Governo de MG e Ufla oferecem MBA inédito no Brasil

Como resposta às necessidades de qualificação de mão-de-obra para o mercado de café, que é o segundo produto na pauta de exportações de Minas Gerais, o Polo de Excelência do Café, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e a Universidade Federal de Lavras (Ufla), criaram o MBA em Coffee Business, inédito no Brasil.

 

O curso é resultado de parceria estabelecida para a formação 300 técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), que atende aos produtores de todas as regiões. Contudo, o MBA irá atender também a outros públicos interessados na gestão de negócios ligados ao café. 

 

O MBA, com foco em gestão, tem duração de um ano e meio e a primeira turma é composta por 60 profissionais, entre engenheiros agrícolas e agrônomos da Emater, que tenham, no mínimo, dois anos de experiência em atividades relacionadas à formação acadêmica. Eles iniciaram o curso a distância no mês de março e estão recebendo acompanhamento dos consultores e professores da Universidade Federal de Lavras durante 24 horas por dia.

 

De acordo com o gerente executivo do Polo de Excelência do Café, Edinaldo José Abrahão, os estudantes se reunirão uma vez por semestre na Ufla, durante uma semana, para as aulas presenciais. Todo o tempo em que o aluno estiver conectado à internet para as aulas virtuais será contabilizado pela secretaria do curso. O trabalho de conclusão do MBA deve estar relacionado às atividades profissionais do aluno.

 

Abrahão ressalta que a capacitação profissional é um dos principais pontos definidos no Plano de Negócios, por isso é fundamental o fortalecimento do MBA em Coffee Business e do Centro de Trainee em Mercados, também em funcionamento na Ufla para formar profissionais voltados para atuação em mercados.

 

O Polo de Excelência do Café foi lançado em 2007 pelo governador Aécio Neves, na Expocafé, em Três Pontas, no Sul de Minas. A instalação do pólo se deu em Lavras numa parceria efetiva com a Ufla e Embrapa Café.  Segundo o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alberto Portugal, os polos de excelência, criados pelo governo de Minas, traduzem a necessidade de consolidar a liderança mineira nas áreas em que o estado detém alta produção e expertise, por meio de pesquisas e inovação. Os polos são responsáveis pela integração das competências institucionais que induzem o processo de desenvolvimento, promovendo um ambiente adequado à atração de investimentos e novos negócios com alta densidade de inteligência e tecnologia.

 

Também são instituições parceiras do Polo de Excelência do Café: a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig), Fundação Procafé, Escola Agrotécnica Federal de Machado, Conselho Nacional de Café (CNC), Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Sebrae, Emater-MG e Associação Brasileira de Indústria do Café (Abic).

 

Mais informações no Polo de Excelência do Café (35)3829-1581 ou pelo sítio www.faep.org.br

Indicadores Agrícolas: situação no campo preocupa

O Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA) divulgou os resultados dos Índices de Preços Agrícolas de maio, pelo qual se constata que a economia do setor rural ainda passa por momentos de instabilidade neste ano de 2009. E esta constatação está relacionada tanto aos preços recebidos pelos produtores rurais como à demanda pelos insumos agrícolas.

 

Em maio, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agrícolas teve queda de 1,94% e o Índice de Preços Pagos (IPP) pela compra de insumos agrícolas caiu 5,18%.

 

De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador do Índice, “esses resultados indicam um processo de descapitalização do produtor rural e que tende a ter influência na produção da safra 2009/2010, que se inicia no segundo semestre”.

 

Com exceção do preço recebido pelo feijão, que teve alta de 18,12% em maio, os demais grãos tiveram queda de preços no campo, como o arroz (-8,57%), o café (-9,62%) e o milho (-0,61%), o que tem um efeito muito forte na renda do produtor rural.

 

E, na contramão dessas quedas, o preço do leite fluido tipo C recebido pelo pecuarista continua em alta. No mês de maio, esse produto teve valorização de 14,0%, continuando a tendência do mês de anterior, cuja alta havia sido de 0,57%. Também o leite tipo B teve alta no mês, tendo o preço recebido variado 2,86%.

 

Já os hortifrutigranjeiros tiveram queda média de 8,07% em maio, puxados pelas baixas nos preços do frango vivo (-28,57%), do frango abatido (-30,0%), da cenoura                        (-38,46%), da batata-fiúza (-26,96%), do pimentão (-31,37%) e do quiabo (-30,15%). As maiores cotações nesse grupo foram no preço da banana (12,5%), da alface (26,98%), da couve (12,22%) e da arroba do boi, 16,97%.  

 

Entre os insumos agrícolas, as menores cotações ocorreram nos preços dos animais de rebanho (vaca leiteira e vaca cruzada), com queda média de 18,29% em maio; utilitários (veículos de carga), -10,09%; máquinas e equipamentos agrícolas, com redução, em média, de 0,65%; vermífugos, -1,61% e utensílios em geral (arames, lona plástica, enxada, foice, grampo de cerca, sacaria, etc.), 2,13%. E as maiores altas entre os insumos foram nos grupos das rações (6,31%) e dos fertilizantes (6,79%).