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Dicas de português

Dicas de Português: meio, meia, malformação e maloclusão

— Gostaria de saber em que casos utilizo o meia e em que casos utilizo o meio .

 

Meio adjetivo

 

A palavra meio (= metade) varia no feminino e plural quando precede um substantivo:
 
Cem mil toneladas de carne representam o consumo nacional de meio mês .

Ganhou meia gleba de terra.

Por favor, deixe de meias palavras .
 

Em tais casos, faz-se a concordância em gênero e número, mesmo que o substantivo esteja subentendido, como se verifica em “meia hora”:

 

À meia-noite e meia (hora) apagavam-se as luzes do povoado.

O almoço deve ser servido ao meio-dia e meia .

Meio advérbio

 
Com o significado de “um tanto, um pouco, quase”, acompanha um adjetivo e fica invariável:

As portas ficaram meio abertas. Ela está meio tonta . São meio tolos .

Meio em substantivo composto

 
A formação composta leva hífen; e sendo um adjetivo, meio flexiona conforme o substantivo:

A maior parte da sua pintura é feita em meios-tons .

Outros exemplos: à meia-luz , de meia-tigela , roupa de meia-estação , é um meio-termo , pessoa de meia-idade , nesse meio-tempo , os meios-fios , são meios-irmãos , vive de meias-solas .

Só se configura um substantivo composto quando os dois elementos realmente formam um conjunto indissociável, o que não me parece ser o caso de “meia entrada”, que, no entanto, se encontra hifenizada no VOLP 2009 [comprar/pagar meia-entrada]. Já em “meio período” não se constata o hífen – aqui “meio” é um adjetivo usado no seu sentido literal [a metade] e independente:

Só tenho disponibilidade para trabalhar meio período , e não o período integral.
 
— Em odontologia emprega-se, para designar uma oclusão (mordida) anormal, ou seja, que não é boa, os seguintes termos: má-oclusão, má oclusão, maloclusão. Qual seria o correto?
 
A dúvida era gerada pela ausência do vocábulo nos dicionários. Costumava-se tomar por base os vocábulos má-formação e malformação , cuja primeira forma era considerada mais adequada, visto se constituir de adjetivo e substantivo femininos. Entretanto, por influência estrangeira se disseminou a grafia com “mal” numa só palavra, como em malnutrição (em inglês: malnutrition ). Portanto haveria duas grafias corretas: má-oclusão , plural más-oclusões , e maloclusão , pl. maloclusões . Apesar de o VOLP 2009 (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 5ª ed.) ter se esquecido exatamente de má-oclusão, continuam valendo as duas formas.
 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: O Infinitivo Pessoal Flexionado

Para ir ou irem? Convém ir ou irmos? A chance de eles ganhar ou ganharem? Problemas a ser ou a serem resolvidos? Têm sido muitas as perguntas das pessoas sobre o infinitivo, que é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio. Por sua própria essência e natureza, o infinitivo é uma expressão verbal que não comportaria flexão – é o chamado infinitivo impessoal.

 
A língua portuguesa tem a peculiaridade de poder (e às vezes dever) flexionar o infinitivo, que passa a ser chamado de infinitivo pessoal. Esse infinitivo pessoal, que apresenta um fato ou uma ação de modo geral, está usualmente ligado a uma preposição – para ir, vontade de sair, interesse em ficar. 

 
O INFINITIVO FLEXIONA

  1. Quando tem sujeito claramente expresso, ou seja, quando o pronome pessoal ou substantivo está na mesma oração do infinitivo, geralmente ao seu lado. É o único caso deflexão obrigatória:

É melhor nós irmos embora já.

Convém os idosos saírem em primeiro lugar.

  1. Quando se refere a um sujeito não expresso que se quer dar a conhecer pela desinência verbal, até mesmo para evitar ambiguidades:

Mencionei a intenção de vendermos a casa.

É melhor saíres agora – está na hora de irmos embora.

Observe que as mesmas frases sem a flexão não deixariam claro o sujeito: “mencionei a intenção de vender” poderia significar “eu vender”; “é melhor sair” e “está na hora de ir” pode se referir a  eu, ele, ela, você.

 

FLEXÃO NÃO OBRIGATÓRIA
A flexão é desnecessária quando o sujeito do infinitivo [ou da oração reduzida de infinitivo] é o mesmo que o sujeito ou o objeto da oração anterior, ao contrário dos casos acima. Tendo sido expresso de alguma forma na primeira oração, o sujeito já está claro, não precisando figurar outra vez no mesmo enunciado. Observe nas frases abaixo que é muito mais elegante a não flexão:

 
Cometeram irregularidades só para agradar ao patrão.

Convidou os colegas a participar do debate.
 

Vale repetir que quando não há um sujeito expresso (em outros termos: quando o pronome pessoal ou o substantivo vem antes da preposição que rege o infinitivo), a flexão é facultativa, isto é, pode-se usar o infinitivo no plural, embora seja mais interessante não flexionar:

 
Os dados servem para guiar/ guiarem a comunicação das empresas.

Reuniram-se os escoteiros a fim de deliberar/ deliberarem sobre o local do encontro.

Todos discutiram uma forma de se proteger/ protegerem dos abusos.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

 

 

Dicas de Português: Ponto e vírgula

No dia a dia corporativo, um sinal de pontuação que merece atenção é o ponto e vírgula (expressão que, pelo Novo Acordo Ortográfico, não faz mais uso de hífen).

Emprega-se nos seguintes casos:

– Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

Por Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.

– Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.

  Por Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

– Para separar itens de uma enumeração.

Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
balões;
pipoca.

– Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula.

Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

– Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

Fonte: exame.abril.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Customizar, Fulcrar, Ociar

Há alguns anos era um espanto o uso dos verbos customizar, fulcrar, ociar, pois eles tinham começado a circular na língua portuguesa havia pouco tempo, assim como outros que veremos a seguir. Isso significa um enriquecimento do idioma, para algumas pessoas, para outras, trata-se de um abuso.

 

– Qual o significado da palavra customização?

 

Customização tem o sentido de adaptar os produtos e processos ao gosto do cliente, fazer do que jeito que ele deseja; é, portanto, o atendimento que visa à satisfação do freguês. Em suma: personalizar . A origem da palavra está no inglês “customer”, que significa “cliente”.

 

– Tenho visto em textos jurídicos as palavras fulcrado e elencado sendo utilizadas com frequência. É correto este uso? Exemplos: as garantias elencadas no art. 5º da Constituição Federal; as limitações fulcradas no dispositivo tal.

 

O verbo elencar tem o aval do VOLP 2009 (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 5ª ed.) e significa incluir num rol, lista ou elenco. Já fulcrar [calcar, apoiar] é verbo de uso raro. Sua origem é o substantivo fulcro = ponto de apoio; sustentáculo, base; parte essencial ou mais importante; ponto básico; cerne. Quanto ao particípio fulcrado, emprega-se como alternativa para “baseado, fundamentado; com base ou fundamento em”.

 

– Será que eu poderia ter uma lista das palavras oriundas do inglês e que se referem à informática que estão sendo usadas correntemente, como “linkar”, por exemplo.

 

Assim como muitos termos da área da informática são usados em bom português – configurar, arquivar, responder, formatar, imprimir, fechar –, outros continuam transitando, aqui no Brasil, em inglês mesmo (por ex. link, hiperlink, mouse, download, chat, backup ). E outros, como delete , ainda que tenham equivalentes em português, receberam formas adaptadas que são preferidas pelo público. Vejamos então alguns verbos que sobrevivem com sua forma aportuguesada:

 
Atachar – o mesmo que anexar; fazer o envio de um arquivo como anexo.

Clicar – apertar e soltar o botão do mause ( mouse ).

Deletar – apagar, limpar, remover.

Escanear – digitalizar imagens por meio de scanner, aparelho de leitura óptica.

Inicializar (em vez de “iniciar”) – pôr na configuração ou posição inicial.

Lincar (com c , e não k ) – fazer as ligações ou clicar nos linques ( links ) presentes num hipertexto.

Postar – fazer um “post”, ou seja, escrever e enviar um artigo para um grupo de notícias ou mensagens públicas.

Surfar – o mesmo que navegar, passear pela internet. O termo navegar surgiu pelo fato de ter sido o Netscape Navigator o primeiro programa que possibilitou acessar e visualizar os recursos da rede www – a web .

Zipar – compactar (arquivo) para armazenamento de dados ou transmissão via rede.
 
Fonte: www.linguabrasil.com.br (com adaptações)

Paulo Roberto Ribeiro

Ascom UFLA

Dicas de Português: A selfie ou o selfie?

A palavra selfie está relacionada ao ato de tirar fotos de si mesmo, ou seja, corresponde ao termo autorretrato. Normalmente uma selfie é tirada pela própria pessoa que aparece na foto, com um celular que possua câmera incorporada. Todavia, a selfie pode ser realizada com um grupo de amigos ou mesmo com celebridades. O termo selfie, cuja origem é inglesa, teve entrada no vocabulário de língua portuguesa em virtude do seu largo emprego nas redes sociais.

A força de uso do vocábulo selfie justifica a sua inclusão no dicionário como nome do gênero feminino. Verifica-se, no entanto, que ainda há alguma hesitação na fixação do gênero, podendo ocorrer também no masculino. O uso ditará o gênero que irá prevalecer, mas a palavra classifica-se, por enquanto, na categoria de nome feminino, porque se subentende, de uma forma generalizada, como uma especificação do termo “fotografia”.

Adaptado de: www.portoeditora.pt

Fonte: www.soportugues.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Maiúsculas – logradouros, cargos, documentos

Qual a forma correta de escrever o nome de ruas? Usamos as letras maiúsculas ou minúsculas?

 
As normas oficiais (de 1943 e Acordo Ortográfico 2009) deixam à escolha do redator o uso de inicial minúscula ou maiúscula na denominação ou categorização de logradouros públicos, templos e edifícios. Nessa condição, ninguém está errado, nem quem escreve rua, país, exterior, município, comarca, português, ciências, matemática, por exemplo, nem quem adota maiúsculas nos mesmos casos: Rua, Praça, Bairro, País, Exterior, Município, Comarca, Português, Ciências, Matemática.

 
O que se pode observar é uma tendência ao uso das minúsculas quando a inicial maiúscula não é obrigatória (a maiúscula é obrigatória no caso de nomes próprios e no início da frase, para citar as regras básicas). Então, no momento em que se trata de ruas, praças e avenidas, somente o nome delas precisa ser grafado com inicial maiúscula. A indicação do tipo pode vir de uma ou outra maneira. Exemplos:

 
Mora na rua Treze de Maio.

Mora na Rua Frei Caneca.

Mora na Avenida das Rendeiras.

O escritório se localiza na praça “D. Tilinha”.

O escritório fica perto da Praça do Congresso.

 
CARGOS

Uso mais informal, em revistas e jornais:
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; o governador Fulano de Tal; a prefeita Ângela Silva; o papa Bento XVI; o príncipe Charles; a rainha Elizabeth; o duque de Caxias; o ministro de Minas e Energia; o diretor da Receita Federal; o chefe do Gabinete Civil; o deputado Gegê.

 
Uso mais formal, em documentos, correspondência oficial, escritos científicos:
O Presidente da República; o Governador Fulano de Tal; a Prefeita Ângela Silva; o Papa Bento XVI; o Duque de Caxias; o Ministro de Minas e Energia; o Diretor da Receita Federal; o Chefe do Gabinete Civil; o Deputado Gegê; o Juiz, o Magistrado…

 

DOCUMENTOS E AFINS

O fato de vir o número junto do nome do documento e assim individualizá-lo sugere o uso de inicial maiúscula; mas novamente, por serem graficamente menos chamativas, as minúsculas estão sendo muito usadas, à exceção das siglas e abreviaturas (CPF, R.G. nº 000).

 
Opções: ou ofício nº 1, carteira de identidade nº 1, título de eleitor nº 1, ação de inconstitucionalidade nº 1, ou Título de Eleitor nº 1, Registro Geral nº 1, Ofício Circular nº 1, Mandado de Segurança nº 1, Agravo de Instrumento nº 1.

 
Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Curiosidades

Estada/Estadia     SPA   ioga/yoga

— A palavra correta é estada ou estadia quando você quer dizer a permanência em um hotel ou outro lugar?

 
Tanto faz. Já se foi o tempo em que era rigorosa a distinção entre os dois termos: estadia era só para navio, estada para os demais casos. Mas, até por uma questão de eufonia, passou-se a usar estadia para qualquer tipo de permanência, de carro em estacionamento a pessoa em hotel. Finalmente, eis que o dicionário Houaiss avaliza o uso corrente:

 
ESTADA é o ato de estar, de permanecer em algum lugar:

 
Durante a sua estada no poder, o Presidente fez várias viagens ao exterior.

ESTADIA significa “permanência, estada por tempo determinado”; ou período de tempo autorizado de um navio mercante num porto, o mesmo que estalia. Exemplos:

 
A Secretaria a Saúde vai custear sua estadia em Curitiba durante o curso.

— Há vários anos, tenho tentado, através de leitura, indagações e consultas variadas, saber o que significam as letras de SPA. Um sem-número de pessoas pronunciam e repetem spa’s e nunca mencionam o significado das letras. Você poderia desvendar-me esse mistério?

 
SPA é o nome que se dá a uma estância hidromineral, hotel distante das cidades ou grande estabelecimento comercial que oferece um tratamento integrado de saúde e beleza. Essa designação é comumente associada à cidade de Spa, antiga e famosa estância hidromineral localizada no leste da Bélgica. As três letras são as iniciais da expressão latina “Salutae Per Aquam”, que quer dizer “saúde ou cura pela água”. Observe o plural sem apóstrofo:

 
Fagundes conseguiu voltar à boa forma depois da permanência de três dias num spa.

— Gostaria de saber se a palavra yoga ou ioga é usada no feminino ou masculino? Devo acentuá-la (yôga) como já vi? E qual a pronúncia correta?

 
Em português a palavra é feminina e escrita com i. Sua pronúncia pode ser aberta /ióga/, pela nossa tendência a pronunciar o ó aberto, ou fechada /iôga/, como sabe todo bom praticante iogue, por causa de sua origem no sânscrito, língua em que não ocorre o som aberto ó. Também é a etimologia que explica a grafia com y e o uso de o yoga, pois as palavras sânscritas terminadas em a geralmente pertencem ao gênero masculino.

 
Resumindo: em português brasileiro se diz a ioga; em “português-sânscrito”, o yoga (sem necessidade de se colocar o acento circunflexo informativo da pronúncia).

 

Ioga quer dizer “união”. Em sânscrito, yoga era palavra também utilizada para designar a canga ou jugo de madeira usado para prender uma junta de bois. Daí o significado de união: da natureza com o Espírito, do humano com o Absoluto, da alma com Deus.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Concordância no feminino

Muitas pessoas me perguntam se o feminino de técnico administrativo é técnica administrativa ou técnica administrativo ou ainda se é a técnico administrativo.

Trata-se agora da flexão do adjetivo que acompanha os substantivos comuns-de-dois, ou comuns de dois gêneros. “Administrativo” é um adjetivo, variável em gênero e número. Consequentemente, deve concordar com o substantivo feminino que se refere a uma mulher: a gerente administrativa, a auxiliar administrativa. Dizer *a gerente administrativo seria tão anômalo quanto *a juíza adjunto ou *a diretora-secretário.

Outros bons exemplos de cargos femininos:

a secretária executiva

a secretária adjunta

a presidente adjunta

a chefe auxiliar

a assessora especial

a consultora geral

a juíza substituta

a gerente financeira

a auxiliar técnica

a técnica administrativa

a diretora-secretária

a diretora-presidente

a ministra-chefe.

 

Enfim, se uma mulher ocupa o cargo de prefeito ou de técnico judiciário, por exemplo, ela se torna prefeita, ou técnica judiciária, e assim por diante.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

 

Dicas de Português: Crase e Numerais

Embora o fenômeno da crase tenha a ver basicamente com a classe dos substantivos, muitas pessoas perguntam se ocorre crase diante dos numerais cardinais. Respondo que normalmente não, porque eles são usados sem artigo definido e não têm gênero (exceto um e dois e os terminados em – entos : uma, duas, duzentas, trezentas etc.). Observe:
 
Contemos de 1 a 20: um, dois, três, quatro…

Li 10 páginas apenas.

Há 100 cavalos em exposição.

Compramos cinco mesas e 30 cadeiras.
 
Outras vezes se poderá encontrar na frente do numeral um a , que não será acentuado por se tratar de mera preposição:

Lombada a 100 metros.

Posto de emergência a três quadras daqui.

Dirigiu-se a duas crianças.

Chegou-se a 12 propostas.
 
Vale lembrar que à/às só tem cabimento diante de substantivos femininos que admitem a anteposição do artigo definido. No entanto, poderemos visualizar uma crase – correta – antes do numeral em duas circunstâncias:
 
1) quando houver, subentendido diante do numeral, um substantivo feminino definido, que não se repete por questão de estilo:

Li da página 1 à 10. [da página 1 à página 10]

Caminhou da rua Augusta à 7 de Setembro. [da rua Augusta à rua 7]  

 
2) quando houver explicitamente junto ao numeral um substantivo feminino determinado (do qual o numeral é apenas um dos determinativos):

Dirigiu-se às duas crianças abandonadas .

Servem café da manhã grátis às dez primeiras pessoas que aparecem no hotel.

Chegou-se, dessa forma, às 12 propostas descritas no memorial.
 

Como se vê, a crase aí está relacionada não ao numeral mas ao substantivo determinado: as crianças abandonadas, as primeiras pessoas que aparecem, as propostas descritas . Mudando-se esse substantivo para um equivalente masculino, temos aos em vez de às :

Dirigiu-se aos dois meninos abandonados.

Servem café da manhã grátis aos dez primeiros indivíduos que aparecem.

Chegou-se, dessa forma, aos 12 projetos descritos no memorial.
 
Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Sete grandes “pecados” da crase

PECADO NÚMERO 1

“Ela viajou à convite do governador.”

Afora o caso em que se subentende a palavra “moda” (Governa à [moda de] Maquiavel), não há crase antes de palavras masculinas.

“Convite” é nome masculino: “o” convite.

Por isso, “Ela viajou a convite do governador”, sem crase.

PECADO NÚMERO 2

“Lula está se dedicando à reeleger Dilma.”

Não há crase antes de verbo.

“Reeleger” é verbo.

Logo, “Lula está se dedicando a reeleger Dilma”.

PECADO NÚMERO 3

“O diretor se referiu à ela.”

Não há crase antes dos pronome pessoais, inclusive os femininos.

Motivo: esses pronomes rejeitam a anteposição de artigo.

Não se diz “A ela é bonita”, mas simplesmente “Ela é bonita”.

Assim, “O diretor se referiu a ela”.

PECADO NÚMERO 4

“O professor se dirigiu à você.”

“Ele se dirigiu à Vossa Excelência com muito respeito.”

Não se usa artigo antes de pronome de tratamento: “Você é muito linda”, e não “A você é muito bonita”; “Vossa Excelência está certa”, e não “A Vossa Excelência está certa.

Portanto, não ocorre crase em  “O professor se referiu a você” e “Ele se dirigiu a Vossa Excelência com muito respeito”.

Observação: Às vezes os pronomes “dona”, “senhora” e “senhorita” aceitam artigo, razão pela qual pode ocorrer crase no “a” que os precede.

PECADO NÚMERO 5

“Ele deixou as latas de tinta em frente à telas em branco.”

Não há crase no “a” no singular seguido de palavra no plural.

Assim, “Ele deixou as latas de tinta em frente a telas em branco”.

PECADO NÚMERO 6

“Nós trabalhamos de segunda à sexta.”

Só há crase na correlação “de… a…” quando a preposição “de” aparece combinada com artigo, como em “Funciona do meio-dia às 18 horas”.

De outra forma, nada de crase: “Nós trabalhamos de segunda a sexta”.

PECADO NÚMERO 7

“Ele se declarou à uma linda garota.”

Não ocorre crase antes da palavra “uma”, pois ela rejeita a anteposição do artigo “a”.

Diz-se “ela é uma garota bonita”, e não “ela é a uma garota bonita”.

Dessa forma, “Ele se declarou a uma garota bonita”.

Atenção! Quando “uma” for numeral, pode haver crase, principalmente se expressar hora.

É o que ocorre em “O jogo começa à uma em ponto”.

 

 

Fonte: www.portuguesnarede.com

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM