Ufla terá debates sobre “Universidade Nova”

A Universidade Federal de Lavras agendou para o dia 13 de junho, debates sobre “Universidade Nova”, que prevê mudanças na forma de ingresso dos estudantes na educação superior e na grade curricular dos cursos.

Segundo o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e um dos articuladores do projeto, Naomar Monteiro de Almeida Filho, explica que a proposta é dividir o ensino superior em três ciclos: um geral, chamado bacharelado interdisciplinar; um de formação profissional específica; e um de pós-graduação. Mesmo assim, será preciso modificar também o processo seletivo atual, uma vez que o vestibular se tornou apenas um exame de memorização e não de capacidade potencial do aluno.

O professor Paulo Roberto da Silva, um dos debatedores, adianta que “a reestruturação que se propõe com a Nova Universidade tem profundos reflexos no sistema profissional. Esta sendo discutido com a UFABC, juntamente com o Confea, que tipo ou quais atribuições profissionais o sistema Confea/Crea poderia atribuir aos egressos dos chamados Bacharelados Intermediários (de 3 anos) na área tecnológica”.
Para Paulo Roberto “as vantagens desse modelo são inúmeras: a primeira é que o candidato não precisa se decidir para qual profissão/curso ele irá, logo aos 17/18 anos quando for ingressar na universidade. A escolha da profissão se dará após o bacharelado intermediário, quando então partirá pra a especialização. A segunda vantagem é que o sistema profissional (Confea/Crea), já incorporou o princípio de que a pós-graduação (lato ou stricto sensu) é que vai dar a formação plena e deve ser continuada”.

Outro debatedor será o decano de graduação da UNB, professor Murilo Silva de Camargo.

O evento acontecerá no dia 13 de junho, no Salão de Convenções da Ufla.

Eleições do Conselho de Base no SindUfla

O Presidente do Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de Lavras, no uso de suas atribuições estatutárias e regimentais, convoca todos os sindicalizados para a Eleição do Conselho de Base, que se realizará na Cantina Central da Ufla no dia 25 de junho de 2007, no horário de 7h30 às 16 horas.

As inscrições para o Conselho de Base deverão ser feitas na secretaria do SindUfla, no horário de 7 às 11 horas e de 13 às 16:30 horas, de segunda a sexta-feira até o dia 12 de junho com Luiza ou Neylison, através da apresentação de Chapas contendo seis nomes, numeradas de acordo com a ordem de inscrição e observado o artigo 36 do Estatuto de novembro de 1999.
Edílson William Lopes – Presidente do SindUfla Sebastião de Assis Vilela – Presidente do Conselho de Base

Um exame para os professores

O governo acaba de enviar ao Congresso Nacional o projeto de lei que cria o piso nacional salarial para os profissionais do magistério público da educação básica. Trata-se de iniciativa meritória e que atende a uma antiga reivindicação dos professores. A proposta fixa o piso em R$ 850, que, diga-se de passagem, não agrada às entidades de representação sindical. Entretanto, esse valor se constituirá em expressiva melhoria salarial para a maioria dos professores, especialmente os que atuam nas regiões mais carentes de nosso país. Em contrapartida, significará um aumento muito importante no gasto público com educação.

Estudos internacionais, bem como alguns recentemente realizados para o nosso país, mostram claramente que o valor do salário do professor isoladamente não tem nenhum impacto na aprendizagem dos alunos. Corremos, portanto, o risco de ampliar significativamente o gasto com educação e aumentar a remuneração dos professores, sem conseguir fazer com que isso melhore a qualidade de nossa educação básica. Na minha visão, o País deve aproveitar essa oportunidade única em sua história para, em contrapartida, promover e exigir melhoria na qualidade desses profissionais.

O projeto do governo nada contém nesse aspecto, limitando-se a tratar da melhoria salarial. Para sanar tão importante lacuna, ofereci emenda ao projeto, determinando a criação de um Exame Nacional de Conhecimentos para os Professores. A aprovação nesse exame seria uma condição para que o professor de qualquer das instâncias federativas passasse a obter os benefícios do novo piso salarial. Essa prova seria oferecida anualmente pelo Ministério da Educação e seria realizada pelos professores em caráter voluntário, como opção para ser enquadrado nas carreiras que contemplem o pagamento do piso nacionalmente definido. O exame seria específico para cada área das licenciaturas e para os diversos níveis da educação básica e deveria avaliar os conhecimentos pedagógicos e de conteúdo dos profissionais do magistério público nas respectivas áreas temáticas.

A sociedade brasileira está impactada pela recente divulgação de resultados de processos avaliativos de alunos, que mostram resultados desastrosos em relação aos níveis de aprendizagem que são considerados adequados para as diversas séries da educação básica. Um dos problemas mais freqüentemente apontado em todos os diagnósticos sobre as causas de tão deplorável situação é justamente a qualidade da formação dos professores. Muitos deles carecem até mesmo dos conhecimentos básicos nas disciplinas em que atuam, por causa da qualidade de muitas escolas de formação de professores e também da orientação que muitas seguem de privilegiar os aspectos meramente pedagógicos, em detrimento do ensino do conteúdo das respectivas disciplinas em que o professor irá atuar. Por outro lado, os programas de aperfeiçoamento de professores tampouco se preocupam com os conteúdos das disciplinas.

Na verdade, esse diagnóstico é conhecido, mas o Ministério da Educação tem dificuldade para impor critérios nacionais para os cursos de formação de professores, que ocorrem em milhares de faculdades públicas e privadas e que apresentam enorme heterogeneidade em sua qualidade. A emenda que ofereci se constitui em um atalho para equacionar esse importante problema. Há pelo menos cinco benefícios que se derivarão desta proposta. Em primeiro lugar, o Ministério da Educação, por meio dos exames que forem anualmente realizados nas várias áreas das licenciaturas, fixará parâmetros nacionais de qualidade que passarão a ser adotados e seguidos por todas as escolas de formação de professores do País. Em segundo lugar, garante que o estabelecimento do piso nacional de salários não se constituirá apenas num aumento do gasto público em educação, mas terá uma contrapartida real e imediata na melhoria da qualidade dos professores, o que trará resultados nos índices de aprendizagem dos alunos de nossas escolas públicas. Em terceiro, a vinculação do piso nacional de salários a padrões nacionais de qualificação de nossos profissionais do magistério haverá de constituir-se em notável estímulo para que todos eles busquem aperfeiçoamento e atualização de conhecimentos. Em quarto lugar, a partir do próprio enunciado dos exames do Ministério, a sociedade brasileira conhecerá claramente o que se exige de nossos professores da educação básica. Finalmente, se estabelecerá o equilíbrio entre benefícios, responsabilidades e resultados educacionais para nossas crianças e jovens, associados à consecução dessa antiga e justa aspiração de nossos professores. Em outras palavras, aumentará a eficácia do gasto público com educação em nosso país.

Há outra lacuna importante no referido projeto de lei. Na verdade, tal como formulado, ele é flagrantemente inconstitucional, pois a União não pode fixar obrigações para os Estados e os municípios sem assegurar a suficiência de recursos para honrá-las. Para sanar essa dificuldade, apresentei outra emenda pela qual a União se obriga a complementar os recursos dos demais entes federativos, nos casos em que as despesas com a instituição do piso salarial nacional dos professores não possam ser cobertas a partir dos seus recursos próprios constitucionalmente vinculados à educação.

Paulo Renato Souza, deputado federal por São Paulo, foi ministro da Educação no governo FHC, reitor da Unicamp e secretário de Educação no governo Montoro.

E-mail: dep.paulorenatosouza@camara.gov.br

Ex-ministro propõe exame nacional para professores

Para receber o piso salarial nacional, docente teria de atingir nota mínima

Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação e hoje deputado, propôs o Exame Nacional de Conhecimentos para os Professores

Para receber o piso salarial nacional, o professor da escola básica pública terá de atingir uma nota mínima em uma prova nacional. Essa é a proposta do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, atualmente deputado federal (PSDB-SP), para exigir a melhoria na qualidade dos docentes.

No mês passado, o governo Lula enviou ao Congresso projeto de lei que prevê um piso salarial de R$ 850 para o magistério. Hoje, 39% dos professores da rede pública ganham menos do que esse valor, segundo o Ministério da Educação.

Para Paulo Renato, o projeto é falho por não vincular o aumento salarial a uma melhoria na qualidade do ensino.

Com base nessa análise, o deputado propôs uma emenda que cria o Exame Nacional de Conhecimentos para os Professores. Hoje, as avaliações têm focado apenas o desempenho dos alunos, por meio de exames como a Prova Brasil e o Enem.

Para passar a receber o piso salarial, o docente teria de tirar uma nota mínima, a ser estipulada pelo MEC. ‘A intenção é melhorar a eficácia do gasto público’, disse. Tanto o projeto do piso quanto a emenda do exame terão de passar pelas comissões da Câmara, antes de irem ao Plenário. Se aprovados, ainda seguirão para o Senado.

Paulo Renato, ministro por toda a gestão FHC (1995-2002), afirma que não foi possível implementar tal proposta quando esteve à frente do MEC porque ‘ainda precisávamos consolidar a cultura da avaliação na educação no país’.

A presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Juçara Dutra, criticou a proposta. ‘Provavelmente, quem irá mal no exame será aquele professor que tem mais dificuldades, que não teve boa formação.’

O secretário da Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas, afirmou ser ‘importante’ fazer uma avaliação dos profissionais em educação, desde que ela seja propositiva. ‘Se houver alguma dificuldade, é necessário que haja uma política pública para melhorar o resultado do professor.’

Plano

O Plano de Desenvolvimento da Educação, a ser apresentado oficialmente hoje pelo governo federal, prevê que, entre outros pontos, os municípios terão de avaliar o desempenho dos seus professores para receber recursos extras da União. O texto do projeto, porém, não fala em um exame para o magistério.

Para o professor da Faculdade de Educação da USP José Augusto Dias, ‘a proposta pode forçar o professorado a se aperfeiçoar’, mas o exame deve considerar a situação precária em que estão muitos professores de regiões mais pobres.

Já a docente da Faculdade de Educação da Unicamp Marcia Malavasi disse ser contrária a uma avaliação que influencie os salários. ‘Muitas vezes, o professor não é culpado por não ter tido uma boa formação. O Estado, que não fecha os cursos ruins, vai penalizar o docente pela segunda vez?’

Primeiro dia de trabalho da nova Diretoria Executiva da Andifes é marcado por reuniões

A nova Diretoria Executiva da Andifes, formada pelos dirigentes: Arquimedes Diógenes Ciloni (UFU), presidente; José Ivonildo do Rêgo (UFRN), primeiro vice-presidente; José Carlos Ferraz Hennemann (Ufrgs), suplente do primeiro vice-presidente; Alan Kardeck Martins Barbiero (UFT), segundo vice-presidente; Edward Madureira Brasil (UFG), sumplente do segundo vice-presidente, teve seu primeiro dia de trabalho à frente da associação, nesta quarta-feira (23/05).

No Ministério da Educação – Os dirigentes participaram de reunião com o ministro Fernando Haddad e o secretário da Educação Superior (SESu/MEC), Ronaldo Mota, para apresentar a nova diretoria e afirmar que a associação deseja manter a boa interlocução com o ministério. Estiveram presentes o ex-presidente da Andifes, reitor Paulo Speller (UFMT), o vice centro-oeste do Diretório Nacional, reitor Thimothy Martin Mulholland (UnB), e o secretário-executivo da associação, Gustavo Balduíno.

Speller, na qualidade de ex-presidente da Andifes, apresentou os membros da nova Diretoria Executiva da associação, agradecendo a interlocução que obteve com o MEC ao longo do último ano. O bom relacionamento com o executivo e o legislativo também foi ressaltado por Ciloni, atual presidente da Andifes. “Acreditamos na interlocução e na intensificação das relações com o MEC”, afirmou.

A política adotada pelo MEC de acabar com o “balcão” e fazer apenas a negociação das demandas coletivas das Ifes e o encaminhamento do Projeto de Lei dos Plantões à Casa Civil foram alguns dos pontos elogiados pela Diretoria Executiva. “Essas medidas mostram que existe a intenção, por parte do governo federal, de resolver questões emergenciais através das relações institucionais”, ressaltou Ciloni.

Com relação ao Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, que institui o Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), foi outro ponto abordado durante a reunião. Os dirigentes aproveitaram a ocasião para declarar que a Andifes deseja debater o assunto. Em resposta, Haddad confirmou a disposição de discussão com a entidade. Segundo ele, primeiramente serão discutidas as diretrizes para o Reuni, e, em seguida, as características técnicas para a sua viabilização.

Os reitores aproveitaram a ocasião para tratar de demandas urgentes para as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), como a questão da comissão interinstitucional dos hospitais universitários, que está parada desde o final do ano passado. Sobre essa questão, Haddad, informou que conversará com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para que a comissão seja reativada. “O modelo atual precisa ser repensado de maneira aberta. Precisamos encontrar alternativas para resolver essa questão e o MEC está disposto ao debate”, ressaltou.

Em relação à perspectiva de greve dos servidores proposta pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), os dirigentes ressaltaram o papel fundamental do MEC na interlocução com as entidades. Ciloni aproveitou a ocasião para solicitar ao ministro que recebesse os representantes da Fasubra e do Andes com urgência.

Uma reunião do Diretório Nacional da Andifes será marcada com a equipe da SESu para debater as questões relativas ao ensino superior – expansão em fase de implantação, novos concursos, CDs e FGS – e elencar nos pontos que podem ser trabalhados conjuntamente. Em uma outra ocasião, Haddad e toda a sua equipe, incluindo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), participarão de reunião do Conselho Pleno da associação para conversar mais profundamente sobre o funcionamento do ministério, debater sobre as políticas de educação existentes e buscar alternativas viáveis para que as Ifes possam trabalhar em parceria com o governo federal para melhorar a educação brasileira.

Na Câmara dos Deputados – A Diretoria Executiva da Andifes teve encontro com o presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Gastão Vieira. Na ocasião, Ciloni apresentou os dirigentes que compõem a nova Diretoria. Também estiveram presentes o reitor Oswaldo Baptista Duarte Filho (Ufscar) e o secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduíno.

Ciloni colocou a associação à disposição para debates na Casa para tratar de temas relativos, não apenas ao ensino superior, mas também à educação básica. “A educação brasileira deve ser entendida de forma sistêmica para que se encontrem soluções viáveis para os problemas existentes”, afirmou.

Ficou acordada a intensificação da relação da Andifes com a Comissão de Educação da Casa. Para Vieira, é preciso encontrar alternativas claras que indiquem para onde deve caminhar a educação brasileira. É o que pretende a Comissão de Educação com a organização, ainda este ano, de três seminários internacionais sobre o tema. A idéia é convidar países como Chile, Irlanda, Coréia, Alemanha, Canadá, França, Estados Unidos e Brasil para o debate. Vieira também reafirmou a importância e o compromisso da Comissão com a Emenda Andifes.

Com os jornalistas – Uma reunião de trabalho foi realizada para que a nova Diretoria Executiva apresentasse aos profissionais da mídia as propostas de políticas públicas que a Andifes irá desenvolver no período. Estiveram presentes jornalistas da Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo, Correio Braziliense, Jornal da Comunidade e site G1. Os dirigentes reafirmaram a disponibilidade da associação estar sempre à disposição para conversar com os jornalistas no que diz respeito à educação brasileira.

Aproveitando a ocasião, foi divulgado o Prêmio Andifes de Jornalismo 2007, realizado para valorizar o material que é veiculado a respeito de educação básica e ensino superior. A premiação deste ano está com inscrições abertas até o dia 30 de julho.

Abertas as inscrições para intercâmbio entre Brasil e Espanha

Instituições de ensino superior do Brasil e da Espanha interessadas em intercâmbio de professores, pesquisadores e doutorandos podem participar de programa Capes-DGU. Oferecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), em parceria com a Direção Geral de Universidades do Ministério de Educação e Ciências da Espanha (DGU), o programa tem inscrições abertas até 8 de junho.

Formação em nível de pós-graduação (doutorado-sanduíche e pós-doutorado) e aperfeiçoamento de professores e pesquisadores são os propósitos do programa. Para participar, é necessário ser vinculado a um programa de pós-graduação bem avaliado pela Capes. As áreas prioritárias para intercâmbio são as de ciências econômicas, educação, matemática, ciências biológicas, meio ambiente, ciências do mar, tecnologia, tecnologia de alimentos, química, psicologia, agricultura e controle de pragas e ciências do esporte.

Terão apoio os projetos conjuntos de pesquisa e cooperação científica. Eles devem descrever objetivos, metodologia, cronograma de implementação de bolsas de estudos e missões de trabalho e plano de aplicação dos recursos de custeio. Devem incluir, ainda, os currículos resumidos dos membros das equipes brasileira e espanhola, além de cópia do projeto do parceiro espanhol.

Cada projeto terá duração de dois anos, prorrogável por igual período. A equipe de cada país deve ter pelo menos dois doutores. O coordenador do projeto deve ser professor com título de doutor há pelo menos quatro anos.

O programa Capes-DGU oferece bolsas de estudo de doutorado-sanduíche e pós-doutorado, passagens áreas internacionais e diárias para a equipe brasileira na Espanha. Também serão liberados recursos de custeio no valor de R$ 10 mil reais.

Mais informações e inscrições – www.capes.gov.br

Professor José Roberto Scolforo é agraciado com Comenda por serviços prestados ao estado e ao país

No dia 26 de maio de 2007, em Patos de Minas/MG, durante a realização da 49ª FENAMILHO (Festa Nacional do Milho), uma das mais importantes feiras agropecuárias do País, o pró-reitor de Pesquisa, professor José Roberto Soares Scolforo recebe do governador do Estado de Minas Gerais a Comenda Antônio Secundino de São José. Trata-se de uma das mais importantes honrarias concedidas no Estado de Minas Gerais a pessoas que se destacaram pelos serviços prestados ao Estado e ao País.

O professor José Roberto fez sua Graduação, Mestrado e Doutorado em Engenharia Florestal. É professor titular em Biometria, Inventário e Manejo Florestal da Universidade Federal de Lavras (Ufla). Ocupou função de chefe de departamento, coordenador de programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal e atualmente é Pró-Reitor de pesquisa da Universidade Federal de Lavras. Tem pautado sua vida profissional desenvolvendo pesquisas em modelos de crescimento e produção, Biometrias, Amostragem e Manejo de Florestas plantadas em diferentes empresas florestais, no Brasil Uruguai e Argentina. Na área ambiental desenvolve o projeto Manejo Sustentável do Cerrado, projeto Flora do Cerrado, projeto Sistema Integrado de Monitoramento e Controle da Amazônia Brasileira, projeto Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e Reflorestamento de Minas Gerais, projeto Manejo Sustentável da Candeia, projeto de Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais, dentre outros.

Ufla oferece cursos gratuitos de capacitação profissional

Mestre-de-Obras, Eletricista Básico – Instalações de Baixa Tensão, Formação de Jardineiros, Introdução a Microinformática, Manejo Sanitário e Princípios de Enfermagem para Eqüinos e Sanidade Básica na Bovinocultura Leiteira, são os cursos oferecidos pelo Programa de Qualificação Profissional – SEMEAR, da Universidade Federal de Lavras, em 2007.

O programa tem como objetivo qualificar de forma gratuita mão-de-obra profissional, reabilitar e buscar oportunidades no mercado de trabalho, por meio da estrutura existente na universidade e com o apoio de vários parceiros.

A aula inaugural aconteceu na última segunda-feira, no Anfiteatro do Departamento de Agricultura, com a presença do reitor, professor Antônio Nazareno Mendes, deputado federal Reginaldo Lopes, prefeita de Bom Sucesso, Claudia do Carmo Martins de Barros e professor Rubens José Guimarães, pró-reitor de Extensão da Ufla.

Na oportunidade foi assinado o Termo Aditivo entre a Ufla e a Prefeitura de Bom Sucesso, representados pelo reitor Antônio Nazareno e a prefeita Cláudia Barros.

Na avaliação do coordenador do programa, professor Silvério José Coelho: “O Projeto SEMEAR traz a comunidade para dentro da universidade além de forma profissionais que não tiveram acesso à um curso formal.”

O programa foi criado em 1997 pelo Centro Acadêmico de Engenharia Agrícola da Ufla. A partir de 2006 passou a integrar o quadro de programas de extensão sob a responsabilidade da Pró-Reitoria de Extensão.

Segundo o reitor, professor Antônio Nazareno “nos últimos dez anos, o SEMEAR capacitou 1.700 trabalhadores de Lavras e região. Um verdadeiro marco na extensão da Universidade”.

São disponibilizadas 103 vagas, sendo 68 para Lavras e 35 para Bom Sucesso. O curso tem a duração de três meses, com aulas teóricas e práticas, duas vezes por semana, no período noturno.

Um exemplo de trabalho desenvolvido pelos alunos do curso é a pintura da Escola Estadual Firmino Costa.

A novidade para esse ano é o oferecimento dos cursos de eletricista básico – instalações de baixa tensão e o de sanidade básica na bovinocultura leiteira à população de Bom Sucesso.

Repensar a Universidade é preciso

Os mercados cada vez mais globalizados e competitivos estão exigindo profissionais dotados de um senso crítico/criativo em relação aos problemas do setor onde desenvolverão suas atividades, considerando-o como um todo, seja nos aspectos técnicos, humanos, sociais ou políticos. O profissional deve estar suficientemente preparado e capacitado para discernir o grau de importância do desenvolvimento do setor onde trabalha, tanto na economia nacional como internacional, bem como nos seus inter-relacionamentos com outros setores da economia.

Formar um profissional com esse perfil requer professores qualificados, currículos coerentes e atualizados e estruturas adequadas. Analisando algumas universidades brasileiras, observa-se que em muitas há carência de alguns desses requisitos. Em algumas faltam professores qualificados, em outras os currículos estão ultrapassados e em outras tantas as estruturas organizacionais são antigas e pouco produtivas.

Aliada à carência de alguns requisitos, encontra-se a adoção de estratégias inadequadas ou, mesmo, a falta delas para solução dos problemas. Muitas universidades públicas não dispõem de estratégias de curto, médio e longo prazo, em termos de ensino, pesquisa, extensão, financiamento e gestão. Com isso, observa-se desperdício de tempo e de recursos físicos, humanos e financeiros, formando profissionais desalinhados em relação ao mercado de trabalho, desenvolvendo pesquisas incoerentes com a realidade e com o futuro e não interagindo com a sociedade na busca de soluções para seus problemas.

Em muitas universidades, os sistemas educacionais construídos para a formação intelectuais se tornaram insatisfatórios para um ambiente cuja característica marcante é a mudança. Apesar dos esforços para sanar este problema, muitas universidades continuam a formar indivíduos pouco adaptáveis às mudanças constantes, resultando na rejeição de seus produtos pela sociedade. A nova educação deve ser baseada em um currículo flexível, organizado em torno de mudanças de interesses e necessidades dos estudantes, oferecendo oportunidades de entrada e saída em diferentes momentos com menos ênfase em certificados como pré-requisitos para participação nas atividades. O aluno deve ter alternativas para escolher, em termos de nível de formação. Ao entrar na universidade, ele deve ter a opção de escolher se quer sair com o nível técnico, graduado ou pós-graduado. Nesse sentido, é bom salientar que, no mercado brasileiro de trabalho, existe uma carência muito grande de profissionais de nível técnico.

Com relação à freqüência, hoje em dia, grande parte da educação acontece fora do horário escolar, em local e hora da própria escolha do indivíduo. O que precisamos é de um processo educacional continuado e permanente, uma vez que a educação formal não é suficiente para que o indivíduo possa viver o resto de sua vida.

Além disso, o processo educacional deve ser capaz de desenvolver indivíduos com capacidade de continuar sua própria educação. O currículo deve promover oportunidade para que ele aprenda, principalmente, a ler, ouvir, observar, expressar-se e adquirir técnicas de obter informações. Nesta nova visão do processo educativo, é necessário redefinir o papel do aluno, do professor e das universidades, rever as formas de avaliação, bem como refletir sobre o papel do educador e da educação. No tocante ao papel do aluno, este deve caracterizar-se por assumir a própria educação, ou seja, como autodidata. O autodidatismo orientado deve ser privilegiado na medida que experiências têm demonstrado que as pessoas, em sua maioria, admitem que foi o convívio com os outros, na troca de experiências, no debates de idéias, por meio de experiências vividas que aprenderam a maior parte das coisas úteis de que precisam. O essencial é ensinar a aprender, fornecendo aos indivíduos instrumento para mudar de tipo de atividade, de trabalho, várias vezes, durante a vida.

Quanto ao papel do professor, a sua função será, cada vez mais, a de “preparar situações de aprendizagem, organizar a recepção das informações televisionadas ou radiofundidas, orientar grupos de trabalho a cargo de monitores não especializados”. O papel do professor passa de instrutor para o de diagnosticador, cooperador, estrategista, guia, amigo e colega de aprendizado.

Em se tratando do papel da universidade, esta deve ter três funções: transmissão da cultura, ensino das profissões e a pesquisa científica. Estas funções devem ser realizadas com sobriedade e austeridade, ensinando somente o que os alunos podem aprender e não o que os professores desejam. A universidade não pode ser um sindicato nem um partido político, mas deve ser uma instituição universitária com o papel de agente de reforma social e acelerador do processo evolutivo da civilização contemporânea. A universidade é uma organização composta de pessoas, tecnologias, conhecimentos e práticas; posicionada na sociedade no sentido de olhar para esta, visando entender seus problemas, desenvolver tecnologias coerentes aos seus problemas, conhecimento e práticas, bem como capacitar pessoas para utilizá-los na solução dos problemas. Infelizmente, muitas universidades no Brasil, no meu entender, tomaram outra conotação. Elas construíram, em volta de si, um muro que a sociedade tenta escalar para saber o que se está acontecendo dentro dela. Somada a esse fato predomina, dentro de muitas universidades, a “filosofia do bicho da seda”, segundo o qual professores se encasulam em torno de sua área, disciplina ou linha de pesquisa, esquecendo da integração. Quando esses professores se aposentam, não há continuidade dos estudos e pesquisas ou, mesmo, o aproveitamento dos conhecimentos gerados, morrendo, assim, uma célula da universidade.

O advento dos novos tipos de estruturas e estratégias educacionais implica em uma revisão profunda nos métodos de avaliação de resultados e, principalmente, de gestão das universidades. Se for adotada a autodidaxia como estratégia, a avaliação tenderá ser mais para abordagens subjetivas, sendo os testes objetivos usados para diagnosticar falhas e deficiências. Deve ser dada ênfase especial a autoavaliação.

Com relação à gestão, há necessidade de revisão das estruturas organizacionais, com a adoção de formas mais alinhadas ao ambiente de negócio. Nesse sentido, é necessária à utilização de organogramas mais flexíveis e que permitam uma maior interação entre os setores envolvidos, além de possibilitar a profissionalização destes. Hoje em dia, já existem estruturas mais adequadas ao ambiente de educação universitária, como a matricial, as unidades de negócio e a governança coorporativa.
Em síntese, precisamos reestruturar o sistema educacional, ligando a educação à vida, associa-la a objetivos concretos, estabelecer uma correlação estreita com a sociedade e a economia, e, finalmente, criar e redescobrir uma educação em estreita simbiose com o ambiente. A situação atual não pode continuar, em face da importância das universidades no contexto de uma sociedade. Por isso, é preciso repensar suas estruturas e estratégias. Do contrário, corre-se o risco de cair no descrédito da sociedade ou, mesmo, o de não conseguir parceiros para apoiar suas atividades.

Antônio Carlos dos Santos
Engenheiro Agrônomo, mestre e doutor em administração rural e chefe do Departamento de Economia e Administração da Universidade Federal de Lavras
E-mail: acsantos@ufla.br

Universidade Federal de Lavras