Doutorando da Ufla recebe prêmio em Congresso na Noruega

O estudante de doutorado em Estatística e Experimentação Agropecuária da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Eric Batista Ferreira, foi contemplado com um premio na oitava edição do Congresso Internacional de Sensometria, o Sensometrics.

Esse congresso foi realizado na Noruega, no período de 2 a 4 de agosto de 2006 e contou com a presença de 152 pesquisadores e professores de mais de 20 países. A Sensometria é a ciência estuda a adequada aplicação de técnicas estatísticas a Analise Sensorial de Alimentos.

O trabalho intitulado Accuracy of Procrustes Rotation for Matrices with Missing Values foi considerado um dos seis melhores trabalhos do evento, concedendo a seu autor um prêmio em dinheiro para auxiliar nos custos de participação no evento. Esse trabalho pode ser considerado um dos frutos do período que o doutorando trabalhou na Open University, Inglaterra, e no instituto Agrotechnology and Food Sciences Group, em Wageningen, na Holanda, no primeiro semestre desse ano.

Mais informações: ericbferreira@netscape.net

Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos comemora 30 anos

O Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA), da Universidade Federal de Lavras (Ufla), foi fundado em 1972 para atender aos programas de formação de pessoal técnico capaz de oferecer assistência às indústrias de alimentos. Para tal, houve um desdobramento do antigo Departamento de Química e Tecnologia, que originou os Departamentos de Química, Solos e Ciência dos Alimentos.

O Curso de Mestrado em Ciência dos Alimentos é ministrado desde 1976 e tem até o momento, 270 dissertações defendidas por representantes de quase todos os estados brasileiros e de três outros países da América Latina. O Curso foi credenciado pelo Conselho Federal de Educação em fevereiro de 1989.

O Curso de Doutorado teve início em março de 1991, com recomendação pela Capes em 1990, e reconhecido pelo Conselho Federal de Educação no mesmo ano e tem até o momento 81 teses defendidas.

O Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos tem por objetivo a formação de docentes e/ou pesquisadores e profissionais especializados nas áreas de concentração em Engenharia de Alimentos, Fisiologia Pós-Colheita de Produtos Vegetais; Microbiologia de Alimentos e Química, Físico-Química e Bioquímica de Alimentos.

No triênio 2001/2003, foi atribuído ao PPGCA o conceito 5 pela Coordenação de Pessoal e Aperfeiçoamento de Nível Superior, que o classifica entre os programas de alto nível de desempenho científico e tecnológico do país.

Mais informações:

Secretaria de Pós-Graduação
Departamento de Ciência dos Alimentos/Ufla
Tel:(35) 3829 1392 Fax:(35) 3829 1401
spgdca@ufla.br

Ufla realiza convênio com o Banco do Brasil e lança Curso de MBA em desenvolvimento regional sustentável

Em convênio firmado com Banco do Brasil S/A, a Universidade Federal de Lavras (Ufla), através do Departamento de Administração e Economia (DAE), lança curso de MBA Desenvolvimento Regional Sustentável, pós-graduação lato sensu.

O Público do MBA é composto pelos funcionários das carreiras administrativa e técnico-científica do Banco, tendo como objetivos: desenvolver competências técnico-gerencial e ético-política para a prática de Desenvolvimento Regional Sustentável, em conformidade com os direcionadores estratégicos definidos pelo Banco, implementar visão articulada e integradora do tema e incorporar os princípios do Desenvolvimento Regional Sustentável na prática administrativa e negocial.

Outras universidades integram o projeto, para planejamento e execução das ações desse curso, através do Consórcio entre: Universidade de Brasília, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal do Mato Grosso e Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto.

O projeto é um sistema de ensino modular, ofertado a distância, com conteúdos interativos e encontros presenciais, aliados às novas tecnologias de informação e comunicação com mediação de aprendizagem por meio de tutoria à distância de maneira que possibilite ações de capacitação para um público amplo e geograficamente disperso.

Em função dos conteúdos direcionados para o desenvolvimento sustentável espera-se que os egressos, como agentes de mudança, possam promover o desenvolvimento, respeitando o social. Neste sentido presume-se que todo projeto desenvolvido amplie o conhecimento a partir do desenvolvimento sustentável e da contextualização do agronegócio, com a visão de cadeia e inserção da organização no ambiente econômico, ecológico e social.

O curso será oferecido uma vez por ano, com a possibilidade de duas ofertas anuais em função da intenção do Banco do Brasil treinar 10.000 funcionários nesta área.

O curso será composto de 13 disciplinas, totalizando 480 horas de ensino, com duração mínima de 12 meses (um ano) e máxima de 24 meses (2 anos).

O material didático estarão disponibilizados sob a forma de livro-didático, fita de vídeo e material de conteúdo dinâmico, disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem, composto de: artigos, notícias, links, sites, que se traduzem num conteúdo que deve ser construído coletivamente.

Serão vinte (20) as cidades pólos, selecionadas pelo Banco, para atenderem inicialmente a demanda, distribuídas pelos Estados de: MG, RJ, ES, RN, MA e PE. Este curso proporcionará aos gestores do Banco do Brasil maior conhecimento e habilidade para auxiliar, não apenas a iniciativa privada, mas também organizações de base social (tais como cooperativas rurais, artesanato, trabalhadores, pequenos proprietários, etc), no planejamento e administração bem sucedida de seus empreendimentos.

Transição do manejo de lavoura cafeeira do sistema convencional para o orgânico, é tema de tese de doutorado, na Ufla

Transição do manejo de lavoura cafeeira do sistema convencional para o orgânico, é o tema de tese de doutorado, na área de Agronomia/Fitotecnia, defendida por Vanessa Cristina de Almeida Theodoro, pela Universidade Federal de Lavras em julho de 2006.

Segundo Vanessa Theodoro “o processo modernizador da agricultura brasileira gerou impactos ambientais e transformações sociais em magnitudes tão amplas que, por si só, justificam estudos voltados para novas tecnologias emergentes como a agricultura orgânica. Dentro desse contexto, as instituições públicas que não assumirem o desafio do desenvolvimento rural sustentável a partir de um enfoque participativo e agroecológico, que privilegia a multifuncionalidade da agricultura, a produção local e familiar, a biodiversidade e a preservação dos recursos naturais, continuarão no imobilismo conservador e perderão a oportunidade de se transformarem em instituições dinâmicas impulsionadoras de uma nova realidade. Entretanto, toda transformação institucional é fruto da transformação interna de seu pessoal e da vontade política da liderança intelectual, que propiciam as mudanças necessárias”.

A agricultura orgânica tem experimentado um crescimento vertiginoso, apresentando no final da década de noventa, um crescimento estimado em 20 a 30% ao ano, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. No Brasil em 2005 representou apenas 0,23% da produção agrícola de todo o país, enquanto nos países desenvolvidos o índice atinge 26,0%. Assim, fica claro que existe espaço para o crescimento desse ramo do agronegócio, podendo a área a ser convertida para a produção orgânica no Brasil, chegar de 1 a 2% na próxima década, com o incentivo, principalmente, aos pequenos produtores.

O termo transição, em sua acepção semântica, pode designar simplesmente a ação e efeito de passar de um modo de ser ou estar a outro distinto – e que sempre há de provocar conseqüências e efeitos, previsíveis ou não, na nova situação que se estabelece. O estado atual de destruição dos recursos naturais já está comprometendo a satisfação das necessidades de gerações futuras e, torna-se urgente evitar qualquer degradação, sendo a cafeicultura orgânica uma opção à otimização da eficiência no uso dos já escassos recursos naturais.
Existe um acervo de experiências práticas de transição agroecológica bem sucedidas, em particular para a cultura do cafeeiro, em pequenas propriedades na região Sul de Minas Gerais, que inspiraram essa pesquisa. O principal gargalo consiste em validá-las cientificamente, após a realização de estudos a campo que confrontem o manejo convencional versus o orgânico, de modo que forneçam a segurança necessária nessa nova tecnologia, a um número significativo de cafeicultores, nas várias regiões produtoras do país. Muitas vezes tudo o que se necessita é que as instituições de ensino, pesquisa e extensão sirvam de facilitadoras para que se formem as redes de intercâmbio de agricultor a agricultor, para que assim flua o conhecimento gerado e a troca de experiências.

Esse estudo multidisciplinar é integrante de um projeto aprovado no edital Protedab(Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologias Agropecuárias para o Brasil – Edital 02/001) coordenado pela Embrapa/Café, onde trabalharam juntas em diversas linhas de pesquisa, a Ufla (Departamentos de Agricultura, Entomologia, Fisiologia, Fitopatologia, Solos e Química), a Epamig e a Emater/Lavras/MG. A principal finalidade desse estudo foi, verificar a viabilidade técnico-ambiental do primeiro ano de conversão de lavouras cafeeiras do sistema de produção convencional para o orgânico.

O experimento de campo foi instalado na Fazenda Baunilha em Lavras/MG de propriedade do Prof. Dr. Arnoldo Junqueira Netto, em agosto de 2004 e se encontra no segundo ano agrícola de condução. No estudo de Vanessa Theodoro foram utilizados os dados do primeiro ano de conversão (de agosto de 2004 a dezembro de 2005). O delineamento usado foi o Látice balanceado 4×4, com cinco repetições, dos dezesseis tratamentos, doze, caracterizam um fatorial 3x2x2, que corresponde a três fontes de matéria orgânica (esterco bovino, cama de aviário e farelo de mamona) aplicadas superficialmente na projeção da copa do cafeeiro, com ou sem compostagem laminar feita com a aplicação de palha de café (2,0 L planta-1) sobre as fontes de matéria orgânica, e com ou sem adubo verde (Cajanus cajan L.) nas entrelinhas. Os quatro tratamentos adicionais avaliaram o uso do esterco bovino + moinha de carvão + sulfato duplo de potássio e magnésio; a rochagem utilizando a farinha de rocha Itafértil + farelo de mamona + palha de café; o uso da palha de café fermentada (20,0 L planta-1) e do adubo verde plantado nas entrelinhas do cafeeiro como únicas fontes de adubação. Todos os tratamentos de manejo orgânico receberam como fonte de adubação foliar o biofertilizante supermagro e nas parcelas convencionais foi aplicada adubação foliar convencional. O processo da compostagem laminar teve como objetivo a formação de uma lâmina constituída de um adubo orgânico colocado superficialmente sobre o solo na projeção da copa do cafeeiro e posteriormente aplica-se um resíduo vegetal sobre ele, para que o processo de compostagem ocorra em condições de campo. Pode se definir compostagem laminar como a compostagem feita diretamente no local de plantio, onde se incorpora adubos orgânicos juntamente com resíduos vegetais e/ou material verde existente no local (adubos verdes ou plantas espontâneas).

Para o produtor investir na produção orgânica de café o primeiro ponto a ser checado é se ele realmente tem aptidão para enfrentar os desafios do período de transição de 3 anos até conseguir a certificação da lavoura. Esse período não deve ser entendido apenas como uma quarentena para eliminação de resíduos de agrotóxicos, mas como um período necessário para a reorganização, sedimentação e maturação dos novos conhecimentos. É um reaprendizado da agronomia enquanto ecologia aplicada à produção agrícola, que exige a reorganização dos fatos agronômicos sob um marco conceitual diferente.
Um ponto extremamente favorável para a conversão de sistemas de produção de café convencional para a cafeicultura orgânica, especialmente voltada para pequenos produtores, é a mão-de-obra familiar, e, as possibilidades de organização das comunidades na forma de associações e cooperativas. A prática dos princípios da agroecologia em pequenas propriedades demanda menor quantidade de insumos orgânicos, cuja maior parte pode ser gerada dentro do organismo agrícola. Além disso, a agricultura familiar tem todas as condições para a produção de um café de alta qualidade a partir de um processamento pós-colheita adequado, agregando valor através da certificação orgânica e do comércio justo (fair trade).

Os resultados da tese de doutorado apontam que os manejos orgânicos adotados foram eficientes no fornecimento de N, P, K, S, Ca, Mg, Mn, B, Zn, Cu e Fe ao cafeeiro em produção. As melhores fontes de N para o cafeeiro no primeiro ano de manejo orgânico foram o farelo de mamona e a cama de aviário, enquanto que o esterco bovino apresenta maior eficiência no fornecimento de P. O manejo orgânico manteve um suprimento adequado de K no solo, com destaque para a cama de aviário e esterco bovino. Além dos efeitos na fertilidade do solo o farelo de mamona promoveu um menor acúmulo de açúcares solúveis totais na folha, o que possivelmente pode ter concorrido para um aumento da resistência da planta ao ataque do bicho mineiro (Leucoptera coffeella). Os tratamentos de manejo orgânico apresentaram produtividade similar à testemunha convencional, devido à existência de reservas de nutrientes no solo provenientes de seis anos de manejo convencional anterior à transição agroecológica.

É de fundamental importância que as políticas públicas focalizem-se na difusão da cafeicultura orgânica, especialmente destinadas a agricultores familiares, na medida em que são mais demandantes desse apoio e apresentam maior aptidão à adoção das técnicas agroecológicas. Contudo, os instrumentos necessários para que se possa converter e/ou superar a agricultura/cafeicultura baseada nos insumos químicos sintéticos e subordinada a setores agroindustriais, são a educação aliada ao conhecimento e, principalmente, à consciência ambiental, que marcam a nova lógica do desenvolvimento rural neste início de século conclui Vanessa Theodoro.

Mais informações: vantheodor@bol.com.br

Ufla abre transferência externa de curso

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), através da Pró-Reitoria de Graduação, abre inscrição para a transferência externa de cursos.

Poderão participar alunos que se encontram dentro do prazo mínimo de integralização curricular e que tenham cursado, com aprovação, no mínimo 20% da carga horária do curso de origem e que devam integralizar, no mínimo, 50% da carga horária estabelecida para conclusão do curso na Ufla. O curso de origem deve ser idêntico ou de área afim ao pretendido para transferência.

Vagas oferecidas para os cursos de: Administração (15); Ciências Biológicas.(5); Engenharia de Alimentos. (5) e Química (Licenciatura) (8).

O período de inscrição se dará nos dias 28 a 31 de agosto de 2006.

Mais informações: Universidade Federal de Lavras – Pró-Reitoria de Graduação –
Cx. Postal 3037 – CEP 37200-000 – Lavras MG – Telefone: (35) 3829-1113