-Fipse. Consultora da Capes na área multidisciplinar, a doutora em educação Valdemarina atuava como professora da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (PUC-RS). Além disso, era coordenadora do programa de pós-graduação em gereontologia biomédica da mesma universidade.

Últimos dias de inscrições para intercâmbio em Portugal

Portal Capes, 18/07/07

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) recebe inscrições, até sexta-feira, dia 20, para intercâmbio com Portugal. Professores, pesquisadores, e estudantes de doutorado brasileiros podem participar do programa, realizado em parceria com o Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior de Portugal (Grices).

O Capes-Grices apóia projetos conjuntos de pesquisa de programas de pós-graduação de instituições de ensino superior brasileiras e portuguesas, que visem à formação de recursos humanos de alto nível em todas as áreas do conhecimento. As propostas apresentadas devem estimular o intercâmbio de estudantes de doutorado e a qualificação de docentes e pesquisadores. Cada projeto tem duração de dois anos, podendo ser prorrogado por mais um ano.

Os selecionados terão direito a passagens aéreas, seguro saúde, e bolsas nas modalidades doutorado-sanduíche e pós-doutorado. A liberação de recursos e o início das atividades estão previstos para janeiro de 2008.

(Fátima Schenini)