13,8% das vagas das universidades federais são para cotas

Fernanda Bassete

O G1 fez um levantamento das instituições federais com reserva de vagas. Vagas são destinadas a candidatos socialmente carentes, afrodescendentes ou indígenas.

De um total de 128.368 vagas oferecidas nos últimos processos seletivos de 55 instituições federais de ensino superior, 17.708 são destinadas às cotas, o que representa 13,8% do total das vagas.

Essa taxa de reserva de vagas para candidatos socialmente carentes, afrodescendentes ou indígenas no ensino superior federal é inferior aos objetivos do Ministério da Educação (MEC), que defende que as universidades públicas reservem 50% das suas vagas para alunos nessas condições.

Ao todo, o Brasil possui 56 universidades federais (uma delas ainda está em implementação, por isso foi desconsiderada no cálculo do total de vagas) e menos da metade (20 universidades) oferece algum tipo de reserva de vagas. Algumas oferecem isenções nas taxas de inscrição como ação afirmativa, outras estão estudando qual a melhor forma de implantar um programa de cotas e algumas não reservam vagas e também não planejam reservar. Veja no infográfico como funcionam a reserva de vagas nas instituições que a oferecem:

O projeto de lei da Reforma Universitária está em discussão no Congresso e prevê a reserva 50% das vagas nas universidades públicas. Segundo o secretário do Ensino Superior, Ronaldo Mota, a distribuição das vagas ficaria a critério de cada instituição, por causa da autonomia universitária.

Critérios provocam polêmicas

Com base na autonomia universitária, cada instituição aplica o modelo de reservas de vagas aprovado em discussões com seus conselhos universitários. Os modelos variam e alguns chegam a causar polêmica: no critério de raça, por exemplo, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), reserva 20% das vagas para ´estudantes de cor preta ou parda que possuam fenótipos que os caracterizam como pertencentes ao grupo racial negro´. Depois de aprovados no vestibular, uma banca de avaliadores examina o candidato para ver se ele se enquadra no que é exigido.

No ano passado, Ana Gabriela Clemente da Silva, filha de pai negro e mãe branca, passou no vestibular para medicina pelo sistema de cotas da UFPR mas teve de recorrer à Justiça para conseguir se matricular, pois a banca examinadora entendeu que ela não tinha os fenótipos dos negros. A Justiça determinou que a universidade a matriculasse e a universidade recorreu da decisão.

Gêmeo barrado

O estudante Alex Teixeira, de Brasília, passou pela mesma situação no vestibular do ano passado ao se inscrever na Universidade de Brasília (UnB) pelo sistema de cotas. Ele teve a inscrição no sistema rejeitada pela universidade, enquanto o irmão gêmeo idêntico, Alan, foi aceito. Só depois de entrar com recurso é que Alex teve a sua inscrição homologada.

Antes de aceitar a inscrição do candidato para o sistema de cotas, uma banca de examinadores avaliava fotos dos vestibulandos. Por causa dessa confusão, a universidade mudou o sistema de avaliação e agora a seleção dos cotistas é feita por meio de entrevistas pessoais e não mais por fotografias.

Brancos contra cotas

Vestibulandos brancos contrários aos sistema de cotas também entraram em disputas judiciais para tentar garantir o direito de concorrer à totalidade das vagas, independente da reserva estipulada em edital. Em Santa Catarina, por exemplo, pelo menos 55 mandados de segurnça questionaram o sistema de reserva de vagas na Universidade Federal do estado (UFSC). Até o Ministério Público Federal entrou com ação contra as cotas, que chegaram a ser suspensas em decisão de primeira instância, mas voltaram a valer por decisão do Tribunal Regional Federal (TRF4).

Vários estudantes do Rio Grande do Sul também estão na Justiça contra o sistema de cotas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

O levantamento

A reportagem do G1 solicitou ao MEC o levantamento das universidades federais que possuem reserva de vagas, mas o órgão não tem números exatos sobre a distribuição de cotas no país. A tabela fornecida possuía dados incorretos e a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação Superior (Sesu) informou que os números eram estimados e não representavam a realidade.

O G1 entrou em contato com todas as instituições federais para levantar o número de vagas ofertadas no vestibular e quantas eram reservadas. As informações foram passadas pelas coordenações dos vestibulares ou pelas assessorias de imprensa das instituições.

(Colaborou Iris Russo e Simone Harnik)

Virar a página

NÃO É bom o histórico do Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão incumbido, entre outras atribuições, de credenciar instituições para oferecer cursos superiores e reconhecê-las como centros universitários ou universidades -hipóteses em que passam a gozar de autonomia para criar cadeiras e abrir ou fechar vagas.

Tendo surgido em 1961 com o nome de Conselho Federal de Educação, o órgão chegou a ser extinto em 1994 devido à suspeita de favorecer interesses de grupos privados. Foi recriado no ano seguinte, já sob a gestão FHC, com a nova denominação.

Há motivos, porém, para recear que as mudanças se tenham limitado à troca do ‘Federal’ pelo ‘Nacional’. Em 1997, o então conselheiro José Arthur Giannotti pediu demissão do CNE tecendo fortes críticas ao processo de credenciamento. Em 2001, foi a vez de a conselheira Eunice Durham, que substituíra Giannotti, sair, desta feita em protesto contra a política de expansão desenfreada do ensino superior.

Diante de tal cronologia, é mais do que bem-vinda a disposição do ministro da Educação, Fernando Haddad, de excluir representantes de universidades, sindicatos e outras instituições da lista de entidades que indicam os 24 membros para o CNE. No mínimo, configura conflito de interesses permitir que pessoas apontadas por faculdades particulares julguem pedidos dessas instituições, como vinha ocorrendo. Cabe perguntar por que a gestão Lula esperou cinco anos para acenar com essa mudança.

Infelizmente, a anunciada propensão do ministro para pôr um fim à promiscuidade no CNE não é garantia de que ela acabará. As indicações são apenas parte de um processo que só termina quando o presidente da República escolhe os conselheiros. E Lula, como bem se sabe, não é imune a lobbies, em especial ao do poderoso grupo de empresários da educação, que controla valiosos votos no Congresso.

Em abril, quando forem conhecidos seus 12 novos integrantes, é que se saberá se o CNE de fato mudou ou se permanece capturado pelos lobbies do setor.

Feira antropológica na praça

Acontece neste sábado, dia 16, na Praça Dr. Augusto Silva, a partir das 8h, uma Feira Antropológica. Esta feira leva até a população o trabalho realizado no curso de Licenciatura em Pedagogia para a Educação Infantil – modalidade a distância, ofertado pela Universidade Federal de Ouro Preto – Ufop – e coordenado pela Universidade Federal de Lavras – Ufla – onde licenciandas e licenciandos que estão cursando o Primeiro Módulo, desenvolvem atividades na disciplina de Antropologia.

A avaliação da disciplina de Antropologia II foi organizada em torno do eixo diversidade cultural e identidade, sendo assim, os trabalhos desenvolvidos têm um caráter socializador entre licenciandas e licenciandos e a comunidade das nove cidades que compõe o Pólo de Lavras que são: Aguanil, Carmo da Cachoeira, Cambuquira, Itutinga, Lavras, Paraguaçu, Perdões, Santana do Jacaré e São Francisco de Paula, todas estarão presentes na praça Dr. Augusto Silva em Lavras.

Portanto, a Feira Antropológica intitulada “A formação da identidade e da cultura do povo brasileiro com foco no povo mineiro e nos municípios integrantes do Pólo de Lavras”, mostra os seguintes temas:

A história do município numa perspectiva histórico-cultural.

Minas Gerais é um Estado que apresenta uma rica diversidade étnico-cultural. Os municípios são uma unidade político-administrativa desse Estado, parte integrante de um todo. Pesquisar a pluralidade étnico-cultural local é um exercício fascinante. As licenciandas e licenciandos embarcaram nessa aventura de conhecimento da realidade em que vivem, começando a caminhada pela formação histórico-cultural do município, enfatizando a composição étnico-cultural de sua população.

Folclore e Identidade Cultural Local
Investigou-se o folclore, enfatizando aspectos relacionados à identidade cultural local.

Indígenas de Minas Gerais
Investigou-se a(s) sociedade(s) indígena(s) mais próxima(s) aos municípios, tendo como referência os elementos formadores de uma sociedade indígena.

O negro e a questão racial no Brasil e em Minas Gerais
A problemática da inserção do negro na sociedade brasileira foi tratada a partir da sociedade urbana mineira. O objetivo deste trabalho é chamar a atenção para a “situação vivida” pelo negro, com ênfase na questão racial e do racismo.

Ser mulher no Brasil hoje
O objetivo deste tema é proporcionar uma reflexão sobre a problemática da mulher na sociedade brasileira.

O Curso de Licenciatura em Educação Infantil – Modalidade a distância é resultado de parceria interinstitucional estabelecida pelo consórcio Pró-Formar, assinado pelos reitores das Universidades, visando estabelecer uma rede de formação entre: Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ),Universidade Federal do Espírito Santo e Universidade Federal de Lavras (Ufla), onde as professoras Cláudia Maria Ribeiro e Ila Maria Silva de Souza, do Departamento de Educação, fazem parte do Conselho Gestor do Consórcio.

O Currículo do Curso de Licenciatura em Pedagogia para a Educação Infantil – modalidade a distância, sustenta-se em quatro Núcleos de Estudos: Fundamentos da Educação, Fundamentos da Educação Infantil: educar e cuidar, Ciências Básicas e Metodologia de Educação Infantil e Núcleo da Dinâmica e Trabalho pedagógico em Educação Infantil. As licenciandas e licenciandos estão cursando o Primeiro Núcleo que é composto das disciplinas: Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia e História da Educação.

Contatos: Profª Claúdia Ribeiro
Departamento de Educação/Ufla – (35) 3829-1445/1598

Capes empossará Andifes como membro de seu Conselho Superior

Na próxima quinta-feira (14/02), o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Jorge Almeida Guimaraes, empossará os novos membros do Conselho Superior da Capes. A cerimônia, que acontecerá às 14h na Sala de Reuniões da presidência da fundação, contará com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad.

De acordo com a Portaria nº 29, que designa os novos integrantes do Conselho Superior da Capes, publicada no Diário Oficial da União no dia 14 de janeiro, a Andifes, representada por seu presidente, reitor Arquimedes Diógenes Ciloni (UFU), e a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, representada pela secretária, Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, serão membros permanentes do Conselho Superior da fundação.

Foram designados, ainda, para representar a área acadêmica: Adalberto Fazzio, professor da Universidade de São Paulo (USP); Alex Bolonha Fiúza de Mello, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA); Diogo Onofre Gomes de Souza, professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Luiz Davidovich, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR); Otávio Guilherme Cardoso Alves Velho, professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Ricardo Renzo Brentani, presidente da Fundação Antonio Prudente.

O deputado federal Armando de Queiroz Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria e o empresário e presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter representam o setor empresarial. O Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação será representado pelo seu presidente, Jaime Arturo Ramirez e a Associação Nacional de Pós-Graduandos representada por Angélica Müller.

O Conselho Superior da Capes tem a função de estabelecer prioridades e linhas gerais orientadoras das atividades da entidade, analisar a Plano Nacional de Pós-Graduação, apreciar critérios, prioridades e procedimentos para a concessão de bolsas de estudos e auxílios. Além disso, os conselheiros aprovam o relatório anual das atividades da Capes e a respectiva execução orçamentária. A gestão dos novos conselheiros será até 2010.

A cerimônia de posse dos novos membros, acontecerá, durante a 45ª Reunião do Conselho Superior da Capes. Entre os assuntos que serão debatidos estão: aprovação do relatório de gestão de 2007, apresentação da Capes (estrutura e funcionamento) e as ações para o período 2008-2010. O vice-presidente da Andifes, reitor José Ivonildo do Rêgo (UFRN), representará a Associação na cerimônia de posse e na reunião do Conselho Superior da fundação.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Conselho Universitário aprova resolução que proíbe a prática de trote

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Lavras (Ufla) aprovou em sua reunião de 30/1/2008 uma resolução que proíbe a prática do ‘trote’ dentro e fora do campus universitário. A íntegra da Resolução é a seguinte:

RESOLUÇÃO CUNI Nº 004, DE 30 DE JANEIRO DE 2008.

Dispõe sobre a proibição de trote no âmbito da Universidade Federal de Lavras e dá outras providências.

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Lavras, no uso de suas atribuições regimentais,

Considerando a necessidade urgente de direcionamento e orientação do corpo discente para assegurar o bom desempenho profissional, a auto-estima, a solidariedade, a responsabilidade social, a ética e o respeito à vida;

Considerando a necessidade de caracterizar e acompanhar as atividades discentes de forma educativa;

Considerando a necessidade de que as ações dos segmentos da Universidade no meio social sejam exemplares como saudável prática de cidadania; e

Considerando que a UFLA deve se engajar nos movimentos para a redução da violência e do abuso pessoal nos meios sociais, baixa a presente Resolução.

Art. 1º Fica expressamente proibido o trote na Universidade Federal de Lavras.

Parágrafo único. A vedação constante no caput do artigo 1º aplica-se:

I- ao estudante que aplica o trote;

II- ao estudante que voluntária ou involuntariamente recebe a aplicação do trote e permanece dentro do espaço físico da universidade trajando vestimentas ou portando adereços que caracterizam esta prática.

Art. 2º A Pró-Reitoria de Graduação (PRG) definirá as diretrizes e organizará as atividades de recepção ao aluno ingressante, visando à sua integração com a comunidade universitária, devendo, para tanto, instituir Comissão de Recepção aos alunos ingressantes, da qual deverão fazer parte docentes e discentes.

§ 1º Para a elaboração das diretrizes e atividades mencionadas no caput deste artigo deverão ser ouvidas a PRG e as entidades representativas discentes.

§ 2º Toda e qualquer atividade de recepção e ações que visem à integração dos ingressantes no meio universitário, deverá ser aprovada antecipadamente pela PRG.

§ 3º As propostas a que se referem ao caput do § 2º só serão apreciadas pela PRG quando apresentadas pelos CAs ou pelo DCE.

Art. 3º Não será tolerado qualquer tipo de ato estudantil que cause, a quem quer que seja, agressão física, moral ou outras formas de constrangimento, dentro e fora do espaço físico da Universidade.

§ 1º A transgressão ao contido no caput deste artigo será considerada falta grave, importando na aplicação das penalidades de desligamento ou suspensão previstas no Regime Disciplinar do Corpo Discente, após o devido processo legal, assegurados o direito ao contraditório e ampla defesa.

§ 2º Os docentes, discentes e técnicos administrativos da UFLA que testemunharem a prática de trote ou qualquer dos eventos arrolados no caput do presente artigo e não denunciarem às autoridades competentes, poderão ser considerados omissos e coniventes e responder a processo administrativo disciplinar, assegurado o direito à ampla defesa, nos termos da legislação vigente.

§ 3º Será de responsabilidade do Reitor a constituição de Comissão de Inquérito Disciplinar, seguida, quando couber, de adoção de providências perante as autoridades competentes, na hipótese de desobediência ao comando constante no caput deste artigo.

Art. 4º As denúncias de transgressão disciplinar referentes a trotes, poderão ser formuladas por escrito e encaminhadas à Pró-Reitoria de Graduação ou por meio do “Disk Trote” da UFLA.

Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua aprovação, revogadas as disposições em contrário.

Irrealismo no ensino superior

Lançado no ano passado como um dos pilares do “PAC da Educação”, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem como principal objetivo uma grande ampliação da oferta de vagas nas 53 instituições de ensino superior mantidas pela União. O detalhamento desse projeto, que acaba de ser divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), revela que sua meta é uma ampliação de 72% até 2012.

Atualmente, as universidades federais oferecem cerca de 133 mil vagas. A estimativa é que esse número suba para quase 230 mil nos próximos cinco anos. Algumas instituições estão planejando um aumento superior a 300%. Uma delas, a Universidade Federal da Bahia, pretende passar das atuais 80 vagas nos cursos noturnos para 2.695 – uma ampliação de 3.200%. Para tanto, teria de contratar 580 professores e 400 funcionários, a um custo de R$ 85 milhões. Entre as áreas em que seriam criadas essas vagas se destacam direito, administração, licenciatura e engenharia.

A expansão dos cursos noturnos das universidades federais, que hoje oferecem apenas 32,9 mil vagas, é uma das principais metas do Reuni. A idéia é triplicar a oferta até 2012. Trata-se de um objetivo bastante ambicioso. Entre 2000 e 2006, o aumento das vagas nos cursos noturnos, objetivo perseguido tanto no segundo mandato do governo Fernando Henrique como no primeiro mandato do governo Lula, não passou dos 19%.

Por isso mesmo, embora as associações que representam os interesses corporativos de alunos e professores não tenham motivos para criticar um plano de aumento de vagas em universidades públicas, o projeto do MEC está sendo recebido por eles com reserva. Os líderes do movimento estudantil e os porta-vozes das entidades docentes afirmam que não há recursos disponíveis, no Orçamento-Geral da União, para financiar os projetos de ampliação de vagas. O MEC alega que o dinheiro está garantido, porque o Reuni faz parte do Plano Plurianual e foi lançado com base num decreto assinado pelo presidente Lula. A estimativa das autoridades educacionais é que o programa exigirá um investimento total de R$ 2 bilhões, até 2012. É muito dinheiro.

“Claro que somos a favor da ampliação, mas nos preocupamos com os cortes no orçamento”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior, Paulo Rizzo. Tanto a entidade quanto a União Nacional dos Estudantes (UNE) temem que, se as 53 instituições de ensino superior mantidas pela União expandirem os cursos noturnos e não receberem recursos adicionais para contratar mais docentes e servidores técnico-administrativos, os atuais professores e funcionários arquem com uma sobrecarga de trabalho, que comprometeria a qualidade dos cursos.

Pelas regras do MEC, a adesão ao Reuni é voluntária. As universidades federais que quiserem receber recursos do programa terão de apresentar projetos de aumento de vagas. O Reuni também exige que os cursos não tenham mais que 18 alunos para cada professor e uma previsão de evasão escolar de, no máximo, 10%.

A idéia inicial era estimular as instituições recém-criadas, como a Universidade Federal do Recôncavo Baiano e a Universidade Federal do ABC, e as que instalaram novos campi, como a Universidade Federal do Pará, a criarem ou expandirem cursos noturnos. Mas, com a promessa de dinheiro fácil e farto, por parte das autoridades educacionais, 52 das 53 instituições federais de ensino superior já encaminharam projetos de expansão. O problema agora é saber se o dinheiro virá e como será aplicado. Além disso, é preciso saber se os cursos a serem criados atenderão efetivamente às necessidades das regiões onde serão oferecidos ou se serão cursos baratos e pouco profissionalizantes, como ciências sociais, comunicação e psicologia, concebidos apenas para justificar mais pedidos de recursos.

Como se vê, o governo voltou a levantar a bandeira do ensino superior com mais um plano irrealista, quando a atenção deveria estar voltada para a qualidade do ensino básico, que continua sendo o ponto crítico do sistema educacional.

Andifes promove seminário para debater modelo de pesquisa e de pós-graduação nas IFES

O encontro pretende fazer um diagnóstico da realidade atual e sugerir propostas para a melhoria da qualidade da educação superior brasileira

A Andifes promove, no dia 20 de fevereiro, o seminário “Modelo de Pesquisa e de Pós-Graduação nas IFES”. O evento, que acontece no Hotel Sol Victoria Marina, em Salvador, contará com a presença do presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, do presidente e da vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marco Antônio Zago e Wrana Panizzi, do secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Rodrigues Elias, de dirigentes, de ex-dirigentes e de pró-reitores de Instituições Federais de Ensino Superior.

No final do ano passado, a Andifes reuniu, durante o III Seminário Anual de Políticas Públicas para a Educação, o ministro da Educação, Fernando Haddad; os ex-ministros da Educação, Cristovam Buarque e Paulo Renato de Souza, parlamentares; dirigentes, ex-dirigentes e pró-reitores de IFES e as principais entidades ligadas à educação brasileira para debater a carência de professores na educação básica.

O seminário “Modelo de Pesquisa e de Pós-Graduação nas IFES” demonstra a intenção da Andifes em dar continuidade aos debates sobre a educação brasileira, analisando-a como um todo, da pré-escola à pós-graduação. O encontro reunirá subsídios para que a Associação apresente ao Governo Federal e às agências reguladoras um documento com sugestões de aprimoramento da pós-graduação das IFES.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Confira os lançamentos das editoras universitárias

“Desigualdades sociais, redes de sociabilidade e participação política”, Neuma Aguiar (Org.) – demonstra a associação entre desigualdades e vários aspectos da estratificação da sociedade, como redes de amizade, educação e outros recursos culturais, mercado de trabalho e recursos econômicos, condições sociais herdadas da família, ou alcançadas independentemente da origem social. E ainda gênero, idade, cor e uma variedade de novos indicadores empregados na classificação racial, características do espaço urbano e das condições de moradia, associativismo, aproximação de recursos de poder político, pela via participativa, ou distanciamento pela apatia. Desigualdades Sociais, Redes de Sociabilidade e Participação Política recupera a tradição da pesquisa empírica nas Ciências Sociais no Brasil, cuidando detalhadamente da construção de questionários com base em amostragem científica. O livro se endereça a sociólogos, cientistas políticos, criminólogos, urbanistas, demógrafos e outros estudiosos da vida social. (UFMG)

“Percursos do Olhar: comunicação, narrativa e memória”, Marialva Carlos Barbosa – desvendar conceitos de filósofos renomados, como Pierre Bourdier e Paul Ricoeur. Com este objetivo a pesquisadora da UFF Marialva Carlos Barbosa mergulhou no pensamento destes e de outros autores a fim de construir Percursos do olhar: comunicação, narrativa e memória. No livro, a autora se propõe a tornar mais acessíveis ao leitor paradigmas teóricos e conceituais fundamentais para os estudos de Comunicação. (UFF)

“Leituras de Alice”, Sandra Sato – a professora e artista plástica Sandra Sato se considera mais uma vítima do encantamento bizarro de Alice, de Lewis Carroll. A curiosidade se transformou em pesquisa de mestrado e desta surgiu a exposição ‘Leituras de Alice’, uma incursão no universo das artes visuais. Nem tanto escultura, objeto ou mesmo obra de arte, o que é apresentado é uma espécie de exercício de ilustração, baseada nos textos de Carroll, nos desenhos de John Tenniel – ilustrador escolhido por Carroll – e na versão do artista mineiro Arlindo Daibert. (UFJF)

“Cultura Popular: nas teias da memória”, Ingrid Fechine e Ione Severo (Orgs.) – o livro tem como proposta dialogar os conceitos de Cultura e de Memória no âmbito da construção identitária, da arqueologia social, da etnografia, do patrimônio e autoria, da voz, da performance e da poética dos folhetos de cordel . (UFPB)

“A alma da festa – Família, etnicidade e projetos num clube social da Zona Norte do Rio de Janeiro – o Renascença Clube”, Sonia Maria Giacomini – narra a criação do Renascença Clube por um grupo de famílias negras bem-sucedidas, no Méier, Rio de Janeiro, na década de 1950, em uma casa antiga, pequena, com grande quintal arborizado. Nesse espaço social, nem samba, nem capoeira. Concursos de Miss Guanabara, Brasil e Universo, festas que se assemelhavam aos grandes bailes de época dos brancos e saraus de literatura faziam parte da programação do sofisticado salão da Zona Norte. No projeto inicial do Renascença Clube, há a tentativa de reverter o estereótipo do negro rude, mais ligado com a natureza do que com a cultura, esclarece a autora. Os negros intelectuais tinham fascinação pelos clubes brancos, e apesar de deterem a mesma “identidade de classe”, o mesmo gosto refinado pela música e literatura, vestimentas e poder aquisitivo similares aos dos brancos, não eram aceitos nesses espaços. (UFMG)

“Literalmente falando: sentido literal e metáfora na metalinguagem”, Solange Coelho Vereza – quais as fronteiras entre sentido literal e metafórico? A metáfora é derivada do sentido literal e o pressupõe? Essas e outras questões, que permanecem em aberto desde a Grécia Antiga, são claramente abordadas por Solange Vereza na obra. Revelando um amplo domínio da literatura especializada, a autora mostra a importância desde os “jogos de linguagem” de Wittgenstein até as “metáforas da vida cotidiana” de Lakoff e Johnson. (UFF)

“Para Sempre Singer”, Valéria Faria – o catálogo de Valéria Faria é resultado da exposição Para Sempre Singer, na qual a artista e professora do IAD, trabalhou com antigos objetos de família, por ela colecionados, ou doados por parentes e amigos. Em suas proposições artísticas se aglomeram calhamaços de papéis, cartas, retratos, tecidos, bordados, coleções de coisas utilitárias e ‘inutilitárias’. Para Valéria, os objetos estão dotados do poder da permanência do tempo que, à vista, se descongelam trazendo à tona momentos, passagens e vidas que neles depositaram necessidades, desejos, excentricidades, compulsões, esquizofrenias e perseveranças. (UFJF)

‘Educação em Direitos Humanos: fundamentos teórico-metodológicos’, Rosa Maria Godoy Silveira, Maria Luiza Alencar Mayer Feitosa, Adelaide Alves Dias, Lúcia de Fátima Guerra Ferreira e Maria de Nazaré Tavares Zenaide (Orgs.) – o livro é formado por três capítulos: Contextualização Histórica da Educação em Direitos Humanos, com textos de Dalmo Dalari; Elio Chaves Flores; Luciano Mariz Maia; Antonio Maués e Paulo Weyl; Emir Sader; Princípios da Educação em Direitos Humanos, por Solon Eduardo Annes Viola, Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, Marco Antônio Rodrigues Barbosa, Marco Antônio Rodrigues Barbosa, Paulo César Carbonari, Marconi Pequeno, Eduardo Ramalho Rabenhorst, Theophilos Rifiotis, Rosa Maria Godoy Silveira, Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa, Eni P. Orlandi, Maria Victória Benevides, Maria Áurea Baroni Cecato; Aldacy Rachid Coutinho; e Configuração de uma Educação em Direitos Humanos com José Francisco de Melo Neto, Alexandre Antônio Gili Náder, José Sérgio Fonseca de Carvalho, Vera Maria Candau, Vera Maria Candau, Susana Sacavino, Adelaide Alves Dias, e Celma Tavares. (UFPB)

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Ufla realiza formatura do Programa SEMEAR

A Universidade Federal de Lavras realizou, em 31/1, a solenidade de entrega dos certificados aos concluintes dos cursos de Eletricista Básico, Manejo Sanitário e Princípios de Enfermagem para Eqüinos, Princípios de Jardinagem, Sanidade Básica na Bovinocultura Leiteira, Introdução à Microinformática e Capacitação para Mestre de Obras do Programa SEMEAR.

Para compor a mesa de honra, foram convidados, o reitor professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, o Pró-reitor de Extensão, professor Rubens José Guimarães, a prefeita de Lavras, Sra. Jussara Menicucci, a prefeita de Bom sucesso, Sra. Cláudia do Carmo Martins de Barros e o coordenador do Programa SEMEAR, professor Silvério José Coelho.

O Programa de Qualificação Profissional “Semear” é constituído por cursos de qualificação profissional ministrados por alunos de graduação, sob a orientação de servidores da Ufla, qualificando gratuitamente mão-de-obra profissional, com a estrutura existente na Instituição, e parcerias, em atendimento aos anseios da sociedade relativos à capacitação profissional, reabilitação, inclusão social e, oportunidades de entra da no mercado de trabalho. Foi criado pelo Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras, sendo coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão. Os formandos desta edição são do Município de Lavras e de Bom Sucesso.

Concluintes

Curso: Eletricista Básico
Instrutores: José Osvaldo de Araújo Junior e Felipe Monteiro Silva

Lavras
Alexandre Pereira Norberto, André Luiz de Oliveira Augusto, Angeus Naves Rodrigues, Edílson Marcelino Silva, Ednalva Augusta da Silva, Frederico Lúcio de Souza, Guilherme Antonio Correa Costa, Jonosich Fernandes Lopes Filho Lucilene Fernandes Silva, Luiz Carlos Caetano, Matheus Coelho Pinto, Nilton Alexandre da Silva, Rodrigo da Silva Ribeiro, Rodrigo Lino Domingos, Ronnie Lino Domingos

Bom Sucesso
Anderson Rogério de Jesus Silva, Chaiany Cristina Almei da Santos, Julio Marcio Aparecido Santos Freitas, Maílson Antonio de Oliveira Brito, Maira Apareci da da Silva, Marcus Vinicius Morais Nangino, Marcus Vinicius Tavares Souza, Maria José da Silva, Nathália Martins Andrade, Platini Boanerges, Rogério Aparecido Dos Santos Paula, Romulo Flores Santiago

Curso: Manejo Sanitário e Princípios de Enfermagem para Eqüinos
Instrutor: Davi Ariel Bertoldo Carneiro

Lavras
Ana Maria Dos Santos Castro, Maria do Carmo Paranhos Estevan, Rafaela Alves Elias, Raquel Alves Elias

Curso: Princípios de Jardinagem
Instrutor: Luiz Fernando Siqueira Mascarenhas

Lavras
Dayse Barbosa Cayô, João Batista Vilas Boas, José Maria do Carmo Pimenta, José Moisés Ribeiro, Murilo da Silva, Raimundo Paulo Campos

Curso: Introdução à Microinformática
Instrutora: Stella Fonseca Amâncio

Lavras
Alice Magalhães Luz Moreira, Eliana Oliveira de Castro, Fábio Vitor Teixeira
Maria Benedita de Paula Eva, Maria Ionice da Silva, Marlene Afonso de Souza
Paulo Márcio Carvalho

Bom Sucesso
Alessandro Rodrigues, Apareci da Nogueira Andrade, Fabiano Carvalho da Silva, Fabiano Santos de Morais, Geovane Bastos Azevedo, Gizleni Apareci da Almeida
Lígia Morton, Lucimara Das Graças Custódio, Maspole Antonio de Castro, Matheus Rodrigues França, Nilson Pereira Barbosa, Thaís Martins Mendes

Curso: Capacitação para Mestre de Obras
Instrutor: Diogo Reis Vilela Bretas Moreira

Lavras
Eleandro de Jesus Borges, Everton Ferreira, Pedro José Cordeiro, Tarlei Divino do Nascimento

Curso: Sanidade Básica na Bovinocultura Leiteira
Instrutora: Enne Aiala Rodrigues

Bom Sucesso
Aline Monteiro Roquin, Antonio Manoel Correa, Carlos Henrique Tavares de Souza, Fabio Antonio Furtunato, Gauziona Das Dores Santos, Geraldo Sobrinho Dos Santos, Gerson Dorval Dos Santos, Késsia Juamara Pereira Marques

Ufla presente no Projeto Rondon 2008

Entre os dias 11 e 28 de janeiro, duas equipes da Universidade Federal de Lavras (Ufla) participaram pela quarta vez consecutiva do Projeto Rondon, nas cidades de Boa Hora (PI) e Oeiras do Pará (PA). Este ano, a operação foi denominada de ‘Grão-Pará’, nome alusivo à região.

O Projeto Rondon é um projeto de integração social coordenado pelo Ministério da Defesa e conta com a colaboração da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu-MEC). Envolve atividades voluntárias de universitários e busca aproxima-los da realidade do País, além de contribuir, também, para o desenvolvimento de comunidades carentes.

Sob a coordenação dos professores Carlos Eduardo da Silva Volpato (DEG), Marco Antônio Gomes Barbosa (DEF) e Ila Maria Silva de Souza (DED), também participaram os seguintes estudantes de graduação: Cleiton Lourenço de Oliveira; Emily Darc A. dos Santos; Jaqueline Diniz da Silva; Letícia Fernandes de Oliveira; Mario Jefferson Pereira da Silva Vinicius Augusto Moraes, Eva Costa de Barros; Flávia Petta Marques Gomes; Geraldo de Carvalho Neto; Íon Araújo Sant’anna; Maristela Benigna Vilas Boas; Michele de Oliveira Coutinho e Ramom Rachide Nunes, que se dividiram nas duas cidades.

As atividades coordenadas pela equipe da Ufla, estavam relacionadas com os seguintes temas: Desenvolvimento local sustentável (incentivar o cooperativismo e o associativismo para a geração de renda; capacitar produtores locais; disseminar soluções auto-sustentáveis – tecnologias sociais – que melhorem a qualidade de vida das comunidades e capacitar mão-de-obra ligada ao comércio de bens e serviços) e Gestão pública (capacitar servidores municipais em gestão pública e de projetos; aperfeiçoar servidores municipais em assuntos de informática; capacitar servidores municipais na elaboração e gestão do Plano Diretor do município e elaborar propostas ou projetos para atender a infra-estrutura municipal, em particular nas áreas de saneamento básico e meio ambiente).

De acordo com o professor Carlos Eduardo Volpato que coordenou as atividades na Cidade de Boa Hora (PI), o trabalho e a equipe foram muito bem aceitos pela população e pelas autoridades das duas cidades envolvidas. “Nós fomos muito bem recebidos nos municípios e lá deixamos a nossa marca. Muito trabalho foi realizado e ao final tivemos o reconhecimento da população e das autoridades locais: O prefeito de Boa Hora solicitou o possível retorna da equipe em Julho” comenta.

Essa foi a quarta participação seguida da UFLA no Projeto Rondon desde sua reativação: Em 2005, a Ufla esteve em Tabatinga (AM), 2006 em Caracaraí (RR), 2007 em Bom Jesus do Tocantins (PA).

O Projeto empenha-se em desenvolver a formação de organizações da sociedade civil na defesa dos direitos de cidadania, como também, a formação de educadores do ensino fundamental para a prática de leitura.

A produção de textos, atendimento a portadores de necessidades educativas especiais e a organização de implantação de atividades comunitárias solidárias também são destaques no Projeto. Os voluntários preocupam-se, ainda, em orientar o desenvolvimento da agricultura familiar, bem como, colaborar na elaboração de projetos que atendam à infra-estrutura municipal, em particular nas áreas de saneamento básico e de meio ambiente.

A professora Ila Maria Silva de Souza (DED), que coordenou as atividades em Oeiras do Pará, avalia como de fundamental importância a participação da Ufla no Projeto, fato que ocasionou a troca de experiências e de vivências durante todo o trabalho e permanência na região. ‘A nossa participação nesta Operação Grão-Pará 2008 do Projeto Rondon foi uma ocasião ímpar de compartilharmos nossos saberes e de aprendermos também com os saberes da comunidade de Oeiras do Pará. Foram dias de muito trabalho e de muita partilha onde a solidariedade e a fraternidade estiveram presentes durante toda nossa estadia nesta comunidade’ argumenta.

Histórico

A idéia de levar a juventude universitária ao conhecimento de outras realidades brasileiras e de propiciar oportunidade de contribuição para o desenvolvimento social e econômico do País surgiu em 1966, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, durante a realização de um trabalho de sociologia intitulado ‘O Militar e a Sociedade Brasileira’. O sonho esboçado nos bancos escolares iria se concretizar no ano seguinte, no dia 11 de julho de 1967, quando trinta estudantes e dois professores, entusiasmados com a nova idéia, partiram do Rio de Janeiro para o Território de Rondônia, a bordo de uma aeronave C-47 cedida pelo então Ministério do Interior.

Esta atividade foi denominada ‘Operação Zero’, como ficou conhecida a primeira operação do Projeto Rondon, que objetivava levar os estudantes a tomar contato com o interior da Amazônia, “sentir o Brasil” e trabalhar em benefício das comunidades carentes daquela região. A equipe permaneceu na área por 28 dias, realizando trabalhos de levantamento, pesquisa e assistência médica.

O retorno foi marcado com sucesso: manchetes nos jornais e entrevistas dos participantes que voltaram com o slogan INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR . Os universitários sugeriram, também, o nome para a iniciativa “Projeto Rondon” inspirados no trabalho do grande militar e humanista, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

O Projeto realizou várias atividades de cidadania, bem-estar, desenvolvimento local, sustentável e gestão pública, resultando o aumento da área de atuação e beneficiando muitas comunidades com os serviços sociais, como Amazonas, São Paulo, Paraná, entre outros.

A partir de 1982, o Projeto Rondon começou a ter dificuldades que impediram sua continuidade, ocasionando assim, seu encerramento oficial em 1989.

O Projeto Rondon Hoje

A reativação do Projeto Rondon originou-se de uma proposta, encaminhada pela União Nacional dos Estudantes ao Presidente da República, em novembro de 2003. Para viabilizar a proposta apresentada, foi criado, em março de 2004, um Grupo de Trabalho Interministerial, que estabeleceu diretrizes e objetivos, definindo, assim, a sistemática de trabalho a ser adotada na sua execução.

Relançado em 19 de janeiro de 2005, em Tabatinga (AM), o Projeto Rondon hoje, é realizado em estreita parceria com o Ministério da Educação e conta com a colaboração dos demais Ministérios, dos Governos Estaduais, das Prefeituras Municipais, da Associação Nacional dos Rondonistas, da União Nacional dos Estudantes, de Organizações Não-Governamentais, de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e de Organizações da Sociedade Civil, com o apoio fundamental das Forças Armadas que proporcionam suporte necessário para as operações.

As ações do projeto são orientadas pelo Comitê de Orientação e Supervisão (COS), constituído por representantes dos Ministérios da Defesa (que o preside), do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Educação, Esporte, Integração Nacional, Meio Ambiente, Saúde e da Secretaria Geral da Presidência da República.