Aécio Neves na 10ª Expocafé

O governador Aécio Neves estará na décima edição da Expocafé,, que acontece nos dias 20 a 22 de junho, em Três Pontas/MG. Na oportunidade o governador deverá anunciar a homologação do “Programa de Pólos de Excelência do Café”
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) Alberto Duque Portugal, que esteve na Ufla, na semana passada, apresentou a proposta ao Governador Aécio Neves, que autorizou a implantação imediata dos Pólos de Excelência do Café e do Leite.

Segundo Alberto Portugal “o objetivo é consolidar a liderança de Minas Gerais em setores estratégicos, nos quais possua tradição, massa crítica e vantagens competitivas. Pretende-se instalar pólos em setores produtivos como o Mineral, Metalúrgico, Gemas e Jóias, Café, Leite, Floresta e Milho”. No evento, o secretário anunciou a instalação do Pólo de Excelência do Café na Universidade Federal de Lavras (Ufla), na área do Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão do Agronegócio Café – Cepecafé.

O Pólo de Excelência do Café será na região Sul de Minas, por agregar o maior número de instituições geradoras de conhecimento no Agronegócio Café, como a Ufla, Epamig, Embrapa-Café, Fundação Procafé, Escola Agrotécnica Federal de Machado, Centro de Excelência do Café da Seapa-MG, além da Emater-MG e outras instituições que atuam nos vários segmentos da cadeia (produção, industrialização e comercialização), como o Centro de Comércio de Café, o Sindicafé, Associações de Cooperativas e de Sindicatos.

O Pólo terá um comitê gestor e um conselho deliberativo que serão responsáveis pela gestão dos recursos destinados às pesquisas e atividades desenvolvidas. O Comitê provisório para instalação do Pólo foi constituído por representantes da Sectes, Seapa, Ufla e Embrapa-Café. A instalação oficial deverá ocorrer em Três Pontas, durante a abertura da Expocafé-2007, quando será assinado um termo de outorga pelo governador Aécio Neves e pelo reitor Antônio Nazareno Mendes, assegurando a alocação inicial de R$ 400 mil para elaboração do diagnóstico, plano de divulgação e marketing, realização de seminários, estruturação do Pólo, elaboração do plano de negócios e concessão de bolsas para gerenciamento.

Reitoria da UFRJ é ocupada por estudantes

O Globo, 15/06/07

Ediane Merola

Manifestantes protestam contra programa governamental que consideram lesivo à autonomia universitária

Cerca de 150 estudantes ocuparam, na tarde de ontem, a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. O ato é um protesto contra o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni), do Governo Federal. Para os universitários, o Reuni é um ataque à autonomia universitária, pois condiciona a ampliação das verbas ao cumprimento das políticas do governo. A ocupação, decidida ontem em assembléia, deve durar 24 horas, mas, dependendo da mobilização alcançada e da resposta da reitoria, os manifestantes poderão permanecer por mais tempo no prédio.

O Reuni, que integra o Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Ministério da Educação, foi criado através de decreto presidencial. Na manhã de ontem, os estudantes fizeram manifestação durante reunião do Conselho Universitário da UFRJ, pedindo que a universidade amplie o debate sobre o tema e não assine prontamente o termo de adesão ao programa. Uma comissão, criada em maio pelo reitor da UFRJ está avaliando o PDE e propondo diretrizes e ações da universidade em relação ao Reuni.

Reitor pode receber universitários hoje Hoje, às 12h, os estudantes deverão ter uma audiência pública com representantes da universidade. Segundo a assessoria da UFRJ, o reitor Aloísio Teixeira deve retornar hoje de viagem e, se chegar a tempo, receberá os estudantes.

Os alunos da UFRJ lembram que, em São Paulo, o governador José Serra baixou decretos que, na avaliação dos universitários, interfere na autonomia e na democracia da USP. Já dura um mês a ocupação dos estudantes na USP. Os manifestantes da UFRJ elaboraram uma lista de reivindicações que inclui a conclusão das obras do bandejão do campus do Fundão; reforma e ampliação do alojamento estudantil; expansão e reajuste das bolsas estudantis; transporte interno mais freqüente e entre os campus; reforma e ampliação das bibliotecas.

Na UFF, um grupo de 15 estudantes está acampado, há mais de um mês, no saguão do prédio da Reitoria, em Icaraí.

Os universitários, que dormem em barracas e reivindicam moradia estudantil, já ameaçaram invadir o gabinete do reitor, Roberto Salles.

Autonomia universitária

Correio Braziliense, 15/06/07

Timothy Mulholland

Reitor da Universidade de Brasília

A ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) por seus estudantes trouxe novamente, e de forma aguda, a autonomia universitária ao debate público. O conceito nasceu do princípio da liberdade de cátedra, conquistada a duras penas ao longo da existência secular da universidade no ocidente. Estudantes e professores reivindicavam o direito de pensar, manifestar-se e ensinar sem o controle externo da igreja, do Estado ou da administração. Essa reivindicação ainda é relevante hoje, pois há universidades que continuam sob o jugo dessas esferas no século 21.

Nos países democráticos, a liberdade de cátedra vem sendo consolidada desde o século 19, especialmente em instituições públicas. Esse processo contribuiu para viabilizar o período de maior desenvolvimento científico, tecnológico, social e econômico que o mundo já viu. Onde essa liberdade não prevaleceu, o obscurantismo garantiu o atraso. A liberdade de cátedra só é assegurada, no entanto, se também o forem os meios para seu pleno exercício.

Pouco adianta a criatividade e a inovação na esfera das idéias se não houver apoio para seu desenvolvimento e concretização — a interlocução e o debate entre pares; a disseminação de idéias; a infra-estrutura de pesquisa — enfim, universidades. Os países mais prestigiados por sua criatividade intelectual são os que implantaram e mantiveram sistemas universitários amplos e bem-estruturados, cuja alma foi e é o apoio intransigente à liberdade de pensamento e de criação.

A história recente da universidade pública brasileira mostra contradições. A Constituição assegura plena autonomia a elas, mas a prática, nem sempre. Se, por um lado, não há controle ou censura quanto às idéias, há freqüentes empecilhos ao exercício da liberdade de cátedra, com prejuízo para a sociedade.

O impasse na USP girava, exatamente, em torno da autonomia universitária. Logo após a promulgação da atual Constituição, decreto do então governador Orestes Quércia estabeleceu repasse mensal para as universidades paulistas, baseado numa fração do ICMS estadual. O uso desses recursos passou a ser de competência de cada instituição, que prestaria contas ao respectivo Tribunal de Contas. Com um decreto, implementou-se a autonomia prevista na Lei Maior.

Os resultados positivos para as instituições paulistas, e para a sociedade, foram enormes. Elas ganharam eficiência, expandiram, aumentaram a produtividade. Essa autonomia, porém, foi de encontro à filosofia dominante na administração pública brasileira desde os anos 1990: a de que deve haver controle central, tim-tim por tim-tim, de cada ação e de cada centavo — antes, durante e depois. Foi essa sistemática absolutamente burocrática que baixou sobre as universidades federais, sufocando a administração, o ensino, a pesquisa e a extensão em infindáveis camadas de papel. Hoje, começa a brilhar uma pequena luz, graças à compreensão do MEC.

As mudanças recentemente introduzidas pelo governo paulista tenderam na direção do que se implantou em Brasília. A exigência de autorização prévia para medidas administrativas está no coração da questão porque isso implica demora e, pior, a possibilidade de interferência e mesmo de inviabilizar a aplicação de recursos para os fins necessários. O planejamento é transferido para outra esfera, a autonomia acaba e os resultados diminuem.

As autoridades eleitas para gerir o Estado não têm de violar a Constituição para exercer seu papel. Tudo o que a universidade faz pode e deve ser objeto de avaliação — quer pelo cumprimento das leis, quer pela qualidade e alcance de sua atuação — depois do fato. Há instrumentos para isso. Impor restrições às instituições, além de inconstitucional, provoca perda de resultados relevantes. Menor competitividade científica significa maior atraso para o país.

Ademais, é possível oferecer incentivos a ações estratégicas, como é feito pelo MCT na pesquisa e pelo MEC na expansão das universidades federais. O impacto é imediato e visível; as instituições respondem aos desafios com competência e altivez.

A USP representa exemplarmente o esforço brasileiro para alcançar alto nível de desenvolvimento científico-tecnológico e excelência na educação superior. É um patrimônio de São Paulo precioso para o Brasil. A universidade brasileira e nossa comunidade científica aguardam solução que assegure a autonomia universitária paulista e sua manutenção como modelo para as demais instituições que atuam em busca do futuro que o Brasil almeja.

Edital da Fapemig para manutenção de equipamentos já tem resultado

31 propostas de 13 instituições de ensino e/ou pesquisa mineiras foram aprovadas dentro do edital 02/07 ‘Manutenção de equipamentos de custo elevado’. O resultado já está disponível no endereço

www.fapemig.br/info/editais/editaisarquivos.php?varcategoria=2&vartipo=3 .

A FAPEMIG também disponibilizou uma lista com as propostas que não foram aprovadas. Para visualizá-la, basta acessar www.fapemig.br/admin/naoaprovados/upload/14-Jun-2007-Manutencaonao.xls

O objetivo do edital, como o próprio nome diz, é financiar a manutenção de equipamentos de custo elevado e imprescindíveis para o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica. Ao todo, serão destinados mais de R$1,8 milhão para os projetos aprovados. O valor é quase o dobro do disponibilizado em 2006. Isso permitiu a contratação de um número maior de projetos – em 2007, serão cinco a mais que no ano passado.

Os projetos serão pagos em parcela única. Outras informações com a Central de Informações da FAPEMIG, pelo e-mail ci@fapemig.br

Novidades

Esse edital, o segundo lançado pela Fapemig dentro do mesmo tema, trouxe como novidade a exigência de contrapartida financeira da instituição proponente de, no mínimo, 10% do valor do serviço. As propostas também foram limitadas a R$100 mil. Além da manutenção, está prevista a contratação de técnicos por meio da Bolsa de Apoio Técnico (BAT) da Fapemig.

Ao todo, 44 propostas foram recebidas. Das 31 selecionadas, 12 são da Universidade Federal de Minas Gerais. Em segundo lugar no número de propostas aprovadas aparece a Universidade Federal de Viçosa.