Renda agrícola é influenciada pela queda do preço do leite

O ritmo de variação média dos preços agropecuários continua em queda para o produtor rural. Em novembro, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agrícolas ficou negativo em 0,83%. Este resultado acontece principalmente pela queda do leite fluído pago ao pecuarista, cuja baixa foi de 20,0% para o leite tipo B e 13,68% para o tipo C. Em outubro, a renda agropecuária já havia caído 1,83%, também puxada pelas quedas dos preços do leite pagos aos produtores. O leite tipo B havia caído 9,41% e o tipo C, redução de 6,92%.

São levantados os preços de 42 produtos na pesquisa feita pelo Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Apesar de o setor leiteiro ter puxado para baixo esse Índice de Preços, os grãos ainda mantiveram em alta, a exemplo do mês anterior. Em novembro, a preço recebido pelo feijão teve variação positiva de 65,96% e o milho, com alta de 20,91%. Já a cotação do café teve uma baixa de 0,35%.

De acordo com o professor Ricardo Reis, do Departamento de Administração e Economia da Ufla, e coordenador dos Índices Agrícolas e do Índice de Preços ao Consumidor, essa alta do feijão já influenciou a inflação de novembro, cujo aumento para o consumidor foi de 20,85%. A matéria-prima para a venda de carnes também teve influência na renda do produtor, com alta de 19,3% no preço da arroba do boi gordo, 16,49% na arroba da vaca para abate e aumento de 20,0% no preço da arroba do novilho para abate.

Entre os hortifrutigranjeiros, que teve uma queda média de 8,28%, as maiores baixas para os produtores ficaram localizadas na laranja (-40,0%), batata (-11,31%), beterraba (-12,94%), cenoura, (-15,38%) e mandioca (-16,25%). As maiores altas entre os hortifruti foram: banana (34,43%), alface (33,33%), couve-flor (66,67%) e quiabo (19,44%).

No caso dos preços pagos pelos insumos agrícolas, medido pelo Índice de Preços Pagos (IPP), a variação em novembro foi de 9,42%. Para estes insumos, são pesquisados 187 produtos, e entre estes, as principais altas ocorreram nos setores de sementes e mudas (7,98%), carrapaticidas (7,4%), vermífugos (4,84%), máquinas e equipamentos (6,53%), animais de rebanho (10,08%) e serviços de terceiros (dia/homem, hora/trator, assistência técnica), com alta de 14,27%.

O Índice de Preços Recebidos (IPR) estima a renda do setor rural e o Índice de Preços Pagos (IPP) reflete a variação dos custos de produção desse segmento.

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