UFLA desenvolve novo sistema digital para controle e acompanhamento do programa Bolsa-Verde

A plataforma trará uma economia de 70% nos custos do cadastro do programa socioambiental, aumentará a confiabilidade e a transparência dos dados 

Reunião em Brasília para apresentar resultados do Programa e ampliação do sistema
Reunião em Brasília para apresentar resultados do Programa e ampliação do sistema

O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde, lançado em setembro de 2011, concede, a cada trimestre, um benefício de R$ 300 às famílias em situação de extrema pobreza que vivem em áreas consideradas prioritárias para conservação ambiental. A Universidade Federal de Lavras (UFLA) participa do Programa desde 2013, quando desenvolveu um sistema para monitoramento de algumas áreas contempladas e o resultado tem sido tão positivo que agora o sistema será ampliado, para integrar todos os dados por meio de um gerenciamento inteligente.

No dia 16 de abril, o diretor de Tecnologia da Informação do Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal, Samuel Campos, acompanhado dos técnicos do Lemaf, Venicios Gustavo dos Santos, Regina Ribeiro Lara e

Gustavo Gontijo, participaram de reunião em Brasília, para apresentar as fases do projeto em desenvolvimento, a metodologia de cadastro dos usuários e a forma de fazer a identificação das áreas.

Neste encontro estavam presentes representantes dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e UFLA.

A estimativa é que o SisVerde seja lançado em setembro de 2015, para ser utilizado por essas instituições na execução e gestão da política pública. Hoje, o programa beneficia 71.800 famílias, a meta que ampliar para 80 mil famílias.

Para o gerente de projetos do Departamento de Extrativismo do MMA, Jânio Coutinho, o sistema que está sendo desenvolvido pela UFLA trará uma economia de 70% nos custos do cadastro do Bolsa Verde, além de apresentar confiabilidade nos dados e transparência. “Vamos reduzir os custos de operação para incluir uma nova família, além de economizar papel e gerar relatórios com dados sociais que podem orientar outras políticas”, destaca.

Ainda na reunião, os técnicos da universidade apresentaram as etapas de monitoramento da cobertura vegetal presente nas áreas contempladas pelo programa. De acordo com Samuel Campos, com o novo sistema será possível um melhor monitoramento, ampliação e fortalecimento do Programa.

Desafio

“O nosso maior desafio deste ano é a inclusão produtiva das famílias beneficiárias do Bolsa Verde, para superar a extrema pobreza, dentro do programa Brasil Sem Miséria”, enfatizou o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Paulo Guilherme Cabral. Para realizar essa inclusão produtiva, as famílias receberão apoio para compra de equipamentos, assistência técnica e estímulo à organização de base (cooperativas) como forma de agregar valor aos produtos e acessar o mercado. “Eles precisam superar alguns gargalos nas cadeias produtivas e na comercialização dos produtos, e nós ajudaremos nisso”.

O Programa

O Programa Bolsa Verde, faz parte do Programa Brasil Sem Miséria, sendo destinado àqueles que desenvolvem atividades de uso sustentável dos recursos naturais em Reservas Extrativistas, Florestas Nacionais, Reservas de Desenvolvimento Sustentável federais e Assentamentos Ambientalmente Diferenciados da Reforma Agrária. Territórios ocupados por ribeirinhos, extrativistas, populações indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais também podem ser inclusos no Programa, além de outras áreas rurais definidas por ato do Poder Executivo.

O Programa representa um passo importante na direção de reconhecer e compensar comunidades tradicionais e agricultores familiares pelos serviços ambientais que prestam à sociedade. A motivação deste programa é o fato de que 47% das 16,2 milhões de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza estão na área rural, sendo necessário aliar o aumento na renda dessa população à conservação dos ecossistemas e ao uso sustentável dos recursos naturais.

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Com informações da Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)