Arquivo da categoria: Dicas de Português

Dicas de português

Dicas de Português: Crase com nomes próprios geográficos

Quando se trata de saber se diante dos nomes de cidades, estados e países se usa a ou à, fica valendo o mesmo princípio da determinação, qual seja: se o nome é feminino e pode ser precedido pelo artigo definido a, existe a possibilidade do uso do a craseado.

Cidades

Como regra, não se usa o acento indicativo de crase diante dos nomes de cidades, porque eles repelem o artigo definido, como se pode observar: Salvador é uma festa. Venho de Florianópolis. Ele mora em Curitiba. Estivemos em Vitória. Assim sendo, nada de crase:

Bem-vindos a Salvador.

Vamos a Blumenau.

Refiro-me a Imperatriz/MA.

Somente quando modificados por algum elemento restritivo ou qualificativo é que os nomes de cidade podem receber o artigo feminino e, portanto, a crase.

Bem-vindos à Florianópolis das 42 praias.

Fomos à bela Blumenau.

Refiro-me à Brasília dos excluídos, e não dos políticos endinheirados.

Estados

Em princípio, só dois estados brasileiros admitem a crase: a Bahia e a Paraíba. As demais unidades da Federação ou são nomes masculinos (o Amapá, o Acre, o Amazonas, o Ceará, o Espírito Santo, o Maranhão, o Mato Grosso do Sul, o Pará, o Paraná, o Piauí, o Rio de Janeiro, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul, o Tocantins) ou não são determinados por artigo (Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Roraima, Sergipe). Sendo assim:

Bem-vindos à Bahia.

Vamos à Paraíba e a Santa Catarina.

Esse patrimônio incalculável pertence a Goiás.

Refiro-me ao Rio Grande do Sul e ao Pará.

Países

A presença da crase diante de um nome de país depende de ser esse nome determinado ou não pelo artigo feminino A. Entre os países que levam artigo – e que constituem a maioria – alguns são masculinos (o Canadá, os Estados Unidos, o Japão, o Chile), outros femininos (a Rússia, a Venezuela, a Índia). Existem países que rejeitam o artigo, como Portugal, Israel, Angola, Moçambique, São Salvador. E há nomes que se usam tanto com o artigo quanto sem ele, principalmente quando regidos de preposição – os brasileiros preferem com o artigo; os portugueses, sem ele: na França/em França; da Itália/de Itália; na Espanha/em Espanha; da Inglaterra/de Inglaterra. O mesmo vale para o continente: da Europa/de Europa. Portanto, escrevemos:

Bem-vindos à Argentina.

Quanto à Europa, refiro-me à França, à Áustria e à Alemanha.

O presidente chegou à Inglaterra por volta do meio-dia, mas não foi a Londres.

Enviamos saudações à Colômbia.

 

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Fonte: linguabrasil.com.br

Dicas de Português: Crase com nomes de mulheres

O acento indicativo de crase antes de nomes próprios de mulheres é tido como facultativo, pois se escreve “à” diante de alguns nomes femininos, mas não diante de outros. O que demarca nossa opção é a possibilidade de esse nome, principalmente o de batismo, ser anteposto por um artigo definido, o que lhe dá um tom de afetividade ou de familiaridade, indicando a pessoa como conhecida ou “de casa”. No Brasil, além disso, esse uso tem caráter regionalista – em algumas regiões, como Sul e Sudeste, é habitual: o Marcos, a Lea, a Joana. Isso quer dizer que, se você costuma empregar o artigo definido diante de um nome de mulher, pode usar o “a craseado” quando a situação pedir (ou seja, quando a expressão ou verbo diante do nome exigir a preposição a).

 

Assim, no caso de mulheres a quem se chama pelo nome de batismo, vale o uso regional. Se você diz: “Gosto de Beatriz. Penso em Rita”, não usará crase: Contei a Beatriz o que relatei a Rita. Mas se você diz: “Gosto da Beatriz. Penso na Rita”, escreverá: Contei à Beatriz o que relatei à Rita.

 

Já quando se faz referência a nome e sobrenome, tão somente a familiaridade é que vai determinar o uso do acento indicativo de crase:

 

1) a crase não ocorrerá se o nome da pessoa for mencionado formalmente, envolto em distinção, ou se tratar de personalidade pública, pois nessas circunstâncias o nome da pessoa, seja homem ou mulher, nunca é precedido de artigo definido:

 

Referiu-se a Rachel de Queiroz.  [cp. Gosta de Rachel de Queiroz]

 

Fizemos uma homenagem a Euclides da Cunha. [nunca “ao Euclides da Cunha”, pois gostamos de Euclides da Cunha]

 

2) a crase ocorrerá se, apesar do nome completo, a pessoa for referida com amizade, numa atmosfera afetiva. É muito comum este tipo de uso nos agradecimentos que se fazem em livros, teses e dissertações, situação que por sua formalidade e tipo de divulgação comporta o nome completo das pessoas homenageadas, embora possam ser da intimidade do autor. É importante que se mantenha a coerência: se o nome do homem é articulado [o, ao], também o da mulher deverá ser precedido de artigo [a, à].

Vejamos um exemplo real:

 

Desejo externar os meus agradecimentos

ao Dr. Alceu Lima, por sua contribuição nesta pesquisa;

ao Prof. Nilo Lima, pela dedicada orientação;

à Profa. Maria Lima e Silva, por sua amizade;

ao Renato Cruz e Sousa, pelo companheirismo;

à Rejane Silva e Silva, pela revisão.

 

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Fonte: www.linguabrasil.com.br

 

Dicas de Português: nenhum, qualquer, de modo algum, de modo nenhum

O pronome indefinido nenhum é a junção ou aglutinação de nem + um, havendo entre as duas formas, segundo Napoleão Mendes de Almeida, “diferença de energia de expressão” (Dicionário de Questões Vernáculas, SP: Caminho Suave, 1981:203). Continua ele:

 
“Dizendo: ‘Nenhum homem é capaz de fazer isso’ – demonstraremos, simplesmente, não haver, dentre os homens, quem possa fazer determinada coisa. Dizendo, porém: ‘Nem um homem é capaz de fazer isso’, indicaremos, explicitamente, não haver nem mesmo um homem, como se disséssemos não ser capaz disso não somente uma mulher mas nem sequer um homem. (…) ‘Nem um centavo tenho’ ( =Nem ao menos um centavo tenho – Não tenho um único centavo) – é expressão mais forte, mais expressiva que esta: ‘Nenhum centavo tenho’ ( =Tenho dinheiro, mas não tenho uma moeda de um centavo)”.

 
O normal, o mais comum é usar a forma contraída: Não consegui nenhum real. A forma analítica nem um se reserva para situações de ênfase, tanto é que neste caso se pode inserir um termo de apoio como “mesmo” ou “só”: Não conseguiu nem um real = Não conseguiu nem mesmo um real = Não conseguiu nem um só real.

 
Em resumo, podemos registrar que nenhum/a é usado com os seguintes significados:

 
1. Nem um/a (só): Nenhuma decisão da Conferência da Saúde do Trabalhador foi implementada.

2. Qualquer: Mais que em nenhum outro momento da história, a humanidade enfrenta encruzilhadas e desafios. Tomou o remédio mas não sentiu nenhuma melhora.

3. Nulo; inexistente: Considera-se poeta de nenhuma importância.

4. Nenhuma pessoa; ninguém: Convidaram todos os alunos, mas nenhum foi.

 
Tendo em vista as provas de concursos, que muitas vezes se apegam ao incomum e extraordinário, devo chamar a atenção para as formas flexionadas. Além do feminino nenhuma, existem os plurais nenhuns, nenhumas, que são praticamente desusados na linguagem de hoje. Por exemplo, em vez de “não lhe deu nenhumas garantias”, costuma-se dizer simplesmente “não lhe deu garantias”, ou então “não lhe deu nenhuma garantia”.

 
Lembra o Dic. Aurélio que esse pronome “às vezes aparece posposto ao substantivo: ‘Serviço nenhum José de Arimateia refugava’ (…)”.
A propósito dessa colocação, vejamos o uso de nenhum e algum em orações negativas, nas quais estes termos servem de reforço:

 
Não tenho orgulho algum disso.
Não tenho orgulho nenhum disso.
Não tenho nenhum orgulho disso.

Não vamos a nenhum lugar.
Não vamos a lugar nenhum.
Não vamos a lugar algum.

 
Observe que algum corresponde a nenhum quando posposto ao substantivo em frase onde apareça uma partícula negativa ou a preposição sem (p. ex.: Sem problema algum! Sem dúvida alguma!).

 
Outro detalhe: os gramáticos normativistas não admitem o uso de qualquer (indeterminação) com o significado de nenhum (negação). Apesar da “proibição”, já se tornou um hábito as pessoas falarem, por exemplo, “não vamos a qualquer lugar / não tenho qualquer problema / fez a conta sem qualquer erro” com o sentido negativo de “nenhum lugar, nenhum problema, nenhum erro”. Todavia, num texto escrito formal é sempre recomendável observar a norma.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Os Porquês

Inúmeros leitores têm perguntado a respeito do uso graficamente correto dos porquês brasileiros. Digo “brasileiros” pelo fato de no Brasil termos uma grafia um pouco diferente da de Portugal nesse ponto. Vamos então rever o esquema de uso dos porquês em nosso país.

 

1) Usa-se POR QUE (preposição + pronome relativo) em perguntas diretas e indiretas; observe-se o acento circunflexo no “que” antes do ponto de interrogação:

 

Você pode nos dizer por que não devemos tirar proveito da boa pontuação?

 

Por que as mulheres ocupam tão poucos cargos políticos?

 

Brizola não aceitou o cargo por quê?

 

Nós, sim, temos o dever de perguntar por que não lhes deram opção de vida.

 

2) Usa-se POR QUE em frases afirmativas/negativas, como complemento (objeto direto) de verbos como mostrar, justificar, saber, explicar, entender e outros:

 

Ninguém explica por que os preços não caem.

 

Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, encantou plateias e mostrou por que provoca calafrios nos burocratas de Washington.

 

Não entendo por que os eletricitários vão entrar em greve.

 

3) Usa-se POR QUE como complemento das expressões EIS, DAÍ, NÃO HÁ:

 

Eis por que resolvemos fazer a paralisação.

 

Não pude me preparar, daí por que desisti do concurso.

 

“Não há por que temer mudanças. Esse Brasil já tem regras”, disse o presidente da Valisère.

 

Nesses três casos está sempre implícita a palavra motivo:

 

Por que (motivo) as mulheres ocupam tão poucos cargos políticos?

 

Não entendo por que (motivo) os eletricitários entrarão em greve.

Gostaria de saber por que (motivo) seu filho faltou à aula.

 

4) Usa-se PORQUE para iniciar orações explicativas e causais; em tais afirmações e respostas temos uma conjunção, que equivale a POIS (já que, uma vez que, pelo fato de que, como):

 

É preciso alfabetizar as pessoas digitalmente junto com a superação do analfabetismo básico, porque não dá tempo de fazer uma coisa antes da outra.

 

Hoje, a comunidade se assenta em torno do desmatamento porque essa é a única oportunidade de emprego e de renda.

 

Muitas crianças simplesmente não conseguem aprender porque estão subnutridas.

 

Nos casos em que se aplica a regra do item 4 pode-se colocar uma vírgula antes do “porque”, a indicar o início de uma oração. Já no tocante aos itens 1, 2 e 3 a colocação da vírgula é totalmente imprópria, para não dizer impossível.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Concordância – substantivo e numerais

— Como é certo falar: Fica Vossa Senhoria convocado para a 1ª e 2ª Sessão Extraordinária ou: para a 1ª e 2ª Sessões Extraordinárias?

Quando se trata da concordância de um substantivo com dois numerais – cardinais ou ordinais – há três opções corretas:

 

1) a 1ª e 2ª Sessão Extraordinária [subst. no sing. e só o primeiro artigo]

2) a 1ª e 2ª Sessões Extraordinárias [subst. no plural, um só artigo]

3) a 1ª e a 2ª Sessão Extraordinária [subst. no sing. com repetição do artigo]

 

Não se costuma colocar o substantivo no plural quando se repete o artigo definido (mais a preposição, quando for o caso) no segundo elemento, como no exemplo 3. Dito de outro modo: normalmente só se repete o artigo quando o substantivo determinado está no singular; portanto, repetindo-se o artigo não há necessidade do plural. De qualquer maneira, deve sempre prevalecer a eufonia, aquilo que soa bem.

Outro ponto: ainda que se opte pelo substantivo no plural, o artigo permanece no singular, a concordar com o numeral singular. Vejamos uma frase para exemplificar: em vez de “as 5ª e 6ª Câmaras são competentes” diga-se “a 5ª e 6ª Câmaras são competentes”. Então: o artigo fica sempre no singular.

Mais exemplos com as variáveis de uso:

1) Peço parar no 1º e 2º andar.

2) Peço parar no 1° e 2° andares.

3) Peço parar no 1º e no 2º andar.

 

1) Dirigiu-se à quarta e quinta série.

2) Dirigiu-se à quarta e quinta séries.

3) Dirigiu-se à quarta e à quinta série.

 

Observemos que uma frase como “dirigiu-se às quartas e (às) quintas séries” tem outro significado: quer dizer que existem várias séries de quarta e várias de quinta. Também é interessante notar que quando não há a determinação dos substantivos (com a/o, da/do, à), temos duas e não três opções, sendo melhor e mais recomendável a alternativa com o singular:

 

Foram publicadas decisões de juízes de 1° e 2° grau.

Foram publicadas decisões de juízes de 1° e 2° graus.

Sua tese analisa o ensino de 1ª a 4ª série no planalto catarinense.

Sua tese analisa o ensino de 1ª a 4ª séries no planalto catarinense.

 

Quando o substantivo precede os numerais é de praxe colocá-lo no plural:

Leia pelo menos os capítulos 1 e 2.

Reformulamos os artigos 9º e 10 do projeto de lei.

O elevador parou nos andares 3º e 4º.

 

— Sempre fico em dúvida quanto ao caso de citações como: Estou enviando os ofícios números (nºs) 21 e 23 ou os ofícios nº 21 e 23. Nair Hygina F. R. Pinto, São Paulo/SP

Trata-se da mesma questão de concordância nominal, só que agora antes dos dois numerais você tem também o substantivo número/nº, o qual pode ir ou não para o plural:

 

Estou enviando os ofícios nºs 21 e 23.

Estou enviando os ofícios nº 21 e 23.

Nessa segunda forma – melhor – fica subentendida a repetição do substantivo: os ofícios nº 21 e [nº] 23.

Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Dúvidas frequentes da Língua Portuguesa

Muitas vezes, as pessoas têm dúvida a respeito do uso de alguns termos. Assim, descrevendo o emprego correto de alguns casos, procuraremos “clarear” algumas dúvidas.

 
ou A ?

Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, escrevemosou a, nas seguintes situações:

 – Quando o espaço de tempo já tiver decorrido e puder ser substituído por faz.
Exemplo:

  1. Ela saiudez minutos. (= ela saiu faz dez minutos).

A – Quando o espaço de tempo ainda não transcorreu, ou, se transcorreu, não puder se substituído por faz.
Exemplos:

  1. Ela voltará daqui a dez minutos.
  2. Estamos a quase dez mil anos do nascimento de Cristo.

– Para eu ou Para mim ?

Usa-se para eu (para tu), quando o eu (tu) é sujeito (geralmente seguido de um infinitivo).
Exemplos:

  1. Empresta-me este livro para eu ler.
  2. Esse trabalho é para tu realizares.

Usa-se para mim (para ti), quando após essa expressão não existir verbo (ou, em estando ali o verbo, o pronome não ser sujeito).
Exemplos:

  1. Empresta este livro para mim.
  2. Este trabalho é para ti.

Lembre-se:

Mim nunca faz nada, portanto mim não pode ser sujeito.

Observação

  • Isso não significa que sempre o infinitivo é precedido pelo pronome eu (ou tu). Quando ele for impessoal, não terá sujeito. Logo, poderá haver antes dele o pronome mim (ou ti).

Exemplos:

  1. É difícil para mim entender essa gente.
  2. É impossível para ti sair sair à noite.

Enfim ou Em fim ?

As expressões enfim (= finalmente) e em fim (= no final) não devem ser confundidas: enfim escreve-se junto, com N e em fim constitui-se de dois termos, a preposição em + o substantivo fim.
Exemplos:

  1. Enfim sós, graças a Deus!
  2. Estes professores estão em fim de carreira: sua aposentadoria esta prevista para breve.

– Está no horário de o trem chegar ou está no horário do trem chegar ?

A primeira alternativa é a correta, porque o trem é o sujeito e não do trem. A maneira de o aluno gravar isso é a seguinte: alterar a ordem das palavras – esta no horário de chegar o trem (e não – esta no horário do chegar trem – construção agramatical na língua portuguesa).
O mesmo serve para estes exemplos:

  1. Surgiu a ocasião de ela mostrar sua bondade. (de mostrar ela)
  2. Pelo fato de o chefe ter ido lá, eu me assusto. (de ter ido o chefe)

–  Se não ou Senão ?

Emprega-se o primeiro, quando o se pode ser substituído por caso ou na hipótese de que.
Exemplo:

  1. Se não chover, viajarei amanhã. (= caso não chova – ou na hipótese de que não chova – , viajarei amanhã).

Se não se tratar dessa alternativa, a expressão sempre se escreverá com uma só palavra: senão.
Exemplos:

  1. Vá de uma vez, senão você chegará tarde. (senão = caso contrário)
  2. Nada havia a fazer senão conforma-se com a situação. (senão = a não ser)

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Fonte: dificuldadesdalinguaportuguesa.blogspot.com.br

Dicas de Português: Cumprimentos e hífen

— Bom dia, Boa tarde e Boa noite – no sentido de cumprimento, têm hífen?
Não. Quando você simplesmente cumprimenta alguém, escreve sem hífen:
Bom dia, meu pai.

Boa tarde a todos.

Boa noite!
Usa-se o hífen quando se forma com os dois vocábulos um só, ou seja, um substantivo masculino (até mesmo boa-tarde é subst. masc.) significando “um cumprimento” e que geralmente vem precedido pelo artigo indefinido:
Gostaria de desejar-lhes um bom-dia antes de me retirar.

Deu-nos um boa-noite com muito carinho.

Abraçou-me com um grande sorriso de boa-tarde.
— Por gentileza, há hífen em disque-denúncia? E como fica risco-país, risco-Brasil? Leva hífen mesmo?
Há hífen quando se trata de um substantivo composto, o que é o caso, pois se trata de duas palavras com um significado único: (o) disque-denúncia. Também se hifenizam os neologismos risco-país e risco-Brasil pelas mesmas razões de “unidade semântica”.

— Qual é o plural de público-alvo? Por exemplo: Em relação aos novos programas lançados, temos que levar em consideração os públicos-alvo a que se destinam. Está certo assim?

Está correto, sim, dizer públicos-alvo, assim como se pode pluralizar os dois termos: públicos-alvos. Trata-se do mesmo caso de situações-problema, horas-aula, vales-transporte, palavras-chave, atividades-fim, por exemplo, que também podem receber o plural nos dois elementos da composição: situações-problemas, horas-aulas, vales-transportes, palavras-chaves.

 

A regra geral de formação do plural de um substantivo composto por substantivo + substantivo é flexionar os dois elementos: couves-flores, decretos-leis, diretores-presidentes, Estados-membros, matérias-primas, obras-primas, democratas-cristãos, cirurgiões-dentistas, médicos-legistas, diretores-proprietários, tios-avós.

 

Contudo, quando o segundo substantivo limita a significação do primeiro, é possível (e até mais usual) pluralizar apenas o primeiro substantivo, como se entre as duas palavras houvesse uma preposição no lugar do hífen (ex. fichas-controle = fichas para controle; horas-aula = horas de aula). Essa possibilidade se aplica apenas aos substantivos compostos que encerram uma ideia de finalidade, semelhança, forma, relação, tipo ou espécie. Mais exemplos: vales-refeição, mulheres-bomba, escolas-modelo, células-tronco, laranjas-pêra, caminhões-tanque.

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Curiosidades da Língua Portuguesa

  1. Inglaterra confirma invasão ao Iraque.

Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum; porém, o que é possível acontecer é invasão DE algum lugar. Escreve-se com correção, assim:

Inglaterra confirma invasão do Iraque.

Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos:

  • Invasão de privacidade.
  • Invasão de domicílio.
  • A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem.
  1. Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare a desorganização.

O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não da preposição EM. Veja, a seguir:

Com a preposição em significa notar, observar:

  • Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática.
  • Entre, mas não repare na bagunça.
  • Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português.

Sem a preposição em, significa consertar, indenizar:

  • O técnico reparou o computador que estava avariado.
  • A empresa reparou os danos causados.
  • O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs.
  • O mecânico reparará o motor do carro.

Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira:

Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare na desorganização.

A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor.

O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição. O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo:

Ele é sargento do exército. Ela é maior de 14 anos. Ela é a rainha do colégio. Ele é menor de 6 anos. Meu pai é professor.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:

A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade.

O político que se pode confiar ainda não nasceu.

Esse é erro próprio da fala popular, linguagem que não está “nem aí” para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém. Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:

O político em que se pode confiar ainda não nasceu.

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Fonte: www.newsrondonia.com.br

 

Dicas de Português: Comunicado e Informado

Questionamentos habituais sobre COMUNICADO e INFORMADO:

 

“— Costumo assistir ao Jornal da Record e, no final de uma reportagem sobre o problema do gerundismo, Boris Casoy comentou dois ou três erros que as pessoas costumam fazer, tipo “vai estar recebendo” e “fulano foi comunicado”. Não entendi o que há de errado em foi comunicado, qual o problema em usar essa expressão?

 
Boris Casoy falou assim porque na linguagem culta se diz que “um fato é comunicado”, e não “uma pessoa é comunicada”. Já explico:

 
Tomemos a seguinte frase “errada” como exemplo: “O inquilino foi comunicado pelo síndico que as taxas seriam aumentadas”. Essa é uma construção passiva que teria como correspondente “O síndico comunicou inquilino…”. Grifei o artigo o para chamar a atenção da ingramaticalidade da oração, que, de acordo com o português padrão, é dita assim: “O síndico comunicou ao inquilino”.
A regência normal do verbo comunicar, que todo mundo sabe, é: NÓS – comunicamos –  alguma coisa –  A ALGUÉM. [voz ativa]

Ex.: O repórter comunicou a morte de Getúlio Vargas à nação.

O gerente comunicou ao servidor que seu horário fora alterado.

 

Então, ao passar esse tipo de frase para a voz passiva, ou seja, quando se usa o particípio “comunicado”, o objeto direto [de coisa] vem a ser o sujeito da oração: ALGUMA COISA  –  é comunicada  –  A ALGUÉM.  [voz passiva] E não o contrário, não a pessoa como sujeito: “alguém é comunicado de algo”, como já é hábito falar (esta construção já está tão arraigada que pouquíssimas pessoas se dão conta da sua ingramaticalidade). De qualquer modo, a construção passiva recomendada com o verbo comunicar é a seguinte:

Ex: O resultado das eleições será comunicado em rede nacional.

O aumento das tarifas foi comunicado aos inquilinos.

 
Qual a alternativa para quem quer ser “gramaticalmente correto” mas ao mesmo tempo não deseja usar esse último tipo de frase? É se valer do verbo informar, que tem mais flexibilidade e admite tanto pessoa quanto coisa/fato como sujeito passivo. Assim, em vez de “Fulano foi comunicado”, podemos dizer:

Ex: Josué foi informado de sua demissão.

O inquilino será informado de que as tarifas devem aumentar.

O povo brasileiro foi informado da morte de Vargas pelo Repórter Esso.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br
Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Palavras Parecidas

Mandato, mandado

MANDATO: além de “poderes políticos outorgados pelo voto”, significa delegação; procuração; incumbência, missão.

MANDADO: mandamento, ordem; recado; ordem escrita de autoridade judicial ou administrativa.

Note que a “garantia constitucional de direito individual contra ilegalidade ou abuso do poder” é com D: mandado de segurança.

O desembargador João José, logo após assumir o mandato de presidente do TRE, expediu mandado de citação aos partidos políticos.

Preito, pleito

PREITO é homenagem, respeito.

PLEITO pode ser uma questão em juízo, demanda; ou debate, discussão.

Antes de partir para o “front”, rendeu seu preito aos heróis de todas as guerras.

Quase 50% dos eleitores disseram sim à continuidade dos prefeitos nas administrações do pleito deste ano.

Passível, possível

POSSÍVEL é o que pode acontecer, que tem a possibilidade de.

PASSÍVEL tanto significa “sujeito ou suscetível a experimentar sensações e emoções, a ser objeto de certas ações” quanto “sujeito a penas ou sanções”, como multa etc.

Nada é possível fora da lei.

Na condição de mães, somos passíveis de saudade e sofrimento.

Meu cunhado fez concurso para fiscal da Receita, mesmo sabendo que nesse cargo ele fica passível de remoção.

O desacato à autoridade é passível de altas penalidades.

Parêntese = parêntesis

Podem ser usadas as duas formas (parêntese, preferentemente) quando se quer mencionar uma “digressão, desvio ou interrupção de uma narrativa”.

A palavra parênteses é usada para designar os dois sinais tipográficos: (  ).

No meio do discurso, abriu um pequeno parêntese/parêntesis para fazer singela homenagem ao diretor recém-destituído.

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM