Ufla realiza eleições para composição dos Conselhos Superiores

A Universidade Federal de Lavras (Ufla) convoca seus alunos de graduação, para a realização das eleições dos representantes do Conselho Universitário, de Ensino Pesquisa e Extensão e de Curadores.

As eleições serão realizadas, no dia 27 de março de 2008 (quinta-feira) na Cantina da Ufla, das 8h às 21horas.

Estão abertas duas vagas para representantes dos cursos de graduação para o Conselho Universitário, três vagas para representantes do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, e uma vaga para representante do Conselho de Curadores. Todos os cargos terão mandato de um ano.

Os candidatos deverão inscrever-se até às 16horas do dia 25 de março (terça-feira), na Secretaria dos Conselhos (Gabinete da Reitoria), onde firmarão o compromisso expresso caso eleitos, em conformidade com o artigo 10, IV, do Regimento Geral da Ufla.

A apuração será realizada no mesmo dia, iniciando logo após o encerramento da votação, e será lavrada em ata contendo quadro sucinto dos resultados obtidos.

Outras informações pelo telefone 3829-1502

A melhor escola do mundo

Thomaz Favaro, de Helsinque

Como a Finlândia criou, com medidas simples e focadas no professor, o mais invejado sistema educacional

Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. Era de esperar que o sistema educacional considerado o melhor do mundo surpreendesse também pela exuberância do equipamento didático. Na verdade, na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque, igual a centenas de outras do país, as salas de aula são convencionais, com quadro-negro e, às vezes, um par de computadores.

Apesar do despojamento, as escolas finlandesas lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O último teste, em 2006, foi aplicado em 400 000 alunos de 57 países. O Brasil disputa as últimas posições com países como Tunísia e Indonésia.

O segredo da boa educação finlandesa realmente não está na parafernália tecnológica, mas numa aposta nas duas bases de qualquer sistema educacional. A primeira é o currículo amplo, que inclui o ensino de música, arte e pelo menos duas línguas estrangeiras. A segunda é a formação de professores. O título de mestrado é exigido até para os educadores do ensino básico.

Dar ênfase à qualidade dos professores foi um dos primeiros passos da reforma educacional que o país implementou a partir dos anos 70, e é nesse quesito que a Finlândia mais tem a ensinar ao Brasil. Quarenta anos atrás, metade da população finlandesa vivia na zona rural. A economia era dependente das flutuações do preço da madeira, já que 55% das exportações vinham da indústria florestal. Além dos bosques que cobrem 75% do território, o país só tinha a oferecer sua mão-de-obra barata.

Os finlandeses emigravam em massa para vizinhos ricos, como a Suécia, em busca de melhores condições de vida. Preocupados com a má qualidade das escolas públicas, os pais estavam transferindo os filhos para instituições privadas de ensino.

Em alguns desses aspectos, a Finlândia se parecia com o Brasil. A reforma educacional colocou a qualificação dos professores a cargo das universidades, com duração de cinco anos. Hoje, a profissão é disputadíssima (só 10% dos candidatos são aprovados) e usufrui grande prestígio social (é a carreira mais desejada pelos estudantes do ensino médio).

O segundo passo da reforma, em 1985, foi descentralizar o sistema de ensino. Por esse conceito, o professor é o principal responsável pelo desempenho de seus alunos: é ele quem avalia os estudantes, identifica os problemas, busca soluções e analisa os resultados. O Ministério da Educação dá apenas as linhas gerais do conteúdo a ser lecionado. ‘Isso só é possível porque os professores recebem um treinamento prático específico para saber lidar com tanta independência’, disse a VEJA Hannele Niemi, vice-reitora da Universidade de Helsinque, que trabalha com a formação de professores há três décadas.

O currículo escolar também é flexível, decidido em conjunto entre professores, administradores, pais e representantes dos alunos. A cada três anos, as metas da escola são negociadas com o Conselho Nacional de Educação, órgão responsável por aplicar as políticas do ministério. ‘Queremos que os professores e os diretores, que conhecem o dia-a-dia da escola, sejam responsáveis pela educação’, diz Reijo Laukkanen, um dos membros mais antigos do Conselho Nacional de Educação.

O governo finlandês faz anualmente um teste com todas as escolas do país e o resultado é entregue ao diretor da instituição, comparando o desempenho de seus alunos com a média nacional. Cabe aos diretores e aos professores decidir como resolver seus fracassos. Esse sistema tem o mérito de fazer com que os professores se sintam motivados para trabalhar.

A reforma educacional finlandesa levou três décadas para se consolidar. Pouco a pouco, as crianças voltaram a ser matriculadas nas escolas públicas e as instituições privadas foram incorporadas ao sistema do estado. Hoje, 99% das escolas são públicas e o aluno conta com material escolar, refeições e transporte gratuitos. Cerca de 20% dos estudantes recebem algum tipo de reforço escolar, índice acima da média internacional, de 6%. ‘Quando um aluno repete, perde toda sua motivação, torna-se amargo e pode até apresentar resultados piores que na primeira tentativa’, diz Eeva Penttilä, do departamento de educação da cidade de Helsinque.

O sucesso da educação finlandesa é, em parte, fruto das características únicas do país. A população, de 5,2 milhões de habitantes, é relativamente pequena e homogênea. ‘Com uma população 35 vezes maior e disparidades regionais e sociais mais acentuadas, o Brasil não conseguiria ter o mesmo padrão de igualdade entre as escolas, como existe na Finlândia’, diz João Batista de Oliveira, ex-secretário executivo do Ministério da Educação.

O preço do sistema de bem-estar social que assiste o cidadão do berço ao túmulo é uma carga tributária de 43% do PIB, uma das maiores do mundo, mas apenas seis pontos acima da brasileira. Ou seja, trata-se de um estado paquidérmico, mas eficiente.

A Finlândia é o país menos corrupto, segundo a Transparência Internacional. Há quase treze anos na Finlândia, a brasileira Andrea Brandão conhece bem as diferenças entre as duas sociedades. ‘No Brasil, muita gente acha que algumas profissões, como porteiro, não necessitam de um ensino básico de qualidade’, diz. ‘Na Finlândia, existe um consenso de que todo mundo precisa ter uma educação mínima para ser um cidadão.’ Andrea é professora de inglês em uma das poucas escolas particulares do país, voltada para a população de fala sueca, que é minoria na Finlândia. Particular, nos ‘moldes finlandeses’, significa que os alunos pagam uma anuidade opcional de 100 euros, pouco mais de 250 reais.

A estudante Eeva-Maria Puska, de 16 anos, passa seis horas e meia por dia na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque. Além das disciplinas obrigatórias, ela freqüenta aulas de música, artes e francês, opcionais para os alunos da 9ª série. Mesmo com tantas matérias, Eeva não reclama da carga horária nem, menos ainda, do ambiente: ‘Gosto dos meus professores, tanto como profissionais quanto como pessoas’, afirma. Na sua escola, professores e alunos conversam amigavelmente nos corredores espaçosos e bem iluminados.

A educação de qualidade foi essencial para uma virada na economia finlandesa. A mão-de-obra qualificada permitiu que a eletrônica substituísse a madeira e o papel como principais produtos de exportação. A Finlândia tem hoje o terceiro maior investimento em pesquisa e desenvolvimento do planeta, grande parte feita por empresas privadas. Uma antiga fábrica de papéis e de botas de borracha do interior do país foi o símbolo dessa transformação. A empresa, Nokia, hoje é a maior fabricante mundial de celulares, com 40% do mercado internacional. Juntos, ela e o sistema educacional são os dois maiores orgulhos dos finlandeses.

Confira os lançamentos das editoras universitárias

“Petrografia macroscópica das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas”, Geraldo Norberto Chaves Sgarbi (Org.) – o objetivo dessa obra é realizar a introdução e a revisão dos principais conceitos desenvolvidos no campo da Petrografia Macroscópica, com acentuada ênfase em Petrologia, com todas as peculiaridades e inter-relações genéticas e descritivas das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. As ilustrações, com grande número de imagens e exemplos brasileiros, complementam descrições de tipos de rochas, áreas de ocorrência, situações e contextos geológicos. Voltada para um público relativamente específico, como alunos de cursos de graduação em Geologia, profissionais e técnicos especializados, essa obra atende também a todos os interessados pelo fascinante mundo das rochas e dos minerais. (UFMG)

‘Educação em Direitos Humanos: fundamentos teórico-metodológicos’, Rosa Maria Godoy Silveira, Maria Luiza Alencar Mayer Feitosa, Adelaide Alves Dias, Lúcia de Fátima Guerra Ferreira e Maria de Nazaré Tavares Zenaide(Orgs.) – o livro é resultado de um projeto apoiado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. o livro é formado por três capítulos: Contextualização Histórica da Educação em Direitos Humanos, com textos de Dalmo Dalari; Elio Chaves Flores; Luciano Mariz Maia; Antonio Maués e Paulo Weyl; Emir Sader; Princípios da Educação em Direitos Humanos, por Solon Eduardo Annes Viola, Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, Marco Antônio Rodrigues Barbosa, Marco Antônio Rodrigues Barbosa, Paulo César Carbonari, Marconi Pequeno, Eduardo Ramalho Rabenhorst, Theophilos Rifiotis, Rosa Maria Godoy Silveira, Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer Feitosa, Eni P. Orlandi, Maria Victória Benevides, Maria Áurea Baroni Cecato; Aldacy Rachid Coutinho; e Configuração de uma Educação em Direitos Humanos com José Francisco de Melo Neto, Alexandre Antônio Gili Náder, José Sérgio Fonseca de Carvalho, Vera Maria Candau, Vera Maria Candau, Susana Sacavino, Adelaide Alves Dias, e Celma Tavares. (UFPB)

“O Cachimbo”, Comunidade IAD – é uma publicação alternativa e experimental de circulação de idéias e proposições artísticas contemporâneas. Nesta primeira edição de lançamento são apresentadas pesquisas de professores e alunos, além de artistas convidados, canalizados pelas discussões ocorridas dentro do projeto ‘atelier aberto’ do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora. (UFJF)

“Utopias agrárias”, Heloisa Maria Murgel Starling; Henrique Estrada Rodrigues; Marcella Telles (Orgs.) – a obra resultou do seminário Utopias Agrárias, realizado em novembro de 2006, em Belo Horizonte, com representantes de movimentos sociais e pesquisadores do Brasil e da América Latina, provenientes das mais diversas áreas. Os debates focaram a história e as memórias da reforma agrária por meio da articulação entre os temas da república e da utopia. Os participantes do Seminário produziram um leque temático capaz de repensar a natureza histórica do mundo agrário brasileiro e latino-americano e de articular uma reflexão teórica do assunto. Com o livro, espera-se, somente, que o debate não mais se interrompa. (UFMG)

“Educação Infantil: Políticas e Fundamentos”, Jorge Fernando Hermida (Org.) – com textos escritos por conceituados professores de educação do país, que discutem sobre todos os aspectos que envolvem a educação infantil, a partir de experiências desenvolvidas no nordeste brasileiro. Participam da coletânea os educadores: Antônio Luiz Alencar Miranda, Benito Almaguer Luaiza, Clidiane Maurício dos Santos, Everaldo José Freire, Francisca Ferreira dos Santos, Francisco de Assis Carvalho de Almada, Heloisa Cardoso Varão Santos, Jeiel Maria Lucena da Silva, João Ricardo Pereira da Silva, Klébia Maria Ludgério, Roberto Mauro Gurgel Rocha, Márcia Maria Rocha Martins, Miguel Daladier Barros, Nadja Calábria, Roberto Luis Renner, Shirlane Maria Batista da Silva Miranda. O texto de apresentação é de autoria da professora Terezinha Diniz. (UFPB)

“Da arte – uma leitura do Górgias de Platão”, Carolina Araújo – o que é a arte? Ou ainda, quais são as conseqüências de uma resposta a essa pergunta em termos de âmbito de atuação, métodos, influência, ação política ou excelência? Platão, particularmente em seu diálogo intitulado Górgias, desempenhou um papel central nessa discussão ao representar o encontro de duas perspectivas diferentes, que trocam discursos na precária tentativa de chegar a um acordo. O que se oferece neste livro é uma leitura desse texto platônico, um esforço de síntese entre o debate do século V a.C. e um olhar contemporâneo, marcado por uma situação histórica que, embora distinta, ainda não foi capaz de solucionar os problemas apontados. (UFMG)

“Caco Barcellos: o repórter e o método”, Sandra Moura – nenhuma obra, até o presente livro, tinha tratado da trajetória do jornalista Caco Barcellos. A sua origem, a infância e adolescência vividas num bairro pobre de Porto Alegre. O livro aborda ainda o momento em que Barcellos opta pelo jornalismo, a convivência com comunidades hippies, os primeiros empregos, a chegada em São Paulo, a fama na televisão, desde o início da carreira na TV Globo até a experiência mais recente como correspondente da emissora em Paris e o comando do Profissão Repórter. (UFPB)

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Ufla abre vagas para professor adjunto

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), por meio da Diretoria de Recursos Humanos (DRH), divulga edital destinado ao provimento de cargos regidos pela Lei nº 8.112, de 11/12/90 na carreira de Magistério Superior do quadro permanente para as áreas de Ciência da Computação – Engenharia de Software, Metodologia e Técnicas da Computação, subáreas: Arquitetura de computadores, (Sistemas operacionais e Compiladores) e Ciências Exatas – Matemática. O regime de trabalho é de dedicação exclusiva, para classe de professor adjunto, padrão I. A remuneração é de R$ 5.549,51 mais auxílio alimentação.

As inscrições poderão ser realizadas a partir de 20/02/08 das 8h às 11h e das 13 às 16h na Divisão de Seleção e Desenvolvimento da Diretoria de Recursos Humanos, prédio da Reitoria da Ufla em Lavras MG.

Mais informações poderão ser obtidas na Divisão de Seleção e Desenvolvimento da DRH, pelo telefone (35) 3829-1146.

O edital na íntegra se encontra disponível no site www.drh.ufla.br.

Ufla recebe 420 novos calouros

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), por meio da Pró-reitoria de Graduação (PRG), divulga extensa programação para recepcionar os calouros – 1ª semestre de 2008 – dos cursos diurnos e noturnos.

Os eventos, com início dia 27 e encerramento no dia 29 de fevereiro, acontecerão no Ginásio Poliesportivo, Salão de Convenções e Salão de Exposições da Ufla.

Com a presença do reitor Antônio Nazareno Mendes, pró-reitores, coordenadores de cursos, técnico-administrativos e representação estudantil, a programação consta de Palestras, como: Entrei na Faculdade e Agora?, Os direitos sexuais reprodutivos, Seus direitos e deveres na Ufla, a representação acadêmica na Ufla; Encontro com pais e responsáveis; Tendas sobre órgãos; setores e atividades na Ufla; Reunião com Coordenadores de Cursos; Ação de Cidadania com coleta e distribuição de alimentos; Oficinas Culturais e Técnicas e Confraternização de Calouros no Restaurante Universitário (RU).

A presença dos estudantes é obrigatória e regulamentada pela Resolução CEPE nº 042, de 21/3/2007 que estabelece normas gerais do ensino de graduação na Ufla, disponível na página da PRG – www.prg.ufla.br e será entregue aos calouros na recepção.

Recentemente o Conselho Universitário da Ufla aprovou em sua reunião de 30/1/2008 uma resolução que proíbe a prática do ‘trote’ dentro e fora do campus universitário, não sendo tolerado qualquer tipo de ato estudantil que cause, a quem quer que seja, agressão física, moral ou outras formas de constrangimento, dentro e fora do espaço físico da Universidade. A transgressão será considerada falta grave, importando na aplicação das penalidades de desligamento ou suspensão previstas no Regime Disciplinar do Corpo Discente, após o devido processo legal, assegurados o direito ao contraditório e ampla defesa.

Mais detalhes sobre a programação e outras informações; www.prg.ufla.br ou pelo telefone (35) 3829-1113.

Tese de Doutorado em Administração defendida na Ufla ganha Menção Honrosa de Melhor Tese Capes de 2007

A Tese de Doutorado em Administração de Gláucia M. Vasconcellos Vale “Laços como Ativos Territoriais: Análise das Aglomerações Produtivas na Perspectiva do Capital Social”, realizada na Universidade Federal de Lavras, sob a orientação dos professores Robson Amâncio (Ufla) e John Wilkinson (UFRRJ) foi agraciada com a Menção Honrosa no contexto do Prêmio Capes de Tese/ 2007.

A premiação, instituída em 2005, visa distinguir as melhores teses de doutorado defendidas e aprovadas em cursos reconhecidos pelo MEC, considerando os quesitos de originalidade e qualidade. Além da tese, a pesquisa, desenvolvida pela autora deu origem a um livro intitulado “Territórios Vitoriosos: o Papel das Redes Organizacionais”, recém editado pela Garamond, onde a autora destaca a importância da ação empreendedora e do capital relacional, trazendo contribuições relevantes para uma melhor compreensão da dinâmica competitiva das empresas e das regiões.

O novo perfil do Conselho Nacional de Educação

As alterações que o Ministério da Educação (MEC) acaba de promover nos critérios de escolha dos 24 integrantes do Conselho Nacional de Educação (CNE) – o órgão colegiado encarregado de propor diretrizes, fixar metas e normas para os ensinos básico e superior – mostram como o setor, que é estratégico para o futuro do País, vem sendo administrado pelo governo.

A alteração tem o objetivo de tornar o Conselho menos corporativo e mais doutrinário. Pelas regras vigentes, os membros do CNE são escolhidos pelo presidente da República com base numa lista de candidatos indicados por 40 entidades – entre elas a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), federações trabalhistas filiadas à Força Sindical e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederações do Comércio, Indústria e Agricultura e associações de dirigentes de universidades públicas e de mantenedoras de instituições particulares e confessionais. Por isso, segundo o secretário de Ensino Superior do MEC, Ronaldo Mota, os conselheiros freqüentemente atuariam mais como ´parte interessada´ do que como formuladores de políticas públicas, o que transformou o CNE num ´balaio-de-gatos´.

Os membros indicados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), por exemplo, priorizam a defesa dos interesses corporativos das universidades públicas. Os conselheiros indicados pela UNE, Ubes, Força Sindical e CUT estão mais preocupados em fazer política do que em lutar pela melhoria da qualidade do ensino. Os conselheiros indicados pela Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) e Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), por sua vez, têm interesses diretos nas questões relativas a credenciamento de novos cursos, recredenciamento de cursos já existentes e ampliação de vagas e no descredenciamento de cursos considerados ruins pelos mecanismos de avaliação do MEC. No entendimento do secretário do Ensino Superior do MEC, ´não há um problema ético nisso; mas, funcionalmente, há problemas, sim´.

Desde sua criação, na década de 60, com o nome de Conselho Federal de Educação (CFE), o órgão foi por diversas vezes objeto de trocas de denúncias de favorecimento entre grandes grupos educacionais. Em 1994, em meio a uma guerra de acusações de venda de pareceres, o então presidente Itamar Franco demitiu todos os conselheiros e substituiu o CFE pelo CNE. Mas, apesar dessas mudanças, os problemas continuaram. Em 1997, o então conselheiro José Arthur Giannotti pediu demissão, após criticar a falta de lisura nos critérios utilizados para o credenciamento de universidades. E, em 2001, a conselheira Eunice Ribeiro Durhan, substitutiva de Giannotti, também pediu afastamento, criticando a concessão desenfreada de autorizações para novas instituições particulares de ensino superior.

Não há dúvida de que o diagnóstico do MEC sobre o sistema de escolha dos membros do CNE está correto. É de se indagar, contudo, por que o governo Lula demorou mais de cinco anos para enfrentar o problema e por que a solução escolhida para evitar conflitos de interesse foi mal recebida pelos especialistas. As autoridades educacionais deixaram de fora as federações trabalhistas e as confederações patronais e incluíram entre as entidades que podem indicar conselheiros associações de docentes que representam áreas específicas do conhecimento científico, como as de história, geografia, letras, educação, economia e ciências sociais. Mas, das 40 entidades que antes tinham a prerrogativa de indicar conselheiros, pelo menos 30 – entre elas a UNE e a Ubes – continuaram com essa prerrogativa.

Além disso, o governo privilegiou o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação. Ou seja, com os novos critérios adotados para a composição do CNE, o MEC pode ter trocado seis por meia dúzia, substituindo conselheiros com viés político e sindical por outros não menos envolvidos com disputas eleitorais locais e estaduais.

Vice-reitor Elias Fialho participa da Missão Empresarial Brasil-Austrália

O vice-reitor da Universidade Federal de Lavras (Ufla) Elias Tadeu Fialho participará da Missão Empresarial Brasil – Austrália a convite da Câmara Oficial de Comercio Brasil Austrália e da FIEMG a ser chefiada pelo vice-governador Antonio Augusto Anastásia, no período de 15 a 24 de fevereiro.

A participação do professor Elias Fialho é uma oportunidade de propiciar contatos iniciais para o intercambio cientifico junto as instituições de pesquisas e Universidades da Austrália, as quais possuem excelência comprovada nas pesquisas na área animal e vegetal possibilitando, melhorarando as relações acadêmicas-cientificas internacionais junto a estas instituições.

Para o professor Elias Fialho “a Ufla necessita ampliar o fluxo de intercambio de docentes e discentes como forma de consolidar convênios com universidades estrangeiras e de induzir projetos internacionais e fortalecendo a cooperação internacional. Desta forma consideramos que a participação da Ufla dentro deste contexto propiciará através destes contatos, o prosseguimento ao plano de internacionalização considerada como sendo importante principalmente para projetar a Ufla no exterior e também uma forma de captação de recursos”.

Capes avalia os Programas de Pós-Graduação da Ufla

A Capes divulgou em 20/12/2007, após julgamento dos recursos das instituições, relatório da avaliação trienal 2004-2006, atribuindo conceitos aos 2526 Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu do Brasil. A avaliação foi feita em 45 áreas de conhecimento, das quais a Ufla oferece cursos de pós-graduação em: Administração, Ciências Agrárias, Ciência dos Alimentos, Engenharia IV, Medicina Veterinária e Zootecnia. Os conceitos dos Programas são expressos em notas de 1 a 7 que apresentam os seguintes significados:

Notas 1 e 2 – Desempenho fraco, abaixo do padrão mínimo de qualidade exigido. Os cursos com estas notas são descredenciados;

Nota 3 – Desempenho regular. Atende o padrão mínimo de qualidade requerida. Cursos com esta nota recebem lista com recomendações dos aspectos a melhorar;

Nota 4 – Bom desempenho. Indica que o curso teve conceito “bom” ou melhor em ao menos três quesitos, incluindo a produção intelectual;

Nota 5 – Alto nível de desempenho. É a maior nota atribuída aos programas que só oferecem mestrado. Cursos com esta nota devem ter recebido “muito bom” ao menos nos quesitos corpo docente, corpo discente e produção intelectual;

Notas 6 e 7 – Exclusivos para Programas que ofereçam doutorado com nível de excelência equivalentes ao dos mais importantes centros internacionais de ensino e pesquisa.
A avaliação é feita com base em relatório anual elaborado pelos programas e Pós-Graduação considerando-se cinco quesitos: Proposta do Programa (coerência, consistência, abrangência, atualização e adequação da infra-estrutura); Corpo Docente (formação, titulação, aprimoramento, experiência, distribuição da carga horária letiva e participação nas atividades de ensino e pesquisa do programa de pós-graduação); Corpo Discente, Teses e Dissertações (qualidade, vinculação a publicações, eficiência do programa na formação de mestres e doutores); Produção Intelectual (publicações qualificadas do programa por docente permanente), Inserção Social (impacto regional e/ou nacional, integração e cooperação com outros programas). São considerados como pontos fortes para credenciar à obtenção de notas 6 e 7 os Diferenciais (forte liderança nacional na formação de recursos humanos, nível de qualificação, produção e desempenho equivalentes ao de centros internacionais de excelência; participação de docentes em atividades como comitês editoriais de revistas científicas internacionais).

A avaliação dos cursos de mestrado e de doutorado do Sistema Nacional de Pós-Graduação é feita a cada três anos pela Capes, com acompanhamento anual. O item que mais pesou na atribuição dos conceitos foi publicação de artigos em revistas Qualis A Internacional. O sistema Qualis contém uma lista de veículos para divulgação da produção intelectual dos programas de pós-graduação, classificados quanto ao âmbito de circulação (Local, Nacional, Internacional) e à qualidade do periódico (A, B, C), por área de avaliação. A classificação dos periódicos leva em conta os indexadores tais como SciELO, ISI e o fator de impacto obtido no Journal of Citation Reports (JCR). As notas divulgadas refletem o desempenho dos cursos expressos em relatórios do período 2004-2006 e valerão até 2009, quando nova avaliação trienal será executada. Os resultados da avaliação têm amplo respaldo da comunidade científica refletindo de certa maneira os avanços conseguidos pela pós-graduação e pela pesquisa científica e tecnológica do Brasil, hoje mundialmente reconhecidos

Dos 19 Programas de Pós-Graduação da Ufla, 17 foram avaliados. Os programas de Ciência e Tecnologia da Madeira e de Engenharia de Sistemas, aprovados pela Capes em 2006 e iniciados em 2007, foram avaliados pelo projeto
APCN.

Na avaliação trienal de 2004, a Ufla participou com 15 programas de pós-graduação que ofereciam 27 cursos (12 DS e 15 MS). A Ufla contou na avaliação de 2007 com 19 programas ofertando 34 cursos (15 DS e 19 MS) num crescimento de 26%. Em relação ao triênio anterior a publicação total de artigos Qualis A Internacional cresceu em 21%, aumentando de 207 para 251, a publicação total de artigos (nacionais e internacionais) aumentou em 16%, crescendo de 1474 para 1705. Quanto aos alunos titulados, o número de mestres aumentou 14%, crescendo de 540 para 614, e o número de doutores variou de 174 para 246 com um aumento de 41%. O total de docentes permanentes foi de 248. Apesar de todos os indicadores positivos dos programas, cerca de cinco programas tiveram redução nos conceitos, enquanto que três outros melhoraram.

Para o pró-reitor de pós-graduação, Joel Augusto Muniz” o resultado da avaliação serviu de alerta para os programas, uma vez que nem sempre a melhora de indicadores de produção reflete no aumento do conceito. As exigências da Capes expressas nos documentos de área, são ajustadas a cada triênio, o que leva os docentes permanentes e estudantes a ficarem atentos pela busca contínua da melhoria. Novos projetos de pesquisa em editais de pós-doutorado, convênios de parceria com instituições do Brasil e do exterior, bem como ações diversas estão sendo tomadas buscando a melhoria dos índices para as próximas avaliações, tendo como meta as notas 6 e 7. Vale destacar ainda que a pós-graduação da Ufla será impactada, nos próximos cinco anos, pelas ações do Programa REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) do governo federal. De acordo com o projeto da Ufla deverão ser implantados sete novos cursos de mestrado e cinco de doutorado, envolvendo as áreas já existentes além de cinco novas tais como: Ciência da Computação, Educação, Matemática, Física, Educação Física. O projeto prevê recursos para a contratação de novos servidores técnico-administrativos, docentes, investimento e custeio das atividades. Estão previstos recursos para bolsas de mestrado e doutorado. Ao final da implantação, a pós-graduação da Ufla será ainda mais forte e consolidada. De acordo com os dados das IFES, disponibilizados SESU/MEC, para a elaboração do projeto, a Ufla ocupa atualmente a quarta posição entre as 53 IFES do sistema federal quanto à atuação de seus docentes em atividades de pós-graduação. Apenas três IFES apresentam DPG (Dedução da Pós-Graduação), em % do corpo docente, maior que a da Ufla”.

Prof. José Oswaldo de Siqueira em visita técnica à Antártica

O professor José Oswaldo de Siqueira, do Departamento de Ciência dos Solos da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e diretor de Programas Temáticos e Setoriais do CNPq viajou ao Continente Antártico a convite da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar integrando-se à Delegação Parlamentar à Antártica, no 5º Vôo de Apoio da FAB, à Operação Antártica XXVI, realizado no período de 22 a 31 de janeiro de 2008.

Em sua apresentação, o professor José Oswaldo fez uma breve introdução sobre o CNPq e sua inserção no Proantar, destacando seu papel como agência executora. Citou os investimentos nas pesquisas realizadas no Continente Antártico como ação de uma visão estratégica do Brasil em relação a essa região que tem foco central a necessidade do entendimento dos processos que ocorrem nesse continente e que tem influência no clima do Brasil e em todo o mundo.

Salientou que o papel do CNPq no Proantar é avaliar o mérito dos projetos de pesquisa voltados para a Antártica e viabilizar a execução destes. Além do CNPq participam, também, da seleção das investigações a serem executadas, o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha do Brasil (por meio da SECIRM).

A participação efetiva do CNPq iniciou-se em 2002 quando ocorreu a estruturação de duas redes de pesquisa para a Antártica, nas áreas: alterações globais e impactos locais das ações antrópicas.

Atualmente o programa financiado pelo CNPq contempla 172 pesquisadores de diversas categorias, incluindo estudantes, que participam do Programa Antártico para os quais são concedidas, no momento, 44 bolsas.

Para o professor José Oswaldo “a viagem foi extremamente oportuna e proveitosa, pois nos permitiu ter uma melhor visão de como o Continente Antártico é de fato estratégico para o Brasil, nos permitindo conhecer a realidade da região mais inóspita do mundo e estação de pesquisa brasileira. Isto nos ajudará entender melhor as necessidades e dificuldades da pesquisa naquelas condições e também nos possibilitou melhor integração com a Marinha, Aeronáutica e Parlamentares da Frente Pró-Antártica, tudo isto contribuindo muito para nossa experiência como gestor de C&T no âmbito do Governo Federal”.

Histórico
Em 1959 doze nações assinaram o Tratado da Antártica que entrou em vigor em 1961, instituindo-se o Continente Branco como a área que os membros do Tratado descreveram como “uma reserva natural dedicada à paz e a ciência”. Este estipula que a Antártica só pode ser utilizada para propósitos pacíficos garantindo a continuidade das pesquisas científicas como atividade prioritária e exclusiva na região. O Continente Antártico possui 30 milhões de km2 no inverno, sendo 98% de sua superfície coberta de gelo. A Antártica é o maior reservatório de água doce do planeta, contento cerca de 90% do estoque global de água.

O Brasil aderiu ao Tratado da Antártica em 1975 e deu início ao Programa Antártico Brasileiro – PROANTAR em 1982, seguindo as diretrizes gerais do CONANTAR que é vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, fazendo com que em 1983 o Brasil fosse admitido como Membro Consultivo do Tratado. As atividades de pesquisas no Continente iniciaram-se sob a coordenação da Comissão Interministerial para Recursos do Mar –SECIRM, sendo que a partir de 1991 o apoio ao fomento das atividades científicas passou a ser de responsabilidade do CNPq que avalia o mérito científico dos projetos e viabiliza o fomento à pesquisa. O GAAM vinculado ao MMA faz a avaliação do impacto ambiental dos projetos e a SECIRM da o apoio logístico das operações sendo responsável pelo Navio Oceanográfico Ary Rongel que dá apoio à pesquisas.

Os projetos na Antártica desenvolveram atividades exploratórias e de pesquisa científica em Ciências Físicas e Atmosféricas, Geológicas e Geoquímicas e sobre a vida marinha e terrestre no Continente gelado. Estas atividades são coordenadas partindo-se de uma visão estratégica de Estado, com foco na necessidade de que a Antártica “precisa ser avaliada, protegida e entendida”, especialmente no contexto de sua influência nos processos físicos, geológicos e geoquímicos, no funcionamento global e nas suas mudanças climáticas. Há também um interesse especial em aspectos evolutivos da biosfera terrestre, na biodiversidade e nos estoques biológicos. Novas formas de vida microscópicas, novos minerais, substâncias orgânicas e genes têm sido descobertos nas pesquisas realizadas na Antártica.

Atualmente, mais de 29 países possuem bases exploratórias e de apoio à pesquisa, atingindo um total de 64 estações espalhadas por todo o continente.