Jovens de todo o país discutirão educação ambiental em Brasília

Brasília, 23/01/2008 – Cerca de 600 estudantes, entre 11 e 14 anos, de 5ª a 8ª séries (6º a 9º anos) virão à capital federal para participar da 3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Para ajudar alunos e professores a trabalhar a temática na sala de aula e a se preparar para o encontro, o MEC enviará, até março, material didático a 58 mil escolas públicas de educação básica. A conferência ocorre em novembro, em Brasília.

Além do material, serão quase R$ 6 milhões destinados pelo governo federal às secretarias estaduais de educação – cerca de 1% desse valor veio dos próprios estados – para incentivar o debate acerca de questões ambientais, especialmente por meio da realização de conferências ambientais nas escolas, como preparatório para o encontro nacional.

Desde 1999, com a Lei nº 9.795, a educação ambiental deve ser integrada aos programas educacionais das escolas. Na visão da coordenadora-geral de educação ambiental da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Rachel Trajber, a realização das conferências nacionais ajuda a definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental e a promover a educação ambiental nas escolas. Além disso, promove o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente, a partir da mobilização dos alunos, da comunidade escolar e de setores ligados à área.

Os recursos repassados pelo MEC aos estados levou em conta projetos de trabalho de 24 unidades da Federação e do Distrito Federal. Entre as ações apresentadas pelos estados estão a realização de conferências estaduais e escolares. As conferências são opcionais nos estados, mas deve ocorrer em pelo menos 10% das escolas existentes em cada unidade da federação e no Distrito Federal, interessados em enviar participantes à conferência nacional.

Este ano, o tema a ser discutido na conferência nacional e nas atividades escolares e estaduais aborda as mudanças ambientais globais. Durante as conferências escolares ou na estadual serão escolhidos os delegados que participarão da conferência nacional.

Além dos recursos para atender aos planos de trabalho estaduais, o MEC também enviará a 58 mil escolas de educação básica – públicas, privadas, urbanas ou rurais -, cadastradas no Censo Escolar de 2006 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), material didático específico para auxiliá-las a trabalhar o tema.
O material é formado por três volumes. O primeiro oferece um passo a passo para a realização de conferências ambientais na escola. O segundo é mais teórico e enfoca a temática a ser trabalhada para o encontro nacional: mudanças ambientais globais, com idéias e sugestões para que os professores incluam o conteúdo na sala de aula. O terceiro explica como formar uma comissão de meio ambiente na escola, com representantes da comunidade escolar, e estimula a criação de uma agenda 21 local.

O material escolar deve ser distribuído até março de 2008. As escolas que quiserem organizar conferências locais terão prazo até 30 de julho. Já as conferências nos estados devem ocorrer até 15 de outubro.

‘Cada escola participante do projeto assume o compromisso de identificar um problema ambiental na sua cidade e precisa elaborar estratégias para resolvê-lo’, destaca Neusa Helena Barbosa, da equipe técnica para a realização da conferência da Secad. A partir dos problemas identificados nas escolas e das discussões locais, o estado elabora uma carta de responsabilidade. Com as cartas de cada estado participante e por meio das discussões na conferência nacional, é criada uma carta de responsabilidade nacional ao final do encontro. O documento será entregue aos ministros da Educação, do Meio Ambiente e ao presidente da República.

A expectativa é de que mil pessoas participem da conferência nacional, entre alunos, professores, educadores, organizações não-governamentais, secretários de educação, entre outros. (Maria Clara Machado)

Cotações dos grãos sustentam renda no campo em janeiro

Os indicadores da economia rural sinalizaram melhoria no campo, no primeiro mês do ano de 2008. Conforme dados levantados pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), por meio dos cálculos dos Índices de Preços Agrícolas, o índice que mede a renda do setor agropecuário foi superior ao que estima os custos de produção.

Em janeiro, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos do setor rural teve aumento de 9,56%, puxado pelas cotações dos grãos, principalmente o feijão, que teve alta, para o produtor, de 22,76% e o milho, cuja variação do preço recebido foi de 16,94%. Também contribuiu para a alta da renda agrícola no mês a alta do café, cujo preço pago aos cafeicultores aumentou 6,12%.

No caso do setor leiteiro, os pecuaristas receberam 10,41% a mais pela venda do leite fluido tipo C, enquanto não houve alteração no preço recebido pelo leite tipo B. E o preço a arroba do boi gordo aumentou, para o produtor, 6,67%.

Os hortifrutigranjeiros também tiveram alta em janeiro, ficando mais caro no campo, em média, 17,34%, puxados pelas altas do quiabo (100,0%), do tomate (78,57%), da abobrinha (45,83%), da beterraba (25,0%) e da banana (25,0%).

A pesquisa do DAE/Ufla faz o levantamento mensal de 42 produtos e 187 insumos agropecuários.

Janeiro de 2008 foi o mês em que os preços médios dos insumos agrícolas ficaram em 0,51%, resultado do Índice de Preços Pagos (IPP) por esses insumos. Entre os itens pesquisados, as maiores altas estão ligadas aos setores de rações (6,18%), sementes e mudas (14,25%), inseticidas (3,41%) e vacinas (4,51%). Entre os insumos que tiveram quedas de preços no mês, estão adubos (-4,94%), fungicidas (-6,69%) e manutenção de equipamentos, queda de 6,2%.

Bolsas de Pós-Doutorado no Canadá

Portal Universia, 09/01/08

Pesquisadores brasileiros podem se inscrever até 4 de março

Já estão abertas as inscrições para o programa de Bolsas de Pós-doutorado do governo canadense. Há oportunidades para pesquisadores das áreas de Humanas, Ciências Sociais, Ciências Naturais e Engenharia. A iniciativa não contempla artistas profissionais nem aqueles que desejam fazer pesquisa clínica e treinamento relativo a tratamento de pacientes. O prazo das candidaturas seguem até 4 de março.

A iniciativa é destina a cidadões brasileiros. Qualquer pessoa que tenha obtido a cidadania canadense ou solicitado visto de residência permanente não é elegível ao programa. Além disso, para participar, os candidatos devem ter completado o doutorado nos últimos quatro anos.

Os selecionados recebem uma bolsa de estudos no valor de R$ 32.000 dólares canadenses. Como não é oferecido nenhum auxílio financeiro a dependentes, é essencial que os bolsistas que planejam vir ao Canadá acompanhados de sua família tenham recursos financeiros suficientes para assegurar seu sustento. O programa tem duração de um ano.

Os formulários de inscrição, acompanhados de toda a documentação exigida, deverão ser enviados via SEDEX para o seguinte endereço:

Luiz Miguel da Rocha
Assessor para Assuntos de Educação e Diplomacia Pública
Embaixada do Canadá
SES – Avenida das Nações, Quadra 803, Lote 16
70410-900 – Brasília/DF

Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (61) 3424-5400 e (61) 3424-5490, pelos e-mail academic.bsb@international.gc.ca e academique.bsb@international.gc.ca ou pelo site www.brasil.gc.ca.

Conaes debate avaliação de curso superior

Brasília, 22/1/2008 – A avaliação de cursos superiores esteve no centro dos debates do encontro desta terça-feira, 22, de membros da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), no Ministério da Educação. A avaliação de cursos superiores é um dos elementos analisados pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da reunião de trabalho e levou sugestões aos membros da Conaes para melhorar o processo de avaliação de cursos superiores, com base na supervisão de cursos de direito, iniciada em outubro de 2007. Na ocasião, 80 instituições foram notificadas pelo MEC pelo baixo desempenho resultante do cruzamento de dados do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes (Enade) e do Índice de Desempenho Desejável (IDD). As 80 obtiveram nota inferior a 3.

Na visão do ministro, a regulação dos cursos – por meio da supervisão destes – deve ficar a cargo do Estado, como ocorreu com os cursos de direito. ‘O Estado deve avaliar e regular os cursos’, disse o ministro. ‘O mercado já mostrou que não regula esse setor’, acrescentou. Para Haddad, a supervisão dos cursos de direito com baixo desempenho mostrou que é preciso estimular a auto-avaliação das instituições, utilizar instrumentos de avaliação mais flexíveis e indicar avaliadores qualificados.

A auto-avaliação das instituições já faz parte dos processos de avaliação. A sugestão do ministro é que o mecanismo passe a ser estimulado como uma resposta da instituição a indicadores problemáticos. Assim, a auto-análise da instituição com baixo desempenho indicaria suas fragilidades, facilitando a adoção de medidas saneadoras.

Já o instrumento de avaliação externa deveria ser menos rígido. ‘O instrumento deve funcionar como um guia e ser menos burocrático’, defende Haddad. Para o ministro, a partir de um instrumento mais flexível, o avaliador teria mais liberdade para detalhar a avaliação, de forma a levar em conta o contexto vivido pela instituição. Para isso, seria necessário contar com avaliadores bem-formados e experientes. ‘Talvez pudesse ser criado um subgrupo do banco de avaliadores, indicados pelos estratos mais altos da educação’, sugeriu.

O banco de avaliadores do Sinaes, criado em 2006, conta com aproximadamente 11 mil pessoas, indicadas por universidades, faculdades e entidades científicas. Para Nadya Viana, membro da Conaes, é preciso rever a qualificação dos avaliadores, com o intuito de valorizar a experiência de cada um e priorizar a avaliação qualitativa das instituições de ensino superior. ‘Alguns avaliadores são doutores, mas têm pouca experiência com a graduação’, exemplificou.

Para o ministro, a bem-sucedida experiência de supervisão dos cursos de direito poderia ser utilizada para melhorar o sistema de avaliação. ‘Os aprendizados da supervisão poderiam ser incorporados no Sinaes, especialmente nos processos de renovação de reconhecimento de cursos’, ressaltou Haddad.
Atualmente, a avaliação está diretamente ligada ao reconhecimento e à renovação do reconhecimento dos cursos superiores. A dinâmica de avaliação envolve o credenciamento da instituição, a autorização de cursos e o reconhecimento de cursos. Primeiro, ao ser criada, para que a instituição seja credenciada, precisa passar por avaliação externa. O mesmo processo ocorre para cada curso novo criado por uma instituição. Depois de começar a funcionar e antes de expedir diplomas, o curso deve ser novamente avaliado para ser reconhecido. A renovação de reconhecimento ocorre periodicamente ao fim de cada ciclo avaliativo do Sinaes.

A proposta do ministro à Conaes é utilizar os procedimentos adotados na supervisão dos cursos, especialmente durante o reconhecimento e a renovação de reconhecimento dos cursos, para atestar a qualidade do curso avaliado com mais eficácia. (Maria Clara Machado)

Na luta contra o analfabetismo

Jornal Nacional, 22/01/08

O Brasil está em 16° lugar entre mais de 150 países que participam do Educação Para Todos, um acordo mundial com metas que devem ser cumpridas até 2015. O desafio é melhorar a qualidade do ensino e diminuir o analfabetismo.

O Brasil está em 16° lugar entre mais de 150 países que participam do Educação Para Todos, um acordo mundial com metas que devem ser cumpridas até 2015. O desafio é melhorar a qualidade do ensino e diminuir o analfabetismo.

Os livros, por enquanto, são uma meta distante. A turma ainda tenta se familiarizar com o alfabeto. As letras saem com esforço, mas já são motivo de orgulho para quem a leitura faz tanta falta.

“Sai na rua e tem que perguntar para um amigo. Às vezes dá um endereço certo, outro dá errado”, disse a auxiliar de limpeza Margarida da Conceição.

“É você não ser enganado por alguém, é você saber assinar um cheque, é saber você ler uma cartinha”, orgulha-se o vigilante Edilson de Lima.

Cursos como os de alfabetização para jovens e adultos em uma favela ainda são pouco freqüentes. Na América Latina, o Brasil tem um dos maiores índices de analfabetismo entre adultos: 11%, segundo relatório divulgado, nesta terça-feira, pela Campanha Mundial pela Educação, que reúne Organizações Não-Governamentais (ONGs) e sindicatos do mundo todo.

O documento atribui notas a 156 países que no ano 2000 assumiram o compromisso de melhorar significativamente o acesso à educação de qualidade até 2015. O relatório mostra que o Brasil tem avançado, mas que o nível de aprendizagem dos alunos ainda é baixo.

Na lista dos que estão cumprindo as metas do Educação Para Todos, ficamos em 16° lugar, à frente de Rússia e China. Mas atrás de Uruguai, Argentina e Venezuela.

O Brasil tirou “A” no quesito que avalia investimento em educação e escola gratuita, “B” em número de matrículas e ‘C’ em qualidade de ensino.

Para o coordenador da campanha nacional pelo direito à educação, Daniel Cara, é preciso mais investimento. “Seria necessário que a União, o Governo Federal, investisse mais R$ 19 bilhões para garantir que todas as crianças, todos os jovens e todos os adultos tivessem uma educação de qualidade”, afirmou o coordenador da campanha.

O governo reconhece que precisa melhorar. Promete qualificar professores e reajustar salários, principalmente no Nordeste. “Isso, naturalmente, faz com que os professores tenham mais entusiasmo e tenham melhores condições de lecionar”, afirmou o mininstro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci.