Currículo vai privilegiar formação humana e cidadã

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Ao ingressarem na Ufla a partir deste segundo semestre de 2009, os novos estudantes da graduação vão contar com uma estrutura curricular mais abrangente, com disciplinas humanistas obrigatórias, que serão ministradas nos três primeiros semestres. Mudanças, também, na carga horária de alguns cursos, na duração dos estágios obrigatórios e na flexibilização dos créditos curriculares. Todas essas transformações foram classificadas pelo MEC como inovadoras, uma vez que contempla os graduandos com uma formação mais completa que combina os fundamentos técnicos de cada curso com disciplinas humanísticas.

Constam do núcleo fundamental comum obrigatório as disciplinas de Língua Portuguesa, Inglês Instrumental, Filosofia e Ética, Sociologia e Cidadania e Matemática Fundamental. Para completar a estrutura, os colegiados dos cursos podem acrescentar outras disciplinas que devem ser escolhidas entre Ciência, Tecnologia e Sociedade; Educação, Trabalho e Sociedade; Instituições de Direito Público e Privado; e Fundamentos de empreendedorismo. Os colegiados dos cursos podem incluir todas as disciplinas sugeridas, desde que somem, no mínimo 20 créditos e no máximo 24.

De acordo com o pró-Reitor de Graduação, prof. João Chrysostomo de Resende Júnior, as discussões sobre a necessidade de se adequar a estrutura curricular dos cursos de graduação na Ufla teve início em 2006 e veio na seqüência de um debate nacional, incentivado pela Academia Brasileira de Ciências, a partir de 2004. Esta entidade diagnosticou a necessidade dos cursos de graduação contemplarem em seus currículos disciplinas que oferecessem aos graduandos uma formação mais abrangente, humanística, sem prejuízo da formação técnica.

As transformações ganharam força a partir da implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) que previa, dentre várias metas, a reestruturação acadêmica e curricular. Diante dessas necessidades e das diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), a Ufla começou a programar essas mudanças, estabelecendo como primeira medida a criação do Departamento de Ciências Humanas (DCH).

Para dar corpo a essa nova realidade, muitos investimentos começaram a ser feitos tanto em infra-estrutura, quanto em recursos humanos. “Essas mudanças acarretam uma necessidade maior de espaço físico e recursos humanos. Estamos em pleno vapor para concluir diversas obras que foram feitas para adequar a estrutura física. Já nomeamos nove professores do DCH, sendo três de língua inglesa, três de português e três de filosofia. Nossa previsão é de que nos próximos meses novos docentes da área de sociologia sejam contratados”, explica o prof. João Chrysostomo.

FLEXIBILIDADE CURRICULAR E CARGA HORÁRIAAs mudanças na estrutura curricular dos cursos de graduação da Ufla não se restringem, apenas à oferta de disciplinas das áreas de ciências humanas. Outra necessidade detectada foi em relação à flexibilidade curricular. Desde a reforma curricular de 2003, todas as atividades realizadas são contabilizadas no histórico escolar dos estudantes. A iniciativa visou valorizar não somente as disciplinas obrigatórias de cada curso, mas, também, os projetos de iniciação científica, extensão, estágio, matérias eletivas e outros trabalhos que aprimorem o conhecimento dos estudantes. Na reforma curricular atual, os colegiados de cursos foram conclamados a aumentar a exigência dessas atividades acadêmicas flexibilizadas.

Para o pró-Reitor de Graduação, a proposta é fazer com que essa flexibilidade atinja cerca de 20% da carga horária mínima dos cursos. “No nosso entendimento, não é possível preparar bons profissionais apenas com os ensinamentos em sala de aula. Estamos propondo uma formação mais abrangente, com uma visão diferenciada e diversificada para os profissionais que vão ingressar no mercado de trabalho”.

Outra modificação que passa a vigorar a partir deste semestre é em relação à carga horária mínima e ao tempo de duração de alguns cursos. Uma resolução do CNE determinou a duração das graduações de diversas áreas. Por exemplo, os cursos de Engenharia devem ter o mínimo de 3800 horas inteiras, o que equivale a 4.320 horas/aula, devendo ser cursadas em no mínimo, cinco anos. “Estamos readequando as graduações para atender às exigências estabelecidas pelo CNE, de modo que os profissionais formados na Ufla não sejam prejudicados”.

Os estágios obrigatórios também passaram por profundas transformações, principalmente no tocante à carga horária exigida. As horas dessa atividade, que, na maioria dos cursos, era de 170 passam para mais de 300 horas. “Muitos graduandos cumpriam essas horas em um curto espaço de tempo. O aumento da carga horária partiu da necessidade de fazer com que estes estudantes estejam cada vez mais em contato com seu mundo profissional. Essas horas deverão ser cumpridas, obrigatoriamente, em, no mínimo, 40 dias”, complementa Chrysostomo.

Todas as modificações que estão sendo implementadas pela Pró-Reitoria de Graduação passam a vigorar a partir deste semestre para os novos estudantes. Os cursos de Educação Física e de Física, que foram implantados recentemente e possuem poucas turmas, também passarão por todas as alterações.

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