Inflação: IPC da Ufla aponta 5,94% em 2006

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), acumulou uma taxa de 5,94% no ano de 2006. Em 2005, esta taxa de inflação ficou acumulada em 3,46% e, em 2004, 7,8%.

Em 2006, as maiores altas de preços ocorreram nos grupos despesas com educação e saúde, com aumento médio acumulado de 23,15%, seguido dos gastos com lazer, com alta de 10,07%; moradia, 5,97; serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha), 4,85%; gastos com alimentação, 3,98%; vestuário, 3,32%; bebidas, 1,49% e despesas de transporte, que acumulou uma alta de 0,55%.

Entre os demais bens de consumo e serviços levantados pela Ufla no ano de 2006, ocorreu uma deflação (queda na média dos preços pesquisados). Os bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, móveis e informática) ficaram mais baratos 8,93%; material de limpeza, -7,23% e itens de higiene pessoal, com queda média acumulada no ano em 1,76%.
O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas acumulou uma alta de 5,89% em 2006. Em janeiro, seu valor era R$250,53, passando a R$265,31 no mês de dezembro.

Inflação de dezembro

O DAE/Ufla também divulgou a inflação de dezembro, cuja taxa foi de 0,59%. No mês anterior, este índice havia sido 0,52%.
Entre os itens que mais subiram de preços em dezembro, estão aqueles associados aos grupos alimentos (1,61%) e serviços gerais (1,34%). Também em dezembro, foram registradas altas de preços nos setores de bebidas (0,48%), gastos com lazer (0,42%), material de limpeza (0,33%), vestuário (0,2%) e bens de consumo duráveis, cuja alta no mês foi de 0,16%.

Entre os segmentos que compõem a categoria alimentos, a maior alta ficou com os produtos in natura, 4,66%. Os alimentos semi-elaborados e os industrializados também ficaram mais caros em dezembro, com aumentos médios de preços de 1,6% e 0,08%, respectivamente. Por itens, os maiores aumentos foram: alface (13,24%); cenoura (14,92%); abacate (14,51%); mamão (24,17%); laranja (19,49%); pêra (20,71%); feijão (6,13%); carne suína (6,61%); farinha de milho (6,61%); mortadela (11,01%) e óleos (9,0%).

Os demais grupos pesquisados pela Ufla em dezembro tiveram queda média de preços no mês: despesas de transporte (-0,15%), higiene pessoal (-0,05%) e educação e saúde (-0,01%). Em média, não houve alterações de preços nos itens que compõem a categoria moradia.
O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas ficou em R$265,31 em dezembro, contra um valor de R$254,82 no mês anterior, registrando uma alta de 4,11%

Campo recupera renda no final de 2006

Após a crise do setor agrícola, que se iniciou em junho de 2005 e se propagou neste ano, os indicadores da economia rural sinalizam uma melhora no campo nos últimos meses de 2006. Conforme dados levantados pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), por meio dos cálculos dos Índices de Preços Agrícolas, o índice que mede a renda do setor agropecuário teve uma recuperação neste ano de 7,06%. Nos dois últimos meses do ano, o preço do café valorizou para o cafeicultor 40,73% e a média de preços do milho, feijão e arroz teve uma alta nos quatro últimos meses de 2006 de 43,42%.

Em dezembro, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos do setor rural teve aumento de 7,41%, influenciado pelas cotações dos grãos, principalmente o café, que teve alta para o cafeicultor de 15,54% e o milho, que foi pago ao produtor 17,44% a mais em relação ao mês passado.

Contribuíram também para a melhoria da renda agrícola em dezembro, os preços pagos a algumas categorias de produtores de hortifrutigranjeiros, com alta de 12,28% pela venda da banana; 9,09% pela abóbora; 20,0% pelo preço da beterraba; 41,67% de alta no preço da couve-flor e 3,94% pelo preço recebido pelos ovos. Entretanto, alguns hortifrutigranjeiros tiveram quedas de preços para o produtor, a exemplo da batata (-6,25%); pimentão (-36,67%); tomate (-39,47%) e frango abatido, cujo preço de venda no segmento primário foi de -20,69%. Já a arroba do suíno teve uma alta de 6,25% no setor primário.

No caso da produção de leite, os pecuaristas receberam 1,04% a menos pela venda do leite fluido tipo C e pelo leite tipo B, esta queda foi de 1,05%.

Dezembro foi o mês em que os preços médios dos insumos agrícolas tiveram alta inferior ao aumento da renda agrícola. O Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários subiu 1,04%. Entre os 187 itens pesquisados, as maiores altas se localizaram nos setores ligados aos formicidas (10,43%), bernicidas (9,64%), inseticidas (5,66%) e manutenção de equipamento, com alta para o produtor rural de 3,54%. As maiores quedas para o produtor rural foram: herbicidas(-6,72%), vermífugos (-7,41%) e animais de tração, cuja queda foi de 14,29%.