Esclarecimentos sobre o Cead na Ufla

Em função de dúvidas que estão surgindo a respeito da discussão do Regimento do Centro de Educação a Distância (Cead) nos departamentos e outras instâncias, o professor Marcelo Silva de Oliveira, membro da comissão encarregada de propor o Regimento, presta alguns esclarecimentos:

1. Qual o propósito geral do Cead?
– Não é ocupar o lugar de qualquer órgão ou instância já estabelecida, mas ocupar um lugar hoje que não é ocupado por ninguém: prestar assessoria interna integrada para estabelecer ações de Ensino a Distância (EAD) com excelência.
– Não é submeter departamentos e outros órgãos a si, mas auxiliar, em cooperação, colaboração, co-planejamento, co-execução, co-avaliação, todas as ações em EAD da Ufla. O Cead não terá poder deliberativo sobre outros órgãos: os Regimentos da Ufla, Departamentos, PRPG, PRG, PROEX, etc, todos permanecem os mesmos. Isto implica que, por exemplo, um curso de Lato sensu continua sendo criado nos Departamentos,aprovado na PRPG, Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), e Conselho Universitário (Cuni), e executado pelos mesmos, exatamente como é hoje. O que muda é que o sistema universitário passa a contar com um órgão dedicado a EAD, para auxílio em tudo que se refere a aspectos de Projeto, Pedagogia, Tecnologia de Informação, e Apoio Técnico. A idéia não é submeter o EAD na Ufla ao Cead, mas sim vincular o EAD na Ufla ao Cead. Submeter e vincular são conceitos diferentes: vincular é harmonizar, servir como plataforma de disseminação de benefícios, recursos, conhecimento, etc. É fazer todos ganharem, todos crescerem juntos, harmoniosamente. Vincular tem a idéia de formação de um corpo, de um sistema, que trabalha ajustado e consolidado, com o auxílio de todas as partes, para a saúde do todo. Hoje não é assim, e, sem o Cead, não será alcançada esta configuração de ótimo do todo. Quanto a submissão, esta continua, do mesmo jeito que é hoje, aos Departamentos,Pró-Reitorias, Cepe e Cuni.

2. Por que um Cead-Ufla?
– Antes, um dado importante: Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Mato Grosso e Universidade Federal de Viçosa, entre outras, tem Cead. Essas universidades federais são menos fragmentadas que a Ufla (o que poderia, teoricamente, tornar menos necessário um Cead nelas) e mesmo assim o tem. Seriam todas estas insensatas? O próprio MEC criou uma secretaria só para cuidar de EAD: a Secretaria de Educação a Distância – SEED.
– Porque a legislação para EAD tem se tornado cada vez mais complexa e exigente, demandando expertises cada vez mais, específicas em EAD, e gerais institucionalmente falando: uma combinação que exige um centro especializado, transversal e colaborador em relação aos outros órgãos.
– Porque a exigência por qualidade é um imperativo de responsabilidade social, além de capacidade empreendedora. É um resultado comprovado da Gestão da Qualidade moderna que não é possível fazer qualidade de qualquer coisa, inclusive de educação, sem um núcleo (centro) dedicado e comprometido.
– Porque os órgãos internos tem chegado a conclusão que a estrutura atual para EAD tem um patamar limitador de crescimento: não conseguiremos, sem um Cead, vencê-lo, a não ser por ações pontuais com escopo limitado a frações da universidade. O problema com estas ações pontuais é que elas são, sempre: não compartilhadas, desperdiçadoras de recursos, subótimas, com respaldo institucional menor do que o necessário, pesadas e difíceis de gerenciar, operadas por pessoal não especializado, e não amparadas por regulamentos e diretrizes internas (tornando-as, possivelmente, irregulares)! Ninguém agüenta mais tamanha ineficiência e ineficácia! ‘Sem o Cead esse quadro não irá mudar’!!

3. Por que outros órgãos não fazem o que está proposto para o Cead?
– Por que nenhum órgão da Ufla (nem Departamentos, nem Pró-Reitorias, nem etc) está regulamentado e nem estruturado para lidar adequadamente com EAD!
– Se fossemos estruturá-los e regulamentá-los estaríamos na contra-mão dos princípios mais elementares de boa gestão. Pense bem: estruturar cada um dos 16 Deptos com laboratórios, equipe de TI, pedagogos, expertise em projetos, acompanhamento de legislação específica, padrões de qualidade, participação em eventos, etc, etc ! Seria impossível, mesmo porque seria uma tremenda falta de bom senso fazer isto!! O mesmo valeria para as Pró-Reitorias.
– Retalhar a assessoria específica em EAD pelos órgãos já existentes (TI com o CIN-Ufla, Projetos com respectivas Pró-Reitorias, Legislação com Procuradoria Jurídica, etc) não funcionaria porque já não pode funcionar com a estrutura atual, e reestruturar estes órgãos para atender volta ao problema anterior. Enfim, não vai funcionar.

4. Por que vincular o CEAD a Reitoria?
Porque EAD toca em mais de um nível de ensino e em mais de uma necessidade de apoio. Toca em graduação (temos cursos de graduação a distância na Ufla) e pós-graduação. Vincularia a PRG? A PRPG? Ora, não há, hoje, outra opção. Outros órgãos já são assim, o CIN-Ufla, por exemplo. Porém, isto não precisa ser monolítico: quando da mudança de estruturação interna, ou mesmo por outro motivo, se achado uma vinculação melhor, muda-se.

5. Como você vê a discussão atual nos Departamentos?
– Muito bem-vinda, pois certamente teremos uma melhoria substancial no Regimento a partir das sugestões departamentais.
– Sabemos que, por exemplo, algumas palavras no Regimento proposto devem ser alteradas, para deixar mais exato o propósito do Cead, que alguns artigos devem ser reescritos, etc. e é isto que queremos: sugestões de melhorias, para o órgão que veio para somar melhorias.

6. Qual sua opinião sobre EAD na Ufla?
– Já existe há 20 anos! Não é uma coisa nova para nós. Porém, nunca houve tanta necessidade de fazermos EAD de um modo excelente com agora, até por causa da reputação que temos. Como diz o ditado: ‘o pior inimigo de um campeão é a sua própria vitória’!
– Mas não só por causa da reputação, nem principalmente por causa dela. Nós não podemos mais, como universidade pública, fazermos de conta que o acesso ao ensino superior está bom. Não é só por causa de escola pública ruim, ou faixa de renda, que um cidadão fica de fora da universidade: é também porque para ele o ensino presencial é inviável. Também não é prudente considerar que ‘isto é um problema dele’, que só o ensino presencial é que presta.Ensinar a distância, nos moldes preconizados pelos bons métodos (que é o que nós queremos com o advento do Cead), é uma questão de compromisso social, de cidadania, de atender a diretrizes governamentais, de atender a um ‘grande anseio e necessidade social’, enfim, de amor ao próximo.

7. Você acredita, realmente, que sendo criado o Cead, na Ufla a reestruturação e melhoria irá acontecer?
Não há dúvida quanto a isto. Não é nem mesmo uma questão de “acreditar”, mas sim uma certeza absoluta. A EAD na UFLA vai experimentar uma melhoria sem precedentes, e, mais ainda, vai entrar num nível de qualidade de EAD estabelecido pelo Estado através de leis e diretrizes, e desejado pela sociedade e comunidade universitária.

8. Quem será o responsável pela fiscalização dessa qualidade?
A fiscalização será, como já é, um trabalho conjunto de todos. A diferença é que o Cead ajudará a alcançar efetivamente um padrão de qualidade que toda fiscalização espera.

9. Quais são as garantias para que esse não seja apenas mais um órgão, entre tantos na Ufla?
As garantias são, como sempre são para todos os demais órgãos da UFLA, a soma de uma boa equipe, um Regimento que lhe dá base para trabalhar, e o apoio e o trabalho colaborativo da Administração e da comunidade universitária. O somatório destes fatores, com seus respectivos coeficientes de ponderação, determinam o tamanho do êxito final. Neste momento, contamos com o apoio da comunidade universitária no sentido de contribuir para que o Regimento a ser aprovado no Cuni faça do Cead um efetivo órgão auxiliador para a excelência de nossa Ead.

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