Pesquisa da UFLA é premiada em evento ao desmistificar movimento antivacinas

Com o alerta aceso para a queda dos índices de vacinação no Brasil e no mundo, pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) desmistificaram um fenômeno sem base científica, mas que se populariza cada dia mais e ameaça a saúde:  o movimento antivacinas.

O estudo, realizado por estudantes de graduação de Medicina, sob orientação da professora do Departamento da Saúde (DSA) Cynthia Silva, foi apresentado recentemente pela estudante Júlia Rezende Ribeiro no Congresso Mineiro de Pediatria, onde recebeu o prêmio Ennio Leão. Desenvolvido com apoio da Liga Acadêmica da Saúde da Mulher e da Criança (Lasamc/UFLA), a pesquisa foi elaborada a partir de 22 artigos sobre o tema publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, notas da Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunizações.  

Júlia explica que, contrário ao que prega os partidários da não imunização, pesquisas científicas confirmam as conquistas da vacinação na prevenção de várias doenças e redução da mortalidade.  “Graças às vacinas, doenças sérias e altamente contagiosas foram quase erradicadas. Algumas, como a varíola, praticamente não existem mais”, explica.

De acordo com Júlia , há diversos fatores que podem estar por trás do crescimento do movimento antivacinas. Um deles é o esquecimento de doenças sérias e fatais que foram controladas no passado pela imunização da população. “Algumas quase não são mais vistas hoje. Rubéola e a poliomielite, por exemplo, foram erradicadas no Brasil. Então, parte da população, principalmente aqueles que vivem em melhores condições socioeconômicas e de saúde, esquece dos benefícios da vacinação e enfoca apenas nos efeitos adversos”, critica.

Outro motivo da queda na vacinação é a disseminação de informações na internet. As redes sociais são um dos principais meios de propagação das ideias do movimento antivacinas, muitas vezes, atrelados a site e blogs com conteúdo de baixa credibilidade. “A população busca grande parte das informações médicas na internet, o que faz o movimento ganhar força entre os leigos no assunto. Por exemplo, pelo menos 13 mil pessoas integram um dos grupos fechados no Facebook sobre o tema”, informa.

Consequentemente, temerosos, muitos pais se recusam em vacinar seus filhos. As justificativas vão desde o medo das reações adversas da vacina, à crença de que a imunização adquirida com a doença seria melhor do que a adquirida com a imunização; além de que as políticas de vacinação são autoritárias e que as vacinas são fabricadas para gerar lucro para a indústria farmacêutica. 

No Brasil

Nos últimos anos, o movimento antivacinas no Brasil vem arrebanhado seguidores e explica o porquê da queda da cobertura de vacinação para doenças como caxumba, sarampo e rubéola ano a ano. Dados apurados pela estudante da UFLA apontaram redução nas taxas de vacinação em muitos dos estados brasileiros. “A taxa de imunização das camadas mais ricas chega a ser menor que entre os mais pobres”, conta a estudante de Medicina.

A tendência preocupa autoridades públicas e profissionais da saúde por causar risco de surtos e epidemias de doenças fatais.   “Quando uma pessoa deixa de ser vacinada, cria-se um grupo de pessoas suscetíveis a contrair a doença. Não é caso apenas de escolha pessoal, vira problema de saúde pública. Quem prefere deixar de se vacinar, coloca em risco aqueles que não podem ser imunizados, como pessoas com doenças imunossupressoras, crianças transplantadas e alérgicos a componentes das vacinas”, esclarece Júlia.

Foi o que aconteceu no Ceará e em Pernambuco entre 2013 e 2015. Por cerca de dez anos, o Brasil não tinha um único caso de sarampo autóctone (de origem local). Os poucos episódios decorriam de pessoas que vinham do exterior. Mas, em 2013, houve uma queda na vacinação de sarampo, seguida de um surto que se espalhou entre os dois estados.

O Brasil é reconhecido no mundo inteiro por seu programa de vacinação, que disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi reforçado com a Constituição Federal de 1988, e, desde essa época, a cobertura das vacinas sem custos subiu de quatro para 27 tipos oferecidos. 

O Estatuto da Criança e do Adolescente ainda determina que os pais vacinem seus filhos de acordo com a faixa etária. “O problema é que o País não teve uma legislação firme. Se ninguém denunciar quem escolheu não se vacinar, a pessoa não é punida. É da autonomia de cada um”, avalia.

Movimento contagioso

O movimento antivacinas ganhou força no mundo a partir de 1997, quando o médico inglês Andrew Wakefield publicou um estudo que relacionava a vacina Tríplice Viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) ao autismo.

Vários estudiosos refizeram pesquisas científicas e nunca encontraram ligação entre essa vacina e o autismo. “Na verdade, foi provado por uma comissão de ética que o pesquisador fraudou dados de seu estudo”, lembra Júlia. Wakefield teve sua licença médica cassada e o estudo foi retirado das publicações.

No entanto, apesar do descrédito do estudo, a teoria se espalhou, sobretudo, na internet entre pais receosos de que a vacina pudesse causar problemas a seus filhos.

No Brasil, a onda antivacinas também ganhou visibilidade em 2014 quando, após vacinação contra HPV, algumas adolescentes associaram a imunização à paralisia dos membros inferiores. “Após estudos, não foi provada nenhuma relação entre os eventos de paralisia e a vacinação”, ressalta Júlia Rezende Ribeiro.

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  
Edição do Vídeo: Mayara Toyama – bolsista Dcom/Fapemig  

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Projeto Cria Lavras – pela primeira vez atletas da UFLA são convocadas para Pan Americano Universitário

Estudantes da UFLA e atletas pelo projeto Cria Lavras foram convocadas para o Fisu America Games, primeira edição do Pan Americano Universitário. Para a competição, foram convocados os atletas campeões dos Jogos Universitários Brasileiros 2017 (JUBs) nas provas individuais, estando cinco atletas da UFLA, pela primeira vez, entre eles: Camila Paulino de Paiva, que se classificou na prova 100 m com barreiras; Hellen Cristina Trindade Ferreira, classificada para a prova 5.000 m; Pamela Aparecida Simão André, competindo pela categoria salto triplo; e Jeniffer Nicole (líder do ranking brasileiro) e Ingrid Ellen da Silva Moreira no Heptatlo.

O evento ocorrerá entre os dias 19/7 e 29/7 na cidade de São Paulo, no Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo e no Centro de Treinamento Paralímpico. O Pan Americano Universitário é organizado pela Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro e a chancela da Federação Internacional de Desporto Universitário, reunindo 32 países em 13 modalidades esportivas, sendo três delas paralímpicas.

Confira as fotos da equipe:

Ana Carolina Rocha, estagiária Dcom/UFLA

Orçamento participativo em Portugal: Professor da UFLA apresenta projeto para transformar Coimbra em “Cidade Azul”

O professor está em Portugal desde setembro de 2017, em estágio de pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

 O professor do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA) José Roberto Pereira inscreveu uma proposta no Programa de Orçamento Participativo de Coimbra, em Portugal. Dos 25 projetos concorrentes, 19 foram pré-selecionados e estão sob votação pela população local. Entre eles está o de autoria do professor da UFLA, que tem o objetivo de elevar Coimbra à categoria de Cidade Azul, por meio do selo concedido pela Blue Community, mesma organização que fez da UFLA a segunda universidade do mundo a ganhar o título de “Blue University”.

Os projetos que concorrem a uma vaga no orçamento participativo de Coimbra estão sob votação online, por meio da qual os habitantes locais podem se manifestar mediante autenticação do número do cartão de cidadão português. José Roberto fez em 12/6 a apresentação oral do projeto na Câmara Municipal de Coimbra (assista à apresentação). A divulgação e execução dos projetos vencedores ocorrerá a partir de 4/7. O aprovado receberá recursos para implementação da ideia.

As propostas candidatadas deveriam ter como prazo máximo de execução doze meses e um custo total igual ou inferior a 50 mil Euros. O projeto Cidade Azul pleiteia   o valor de 30 mil Euros e prevê realização de Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE) com alguns grupos de pessoas; realização de seminários, palestras e workshop com convidados estrangeiros; mapeamento dos pontos onde serão disponibilizadas as fontes de água ou bebedouros públicos no centro histórico; obtenção do selo azul junto ao Conselho dos Canadenses e divulgação internacional de Coimbra como cidade azul.

Sobre o movimento

Cidade Azul é um movimento global iniciado pelo Conselho dos Canadenses (Council of Canadians) para o uso justo e seguro da água, promovendo o trabalho de coalizões locais em todo o mundo. A “Cidade Azul” é aquela que adota estas 3 diretrizes comuns para o uso da água: 1- Que a água seja considerada um direito humano; 2- Que a água seja considerada um bem público sobre controle democrático; 3 – Que a “comunidade azul’ não utilizará água engarrafada em suas repartições públicas ou em eventos públicos, encorajando, sempre que possível, o uso da água distribuído pela empresa pública da localidade.

A estes três princípios segue-se uma igual distribuição da água e de seu tratamento responsável de forma a preservá-la para a natureza e as gerações futuras. Participar da Comunidade Azul significa adotar uma política ampla de redução do uso de garrafas plásticas e com isso reduzir o volume de lixo e poluição do meio ambiente. Várias cidades já fazem parte da Comunidade Azul, incluindo Paris, Berna, Berlim,  Cambuquira (Brasil) e  vários municípios do Canadá. Na avaliação do professor José Roberto, Coimbra já conta com uma excelente infraestrutura de saneamento e de qualidade da água, mas não adotou uma política pública da água como direito humano e para redução da venda de água engarrafada. “Assim, esta proposta ganha relevância ao tratar de um bem comum e de interesse público”, defende.

A pesquisa de pós-doutorado

José Roberto está em Portugal desde setembro de 2017, em estágio de pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. A pesquisa que desenvolve é intitulada “Gestão social da água mineral: uma análise comparativa entre Brasil e Portugal”. O objetivo do estudo é compreender como a água mineral, um bem público, é gerenciada no âmbito dos municípios de Cambuquira (Minas Gerais, Brasil) e em um município de Portugal, levando-se em conta a configuração institucional, as esferas públicas que se formam em torno desse bem público e os interesses representativos do Estado, da sociedade civil e do mercado por meio do Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE), como método de diagnóstico para elaboração de projetos de extensão universitária.

O diagnóstico visa a obter informações e estabelecer o ponto de partida para um processo dialógico permanente com a população e com essas organizações no sentido de elaborar projetos de extensão universitária adequados à realidade local. A pesquisa busca, dessa forma, incrementar conhecimentos científicos e tecnológicos em termos de gestão social da água mineral no Brasil e em Portugal, desenvolver e aperfeiçoar o método de Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE) como tecnologia social e formar pessoas na universidade e na sociedade que possam aplicar seus conhecimentos em prol da construção do bem comum e do interesse público no que diz respeito à gestão social da água mineral.

Contribuição no texto: Ana Carolina Rocha, estagiária DCOM/UFLA

Inscrições abertas para Programa Institucional de Bolsas (PIB/UFLA)

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) abriu inscrições para diversas modalidades do Programa Institucional de Bolsas (PIB/UFLA). As inscrições podem ser feitas até o dia 27/7 pelo SIG. O período de vigência das bolsas é de 01/10/2018 a 31/09/2019. Os bolsistas com contrato vigente até setembro de 2018 que tiverem interesse em continuar atuando nos projetos devem se candidatar às novas vagas, de acordo com as especificações de cada edital.

A bolsa institucional é um subsídio mensal custeado e concedido pela Universidade ao estudante participante do Programa, com valor de R$ 300,00 (trezentos reais) mensais, sendo estabelecido o regime de 12 (doze) horas semanais, equivalente a 48 (quarenta e oito) horas mensais de atividades.

Proat/Praec

O Programa de Aprendizado Técnico (Proat) objetiva despertar vocações para o desenvolvimento técnico e tecnológico entre os estudantes de graduação,  auxiliando a UFLA a cumprir sua missão educacional, gerando conhecimentos e práticas para o avanço da ciência.

A Praec oferece, no mínimo, 48 (quarenta e oito) vagas a discentes de graduação para participação no Proat, distribuídas entre vagas reservadas e ampla concorrência, por projetos.

Confira aqui o Edital 12/2018 Praec/UFLA – Programa de Aprendizado Técnico – Proat

 

Padnee/Praec

O Padnee é uma modalidade de Bolsistas de Apoio a Discentes com Necessidades Educacionais Especiais, e tem como objetivo institucionalizar ações de acessibilidade e inclusão de discentes com Necessidades Educacionais Especiais (NEE).

A Praec oferece, no mínimo, 06 (seis) vagas a discentes de graduação para participação na modalidade de Apoio a Atividade Extraclasse, 04 (quatro) vagas a discentes de graduação para participação na modalidade de Ledor e 02 (duas) vagas a discentes de graduação para participação na modalidade de Modelagem – 3D.

Confira aqui o Edital 13/2018 Praec/UFLA – Programa de Apoio a Discentes com Necessidades Educacionais Especiais – Padnee

 

Mesp/Praec

O programa de Monitoria Esportiva (Mesp) seleciona estudantes para desenvolverem a função de Monitores Esportivos, realizando atividades de monitoria junto aos Projetos Esportivos e de Lazer da UFLA, vinculados à Coordenadoria de Esportes e Lazer – CEL. Os projetos encontram-se definidos nas seguintes categorias: a) Esportes Educacionais; b) Esportes de Lazer; c) Atividade Física Comunitária; d) Atividade Física e Saúde; e) Socialização Esportiva; f) Esportes Comunitários.

A Praec oferece, no mínimo, 11 vagas , distribuídas entre vagas reservadas e de ampla concorrência.

Confira aqui o Edital 14/2018 Praec/UFLA – Programa de Monitoria Esportiva – Mesp

 

Pibec/Proec

O Programa Institucional de Bolsas de Extensão e Cultura visa contribuir para a formação acadêmica dos estudantes de graduação dos cursos presenciais, por meio da concessão de bolsas de iniciação em extensão. O objetivo é selecionar estudantes de graduação para desenvolverem ações de extensão universitária vinculadas aos Programas e Projetos de Extensão. 

A Proec oferece, no mínimo, 81 bolsas institucionais voltadas para extensão, de acordo com dois editais:

Edital nº 2/2018 Proec/UFLA

Edital nº 3/2018 Proec/UFLA

 

Pibic/PRP

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica visa conceder bolsas de iniciação científica a estudantes de graduação do ensino superior, proporcionando-lhes o desenvolvimento do pensamento científico e a iniciação à
pesquisa.

A PRP oferece, no mínimo, 180 bolsas no programa.

Confira o edital Edital PRP Nº 07/2018 – Pibic/UFLA