Inaugurado Teatro de Bolso em Lavras

Uma sala de espetáculos com capacidade para 85 pessoas e tecnicamente equipada para receber produções de teatro, dança e música.

O Teatro de Bolso surge num momento de marasmo cultural em Lavras, onde a falta de espaços adequados limitam muito a produção teatral local e praticamente impede grupos de fora de virem se apresentar por aqui. Alem de apresentações semanais de teatro, de quinta a domingo às 21 horas, o Teatro de Bolso implantará projetos de música e dança.

Foram oferecidas em julho, cursos e oficinas para crianças, adolescentes e adultos, com grupos profissionais do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo, além de vários da região. Já está sendo divulgado a Campanha de Popularização do Teatro em Lavras, que acontecerá no mês de setembro, de quinta a domingo com espetáculos infanto-juvenis as 17h30 e espetáculos adultos as 21 horas.

O Teatro de Bolso iniciou a sua primeira temporada do teatro, com dois espetáculos, um adulto e outro infanto-juvenil que ficarão em cartaz até o final de agosto. No segundo semestre uma campanha denominada A ESCOLA VAI AO TEATRO pretende incluir escolas locais num processo de formação de platéias.

ESPETACULOS EM CARTAZ ATÉ FINAL DE AGOSTO

· QUATRO GRAUS DE HUMOR – 4 atores, 4 motivos pra você morrer de rir. Uma coletânea de cenas de humor que enfocam personagens e situações do nosso cotidiano, apresentados sempre com um humor critico e especialmente produzidos para divertir o espectador. O espetaculo esta sendo apresentado desde o dia 13 de julho. Humberto Mello e Homero Carvalho dividem a direção e atuam no elenco, juntamente com Herbert Martins (também responde pelas coreografias) e Kenia Dias.

· FOLIA DO BOI BUMBA – é um espetáculo musical infanto-juvenil, da autora lavrense Alcione Lopes, que enfoca o folclore brasileiro, levando o espectador a refletir sobre a riqueza e importância de se preservar nosso folclore, nossa cultura e nossas tradições. O espetáculo está sendo apresentado de quinta a domingo, às 17 horas e tem a direção de Homero Faria que também atua e no elenco, Helbert Martins (também responde pelas coreografias), Humberto Mello, Deivison Batista e Kenia Dias.

E-mail: teatrodebolso@bol.com.br

Metade dos cursos mal avaliados no Enade oferece bolsas no ProUni

O Estado de São Paulo, 31/07/07

Lisandra Paraguassú

Brasília – Depois de três anos de avaliações, o Ministério da Educação descobriu que quase mil cursos têm resultados sofríveis no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Metade dessas faculdades ruins hoje oferece bolsas no Programa Universidade para Todos (ProUni) em troca de isenções de impostos por parte do governo. Neste ano, essas isenções devem totalizar R$ 126 milhões. Cruzamento feito pelo Estado mostrou que 462 dos 923 cursos com as notas mais baixas do exame estão oferecendo bolsas via ProUni para o próximo semestre letivo.

Ao todo, os cursos ruins representam 8% dos 5,8 mil oferecidos neste semestre no programa. O porcentual não é alto, mas as notas baixas incluem algumas das maiores instituições do País, que oferecem um bom número de vagas. É o caso, por exemplo, da Universidade Paulista (Unip). Ao mesmo tempo que tem cursos muito bem avaliados, a instituição aparece com 20 entre aqueles com as piores notas do Enade, em várias cidades do País – todos eles inscritos no ProUni.

“Acredito que esse é até um número esperado, dentro do normal. Não desqualifica o programa nem as instituições. O Enade não é o sistema completo de avaliação, não é feito por todos os alunos e alguns, muitas vezes, não têm compromisso com o resultado”, afirma o presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp), Hermes Figueiredo.

O Enade avalia a instituição por meio de uma prova feita com uma amostra dos alunos em dois momentos: o primeiro ano de curso e a graduação. A intenção é medir não apenas o conhecimento do formando, mas quanto a instituição conseguiu agregar de conhecimento ao longo do curso. A cada ano, o ministério avalia um grupo de cursos por áreas de conhecimento. O primeiro grupo foi avaliado em 2004 e o último, em 2006. Só neste ano o MEC passou a ter uma avaliação completa de todas as instituições.

O cruzamento levou em conta as instituições que tiveram conceito 1 e 2 no Enade, somados aos conceitos IDD – índice criado pelo MEC para medir o conhecimento agregado entre o ingresso na faculdade e a formatura. No caso daquelas que tiveram conceito 1, foram consideradas as com IDD até 4. Para aquelas que tiveram conceito 2, consideradas até as que tiveram IDD 1 e 2.

No total, 85 cursos tiveram conceitos 1 e IDD até 4. Dessas, 56 estão no ProUni. Entre as piores – com conceitos 1 e 1 -, 13 de 21 estão no programa. Aquelas com conceito 1 e IDD 2 são 24,ou 63% do total. No conceito 2, com IDD 1 e 2, está o maior número de instituições: 838. Dessas, quase a metade (406) também faz parte do programa.

Na semana passada, o presidente Lula sancionou lei que prevê a saída do ProUni de instituições com duas avaliações ruins seguidas no Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) – e não mais em três, como ocorria antes. O sistema inclui não apenas o Enade, mas uma avaliação das condições do curso, feita por visitas de especialistas às instituições.

A lei considera um período de seis anos até que um curso mal avaliado seja retirado do programa. Isso porque um sistema completo de avaliação inclui o Enade mais a visita. Os primeiros cursos, da área de saúde, avaliados em 2004, ainda não foram visitados. As primeiras avaliações de curso serão feitas neste ano, junto com a segunda prova do Enade. Em 2010, será feita a segunda visita e, só então, se a instituição mantiver a má qualidade, poderá ser retirada do programa.

“O tempo é importante, mas não mais que um processo justo”, justifica o secretário de Ensino Superior do MEC, Ronaldo Mota. “Temos de permitir a uma instituição corrigir seus erros. Seria fácil fazer algo mais pirotécnico, mas poderíamos cometer injustiças.”

O secretário lembra que a lei que criou o ProUni foi aprovada pelo Congresso com a previsão de três avaliações para o descredenciamento, ao contrário do que queria o MEC. Por isso, foi feita uma nova, diminuindo o tempo. “Mas nada impede que, no meio do processo, haja a suspensão de vestibulares ou retirada do ProUni, caso o ministério verifique irregularidades graves na instituição.”

MEC realiza seminário sobre o Programa Reuni

O professor Antônio Nazareno Mendes, reitor da Ufla e o professor João Chrisóstomo Resende Júnior, pró-reitor adjunto de graduação, participaram nos dias 26 e 27 pp. do 1º Seminário Nacional do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), promovido pelo Ministério da Educação, em Brasília.

Sobre o assunto, várias reuniões já aconteceram na Ufla, nos Conselhos Superiores e na Adufla-SS, que contou com a participação da Regional Leste do Andes-SN, da qual integram Instituições de Ensino Superior dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo (é a maior regional do Andes-SN).

Nas oportunidades de discussão, o professor Antônio Nazareno Mendes lembrou a expansão ocorrida nas Instituições Federais de Ensino Superior nos últimos 10 anos e comentou sobre o protocolo de intenções assinado pela Andifes com o governo federal em dezembro de 1998, ainda no governo FHC, que resultou na oferta de novas vagas e de novos cursos em muitas IFES, inclusive na Ufla (2002) sem que o governo cumprisse sua contrapartida: ‘não houve o aumento do orçamento para outros custeios e capital, nem a reposição do quadro de vacâncias de docentes e de técnicos administrativos, o que gerou um grave passivo nas universidades federais, que passam por dificuldades até hoje, com a falta de professores e de técnicos administrativos, deficiente infra-estrutura física e carência de equipamentos e de recursos financeiros para pagamento até de despesas consideradas fixas’. Na sequência da expansão do ensino superior, o atual Governo promoveu a interiorização das universidades federais, com a criação e transformação de 75 novos campi das Ifes em todo o Brasil.

Quanto ao Reuni, projeto em discussão pelo governo federal que prevê a reestruturação das Universidades Federais pela criação de novos cursos (preferencialmente noturnos) e aumento de vagas nos cursos já ofertados, a Andifes fez vários questionamentos ao MEC, particularmente relacionados às metas, que são muito ousadas, como a relação professor/alunos de graduação em cursos presenciais de 1/18, a taxa de conclusão média de pelo menos 90% e ainda o financiamento, que possibilita o aumento das despesas em apenas 20% nos próximos 5 anos (para pagamento de pessoal docente e técnico administrativo e custeio), o que limita o crescimento das menores universidades, com até 500 docentes, como é o caso da Ufla.

Sobre o Seminário realizado pelo MEC, o professor Antônio Nazareno considerou ‘o evento como muito esclarecedor, pois a comissão que assessora a Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) no Programa Reuni fez um ótimo trabalho, melhorando o entendimento acerca de alguns questionamentos das Ifes. Nos próximos dias o Reuni será amplamente discutido pelas comunidades acadêmicas das Ifes e com os demais dirigentes no seminário da Andifes nos dias 7 e 8 de agosto próximo.’

O cronograma para apresentação de propostas pelas Ifes prevê o encaminhamento dos Planos já aprovados pelos Conselhos Universitários até o dia 28 de setembro próximo. Na Ufla, segundo o professor Nazareno, ‘uma comissão constituída pelo CEPE prepara um projeto que prevê a criação de novos cursos de graduação e programas de pós-graduação, além da expansão da oferta de vagas e de novas turmas (no período noturno) dos atuais cursos de graduação”.

Essa proposta será submetida à apreciação do Conselho de DesenvolvimentoInstitucional – CDI, que tem a participação também da comunidade externa à Ufla e ao Conselho Universitário, antes de ser encaminhada ao MEC.’

O Governo Federal prevê a aplicação de até R$ 2 bilhões/ano no Programa Reuni, entre os anos de 2008 e 2012.