Professora da UFLA coordena sessão técnica sobre biodiversidade do solo durante fórum em Brasília

Presidente do próximo Congresso Brasileiro de Ciência do Solo - CBCS,  José Araujo Dantas; professora Fatima Moreira; chefe da Embrapa Solos, Daniel Vidal Perez; presidente da SBCS, Gonçalo Faria;   professor da UFRPE, Clistenes Nascimento, professor da Fundação Universidade de Regional de Blumenau, Sidney Stürmer e o pesquisador do IAPAR, Arnaldo Colozzi
Presidente do próximo Congresso Brasileiro de Ciência do Solo – CBCS, José Araujo Dantas; professora Fátima Moreira; chefe da Embrapa Solos, Daniel Vidal Perez; presidente da SBCS, Gonçalo Faria; professor da UFRPE, Clistenes Nascimento, professor da Fundação Universidade de Regional de Blumenau, Sidney Stürmer e o pesquisador do IAPAR, Arnaldo Colozzi

Para celebrar o Ano Internacional dos Solos, o Tribunal de Contas da União (TCU) promoveu a conferência “Governança do Solo”, de 25 a 27 de março, em Brasília. Voltado para a sensibilização da sociedade quanto à importância da conservação e do uso sustentável, o evento teve em sua programação diversas sessões técnicas apresentadas por instituições de renome, entre elas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA).

A sessão que tratou o tema: “Biodiversidade do Solo no Brasil: Questões Estratégicas para a Definição de Políticas Públicas Brasileiras Relativas ao seu Uso, Manejo e Conservação” foi uma proposição da UFLA, coordenada pela professora Fátima Moreira, do Departamento de Ciência do Solo (DCS/UFLA).

Na mesa de debate, os professores Sidney Stürmer, da Fundação Universidade Regional de Blumenau; Juvenil Cares e Reginaldo Constantino, da Universidade de Brasília (UNB) e Newton Stamford, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP). Também participaram representantes da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e Embrapa Solos.

Biodiversidade protegida

O solo não é apenas o suporte para a vida no planeta. O solo tem vida e sua biodiversidade não só é considerada a maior do planeta como também é a força motriz dos inúmeros processos bioquímicos e biofísicos responsáveis pela produção agrícola, sustentabilidade e serviços dos ecossistemas e pela própria vida. Com essa introdução, a sessão técnica colocou em debate questões que envolvem a biodiversidade do Solo nos Biomas Brasileiros.

Como sessão especial, a biodiversidade do solo foi abordada considerando os quatro eixos prioritários do evento: Conhecimento dos solos e institucionalidade; Vulnerabilidades do solo frente às mudanças climáticas, à desertificação e aos eventos extremos; Sustentabilidade da Produção Agropecuária, Segurança Alimentar e Serviços Ambientais; e Governança Territorial e Solos.

De acordo com a professora Fátima Moreira, a biodiversidade de organismos do solo nos biomas brasileiros, já conhecida, é imensa, mas, ainda não foi completamente revelada. Ela completa que, baseando-se no número atual de estudos, as estimativas estão muito aquém de sua real dimensão. “A amostragem dos diversos grupos funcionais de organismos do solo em todos os biomas ainda não foi suficiente para revelar toda a biodiversidade existente, principalmente para os biomas Caatinga, Pampa e Pantanal”, reforça.

Entre os temas tratados, também foi enfatizada a importância da popularização da ciência e a extensão como áreas importantes que devem ser consideradas. A relação entre biodiversidade do solo e os processos bioquímicos e biofísicos que contribuem para a produção agrícola e florestal e qualidade ambiental é outro desafio que foi apresentado pelos pesquisadores.

Para Fátima Moreira, a contribuição dos processos biológicos para o aumento da produção agrícola e florestal, além da qualidade ambiental, será possível com mais estudos que revelem a biodiversidade e seu potencial. Porém, torna-se necessária uma maior conscientização sobre sua importância pelos diversos segmentos sociais que são aqueles que efetivamente auxiliarão na sua conservação e a utilizarão.

“O conhecimento sobre a biodiversidade pode ser considerado estratégico em termos políticos, sociais, econômicos e ambientais. O grande desafio é estabelecer uma comunicação e interação mais efetiva entre governo, sociedade em geral e comunidade científica”, complementa.