Segurança Alimentar no Brasil foi tratada em missão à Europa

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Uma Missão brasileira organizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) esteve presente em três países da comunidade européia: Bélgica, Holanda e França, para conhecer questões relativas à segurança alimentar. Esses locais são considerados modelos na área.

Entre os membros que compuseram a Missão estão os professores da Ufla, Eduardo Valério de Barros Vilas Boas (DCA), Luiz Carlos de Oliveira Lima (DCA), Antonio Carlos dos Santos (DAE), José da Cruz Machado (DFP), o prof. do IF – campus Muriaé e pesquisador do convênio Ufla-WUR, André Luís Machado, o prof. da UnB, Jean-Louis Le Guerroué (UnB), além da pesquisadora Dilma Scala Gelli (Lab. Adolfo Lutz) e dos fiscais agropecuários Dr. Kleber Villela Araújo e Dra. Ângela Pimenta Peres, ambos do MAPA.

Defesa Agropecuária

De acordo com o Chefe da Delegação, José da Cruz Machado, “a Missão foi instituída como parte dos objetivos de quatro projetos aprovados junto ao CNPq, com recursos do MAPA, dos quais três são coordenados por docentes da Ufla. O alvo central destes recursos é fomentar os setores de pesquisa e treinamento de pessoal no país na área de Defesa Agropecuária, de maneira a fortalecer a capacidade das universidades brasileiras e outras instituições no suporte ou sustentação técnico-científica ao MAPA em suas áreas de atuação. Nestes projetos, estão previstos estudos sobre Segurança Alimentar em toda a cadeia produtiva de carne, frutas, grãos/sementes e produtos lácteos, com ênfase na gestão e controle dos riscos que estes produtos oferecem a saúde humana e animal”.

Na avaliação dos membros da Missão em foco, as visitas e os contatos realizados podem ser considerados como dos mais importantes não só como referências para a elaboração de programas de pesquisas e treinamento de pessoal pelas universidades brasileiras, no âmbito de controle de qualidade e inspeção dos alimentos e bem estar animal, mas também no que diz respeito ao modelo de integração destas instituições naqueles países, o que é pouco praticado no Brasil. 

Também ficou ainda mais evidenciado que um grande esforço precisa ser empreendido pela comunidade técnico-científica brasileira, juntamente com as autoridades governamentais e a sociedade civil, no sentido de garantir ao cidadão brasileiro o direito de ter acesso a alimento, não só em quantidade suficiente para o seu bem estar, como também com a qualidade sanitária garantida, por meio de um sistema planejado e rigoroso de controle em toda cadeia de produção e da comercialização destes produtos. De maneira geral, o país ainda não conta ainda com uma política sólida de organização destes sistemas, o que faz com que a saúde da população e o crescimento da economia do país, com base no agronegócio, se tornem vulneráveis sob vários aspectos.

Por fim, um aspecto extremamente positivo deste tipo de missão, principalmente para os professores pesquisadores de universidades é a abertura que se cria para que programas de cooperação internacional em áreas estratégicas para o país sejam estabelecidos no futuro. 

Mais recursos impulsionam pesquisas

A preocupação com um ensino de qualidade e o compromisso com o desenvolvimento de pesquisas que beneficiam diretamente a sociedade são alguns fatores que fazem da Ufla uma das instituições mais bem conceituadas e influentes do país. Uma realidade que pode ser constatada quando se verifica a aplicação de recursos e apoio de diversos órgãos de fomento do país a estudos realizados pela comunidade acadêmica.

 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) é uma das entidades que contribuem no desenvolvimento das pesquisas desenvolvidas na Ufla. Alguns  resultados publicados no ano passado demonstram o grande investimento que a Fundação realiza na Universidade. Só para se ter uma idéia, no Edital Universal, 48 professores tiveram suas pesquisas aprovadas, representando um aporte financeiro de cerca de R$ 1,7 milhão.

 

Este edital é um dos mais esperados no meio científico do Estado, por oferecer apoio a projetos desenvolvidos em todas as áreas do conhecimento e reunir o maior volume de recursos. Essa iniciativa dá ao pesquisador a liberdade de propor o tema e permite melhor estruturação de laboratórios de pesquisa, permitindo, inclusive, o custeio de material bibliográfico.

 

Nova Incubadora da Ufla

 

A Ufla também foi contemplada com recursos para a implantação de uma Incubadora. Através do edital que incentiva a criação de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, a Fapemig destinou recursos para 14 instituições de Minas. De todas as beneficiadas, o maior volume de recursos foi destinado para a Ufla que receberá R$ 106.665,30.

 

O projeto aprovado, sob a coordenação do prof. José Roberto Soares Scolforo, será responsável pela criação da nova incubadora que apoiará as iniciativas de empreendedores que estejam comprometidos com a concepção e desenvolvimento de novos negócios de base tecnológica, visando ao incentivo e a implementação de projetos de inovação tecnológica em micro e pequenas empresas.

 

A incubadora terá sua sede no antigo Restaurante Universitário. A Incubadora dará continuidade às diversas ações relacionadas ao processo de inovação tecnológica que compreende a pesquisa, invenção, desenvolvimento de produtos e processos e a transferência de tecnologia para a sociedade.

 

Núcleo de excelência

 

A equipe de pesquisadores que desenvolvem os trabalhos de fitorremediação na Ufla tem bons motivos para comemorar. Um novo projeto foi selecionado no Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex MG), da Fapemig, garantindo recursos da ordem de R$ 707.068,53 que representarão um melhor suporte de equipamentos e um avanço nos experimentos já realizados. O projeto “Estratégias de Recuperação e Monitoramento de Áreas Impactadas por Atividades de Mineração: Implantação de Núcleo de Excelência em Pesquisas sobre Fitorremediação” prevê a criação de um novo setor, que contará com a parceria de diversas instituições nacionais e internacionais.

 

Participam da concepção deste grupo, além de diversos professores e pesquisadores dos Departamentos de Ciência do Solo, Biologia, Fitotecnia e Química da Ufla, as empresas Alcoa Alumínio S/A (Alcoa), Companhia Mineira de Metais (CMM), Embrapa, as Universidades Federais do Recôncavo Baiano (UFRB) e Rural de Pernambuco (UFRPE) e a University of Florida, EUA. A University of Guelph, no Canadá, também faz parte desta parceria. Foi nesta instituição onde o maior executivo da multinacional Kinross – Rio Paracatu Mineração (RPM), estudou e doou cerca de um milhão de dólares para pesquisas que se destinam à redução dos impactos ambientais nas áreas onde a empresa atua.

 

De acordo com o coordenador do projeto, prof. Nilton Curi, a proposta de criar um núcleo de excelência com instituições tão variadas é uma maneira de se diagnosticar seu caráter multidisciplinar, abrindo a oportunidade de intercâmbio com as pesquisas desenvolvidas no Brasil e em outros países. “Essa é uma característica desejável nas atividades de ensino e pesquisa. A parceria garante a viabilidade e a operacionalidade do Núcleo, já que diversas áreas de atuação dos trabalhos poderão atuar de forma integrada, visando adequar suas ações aos objetivos e necessidades dos projetos de pesquisa a serem desenvolvidos”.

 

A técnica de fitorremediação, praticada em vários países, ainda é pouco explorada no Brasil por desconhecimento do mercado e falta de capacitação técnica. O método consiste no uso de plantas para remover ou imobilizar contaminantes ambientais. Esse método apresenta inúmeras vantagens, graças aos baixos custos de manutenção, à proteção contra a erosão eólica e hídrica, à melhoria na estrutura do solo, ao aumento da fertilidade das terras e à recuperação da estética das áreas contaminadas por diversos elementos químicos prejudiciais à saúde, dentre os quais estão os metais pesados.