Inflação mantêm tendência de queda

A taxa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), ficou em 0,1% no mês de maio. Pelo terceiro mês consecutivo, o IPC da Ufla mantém tendência de queda: 0,42% em março, 0,16% em abril e, agora, 0,1%.

No ano, esta taxa de inflação está acumulada em 2,09% e a remuneração da caderneta de poupança (data base dia 1º) acumula um crédito de 3,22%.

A maior alta registrada no mês de maio foi localizada no grupo despesas com moradia, de 2,19%, especificamente nos custos dos serviços domésticos, com alta de 8,57%, influenciada pelo reajuste do salário mínimo. Os outros setores que tiveram aumentos de preços no mês foram: bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, móveis e informática), com variação de 1,78%; bebidas, 0,09% e despesas de transporte, cujo aumento foi de 0,04%.

De acordo com o professor Ricardo Reis do DAE/Ufla, coordenador da pesquisa, a inflação só não foi maior devido à queda média que ocorreu no setor alimentício, de 0,64%. Essa queda ocorreu especificamente para os produtos in natura, que ficaram mais baratos 4,36% e para os semi-elaborados, cuja queda foi de 0,81%. Já os alimentos industrializados aumentaram 0,55%. Entre os alimentos que apresentaram queda de preços, as maiores foram as do tomate, da cenoura, da beterraba, do abacate, do maracujá e dos ovos.

Complementa o professor que os gastos com alimentação são as despesas que mais pesam no orçamento familiar (26,83%), ou seja, de cada R$100,00, uma família gasta R$26,83 com alimentos. Dentro do segmento alimentação, os produtos in natura representam 5,27% das despesas, os semi-elaborados, 6,50% e os industrializados, 15,06% do orçamento familiar.

As quedas na média dos preços verificados no mês de maio ficaram localizadas nas categorias vestuário (-0,36%), higiene pessoal (-0,29%), material de limpeza (-0,17%) e educação e saúde, 0,01%, não havendo alterações nos preços, em média, das despesas com serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) e com lazer.

Seguindo o comportamento de queda dos preços dos alimentos, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve queda de 2,45%. Em abril, custava R$277,92 e no mês de maio ficou em R$271,10.

Altas nos preços dos grãos e do leite revertem tendência de queda da renda agrícola

Depois de diversas quedas na renda do setor agrícola este ano, as altas nos preços pagos ao produtor pelo feijão (25,0%), milho (6,29%), além dos preços recebidos pelo leite tipo C (3,61%) e tipo B (9,71%), criaram um clima mais favorável no campo em maio. Isso é o que revelaram os dados levantados pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), por meio dos cálculos dos Índices de Preços Agrícolas.

No entanto, em 2007, a renda agrícola acumula uma perda média de 7,78%, enquanto os insumos agrícolas tiveram uma queda no ano de 3,01%. A renda agrícola é medida pelo Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos do setor rural e os custos pelo Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários.

Em maio, o DAE/Ufla divulgou o Índice de Preços Recebidos (IPR), que teve alta de 1,18%, puxado pelas cotações dos grãos e leite, exceto o café, cuja queda no mês foi de 1,52%.

Entretanto, o mês de maio se caracterizou pela queda dos hortifrutigranjeiros, que, em média, ficaram mais baratos 14,46% para o produtor.

As maiores quedas observadas foram para banana (-17,86%), beterraba (-43,53%), cenoura (-25,0%), pepino (-45,86%), quiabo (-25,0%), repolho (-40,0%), tomate (-33,67%) e frango abatido (-14,81%).

Maio foi o mês em que os preços médios dos insumos agrícolas estiveram em alta. O Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários aumentou 6,09%. Entre os mais de 180 itens pesquisados, as maiores altas ficaram com os setores ligados a adubos (22,76%), sementes e mudas (9,82%), fungicidas (7,62%), carrapaticidas (6,48%), vacinas (4,05%) e serviços gerais (dia/homem, hora/trator, consultoria técnica), com alta de 5,57%.