Alimentos e eletrodomésticos seguram inflação de abril

A taxa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) ficou em 0,53% no mês de abril, ao contrário do mês anterior, quando registrou deflação de -0,19, ou seja, o inverso da inflação.

Ao contrário do que ocorreu com os preços dos alimentos em 2008, quando os produtos alimentícios puxaram a taxa de inflação, o ano de 2009 está sendo marcado pela desaceleração dos preços desse grupo para o consumidor. No acumulado deste ano, a categoria alimentos está mais barata, em média, 1,12%, enquanto a inflação medida pela UFLA acumula alta de 1,98%.

Com isso, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas já caiu, em 2009, 2,59%. Em janeiro, valia R$371,78 e agora, em abril, ficou em R$362,12.

Explica o professor Ricardo Reis, coordenador do IPC, que o grupo “alimentos” representa cerca de 27% do orçamento familiar e tem influência direta na taxa de inflação. De cada R$100,00 gastos por uma família, em média R$27,00 são despesas ligadas à alimentação.

Em abril, os alimentos tiveram alta de 0,13%, mas produtos básicos na mesa do consumidor tiveram queda no mês, a exemplo do feijão (-4,19%), da carne bovina (-0,93%), dos ovos (-1,51%), do tomate (-0,23%) e do macarrão, com queda de 1,94%.

Por segmento, os alimentos in natura aumentaram 0,53%, principalmente batata (8,94%) e beterraba (5,68%); os semi-elaborados ficaram mais baratos 0,38%, como o feijão e as carnes, e os produtos industrializados aumentaram 0,54%, destacando-se o açúcar (4,46%), o creme de leite (4,67%) e a mortadela (4,35%).

Também o setor de bens de consumo duráveis teve influência direta na inflação de abril medida pela UFLA, principalmente os eletrodomésticos, que ficaram mais baratos para o consumidor, 0,11%, como resultado da recente política de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre tais aparelhos.

Dos onze grupos que compõem o índice de inflação da UFLA, as maiores altas ficaram localizadas nos setores de serviços gerais (2,45%), puxadas, basicamente, pela alta do gás de cozinha, cujo aumento foi de 6,58%, seguidos dos itens de material de limpeza, alta de 2,63%; vestuário, 1,62%; transporte, 0,64%; bebidas, 0,84%; higiene pessoal, 0,09% e gastos com educação e saúde, cujo aumento no mês foi de 0,02%.  A pesquisa não constatou aumento, na média, das despesas com lazer e com moradia.

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