Liquidações de inverno seguram inflação de agosto




A taxa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e calculada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA) registrou variação negativa em agosto, ou seja, constatou-se deflação de 0,31%. No mês de julho a inflação ficou em 0,36%.

Segundo o professor Ricardo Reis, coordenador da pesquisa, deflação significa queda na média dos preços pesquisados, não implicando que todos os preços dos produtos e serviços que compõem o índice caíram. Cada item tem um peso no IPC, conforme a pesquisa de orçamento familiar (POF).

Em julho, o setor de vestuário teve uma queda média de 2,84%, decorrente das  promoções de inverno. Com o lançamento da moda primavera-verão, os lojistas buscam liquidez com as tradicionais liquidações de fim de estação, renovando seus estoques. Explica o prof. Ricardo que o grupo vestuário é a segunda categoria que mais pesa no orçamento familiar e uma variação como a verificada em agosto afeta a taxa de inflação.

Além do grupo vestuário, as despesas com bebidas tiveram uma variação negativa em agosto de 1,59%, os bens de consumo duráveis (eletroeletrônicos, móveis e informática) ficaram mais baratos, em média, 1,75% e os gastos com higiene pessoal pesaram menos no orçamento do consumidor em 0,55%. O setor de educação e saúde também teve uma ligeira queda de preços de 0,05%.

No caso de alimentos, setor que mais pesa no IPC da UFLA, a variação média de preços no mês de agosto foi de 0,78%, concentrada principalmente nos produtos semi-elaborados, que aumentaram 1,7%. Já os alimentos in natura tiveram uma variação de preços de 0,5%, e os alimentos industrializados se mantiveram estáveis no mês. Entre os alimentos, as maiores altas ocorreram no setor de carnes: a suína teve alta de 1,12%, a carne de bovina ficou mais cara 1,93% e a de frango, aumento de 2,22%. O arroz também pesou mais no bolso do consumidor, com alta de 1,28%.

Mas esses aumentos no segmento alimentício foram contrabalançados pelas quedas de alguns hortifrutigranjeiros, como a batata (-6,55%), o tomate (-16,77), os ovos (-5,38) e o mamão (-4,56%), e de produtos industrializados, a exemplo do açúcar (-4,07%), da manteiga (-5,82%) e da maionese (-4,18%).

 O levantamento do DAE/UFLA não verificou alterações de preços na média dos itens que compõem os grupos moradia, serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) e as despesas com transporte e lazer. Já a categoria material de limpeza ficou mais cara 0,44% em agosto.

Como conseqüência das quedas média de preços de alguns produtos in natura e industrializados, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas ficou mais barato 3,92% em agosto, passando a custar R$336,74. Em julho, seu valor era de R$350,50.

Ciência para o Desenvolvimento Sustentável na SNCT




A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2010 ocorrerá entre 18 e 24 de outubro. O tema central será Ciência para o Desenvolvimento Sustentável. O anuncio foi feito no início de agosto pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), em Brasília.

A escolha do tema foi feita pela coordenação nacional da Semana, a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), após receber sugestões e ter feito consultas a instituições e entidades parceiras na organização do evento. O ministro Rezende disse que “além de promover atividades as mais diversas de divulgação científica, estimularemos na Semana em 2010 a difusão dos conhecimentos e o debate sobre as estratégias e maneiras de se utilizar os recursos naturais brasileiros e sua rica biodiversidade com sustentabilidade, sempre de forma conjugada com a melhoria das condições sócio-econômicas de sua população”.

Rezende lembrou que “existe hoje, no mundo inteiro, uma crescente preocupação em associar crescimento econômico à proteção do meio-ambiente, à preservação da vida no Planeta e à melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ciência para o Desenvolvimento Sustentável significa fazer com que Ciência e a Tecnologia sejam fatores essenciais para um desenvolvimento com qualidade, que conjugue suas vertentes social, econômica e ambiental”.

Além da importância do tema, outras razões justificam a escolha. A 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que se realiza de 26 a 28 de maio próximo, tem como objetivo contribuir para o estabelecimento de uma Política de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação com vista ao Desenvolvimento Sustentável. Com isto, a SNCT possibilitará, com suas ações de popularização da ciência, a criação de uma interface importante da Conferência e de seus resultados com a sociedade.

Por outro lado, recordou Rezende, a Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade. Ela está estimulando todos os países a buscarem aumento da consciência coletiva sobre a importância da biodiversidade, por meio de ações a nível local, regional e internacional; todos os países foram também chamados a apoiar ações nos países em desenvolvimento. É importante registrar que as atividades da SNCT não se restringem ao tema principal, abarcando todos os outros, embora se estimule fortemente a realização de atividades, em cada canto do País, em torno do tema proposto.

O ministro convidou as instituições de pesquisa e ensino, universidades, Ifets, escolas de todos os níveis, secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação, fundações de apoio a pesquisa, órgãos governamentais, espaços científico-culturais, entidades científicas e tecnológicas e da sociedade civil, Ongs, empresas, cientistas, professores, pesquisadores, técnicos, estudantes, comunicadores da ciência e todos os interessados a colocarem a data da Semana em suas agendas e a iniciarem o processo de sua preparação.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ocorre no Brasil desde 2004. A intenção é mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de C&T, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação. Ela pretende contribuir também para que a população conheça e discuta os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas.

O balanço da SNCT do ano passado, promovida de 19 a 25 de outubro, mostra que foram realizadas em todo o País 24.972 atividades, desenvolvidas por 718 instituições em 472 municípios. Só pelo Pavilhão da Ciência, instalado pelo MCT na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, passaram cerca de 100 mil pessoas.