2º workshop sobre o Modelo Fitogeográfico do Rio Grande teve início nesta quinta (10/12)

lemaf_abertura_2A construção de um modelo fitogeográfico do Rio Grande, cujo propósito é dar subsídio a programas de revitalização das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e propiciar o desenvolvimento sustentável, teve início em 2013 por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Resultados parciais das pesquisas realizadas já começaram a ser difundidos para a comunidade acadêmica e a sociedade. O 2º workshop  P&D 456 – Modelo Fitogeográfico do Rio Grande, iniciado nesta quinta-feira (10/12), contribui para essa difusão . A cerimônia de abertura foi no Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (Lemaf/UFLA), vinculado ao Departamento de Ciências Florestais (DCF).

“A UFLA tem sido referência nessa questão, sendo esse um projeto modelo para levantar toda a diversidade no Rio Grande e seus afluentes. Por meio dele, é possível saber onde inserir espécies apropriadas para aquele local, mantendo todo o equilíbrio da diversidade da flora. Para que a UFLA realize uma pesquisa dessa magnitude, a parceira como a Cemig é fundamental”, ressaltou o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo.

A ideia central desse modelo está relacionada à aplicação de sofisticadas análises matemáticas que vão determinar a flora existente nas APPs, com variáveis ambientais (solo, clima, relevo, entre outros) e com a diversidade genética das espécies, possibilitando o planejamento racional de revitalização da Bacia do Rio Grande.

“É um importante estudo para fazer a recomposição das APPs, com um levantamento florístico, codificação de carbono e ainda uma análise de especialização das espécies. Chegamos a localizar 665 tipos de espécies arbóreas na região. Agora, vamos unir todas as informações ambientais com o material que temos e fazer um cruzamento para indicação de espécies para o reflorestamento”, relatou o subcoordenador do Projeto, professor Lucas Rezende Gomide.

Na ocasião, o coordenador de Programas Especiais da Cemig, Rafael Augusto Fiorini, destacou a importância das pesquisas realizadas pela UFLA com o apoio da Companhia. “A Cemig possui uma forte parceria com a UFLA há mais de 25 anos. A Companhia tem a obrigação de investir em projetos de pesquisa, que são fundamentais para projetos de recuperação, algo que a sociedade tem cobrado muito hoje. A Cemig está presente no Rio Grande; então é mais que justo fazer esse trabalho de pesquisa para o reflorestamento. É de extrema importância produzir ciência de forma prática, colaborando para a resolução de problemas”, afirmou.

lemaf_aberturaO reitor também citou a situação crítica em que se encontra o Rio Doce após os últimos acontecimentos envolvendo o rompimento da barragem de uma mineradora em Mariana. Scolforo salientou que o projeto da UFLA também pode ser utilizado para a recuperação do Rio Doce. “A recuperação não é de curto prazo, mas essa tecnologia pode ser adequada na Bacia do Rio Doce para fazer a recuperação de toda aquela área, ajudando de forma contundente”, disse.

Após a cerimônia de abertura do evento, teve início a primeira palestra do workshop, em que foi realizada a apresentação sobre o “Mapeamento do uso e cobertura do solo da Bacia do Rio Grande” pelo professor do DCF Fausto Weimar Acerbi Júnior.

“O mapeamento é a base para todo projeto. O mapa e o inventário são as melhores ferramentas para a tomada de decisões. É importante lembrar que lemaf_palestraa Bacia do Rio Grande ocupa uma área de 8.605.029 ha, aproximadamente 15% da área total do estado de Minas Gerais; sendo que 60,2% da bacia estão em Minas Gerais e são 16% de cobertura vegetal nativa”, destacou o professor.

A programação prevê ainda a apresentação de diversas outras temáticas, que fazem parte dos resultados parciais obtidos até o momento: Inventário e Biometria Florestal, Restauração Florestal, Inventário da Fauna, Diversidade Genética, Hidrologia Florestal, bem como a modelagem fitogeográfica associada a um sistema de auxílio à recomposição de áreas de preservação permanente, ao longo da Bacia do Rio Grande.

O evento é aberto para toda a comunidade. Mais informações: Secretaria do Lemaf (35) 3829-1700

Texto: Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA