Arquivo diários:27 de agosto de 2008
Cesta básica de alimentos tem queda de 0,2% no mês
O Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA) divulgou a taxa de inflação do mês de agosto, registrando queda em relação ao mês anterior. Em agosto, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 0,2%, bem abaixo da taxa de julho, que foi de 0,47%. No acumulado do ano, o IPC da UFLA está em 5,07%.
E foram os alimentos que levaram a esta desaceleração do índice de inflação. Em agosto, a alta média dos alimentos foi de 1,95%, contra um aumento de 2,87% no mês passado. Entre os três segmentos que compõem o grupo alimentos, os produtos in natura tiveram ligeira alta de 0,46%; os semi-elaborados, aumento de 1,44% e os alimentos industrializados, variação de 1,15%.
Mas, foram os hortifrutigranjeiros que seguraram inflação de agosto, a exemplo das quedas de preços ao consumidor do tomate (-14,05%); batata (-2,15%); laranja (-5,63%); melão (- 4,82%); beterraba (-7,86%); couve-flor (-3,35%) e alho, com queda de 2,06%. Entre os industrializados, as maiores quedas de preços ocorreram nos derivados lácteos: leite longa vida (-0,33), leite em pó (-0,09), creme de leite (-3,82%) e leite condensado, cuja baixa foi de 1,56%.
Comenta o prof. Ricardo Reis, coodernador do IPC da UFLA e dos Índices de Preços Agrícolas, que essas quedas de preços alimentos já foram verificadas no campo, principalmente no caso dos hortifrutigranjeiros e do preço do leite pago ao pecuarista, contribuindo, inclusive, para a queda de renda do produtor agrícola.
Com esses resultados, a cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas ficou mais barata em agosto 0,2%, passando a custar R$359,78. Em julho, seu valor era de R$360,53.
Outros três setores pesquisados pela UFLA também influenciaram essa desaceleração da inflação em agosto: as promoções de vestuário, cuja queda média foi de 0,31%; bebidas, -0,1% e serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha), com a redução no preço do gás de cozinha de 4,73%. O grupo serviços gerais teve variação, no mês, de -2,21%.
As demais categorias que compõem o IPC da UFLA tiveram as seguintes variações em agosto: material de limpeza (0,12%), higiene pessoal (0,47%), bens de consumo duráveis – eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e informática (0,92%), educação e saúde (0,03%), despesas de transporte (0,36%) e gastos com lazer, 0,02%. Não se identificaram variações, em média, nos preços dos itens que compõem a categoria despesas com moradia.
Índices de preços agrícolas indicam queda de renda no campo
Avaliando a renda média do produtor rural em agosto, medida pelo Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda de seus produtos agrícolas, o resultado foi negativo no mês, com queda média de 0,08%, seguindo uma tendência do mês passado, quando o IPR também recuou 4,97%. Já no acumulado do ano, o IPR está em 14,19%. São pesquisados, mensalmente, 42 produtos agrícolas.
Esta diminuição de renda em agosto está localizada na pecuária leiteira, com queda de 3,74% no preço do leite fluido tipo C pago ao pecuarista em plena entressafra e no preço do milho, cuja cotação caiu 6,79% no campo.
Também alguns hortifrutigranjeiros contribuíram para esta situação de perda de renda, a exemplo dos preços do tomate, cuja queda foi de 40,74%; couve-flor, -34,78%; beterraba, -37,86%; pimentão e quiabo, 10,0% cada; milho verde, -17,58% e batata, cujo preço pago ao bataticultor caiu 9,0%.
Entre as altas verificas no mês de agosto, estão os preços pagos pelo café (5,74%) e pelo feijão (8,7%). A pesquisa não identificou variações, na média, dos preços pagos pelos produtos de origem animal, como frangos, ovos, arrobas do boi e do suíno.
Em agosto, o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários teve ligeira alta de 0,11%, acumulando, no ano de 2008, alta de 14,16%. No caso dos insumos agrícolas, são levantados os preços de 187 produtos.
As altas verificadas no mês neste segmento estão associadas a alguns defensivos, como herbicidas, com aumento de 2,08%, inseticidas, acréscimo de 10,51% e preço médio do frete do leite, cujo aumento em agosto foi de 21,05%. Mas, foram identificadas quedas significativas em alguns insumos que vinham aumentando nos últimos meses, a exemplo dos fertilizantes, que ficaram mais barato para o produtor, em média, 2,22% e sementes e mudas, cuja queda registrada no mês atingiu 18,10%.