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Provoc-Arte: intervenções artísticas marcaram encerramento de disciplina do Mestrado em Educação

mestrado-ded7O Programa de Pós-Graduação em Educação do Departamento de Educação (DED/UFLA) realizou, com a atuação dos estudantes, intervenções artísticas para marcar a conclusão da disciplina Arte e Educação, ministrada pela professora Cláudia Ribeiro. A atividade ocorreu em dia 15/8. Foram realizadas performances artísticas nos espaços do Restaurante Universitário, Biblioteca e Cantina Central.

As performances foram desenvolvidas pelos estudantes a partir da inspiração em pinturas, músicas, poesias, contos, textos acadêmicos, peças de museu e outros textos culturais que provocam saberes, poderes e verdades, incitando a problematização dos temas. Durante as apresentações, os estudantes interagiram com os espaços montados especialmente para as intervenções e, ao final, participaram das discussões para ampliação dos conceitos de arte/educação.

O espaço de Arte e Educação na estrutura curricular do Mestrado Profissional em Educação, segundo a professora Cláudia Ribeiro, permite pluralidade de reflexões. “Constitui-se em uma enxurrada de conhecimentos que transformou em heterotopia a sala de aula, puxando múltiplos fios que impulsionaram conexões”, comenta.

Os espaços utilizados para as intervenções foram produzidos pelos estudantes da disciplina Arte e Educação. O grupo Danielle Cristine, Vladimir Augusto e Renan Fonseca foi responsável pela proposta “Arte no Espaço Urbano”, pela qual buscam reflexões sobre as expressões de arte que se utilizam dos espaços urbanos e  provocam os questionamentos: o que é arte (?), qual é o lugar dela (?), o que ela desperta (?).

As representações de negros e negras nas artes foi a proposta dos estudantes Eduardo Doná, Lucas Lima e Silmara Santos, que problematizaram a (in)visibilidades desses atores nas artes. Eles questionam qual o lugar das negras e negros nas produções artísticas do cotidiano. “Existe um lugar? Podemos pensar na arte como um ambiente descontextualizado de processos históricos?” Assim, questionou-se as identidades artísticas a partir de marcadores sociais de raça e etnia.

A performance apresentada por Vinicius de Carvalho e Jaciluz Dias (Mergulhando em Estranhamentos, Identidades e Violências) foi inspirada no Museu Imaginário das Águas, Gênero e Sexualidade (trabalho de pós-doutorado da professora Cláudia Ribeiro). Foi  o descortinar do corpo (início meio e fim da ação), perpassado as relações de gênero, expressões das sexualidades, bem como as violações e violências diariamente experimentadas.mestrado-ded1

Já as estudantes Lucimara Destéfani, Neiva Rodrigues, Silvana Faria e Tânia Gonçalves, ocupando espaços como Restaurante Universitário, Biblioteca e Cantina, abordaram o processo histórico da prostituição, propiciando a reflexão sobre as marcas históricas, culturais e sociais que circundam as representações das prostitutas.

Expondo frases provocadoras que representam a visão histórico-social da mulher na atualidade, Aline Tavares, Bárbara Silva, Maria Betânia, Tatiane Resende e Vanderleia Silva instigaram as pessoas a refletirem criticamente sobre as verdades, poderes e saberes da mulher na sociedade. As estudantes materializaram, em produções artísticas, o que sentiram e viram interagindo na performance “Lugar de mulher é… espaço de construção”.

Colaboração (texto e fotos): jornalista Fátima Ribeiro.

VII Encontro Ampliado do Fórum Mineiro de Educação Infantil teve a participação da UFLA

encontro_forum_2Professores e estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) participaram do VII Encontro Ampliado do Fórum Mineiro de Educação Infantil, realizado na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG). O tema do evento foi “Um pacto pela Educação Infantil: financiamento, qualidade, formação”.

Estiveram presentes profissionais da educação de vários municípios de Minas Gerais. O Fórum é um espaço propositivo no qual se reafirmam compromissos de luta na Educação Infantil em todo Estado. A mesa de abertura contou com a participação da diretora da Faculdade de Educação da UFMG Juliane Correa; da representante do Ministério da Educação (MEC), coordenadora Geral da Educação Infantil, Rita de Cássia de Freitas Coelho; da representante do Conselho Estadual de Educação Maria Guilhermina Nogueira; da deputada Estadual Marília Aparecida Campos; do promotor de justiça de Defesa dos Direitos da Criança e dos Adolescentes de Minas Gerais Celso Penna Fernandes Júnior; da representante do Ministério Público, coordenadora Estadual de Defesa da Educação (Proeduc), Maria Elmira Evangelina do Amaral Dick; da representante da Undime Fátima Ulhoa e da representante do Fórum Sul Mineiro de Educação Infantil (FSMEI), professora da UFLA, Cláudia Maria Ribeiro (DED).

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Presença da UFLA no VII Encontro Ampliado do Fórum Mineiro de Educação Infantil.

Além das palestras realizadas, os participantes se reuniram em grupos para discussão e deliberações acerca das estratégias a serem assumidas ao longo dos próximos meses. Na coordenação dos grupos estavam as professoras do Departamento de Educação (DED) da UFLA, Cláudia Maria Ribeiro, Kátia Batista Martins, Pryscilla Duarte, Ana Paula Santos e o professor Vanderlei Barbosa. Também participaram do evento, as pedagogas e mestrandas em educação da UFLA Juliana Graziella Guimarães e Priscila Natalícia Bernardo. O trabalho em grupo subsidiou a plenária final, assegurando, assim, a participação democrática fundamental para a defesa de uma Educação Infantil de Qualidade.

Os compromissos assumidos com a Educação Infantil e reiterados durante todo o VII Encontro Ampliado do FMEI foram: o acesso às crianças de 0 a 5 anos aos sistemas públicos de educação; o reconhecimento do direito constitucional das crianças de 0 a 5 anos (independentemente de raça, idade, gênero, etnia, credo, origem sócio-econômica-cultural, territorial, etc.); o atendimento em instituições públicas, gratuitas e de qualidade; a destinação de recursos públicos específicos e adequados, imprescindíveis ao atendimento em creches e pré-escolas, respeitando os direitos fundamentais das crianças; a indissociabilidade entre cuidar/educar visando o bem estar, o crescimento e o pleno desenvolvimento da criança; a implementação de políticas públicas que visem a expansão e a melhoria da qualidade do atendimento educacional abrangendo essa faixa etária; a identificação da Educação Infantil como campo intersetorial, interdisciplinar, multidimensional e em permanente evolução.

Texto e fotos: Fátima Ribeiro- jornalista; e colaboração de Luana Nayara Pena- bolsista Proat/Ascom

Grupo de pesquisa do Departamento de Educação promoveu curso sobre bullying

bullying_2O grupo de pesquisa “Relações entre a filosofia e educação para a sexualidade na contemporaneidade: a problemática da formação docente”, coordenado pela professora do Departamento de Educação (DED) Cláudia Maria Ribeiro e pelo professor do Departamento de Educação Física (DEF) Fábio Pinto Gonçalves dos Reis, iniciou no último sábado (21/5) o curso “Com bullying não se brinca: infâncias e múltiplas linguagens na formação docente”.

O encontro contou com o professor Vanderlei Barbosa (DED), que abordou “Educação, Ética e Direitos Humanos” e com a professora Cláudia Ribeiro, que falou sobre “Bullying e a produção das verdades na concepção de Michel Foucault”. Além disso, a jornalista Fátima Ribeiro apresentou vários materiais para complementação dos estudos na temática, como filmes e vídeos, disponibilizados no blog: http://combullyingnaosebrinca.wordpress.com, além disso todos receberem um material com textos complementares para estudos a distância.

bullyingNo período da tarde foram realizadas duas oficinas: “Letramento: entre o arco-íris da leitura, da literatura infantil e da educação”, ministrada pelos mestrandos do DED Daniele Ribeiro, Lucas Lima, Silmara Santos e Tânia Gonçalves, e a oficina de “Dança, Corpo e Educação” ministrada pelos também mestrandos do DED Jaciluz Dias e Vinícius de Carvalho.

Os próximos encontros serão realizados nos dias 4 de junho e 9 de julho, quando serão vivenciadas novas oficinas. O curso foi elaborado para discutir as várias linguagens que se vivencia na escola, perpassando pela bullying_3intimidação sistemática no dia a dia. As informações tratadas apoiaram-se na nova Lei que institui o Programa de Intimidação Sistemática (bullying) – lei federal 13.185, de 6 de novembro de 2015, que entrou em vigor em fevereiro deste ano.

“É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying)” – Trecho da Lei 13.185.

Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA, com informações diretas da jornalista Fátima Ribeiro.  

Livro sobre Língua Portuguesa, organizado com participação de professores da UFLA, será lançado em Belo Horizonte

livro-marcio-canoSerá lançado em Belo Horizonte, em 4 de junho, o livro “Língua Portuguesa: sujeito, leitura e produção”, organizado pelo professor do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal de Lavras (DCH/UFLA) Márcio Rogério de Oliveira Cano. O lançamento ocorrerá durante o evento “Letras debate: linguagens e ensino”, a ser realizado na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), às 10h.

O volume inclui textos de 12 autores, estando entre eles professores do DCH (Helena Maria Ferreira, Márcia Fonseca de Amorim, Mauricéia Silva de Paula Vieira e Raquel Márcia Fontes Martins) e do Departamento de Educação – DED/UFLA (Luciana Soares da Silva). De acordo com o professor Márcio, há cerca de dois anos iniciaram-se os trabalhos para a produção da coleção “A reflexão e a prática no Ensino Médio”, que terá 13 livros, organizados sob sua coordenação. “Esse primeiro volume exigiu um ano e meio de trabalho”, diz.

Em sua primeira edição, de 2012, a coleção foi intitulada “A reflexão e a prática no ensino” e reuniu nove livros de diversas áreas do conhecimento, mobilizando mais de 50 autores, ligados a diferentes universidades. Neste segundo momento, o foco das análises é sobre o Ensino Médio. Mais de 80 autores estarão envolvidos com os 13 livros da coleção. São profissionais vinculados a instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), UFMG, Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Centro Universitário Unifieo, entre outras. As obras tratarão de pesquisas e experiências desenvolvidas nas escolas e para as escolas.

O conteúdo do volume que será lançado em junho é especialmente destinado aos professores em formação na área de Língua Portuguesa, além de profissionais das redes educacionais e demais professores e pesquisadores. O lançamento, a ser realizado inicialmente em Belo Horizonte, será replicado também no Rio de Janeiro e em São Paulo, em datas posteriores. Na UFLA, há previsão de que o lançamento ocorra no mês de junho.

A publicação da coleção é da editora Blucher.

Veja o resumo da palestra a ser ministrada na UFMG pelo professor Márcio Cano durante o lançamento do livro.

Com informações de Luana Nayara Pena, bolsita Proat – Ascom/DCH/DED.

Representantes da UFLA estiveram em Elói Mendes, na 118ª edição do Fórum Sul-Mineiro de Educação Infantil

forum-sulmineiro-1O 118º encontro do Fórum Sul-Mineiro de Educação Infantil (FSMEI) foi realizado em 28/4 no município de Elói Mendes, tendo como tema norteador “A importância da Psicomotricidade na Educação Infantil”.  Membros do Departamento de Educação da Universidade Federal de Lavras (DED/UFLA) estiveram presentes, ao lado de representantes de onze municípios de Minas Gerais.

No cerimonial de abertura, o prefeito de Elói Mendes, Wiliam Cadorini, e a secretária de Educação, Eliane Aparecida Bruzigues, ressaltaram a importância de o Fórum Sul-Mineiro de Educação Infantil constituir um espaço suprapartidário, articulado por diversas instituições, órgãos e entidades comprometidas com a expansão e melhoria da Educação Infantil nos municípios do Sul de Minas Gerais.

Na sequência, crianças de três instituições (Cemei Pró-Infância Dr. João Alves Pereira Penha, Cemei Menino Jesus e Escola Municipal Carrossel II) conduziram a “tocha” que está percorrendo as cidades que sediam o Fórum, como um símbolo dos “valores olímpicos” que reportam aos valores do cata-vento, que por sua vez é símbolo do FSMEI. Os valores são: superação, desafio, ideais, respeito e força. As crianças também realizaram apresentação de dança e ginástica olímpica.

A palestra sobre a importância da psicomotricidade na educação infantil foi proferida pelo professor Gonçalo Pires. Após a apresentação, grupos de discussão foram formados para troca de experiências e conhecimentos. O consolidado das reflexões foi apresentado aos participantes por um representante de cada grupo.

Durante o Fórum, a coordenadora do Comitê Gestor do FSMEI e professora do DED, Kátia Martins, e a representante do município de Nepomuceno, Marly Ribeiro, repassaram ao grupo as informações sobre as discussões ocorridas em Belo Horizonte durante a reunião do Fórum Mineiro de Educação Infantil. Elas falaram sobre a audiência pública que será realizada na Assembleia Legislativa de Minas em 10/5 com o tema “A realidade da Educação Infantil no Estado de Minas Gerais”.

Outra data mencionada foi 16/6, quando ocorrerá o encontro ampliado do Fórum Mineiro na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ocasião forum-sulmineiro-2em que a professora do DED Cláudia Ribeiro comporá mesa de debates junto com a Secretária Estadual de Educação, Macaé Maria Evaristo dos Santos. A abordagem terá a temática “Um pacto nacional pela Educação Infantil: financiamento, formação e qualidade”.

O 118º encontro do FSMEI foi encerrado com a “passagem da tocha” para as representantes do município de Paraguaçu, que sediará o próximo Fórum Sul-Mineiro, em maio. O tema será “Os espaços externos na Educação Infantil”.

Participantes

Na 118ª edição do evento estiveram presentes profissionais da educação infantil e secretárias de educação de Santo Antônio do Amparo, Campo Belo, Serrania, Paraguaçu, Nepomuceno, Alpinópolis, Barroso, Ilicinea, Coqueiral, São Francisco de Paula e Cana Verde. A representação do DED/UFLA foi feita pela coordenada do FSMEI, professora Cláudia Maria Ribeiro, e por integrantes do Comitê Gestor do Fórum (professor Vanderlei Barbosa, forum-sulmineiro-3professora Pryscilla Duarte, Elizângela Brum e professora Kátia Batista Martins).

As ações do FSMEI são desenvolvidas sob a concepção de Educação Infantil que prima pelo compromisso com os direitos fundamentais das crianças como cidadãs e com a consciência coletiva sobre a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento do ser humano.

Texto: Ana Eliza Alvim – jornalista UFLA – e Maria de Fátima Ribeiro – jornalista e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária – interessados podem colaborar

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Feira ocorrida na UFLA durante Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária de 2015. Estavam à venda e em exposição alimentos produzidos nos assentamentos de Campo do Meio e de Guapé.

Na sexta-feira (26/2), reuniram-se na Universidade Federal de Lavras (UFLA) grupos de estudantes e professores para organizar a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura) 2016. A previsão é de que o evento ocorra no final de abril.

Estiveram presentes, nessa primeira reunião, professores da Educação/Pedagogia, da Administração Pública, do Direito, da Ciência da Computação, além de estudantes do Diretório Central dos Estudantes, do Yebá Ervas & Matos, do Núcleo de Estudos em Agricultura Orgânica (Neagro), do Grupo de Pesquisa e Extensão em Gênero e Diversidade em Movimento (Gedim), da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (Abeef), do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Levante Popular da Juventude.

Interessados em colaborar na organização do evento poderão comparecer à próxima reunião, que será realizada na sexta-feira (4/3), 16h, no DED.

A Jornada tem como objetivo debater e sensibilizar a comunidade universitária e a sociedade para a importância da Reforma Agrária, com atividades extracurriculares que promovem a discussão de problemas da atualidade social. Como exemplos das questões tratadas, podem ser citados: a colocação de “veneno” na mesa; as possibilidades de controle natural de pragas; as políticas de terra para quem trabalha nela; a saúde e a soberania alimentar; o não à terceirização, ao trabalho precarizado ou escravo e à escola não tecnicista e alienadora; a memória e comunicação críticas; a participação e a responsabilidade social; a igualdade racial, de gênero e campo-cidade; as lutas contra a homofobia, entre outros.

Para o professor do DED e um dos organizadores do evento na UFLA, Celso Vallin, é importante que a instituição esteja engajada nesse debate. “A UFLA se notabiliza por suas contribuições às ciências agrárias, gerando conhecimento em diferentes culturas e atividades (criação de frango, peixe, gado, café, cana, eucalipto). Pensar a produção camponesa familiar e discutir nosso projeto de sociedade também deve fazer parte desse histórico de contribuições”, avalia.

Celso Vallin explica que Reforma Agrária deve ser entendida como um conjunto de políticas a serem definidas e redefinidas para que haja qualidade de vida para quem está no campo. “Estão aí englobadas as técnicas produtivas, o respeito aos produtores e a garantia de comida com qualidade sobre a mesa de todos os brasileiros”. Ele cita o poeta Pedro Tierra: “A liberdade da terra e a paz no campo têm nome: Reforma Agrária”

Em articulação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), a Jornada foi realizada também em 2015, em mais de 50 instituições de ensino superior pelo Brasil – a UFLA entre elas. Entre os temas tratados, estavam: Educação do Campo, Administração Pública, Agroecologia, Direito Agrário, Alimentação e Saúde Pública, Democratização da Comunicação e parceria entre Movimentos Sociais e extensão universitária.

Confira as informações sobre a Jornada de 2015 na UFLA.

Projeto Borbulhando encerrou ciclo de capacitações com arte e debates sobre violências sexuais na infância

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Encerramento das capacitações do Projeto Borbulhando ocorreu em 27/11.

Passados nove meses do lançamento oficial do projeto “Borbulhando – Enfrentamentos às violências sexuais nas infâncias no Sul de Minas Gerais”, a sexta-feira (27/11) foi de encerramento do ciclo de capacitações direcionadas a profissionais da área de educação infantil e de assistência social. Cerca de 60 cursistas, ligados a 14 municípios da região, frequentaram os 17 encontros quinzenais realizados na Universidade Federal de Lavras (UFLA) e receberam seus certificados de conclusão.

O combate à pedofilia e às violências sexuais foi a questão norteadora de todo o projeto, que compreendeu, além das capacitações, a produção de um de um livro, que está em fase final de preparação, e de cinco edições do jornal “Borbulhando Informações”, com quatro números já publicados. O livro está sendo organizado pelo grupo de pesquisa Relações entre Filosofia e Educação para a Sexualidade na Contemporaneidade: a Problemática da Formação Docente (Fesex/UFLA) e seu conteúdo está relacionado ao produto das capacitações.

A coordenação de todas as atividades do Projeto Borbulhando é feita pela professora do Departamento de Educação (DED) Cláudia Maria Ribeiro. Ele foi aprovado pelo edital do Programa de Extensão Universitária do Ministério da Educação (Proext/MEC/2015) com nota máxima, o que se deve à abrangência social de sua proposta: o público-alvo envolve profissionais de educação de municípios integrantes do Fórum Sul-Mineiro de Educação Infantil e de Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e Conselhos Tutelares.

Para a cursista de Carmo do Rio Claro Keila Adriana Ferreira Soares, que é auxiliar pedagógica da Educação Infantil, a capacitação contribuiu efetivamente para a rotina na escola. “Já coloquei em prática o aprendizado. Trabalhei em todas as turmas com materiais e textos do curso, alcançado efeitos muito positivos. Isso pode ser confirmado com o fato de que estudantes da escola tiveram sete trabalhos premiados na I Mostra Cultural sobre o 18 de maio”, avalia. “Com o curso percebemos a importância de um olhar cuidadoso e do desenvolvimento de formas lúdicas para enfrentar um tema delicado”.

De acordo com a professora Cláudia, o projeto alcançou seus objetivos com sucesso. “O movimento das pessoas em torno do tema e o compromisso delas com o curso superaram nossas expectativas. E os trabalhos não param: assim que o livro for publicado, iremos aos municípios envolvidos para participar de grupos de discussão e multiplicação de informações, já que a questão das violências sexuais deve ser preocupação constante dos profissionais e da sociedade”, disse.

A programação do encerramento

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O membro do Fesex e mestrando em Educação Vinícius de Carvalho fez apresentação de dança na abertura do encontro.

Antes de receberem os certificados na sexta-feira (27/11), os participantes tiveram novas oportunidades para reflexão sobre a questão das violências sexuais na infância.

A abertura do encontro foi realizada com uma apresentação de dança feita pelo membro do Fesex e mestrando em Educação Vinícius de Carvalho. Na antessala do Anfiteatro do Departamento de Agricultura (DAG), a coreografia apresentada, potencializada por expressões faciais e corporais, prendeu a atenção do público e despertou a atenção para a questão das sexualidades.

Em seguida, integrantes da companhia de teatro Causart apoiaram bolsistas do Projeto Borbulhando na missão de transformar o tema das violências sexuais em uma apresentação que mexeu com as emoções do público.

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Bolsistas do Projeto e integrantes da Cia Causart retrataram em peça teatral a questão das violências sexuais na infância.

Representantes de diferentes municípios, convidados especialmente para o evento, participaram da composição da mesa de discussão que se formou na sequência. Eles falaram sobre as dinâmicas da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em seus municípios. A coordenação dessa atividade foi feita pela integrante do Fesex, professora Lívia Monique de Castro Faria. Também compôs a mesa a professora do Departamento de Direito (DIR/UFLA) Luciana Fernandes Berlini.

Veja outras imagens na galeria abaixo (três últimas fotos: Meysner Tavares).

Estudantes e professores do DED apresentaram trabalhos em Simpósio Internacional

DED_simposio_internacionalIntegrantes do Grupo de pesquisa “Relações entre Filosofia e Educação para a Sexualidade: a problemática da formação docente”, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), apresentaram trabalhos no III Simpósio Internacional de Educação Infantil e VII Congresso Paulista de Educação Infantil, realizado entre 4 e 7 de novembro na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Estiveram presentes nos eventos a mestranda em Educação Kátia Batista Martins, as estudantes do curso de Pedagogia e integrantes do Programa de Iniciação à Docência (Pibid) Juliana Graziella Martins Guimarães e Priscila Natalicia Bernardo e a pós-graduanda em Gênero e Diversidade na Escola (GDE) Fátima Ribeiro. Todas integram o Grupo de Pesquisa Relações entre Filosofia e Educação para a Sexualidade, coordenado pela professora do Departamento de Educação (DED/UFLA) Cláudia Ribeiro.

Além do Grupo, também esteve presente a professora do DED Carolina Faria Alvarenga, que participou da mesa de discussão na temática “Gênero e Sexualidade”. A professora apresentou as experiências do Pibid Pedagogia/UFLA e levou à tona as discussões sobre gênero e sexualidade com crianças pequenas.

Todos os trabalhos apresentados foram em formato de vídeo. Kátia Martins apresentou um vídeo intitulado “Fórum Sul Mineiro de Educação DED_simposio_internacional_2Infantil: Participação Social desde 1.999”; Juliana e Priscila abordaram “Lúdico Gênero e Sexualidade – a experiência do Pibid Pedagogia UFLA”; e Fátima Ribeiro apresentou “Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nas Redes de Proteção: Sexualidade(s) e Infância(s)”, mostrando o trabalho desenvolvido na formação de professoras da educação infantil ao longo dos projetos executados e coordenados pela professora Cláudia Ribeiro.

Durante o evento foram sorteados alguns exemplares do livro Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nos Currículos da Educação Infantil, obra organizada pela professora Cláudia Ribeiro, Editora UFLA, e o livro Educação e Diversidade: reflexões sobre o GDE, coordenado pelos professores do DED Carolina Alvarenga, Cláudia Ribeiro e Celso Valim.

Também estavam presentes no Simpósio e Congresso, pesquisadoras e pesquisadores com produção de conhecimento na área da educação infantil, DED_simposio_internacional_3como a professora Tizuko Morchida Kishimoto da Universidade de São Paulo (USP); Susanna Mantovani da Università degli Studi di Milano Bicocca, Itália; Daniela Finco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Ana Lúcia Goulart de Faria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); o professor Miguel Gonzales Arroyo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Rita Coelho, coordenadora nacional da Educação Infantil do Ministério da Educação (MEC). Todos eles receberam o exemplar do livro Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nos Currículos da Educação Infantil.

Texto: Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA, com informações de Fátima Ribeiro (Tatinha).

Professora do DED é uma das organizadoras de livro lançado recentemente em versão digital

livro-profa-catarinaO livro Transposições: Lugares e Fronteiras em Sexualidade e Educação” – organizado pela professora do Departamento de Educação da Universidade Federal de Lavras (DED/UFLA) Catarina Dallapícula, em conjunto com dois professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – foi lançado em outubro na versão digital. “É prática da editora lançar uma edição para acesso público quando o livro se esgota; neste caso, é uma ótima notícia saber que isso ocorreu já no ano seguinte ao lançamento do impresso”, comenta a professora.

A obra foi publicada em 2014 pela Editora da Ufes (Edufes) e reúne textos produzidos por pesquisadores do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidades (Gepss), da Ufes. O arquivo digital já está disponível pelo endereço http://www.edufes.ufes.br/items/show/356. A edição possui 367 páginas.

Além de organizadora, a professora Catarina participa como autora do texto “Cavalheiros, liguem seus motores… E que vença a melhor mulher”. Os professores da Ufes que também são organizadores do livro são Alessandro Rodrigues e Sérgio Rodrigues Ferreira.

Descrição da obra, divulgada pela Edufes

Pensar Educação, Gênero, Sexualidades, Direitos Humanos e suas reverberações na formação de trabalhadores culturais é um dos desafios que inspirou a escrita desse livro. Os artigos aqui apresentados se enredam como disparadores das temáticas citadas. Entre textos que provocam o pensamento e causam deslocamentos da naturalização das relações com os corpos, a obra apresenta-se como uma possibilidade de leitura para aqueles que desejarem se arriscar nesses espaços-tempo e refletir para além das fronteiras criadas e limites impostos a partir delas.

Estudo analisa o Maracatu no ambiente universitário como prática cultural e educativa

maracatu01A experiência do grupo Maracatu Baque do Morro foi fonte de pesquisa para a licenciada em Ciências Biológicas Roberta Carvalho Pereira Campos. Ela concluiu a graduação na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em 2015 sob orientação da professora do Departamento de Educação (DED) Rosana Vieira. Entre outras observações, ela verificou em seu trabalho de conclusão que o maracatu, enquanto manifestação da cultura popular brasileira, pode ser uma contribuição ao processo educativo dos jovens que se envolvem nas atividades.

De acordo com o trabalho de Roberta, ao participar do Grupo, os jovens adquirem experiências que vão além da própria prática cultural. A atuação em tarefas necessárias para manutenção do grupo e a forma de lidar com os conflitos surgidos durante os encontros são oportunidades educativas para os integrantes.  A organização das atividades e das oficinas, o contato com outras experiências de maracatu para parcerias e intercâmbios de práticas e de informações, o cuidado com os instrumentos, a participação em apresentações e oficinas públicas e a administração das finanças para manutenção do projeto são rotinas que levam ao aprendizado individual e coletivo e contribuem para a coesão do grupo. Essas tarefas são alternadas entre os membros, diversificando o aprendizado.

Outra dinâmica do Grupo que contribui para o crescimento de seus integrantes é a realização de planejamentos e avaliações semestrais, assim como a tomada de decisões, às vezes necessárias durante os ensaios semanais. A construção coletiva desses processos, numa gestão democrática, também tem impactos positivos.

Roberta chama atenção para o fato de que o batuque, o aprendizado rítmico e os baques são elementos que efetivamente atraem e motivam a juventude a se envolver, pois contribuem para o lazer e o bem-estar. Mas adverte que a prática do Maracatu deve estar associada à reflexão crítica e à formação teórica, para que seus praticantes compreendam a história do povo negro e as raízes culturais que o batuque possui. Assim, os jovens podem atuar como transformadores da realidade, a partir da consciência formada acerca da resistência do povo negro no Brasil.

O estudo afirma que a recriação do maracatu, em um grupo universitário como o Baque do Morro, tanto acarreta perdas na tradição (são sujeitos diferentes com histórias diferentes, em contextos diferentes), como guarda em si o potencial de mobilizar a juventude e de resgatar a cultura e a história.

Para a professora Rosana, o trabalho é importante porque foi concebido com uma perspectiva em que os estudantes são sujeitos críticos e sujeitos da história. “O estudo é relevante porque aborda uma formação universitária ancorada no conceito da cultura, história e luta dos negros do Brasil, aliada ao fortalecimento da organização estudantil. Ao desenvolvê-lo, Roberta demonstrou maturidade para lidar com conflitos, frustrações e conquistas”, diz.

A estudante diz que o trabalho foi desafiador. “Foi um TCC diferente dos padrões acadêmicos, que trouxe para a minha formação a capacidade de lidar com sujeitos e ideias distintas, e valorizar o conhecimento que cada participante trazia consigo”. Ciente de que os resultados podem ser complementados por novas pesquisas e  reflexões, Roberta demonstra satisfação ao comentar sobre a expansão das atividades do grupo para além dos muros da universidade. “Após a apresentação do TCC, alguns integrantes me disseram que vão começar a popularizar ainda mais o maracatu, no sentido de compartilhá-lo de forma gratuita com sujeitos da cidade, principalmente com jovens da periferia”.

Sobre o Grupomaracatu02

O Maracatu Baque do Morro começou suas atividades na UFLA em 2013, por meio de uma iniciativa do Levante Popular da Juventude que logo ganhou o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE). No momento de formação, a falta de instrumentos fazia com que o ritmo fosse produzido pelos integrantes com batidas no próprio corpo. De acordo com Roberta, havia um desejo dos estudantes por fortalecer a diversidade cultural na Universidade – e o Baque do Morro chegou como resposta a essa demanda. Trata-se de uma recriação do Maracatu, pois não tem todos os elementos originais dessa prática cultural. O Grupo se organiza com base no método pedagógico do Instituto de Educação Josué de Castro (IEJC), sendo marcado principalmente pela autogestão e pelo propósito educativo.

Atualmente, oferece oficinas gratuitas e abertas a toda a comunidade. Elas ocorrem no Centro de Integração Universitária (Ciuni), às terças-feiras e sextas-feiras, das 17h às 19h.

O maracatu mescla, em música e dança, os elementos da cultura africana aos da cultura indígena e portuguesa. Há um componente religioso e uma origem mística em sua prática, que, muitas das vezes, são ligados ao Candomblé. Essa manifestação surgiu em Recife (PE) no século XVIII e incorporou-se ao folclore brasileiro, tornando-se conhecido e praticado nas diferentes regiões do país. O maracatu faz parte da história de resistência do povo negro brasileiro, que sofreu com a escravidão e permanece, ainda hoje, lutando contra o preconceito.

Com informações de Priscilla Hellen Carvalho (boslsita Ascom/DED).
Fotos: Divulgação.