Reitor da UFLA ministra palestra sobre Biodiversidade dos Biomas Mineiros

27.06 scolforo terça ambientalO reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor José Roberto Scolforo, foi convidado pela Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) para ministrar a palestra magna da Terça Ambiental, evento realizado nessa terça-feira (25), no Senac Belo Horizonte. Abordando a “Biodiversidade dos Biomas Mineiros”, o reitor, que também é o coordenador do Zoneamento Econômico e Ecológico de Minas Gerais, apresentou imagens dos diversos biomas de Minas Gerais e informações sobre os desmatamentos ocorridos ao longo dos anos.

Durante sua apresentação, Scolforo apresentou dados do “Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais“, projeto do qual é coordenador geral. Com mapas de 2003, 2005, 2007 e 2009, o professor mostrou o crescente desmatamento em diferentes pontos do Estado. “Vemos um ‘efeito formiguinha’: conjunto de pequenas propriedades desmatando muitas áreas. Essas propriedades, com menos de 100 hectares, respondem a 65,2% dos desmatamentos ocorridos entre 2007 e 2009”, comentou.

Segundo o professor, são mais de 12 mil pontos espalhados pelo Estado para realizar o monitoramento. O trabalho tem 87,29% coeficientes de exatidão global e os mapas têm qualidade excelente em termos de análise internacional. “Em 2003, 19 milhões e 500 mil hectares foram mapeamentos. Áreas a partir de dois hectares são monitoradas”, disse. Entre 2003 e 2005, Minas perdeu 75 mil hectares por ano. Scolforo ressaltou que a “grande pressão do desmatamento no Estado é no Cerrado”.

Scolforo explicou também que há dois tipos de monitoramento: o executado de dois em dois anos e o mensal. O primeiro foca no planejamento das ações de combate ao desmatamento, enquanto o segundo proporciona mobilizações para coibir os desmatamentos que estão acontecendo no momento.

O palestrante apresentou ainda dados do inventário das espécies arbóreas de Minas: sua equipe catalogou 2.401 espécies, das quais 64 provavelmente nunca foram citadas no Estado e 12 árvores são presumivelmente novas ou já estavam ou estão em processo de descrição por especialistas. A título de comparação, em 2006, um estudo havia catalogado 1.885 espécies arbóreas. Scolforo enfatizou que “nos falta ainda muito conhecimento” e que “enquanto não conhecemos, não se deve degradar”. “Precisamos cuidar melhor do que já foi degradado. O que Minas já tem de área degradada é suficiente para produzirmos o necessário”.

O reitor da UFLA reiterou a importância da divulgação do “Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais“, totalmente disponível na internet para consulta e com espaço reservado para os usuários esclarecerem suas dúvidas. Para ele, infelizmente, o material ainda não é utilizado como deveria.

Para encerrar a Terça Ambiental, duas coleções do “Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais” e três exemplares do livro “O manejo sustentável da Candeia” foram sorteados entre os presentes.

Fonte: Assessoria de Comunicação Amda