Campo perde renda em abril

O Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla), com base no levantamento mensal dos índices de preços agrícolas, constatou perda de renda no campo em abril. Neste mês, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agrícolas teve uma queda de 0,93%, enquanto o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários aumentou 1,61%. Esses índices estimam, respectivamente, a variação da renda agrícola e o comportamento dos custos de produção do setor.

A pesquisa do DAE/Ufla faz o levantamento mensal de 42 produtos e 187 insumos agropecuários.

Esses indicadores revelam que, em abril, os custos para produzir, no setor agrícola superaram, em média, os preços pagos ao produtor rural pela venda de seus principais produtos.

No mês de abril, a queda da renda agrícola foi influenciada pelas cotações nos preços dos grãos, principalmente pela baixa no preço recebido pelo milho, de 13,53% e quedas nos preços do feijão, de 8,06% e na cotação do café, de 1,83%. Alguns produtos que compõem o grupo formado pelos hortifrutigranjeiros também ficaram mais baratos para o produtor no mês pesquisado, como batata (-49,1%), couve-flor (-40,0%), repolho (18,03%), arroba do suíno (25,0%) e do boi (4,16%). No entanto, houve uma recuperação nos preços recebidos pelo frango vivo (20,68%) e pelo frango abatido (64,28%), revertendo a tendência do mês passado. Já o preço pago ao pecuarista pela venda do leite fluido tipo C teve uma alta de 10,52%.

De acordo com o professor de economia rural, Ricardo Pereira Reis, o surgimento da febre aftosa no rebanho bovino no Brasil acabou prejudicando também a cotação dos suínos, pois a Rússia levantou barreiras também contra a carne suína brasileira. Já a reversão do preço da carne de frango este mês está associada ao aumento do consumo nos países europeus, que chegou, nos primeiros meses do ano, a ter uma queda de mais 50% devido aos efeitos da gripe aviária. Espera-se, ainda, que a retomada das exportações da carne de frango influencie positivamente os preços pagos pelo milho, uma vez que haverá aumento da produção e, consequentemente, aumento de consumo deste grão.

Com relação aos preços dos insumos agrícolas, as maiores altas, em abril, ficaram nos segmentos dos herbicidas (3,33%), formicidas (3,52%), máquinas e equipamentos (3,13%), energia elétrica (6,66%), manutenção de equipamentos (3,92%) e serviços gerais (dia/homem, hora/trator, assistência técnica), com alta de 3,58%.

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