Núcleo de Estudos em Fisiologia Vegetal promove ciclo de palestras sobre mudanças climáticas  

Palestrantes e integrantes do Núcleo de Estudos em Fisiologia Vegetal

O Núcleo de Estudos em Fisiologia Vegetal (NEF), do Programa de Pós-graduação em Fisiologia Vegetal, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), encerrou as atividades do período letivo, com o II Ciclo de Palestras em Fisiologia Vegetal, cujo tema foi “Mudanças climáticas e comportamento fisiológico das plantas”. Os palestrantes convidados foram os professores João Paulo Alves Delfino Barbosa, do Departamento de Biologia (DBI), João Paulo Pennacchi, da Universidade de Lancaster (Reino Unido), e Fábio Murilo Da Matta, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O professor João Paulo apresentou a palestra sobre “A vegetação no Sistema Terra em Mudança: o que sabemos? O que não sabemos?”. Na ocasião, o professor perguntou aos participantes do evento se as mudanças climáticas representam o maior problema para os homens. Na sequência, ele apresentou algumas abordagens sobre o sistema Terra, considerando aspectos termodinâmicos e desvios de equilíbrio e esclareceu que as alterações climáticas são um tipo de mudança global.

O professor, então, definiu as mudanças globais como todas as alterações no sistema Terra e suas interações e propôs quais seriam as causas dessas transformações. Uma delas, as ações antrópicas, impacta acentuadamente a dinâmica do sistema desde o avanço tecnológico após a Segunda Guerra Mundial.

João Paulo expôs alguns dos grandes desafios futuros, como a compreensão sobre o papel da vegetação no sistema e o aumento da produção de alimentos utilizando menos insumos em ambientes mais desfavoráveis.

Com a palestra “Mudanças Climáticas e Produtividade Agrícola: A importância da Fenotipagem e Análise de Dados”, o professor João Paulo Pennacchi mostrou resultados práticos dos estudos desenvolvidos na Universidade de Lancaster.

Inicialmente, ele problematizou o assunto, destacando o aumento da população mundial previsto para os próximos anos e o consequente desafio da produção de alimentos. João Paulo ressaltou que com o melhoramento genético houve aumentos da produtividade potencial das culturas. No entanto, para que ocorram expressivos aumentos da produtividade real, são necessários mais estudos para se compreender a estabilidade das culturas diante das variações das condições ambientais.

Por fim, o professor Fábio Murilo Da Matta destacou os aspectos voltados à fisiologia vegetal, com a palestra “Impactos das Mudanças Climáticas Globais sobre a Fisiologia das Plantas”. O professor tratou a respeito da elevação da concentração de CO2 favorável para as plantas, considerando também o aumento da temperatura.

Por outro lado, o professor ressaltou que a redução de gás também pode acarretar em aquecimento dos tecidos internos da planta. Ele apresentou ainda algumas das situações catastróficas sobre o futuro da cafeicultura em face das mudanças climáticas, bem como os efeitos da seca sobre a fisiologia do café, que pode resultar em frutos de má qualidade.

Após as palestras, o coordenador geral do NEF, Paulo Eduardo Marchiori (DBI) fez um resumo dos principais tópicos abordados pelos palestrantes e destacou a importância da discussão do tema diante da crescente demanda por produção de alimentos. “Quando discutimos sobre o tema para o ciclo de palestras, muitas sugestões foram propostas, mas, de fato, o de mudanças climáticas foi apropriado. Um tema atual, polêmico e ainda com uma abordagem relacionada às plantas foi o diferencial para um momento de importantes discussões sobre o presente e o futuro da produtividade agrícola diante das mudanças no ambiente”, concluiu.