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Café Solidário recebe alunos da APAE na InovaCafé

DSC07888Com a intenção de tirar as crianças e adolescentes do ambiente comum e promover maior interação entre os estudantes e a universidade, o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), em parceria com a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e o Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo do Café (QI Café), promoveu nesta quarta-feira (24), o I Café Solidário que contou com a participação dos aprendizes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Lavras.

Fazendo parte do projeto “Ação Social Necaf,” que tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes que dependem de alguma instituição ou fundação e que já vendo realizando doações de materiais de maior necessidade a APAE e demais instituições do município, os membros do Necaf decidiram ir além, promovendo o I Café Solidário que trouxe os alunos para conhecer a estrutura da InovaCafé.

Os aprendizes participaram de uma dinâmica para sentir o cheiro e a textura do grão, conheceram o processo de classificação do café, processo de torra e moagem do grão, aprenderam a preparar um autêntico cappuccino e finalizaram o passeio com um delicioso café da tarde.

DSC07920“Essa ação é muito importante, pois promove uma integração dos nossos aprendizes do curso profissionalizante com a sociedade. A partir desse encontro, os nossos estudantes estarão compartilhando essa experiência com os colegas e isso vai gerar muita expectativa para as próximas edições. Agradecemos ao Necaf pela dedicação e parceria”, comenta a gerente de Captação, Suprimentos e Patrimônio da APAE, Holegma Maria Lima Nunes.

“O Necaf vem atuando há mais de 20 anos e formando estudantes de todo o país. A princípio, ele objetiva o ensino, a pesquisa e a extensão em cafeicultura, mas existe também uma preocupação com o âmbito social, que partiu dos próprios alunos, de ter um maior envolvimento com a sociedade. A ação de hoje possibilita que os aprendizes tenham mais contato com a cultura do café através de atividades recreativas, mas também instrutivas com relação ao produto”, explica o professor tutor do Necaf, Rubens José Guimarães.

DSC07912“Esse é o nosso primeiro Café Solidário e acreditamos que cumprimos com o nosso objetivo, que é estreitar essa relação e aproximar o café das pessoas. Hoje os aprendizes viram o grão de café pequeno, ainda verde; acompanharam todas as etapas de produção para entender como o produto chega até a casa deles; experimentaram um café especial sem açúcar e o cappuccino; aprenderam sobre as diversas formas de fazer café; e finalizaram a visita personalizando uma caixinha com grãos de café. Como eles fazem parte da turma do curso de artesanato, essa atividade visou estimular a criatividade dos aprendizes”, destacou a secretária e tesoureira do Necaf, Larissa Cocato.

Para Ezequiel, aprendiz da APAE, ele adorou personalizar a sua caixinha e disse que “o café é bom e gostoso e que adorou conhecer os projetos da UFLA”.

Vanessa Trevisan (Assessora de Comunicação InovaCafé) e Gabriela Rodrigues (bolsista da Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café)

 

UFLA acessível: Exposição “Leonardo da Vinci recebe tradução em Libras – veja fotos

Universidade e inclusão: cultura para todos!
Universidade e inclusão: cultura para todos!

A exposição “Leonardo da Vinci: Maravilhas Mecânicas”, presente no Museu Bi Moreira, no Câmpus Histórico da Universidade Federal de Lavras (UFLA), contou com o acompanhamento de tradutores/intérpretes da Língua Brasileira de Sinais – Libras durante a manhã e tarde dessa terça-feira (12/5).

Todas as explicações transmitidas pela museóloga da UFLA Patrícia Muniz Mendes eram traduzidas simultaneamente pelos tradutores e intérpretes do Núcleo de Acessibilidade da UFLA, Wanderson Samuel Moraes Souza e Welbert Vinícius de Souza Sansão. Assim, diversos surdos tiveram a oportunidade de conhecer as obras de Leonardo da Vinci por meio de maquetes, juntamente com seus respectivos esboços e desenhos, como o conceito do helicóptero e da ponte giratória.

libras“Fiquei muito admirada com todas essas criações do passado e que ainda temos contato nos dias de hoje. É muito bom poder vir a UFLA e conhecer uma exposição tão maravilhosa como essa e ainda acessível para nós. É importante que a comunidade Surda também possa ter contato com o que acontece na Universidade”, relata Danielle Aparecida Almeida.

Para a museóloga Patrícia a acessibilidade é de extrema importância para a sociedade. “Na museologia sempre abordamos essa questão, pois é necessário permitir um maior número de pessoas nos museus, desta forma, é preciso que as visitas estejam acessíveis a qualquer público”, afirma. A museóloga também ressalta que o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais devem ser garantidos pelo poder público, conforme determinado pela Lei 10.436, de 24 de abril de 2002.

A visita em Língua de Sinais é uma ação educativa do Núcleo de Acessibilidade (NAUFLA/Praec), como parte do projeto UFLA Acessível em Língua Brasileira de Sinais, do Departamento de Educação (DED). A visita foi promovida em parceria com a Coordenadoria de Museus e Patrimônio Histórico/Proec – “Museus da UFLA: Interação em Libras”– sendo desenvolvida por Wanderson Samuel e Welbert Sansão, com apoio da Patrícia Muniz.

Os tradutores e intérpretes do Núcleo de Acessibilidade da UFLA se dizem satisfeitos com a iniciativa, desta forma, a intenção é de que outras exposições realizadas nos museus da UFLA sejam acompanhadas por eles por meio da Língua de Sinais para que a comunidade Surda de Lavras possa sempre participar de maneira efetiva.

A exposição “Leonardo da Vinci: Maravilhas Mecânicas” ocorre pela primeira vez em Lavras e estará em exibição na cidade até o dia 29 de maio. A partir dessa visita é possível conhecer a complexidade de um dos maiores gênios da Humanidade, considerado revolucionário no seu tempo e amplamente reconhecido por todas as gerações.

A exposição é gratuita, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas. Os educadores que desejam conceder esse privilégio aos seus alunos podem agendar uma visita escolar por meio do telefone (35) 3829 – 1205.

Leonardo da Vinci: Maravilhas Mecânicas” foi concebida pela Coordenação de Museologia do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A exposição em Lavras é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec – UFLA) / Coordenadoria de Museus e Patrimônio Histórico (CMPH-UFLA).

Texto e fotos: Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA

Veja a galeria de fotos da visita em Língua Brasileira de Sinais. Clique na primeira foto e siga a seta para abrir as demais em tamanho expandido.

 Confira um vídeo sobre a visitação

 

Servidores da UFLA ainda podem se inscrever no Curso de Língua Brasileira de Sinais

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Professora de Libras Erica Tavares: a intenção é que cada órgão/setor da Universidade indique pelo menos um servidor para participar da capacitação

Servidores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) que tenham interesse em fazer o curso básico de Língua Brasileira de Sinais ainda podem realizar as inscrições. Para participar do curso, o servidor deverá preencher a ficha de inscrição disponível na página da PRGDP e entregá-la na Secretaria da PRGDP, juntamente com a autorização da chefia.

De acordo com professora de Libras do Departamento de Educação da UFLA Erica Alves Barbosa Medeiros Tavares, a intenção é que cada órgão/setor da Universidade indique pelo menos um servidor para participar da capacitação. “Segundo o decreto 5.626/2005, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais, as instituições devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação de Libras”, relata a professora.

Durante o curso será ensinado o alfabeto manual, a estrutura gramatical, além de diálogos e situações do cotidiano, dentre outras práticas. A carga horária do curso será de 80 horas (64 presenciais e 16 atividades extraclasse), sendo realizado até o dia 29 de junho. As aulas serão às segundas, quartas e sextas-feiras, das 17 às 19h.

O curso faz parte do Plano de Capacitação dos Servidores 2015, que possui o objetivo de proporcionar qualificação e desenvolvimento na carreira do servidor, o Plano faz parte da política de melhoria da qualidade institucional.

As atividades de capacitação e as ações para promoção da qualidade de vida definidas neste plano, bem como outras não previstas que ainda poderão ser oferecidas, serão organizadas, monitoradas e avaliadas pela Coordenadoria de Capacitação e Avaliação da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas da PRGDP.

Veja no Plano de Capacitação como a participação nesses cursos poderá refletir em sua carreira.

Plano de Capacitação 

O Plano, amparado pelo Decreto nº 5.825/2006, está estruturado em linhas de desenvolvimento que contemplam diferentes aspectos da administração pública, possibilitando o desenvolvimento de habilidades técnicas, administrativas e humanas.

A Pró-Reitoria espera, com os cursos, atingir melhorias na: produção (visando à melhoria na prestação de serviços pelo incremento das habilidades técnicas e gerenciais); adaptação (visando ao ajuste às mudanças no ambiente organizacional); socialização (visando a repassar os valores institucionais, apreender as percepções dos servidores, de modo a orientá-los quanto a normas e atribuições); e coordenação (visando a reduzir o conflito interno, estabelecer uma orientação de equipe, reforçar a comunicação e possibilitar a qualidade de vida no trabalho).

Texto: Camila Caetano – jornalista bolsista/UFLA

 

UFLA vai apoiar o projeto socioambiental ‘Fanfarra Alternativa’ da Escola Municipal José Luiz de Mesquita

fanfarra-alternativaDe repente, o som de 111 tambores começa a ecoar e enche de vida a Escola Municipal José Luiz de Mesquita, no bairro Cidade Nova, em Lavras. Trata-se de um projeto socioambiental desenvolvido com crianças de 5 a 11 anos e o resultado é uma inusitada Fanfarra de Materiais Alternativos (reciclados).

Nessa terça-feira (16), o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor José Roberto Scolforo, acompanhado do pró-reitor de Extensão e Cultura (Proec), professor José Roberto Pereira, foram recebidos pela direção, professores e alunos da escola para uma demonstração do projeto. A visita também contou com a presença do professor do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA) Ricardo Rodrigues Magalhães, do presidente da Câmara Municipal de Lavras, Marcos Possato e do assessor jurídico da Câmara Municipal, Paulo Luciano.

Para o reitor da UFLA, professor Scolforo, o projeto é exemplar e deve ser incentivada a sua multiplicação para que ainda mais crianças sejam atendidas. Encantado com a atuação da Fanfarra Alternativa, Scolforo afirmou que a UFLA poderá apoiar a iniciativa por meio de parcerias e projetos de extensão e cultura. “O objetivo está no resgate da cidadania e no incentivo para despertar novos talentos e grandes cidadãos”, considerou, destacando que a atividade artística ajuda a desenvolver a mente. Falando para as crianças, Scolforo aconselhou-os a estudar muito, para que no futuro venham a se tornar estudantes da UFLA.

A ‘Fanfarra Alternativa’ é um projeto do percursionista Diego Carvalho, que atua na escola há dois anos como voluntário. Com o apoio da professora Priscila Azevedo, o projeto vai muito além das noções de ritmo e coordenação motora. Eles repassam para as crianças o valor da disciplina e da persistência, incentivando-os não somente na formação musical, mas também na formação da cidadania.

Na avaliação da diretora da Escola, Aline Camila Alves Bittencourt Santos, a cada dia que passa os alunos que participam do projeto demonstram mais disciplina, com evidente progresso até mesmo em sala de aula. “Eleva a autoestima da criança, da família e também o amor pela escola”, considerou.

Estudem, estudem muito, para conseguirem atingir seus sonhos no futuro, considerou o reitor Scolforo
Estudem, estudem muito, para conseguir atingir seus sonhos no futuro, considerou o reitor Scolforo

O resultado do projeto no desempenho dos alunos também é confirmado pela coordenadora pedagógica, Maria Aparecida Sales. Ela conta que o projeto reflete nas métricas de qualidade em que a Escola é avaliada, superando as médias do município e do Estado. Segundo dados do Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave), em 2013, por exemplo, as crianças do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor José Luiz de Mesquita atingiram uma média de 663 pontos na avaliação de Língua Portuguesa, enquanto a média do município foi de 613 e do Estado foi de 570,8.

Aprovação dos pais

Liliane Henrique Torres é mãe do Gabriel, o mais novo percursionista da Fanfarra, com apenas cinco anos. “Em casa ele pega as panelas e fica ensaiando. Também percebi uma melhora na concentração e ele está mais comportado depois que iniciou no projeto”, comenta.

Érica Helena da Silva tem quatro filhos na Fanfarra Alternativa e está feliz com o resultado. “Eles ficaram mais empenhados na escola, porque gostam muito de participar do projeto. O pai deles também é músico e eles se espelham nele”, destaca.

Inclusão Social

A Escola Municipal Professor José Luiz de Mesquita também participa de outro projeto em parceria com a UFLA. Desde 2011, estudantes de graduação do curso de Engenharia de Controle e Automação, sob a orientação do professor Ricardo Rodrigues Magalhães, desenvolvem o projeto “Robótica Educacional para Inclusão Social – Reis”, com adolescentes de 12 a 16 anos. O projeto prevê o ensino de programação de robôs para participação em campeonatos de robótica. No último fim de semana, a equipe da Escola participou da etapa mineira da Olimpíada Brasileira de Robótica e alcançou a 3ª colocação. Em 2012, a equipe da Escola ficou na 14ª posição nacional, representando a única escola pública entre as finalistas.

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Banco Interamericano de Desenvolvimento recebe inscrições para o prêmio Governarte

Governarte-620x300O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) recebe inscrições para a segunda edição do concurso “ Governarte: A Arte do Bom Governo ”, que premiará as melhores iniciativas que tenham ampliado o acesso de populações vulneráveis a serviços públicos pelo uso de meios digitais como redes sociais, telefonia móvel, aplicativos na web e outras soluções tecnológicas.

O Governarte é um concurso que busca premiar projetos desenvolvidos em parceria entre governos subnacionais (estados e municípios) e organizações da sociedade civil ou da iniciativa privada. Os projetos devem visar a promoção do acesso a serviços públicos ou a inclusão social por meio das tecnologias da informação e comunicação. O concurso tem alcance continental e está em sua segunda edição.

As inscrições para o prêmio se encerram dia 30 setembro. Consulte o regulamento.  

As tecnologias da informação e comunicação incluem diversos tipos de tecnologia: produção de softwares, aplicativos, websites, sistemas de informação, uso de telefonia celular, cartão eletrônico, enfim, todo o tipo de solução tecnológica que tenha sido aplicada para melhorar a gestão pública, promover o acesso a serviços públicos ou a inclusão social.

O Prêmio é uma oportunidade também para as empresas juniores apresentarem os projetos desenvolvidos em parceria com governos estaduais e municipais em todo o Brasil. Cada projeto inscrito deve representar uma aliança entre um governo local e uma organização da sociedade civil ou da iniciativa privada.

 

 

Necessidades especiais: com doutorado concluído na UFLA, Daniel Mesquita dá exemplo de superação

Daniel acompanhado dos pais e da banca, no dia da defesa da tese de doutorado (Foto cedida pelo entrevistado)
Daniel acompanhado dos pais e da Banca, no dia da defesa da tese de doutorado. (Foto cedida pelo entrevistado)

Diante dos muitos aplausos recebidos, na cerimônia de colação de grau da última sexta-feira (25/4), por Felipe Fortes Braz, vale destacar as conquistas que as pessoas com deficiência têm alcançado, com seu esforço, no ambiente acadêmico da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Felipe, com deficiência visual provocada pela retinose pigmentar, concluiu o curso de graduação em Física e já foi aprovado no Mestrado do Programa de Pós-Graduação da mesma área. Outra história de superação que a UFLA tem para contar é a do doutor em Administração Daniel Leite Mesquita. Usuário de cadeira de rodas desde a infância, ele enfrentou as inseguranças e cursou graduação, mestrado e doutorado no Departamento de Administração e Economia (DAE). A defesa da tese ocorreu em fevereiro.

Daniel conta que seu ingresso na graduação, em 2001, foi um desafio, porque as discussões ligadas à acessibilidade ainda eram iniciais. “A instituição tinha dificuldades até de saber o que era preciso fazer para atender às necessidades das pessoas com deficiência, mas o DAE logo sofreu adaptações para que eu pudesse me deslocar”, relata. Ele afirma, ainda, que a evolução foi ocorrendo ao longo do tempo, tornando-se perceptível o aperfeiçoamento na forma de se tratar a questão das necessidades especiais. “Deu para acompanhar as mudanças acontecendo, as melhorias na estrutura, a preocupação de professores e colegas em observar a demanda por adaptações – as pessoas passaram a observar a realidade com mais atenção”.

Depois de 13 anos frequentando a UFLA, Daniel diz que essa trajetória foi de grande importância para sua vida. “Sou grato à UFLA pela formação que me ofereceu e pela solicitude para com minhas necessidades – agora, com o doutorado concluído, novas possibilidades se abrem para mim no mercado e sinto-me otimista com isso”, comemora. Ele faz essa avaliação considerando que o mercado de trabalho para quem possui deficiência é um desafio maior; por isso, o ensino formal e qualificado faz toda a diferença. Também não se esquece de comentar outro grande benefício de frequentar a Universidade: a oportunidade de estar presente no ambiente acadêmico, de estar em integração com o grupo.

Para o jovem que, durante o ensino fundamental e médio, sentiu medo de não conseguir chegar ao curso superior, muitas etapas agora estão concluídas. “As dificuldades sempre existiram, mas em todos os momentos encontrei colegas e professores que ajudaram a minimizá-las”. Daniel permanece colaborando com as atividades do Grupo de Estudo em Redes, Estratégia e Inovação (Gerei), ligado ao DAE, e encontra-se pronto para os novos desafios profissionais que a finalização do doutorado o deixa em condições de assumir.

A tese

Defendida em 21 de fevereiro de 2014, sob orientação do professor do DAE Antônio Carlos dos Santos, a tese de Daniel teve como tema a inovação na indústria automobilística. Ele estudou as tecnologias de redução de poluentes adotadas nas empresas do setor. A conclusão foi de que as empresas automobilísticas tentam produzir essas tecnologias conciliando a legislação que regulamenta a questão com os desejos do consumidor.

 

Estudante com deficiência visual supera dificuldades, conclui o curso de Física na UFLA e é aprovado para o Mestrado

image005Entre os muitos formandos que se preparam para sair da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ingressarem no mercado de trabalho – com o período letivo que chega ao fim neste mês – está Felipe Fortes Braz. Com uma deficiência visual que apenas lhe permite enxergar vultos durante o dia, originada de uma doença chamada retinose pigmentar, ele é protagonista de uma história de superação: concluiu o curso de Licenciatura em Física, uma área complexa, em que a visão parece imprescindível à compreensão dos fenômenos; e prepara-se para iniciar o Mestrado, depois de ter sido aprovado em primeiro lugar no processo seletivo do Programa de Pós-Graduação em Física para a turma de 2014.

De acordo com o censo demográfico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, mais de 45 milhões de pessoas no país informaram ter algum tipo de deficiência. Dessas, quase 6 milhões têm a visão totalmente comprometida ou possuem grande dificuldade de enxergar. Pela representatividade do número na população brasileira, temas como a acessibilidade e a inclusão tornam-se preocupação obrigatória também das universidades. Na UFLA, a missão de coordenar a evolução nesses temas é do Núcleo de Acessibilidade, criado em 2012.

A trajetória de Felipe Braz

O estudante conta que começou a apresentar a deficiência por volta dos 15 anos. Aos 20 anos, com boa parte da visão já comprometida, saiu de Santo André (SP), sozinho, para fazer o curso superior na UFLA. Depois de 4 anos e meio frequentando a Universidade, ele admite que foi uma maratona. “Todo início de semestre era difícil: apresentar-me aos professores, explicar a deficiência, dizer que eu precisava de alguns recursos, etc.”, relata Brás. “Depois dessa fase, as coisas melhoravam um pouco, para recomeçar no semestre seguinte”.

O curso de Física, com suas equações e leis, ainda assusta grande parte dos alunos. Não foi o caso de Brás. Ele confessa que a primeira disciplina em laboratório foi um momento marcante. “Pensei: o que eu estou fazendo aqui?” lembra Braz, explicando que a falta da visão parecia inviabilizar qualquer aprendizado naquele ambiente. Mas a então professora do Departamento de Ciências Exatas (DEX) Helena Libardi preparou uma metodologia que lhe garantiu a participação naquele primeiro laboratório. A partir de então,soube que era possível ir em frente. Explica em poucas palavras o motivo da escolha: “Eu sempre fui curioso e sempre gostei de Física, desde menino”.

Ao longo do curso, Braz encontrou outros professores que souberam lidar com a deficiência. “Nunca havia imaginado encontrar pela frente um aluno como o Felipe, mas hoje sou admirador da história desse menino”, diz o professor do DEX Gilberto Lage. Ele também ministrou aulas em laboratórios para Braz, e tomava o cuidado de repassar ao aluno, com antecedência, tudo o que seria tratado na sala. Tateando os instrumentos, Braz conseguia acompanhar os conteúdos. O professor mantém registro fotográfico da atuação do estudante, tamanho o envolvimento que desenvolveu com o assunto. “O meu recurso foi sempre o de tentar me colocar no lugar dele; pensar na forma como eu gostaria de receber as informações se estivesse em seu lugar”.

O também professor do DEX Antônio Marcelo Martins Maciel explica que já possuía experiência em lecionar para deficientes visuais; por isso, considerou tranquilo o contato com Braz. Ele ressalta que é importante o docente ter algumas noções, como o fato de os prazos terem efeito diferente para o deficiente visual. “Até pela questão do acesso às informações, eles precisam de mais tempo para preparar um trabalho, por exemplo”, explica.

Se o auxílio dos professores é importante, o papel dos amigos também parece ser fundamental. Brás conta que fez verdadeiros parceiros, que o acompanhavam e estudavam com ele. Chegaram a formar um grupo de estudos. “Meu software não lê os conteúdos; então, os amigos liam para mim”. Depois ele passou a ter um monitor selecionado pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o que considera um ganho no quesito acessibilidade.

Apesar de vencidas as dificuldades, o formando enumera formas de as instituições se prepararem para receber alunos com deficiência visual. Ele diz que priorizaria o investimento na mobilidade, ressaltando que o estudante precisa chegar à sala de aula, mas os degraus e os obstáculos ainda dificultam muito. Também diz ser importante que os professores se mostrem sempre sensíveis às dificuldades e busquem formas de dar acesso aos conteúdos. Sugere, por exemplo, que se tenha um estúdio de gravação em que os conteúdos possam ser transformados em áudio e utilizados pelo aluno, quando precisar, diminuindo a dependência de alguém que só pode fazer a leitura em determinados momentos.

Esperando a chegada da família e dos amigos para comemorarem a formatura, Braz já faz planos de continuar a caminhada acadêmica e exercer futuramente a carreira de professor. A motivação do formando pode ser resumida com a frase que disse aos alunos curiosos do Ensino Médio quando fez estágio: “eu tinha vontade de estudar, algumas dificuldades (que eram superáveis) e o sonho de fazer Física – foi assim que consegui.” O estudante defendeu na sexta-feira (21/2) seu trabalho de conclusão de curso (“Deficiência visual e ensino superior: possibilidades e entraves”) e foi aprovado.

Veja também: Software audiodescritor de imagens é desenvolvido na UFLA e poderá colaborar na rotina de alunos com deficiência visual

A atuação do Núcleo de Acessibilidade

Espaço de discussão e proposição de políticas institucionais que possam promover a acessibilidade e tornar o ambiente acadêmico acolhedor às pessoas com deficiência, o Núcleo tem também a proposta de ajudar na formação dos novos professores, atuando nos cursos de licenciatura e estimulando a preocupação com a inclusão. Os trabalhos são coordenados pela professora Helena Libardi. É composto de um Conselho com seis membros (quatro professores do DEX e dois do Departamento de Ciência da Computação). Recebe também o apoio de alunos dos cursos de Letras, Computação e Física.

A professora Helena diz que ainda há muito a ser feito. No momento, os membros estão elaborando o regimento interno e buscando conhecer e garantir os direitos dos alunos com deficiência. “Estamos crescendo muito em boa vontade, evoluindo na parte arquitetônica a cada semestre”, avalia.  Mas afirma também que “ainda restam barreiras atitudinais, as quais só serão removidas com palestras e momentos de sensibilização”. A expectativa, segundo ela, é também de criação de políticas inclusivas, que aumentem o número de portadores de deficiência estudando na UFLA, e com condições de acessibilidade.

Para os alunos que precisarem de apoio ou para qualquer membro da comunidade acadêmica que deseje fazer contato com o Núcleo, o endereço de e-mail é naufla@praec.ufla.br.

Outros estudantes trilham caminhos parecidos

Como Braz, outros alunos com deficiência estão na UFLA não só cuidando de seus estudos, mas ajudando servidores, professores e colegas de turma a formarem a cultura da inclusão. Como diz Nilmar Machado, estudante de Letras que também possui deficiência visual, às vezes as pessoas ainda se rendem ao pensamento equivocado de que devem tratar um cidadão com deficiência como um “igual”. “Na verdade, se temos a deficiência, temos também necessidades de metodologias diferentes, por exemplo”, explica. A convivência e a troca de experiências com esses estudantes podem preparar a comunidade acadêmica para a mudança de atitude.

Machado também já cursou Direito em uma instituição privada e especialização no Departamento de Educação (DED/UFLA).

Confira na galeria de imagens fotos de Felipe Braz feitas durante as aulas de laboratório, sua participação no Simpósio Nacional do Ensino de Física (Manaus/AM), em estágio na Escola Estadual Dora Matarazzo e defendendo seu TCC.

 

PET Administração promove evento sobre inclusão de pessoas com deficiência no mercado

inclusãoO PET Administração promove, no dia 8 de agosto, o I Ciclo de Palestras sobre o tema: “O Papel da Administração na Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Organizações”. O evento ocorrerá no Anfiteatro do Bloco III do Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE), durante todo o dia. As inscrições já podem ser feitas, no site www.eventos.proec.ufla.br, com valor de R$ 12,00.

O credenciamento será realizado a partir das 7h30. Confira a programação:

Manhã

  • 7h30 – Credenciamento
  • 8 horas – Abertura e apresentação
  • 8h30 – Palestra: “Inclusão: transformações, conquistas, benefícios e desafios”, com Marta Gil

Tarde

  • 14 horas – Palestra: “Inclusão e gestão do trabalho de pessoas com deficiência: quebrando paradigmas”, com a psicóloga Michelli Godoi
  • 16h30 – Palestra: “O Tripé da Colocação de Pessoas com Deficiência Intelectual no Mundo do Trabalho” com Ellen Mirian Lopes Carvalho (APAE Lavras)
  • 18 horas – Mesa-redonda com o tema: “Da inserção à Inclusão: o trabalho de pessoas com deficiências nas organizações”

Mais informações no Programa de Educação Tutorial – PET Administração, pelo telefone: (35) 3829-1753.

 

Mesa-Redonda discute inclusão de pessoa com deficiência

Foi realizada nessa quarta-feira (8), no anfiteatro do Departamento de Ciência da Computação (DCC), a segunda edição da Mesa Redonda “A Pessoa Deficiente e a Universidade”. Os debates fazem parte do Projeto Incluir, financiado pelo Governo Federal, com o objetivo de instrumentalizar as universidades brasileiras com recursos materiais e humanos para promover a política de inclusão. Na reunião, foi divulgada a aprovação do Projeto Incluir 2010 proposto para a Universidade. Estiveram presentes professores, alunos de graduação, pós-graduação, representantes de órgãos públicos e organizações não governamentais.

As palestras tiveram enfoque em temas pertinentes à inclusão de pessoas com necessidades especiais, ministradas pelo professor Warlley Ferreira Sahb, que falou sobre seus estudos nessa área, pelo advogado Nilmar Machado, destacou aspectos jurídicos relevantes ao tema; e pela jornalista Maria de Fátima Ribeiro, que discorreu sobre a ética da inclusão. A interprete de libras Jocione Aparecida Marmontelo foi responsável por mediar os debates aos deficientes auditivos presentes.

De acordo com a coordenadora do Projeto Incluir, professora Christiane Maria Barcellos Magalhães da Rocha, que também coordena o curso de Medicina Veterinária, a realização da segunda edição da  Mesa-Redonda surgiu  em razão da grande procura de pessoas interessadas em saber mais sobre o tema.

Entre as conquistas do projeto, destacam-se a implantação de uma sala para deficientes visuais na Biblioteca Central (BC); a instalação de elevadores, pisos táteis e placas de instrução também na BC e a aprovação para a instalação de novos elevadores em pavilhão de aulas, a ser definido.