Confira os lançamentos das editoras universitárias

‘@s outr@s cariocas – interpelações, experiências e identidades homoeróticas no Rio de Janeiro – séculos XVII ao XX’, Carlos Figari – a obra traça uma genealogia crítica do homoerotismo no Rio de Janeiro, identificando no processo sócio-histórico e de acordo com as condições de produção, a aparição, deslizes e transformações de palavras, expressões, experiências e identidades, e, principalmente, a maneira como se configuram e se articulam as interpretações ideológicas que lhes dão sentido. Para isso, Carlos Figari se vale de uma ampla bibliografia da sociologia e de outras disciplinas, especialmente a antropologia, a psiquiatria e a filosofia, no intuito de obter categorias explicativas e pormenorizadas da realidade (seu recorte empírico). Sobre essa base, elabora generalizações teóricas como contribuição ao estudo de uma sociologia crítica do comportamento sexual. (UFMG)

‘Brasil: Cidadania, Instrumento Liberdade’, Kátia Lage Mariz e Érica Maia C. Arruda – visa despertar o conhecimento dos brasileiros sobre seus direitos e deveres. Numa leitura simples e didática, o livro apresenta conceitos como os de ética, moral, lei e cidadania e retoma o conhecimento dos Símbolos Nacionais. A proposta é estimular a reflexão sobre esses conceitos, ao mostrar sua aplicação na teoria e na prática. (UFF)

‘Estatística para as ciências agrárias e biológicas – com noções de experimentação’, Dalton F.Andrade e Paulo J.Ogliari – o livro se distingue dos muitos textos de Estatística Básica por seu enfoque direcionado às aplicações da estatística na pesquisa científica, particularmente na experimentação em agricultura e em biologia. (UFSC)

‘A democracia brasileira – balanço e perspectivas para o século 21’, Carlos Ranulfo Melo e Manuel Alcântara Sáez (Orgs.) – Qual o balanço da democracia brasileira duas décadas após o fim do regime militar? Quais são as perspectivas para o século XXI? Os autores reunidos neste volume buscam responder a estas perguntas analisando o papel do Estado, a transição para a democracia nos anos 80, o desempenho do ‘presidencialismo de coalizão’ nos dois períodos democráticos de nossa historia, o funcionamento da Câmara dos Deputados, a evolução do sistema partidário, o comportamento do eleitorado, a participação da sociedade civil, o impacto da Constituição de 88 sobre o processo decisório, as tentativas de reforma e o processo político recente. (UFMG)

‘Mulheres em Niterói’, Graça Porto – o livro retrata mulheres que em diversos segmentos fizeram parte da história em Niterói. Mulheres que nasceram, viveram, estudaram ou trabalharam na cidade e que construíram cenários, conquistas, símbolos e novos horizontes para a sociedade. Mulheres que ainda convivem conosco, ou aquelas que já nos deixaram, e como verdadeiras heroínas sofreram os preconceitos de quem se põe na frente do seu tempo. (UFF)

‘TV Digital e Produção Interativa – A Comunidade Manda Notícias’, Fernando Crocomo – antever a revolução que a implantação da TV digital provocará no Brasil é um grande desafio para quem não é do ramo, porque implica em compreender, antes da chegada dessa tecnologia, o que mudará no relacionamento entre emissoras e telespectadores. A relação passiva e unilateral em vigor dará lugar a uma interatividade jamais imaginada pelos que inventaram o formato tradicional ou acompanharam a consolidação da televisão como é hoje conhecida. Boa parte das dúvidas, relacionadas tanto à tecnologia quanto aos tipos de programas a serem disponibilizados, poderá ser dirimida com esta leitura. (UFSC)

Mais de 15 anos são necessários para superar desigualdade entre brancos e negros no ensino, diz pesquisador da UFRJ

Agência Brasil, 06 de janeiro de 2008

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Embora a desigualdade entre brancos e negros no que se refere à presença no ensino fundamental tenha diminuído nos últimos dez anos, nos níveis médio e superior há assimetrias que só poderiam ser superadas no prazo de 17 anos.

A conclusão é do levantamento elaborado pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O estudo integra o quarto capítulo dentre os 11 que vão compor o 1º Relatório das Desigualdades Raciais no Brasil, que deve ser concluído em março e atualizado a cada ano.

Segundo o pesquisador da entidade Marcelo Paixão, nos últimos dez anos houve uma queda na diferença do tempo de estudo entre negros e brancos.

Entre 1996 a 2006, foi registrado um aumento de 1,6 ano de estudo entre os brancos com idade acima de 15 anos. Entre os negros da mesma faixa etária, o crescimento foi de 1,9 ano de estudo.

‘A diferença entre os dois grupos se reduziu em 0,3 ano de estudo. Se essa queda mantiver essa média, a redução das desigualdades se esgotaria em não menos que 17 anos’.

Ele lembra que, normalmente, o prazo para a conclusão do ensino fundamental e médio é de 11 anos. “Ou seja, dizer que vai demorar 17 anos significa dizer que haverá pelo menos duas gerações ainda com desigualdades”.

Para o pesquisador, o acesso ao segundo grau é o principal gargalo da educação brasileira. Segundo ele, os principais indicadores para medir a qualidade do ensino são as defasagens entre a idade da pessoa e a série em que ela estuda e entre o número de matrículas para uma determinada série e a idade das crianças que a freqüentam.

Nesse sentido, diz Paixão, o percentual de jovens com idade entre 15 a 17 anos que estudam em série compatível é muito baixo, especialmente para a população negra. “Isso sinaliza que, se por um lado ocorreu uma universalização no primeiro grau, ainda temos um duplo desafio”.

Segundo Paixão, a queda na desigualdade está relacionada principalmente às taxas de cobertura do sistema escolar.

“Houve uma expansão da freqüência escolar na população entre sete e 14 anos de idade. Isso trouxe a equiparação dos indicadores de jovens negros e brancos no Brasil, o que não significa que a diferença da qualidade do ensino para ambos tenha caído em igual proporção’.

Desmembrando os dados, Paixão informa que 80% da população branca entre sete e 14 anos de idade estuda em escola privada e 20% em escola pública.

‘Mas menos de 10% de crianças negras estudam em escola privada. Considerando as defasagens nos sistemas público e privado, isso também denota o quanto é importante para a população negra a melhoria na educação pública’, observa o pesquisador. ‘Enquanto ela não ocorrer, a qualidade do ensino para os negros será muito aquém que a de brancos”.

Dez concursos estão a salvo das medidas de contenção de gastos

Correio Braziliense, 04 de janeiro de 2008

Fernanda Odilla e Letícia Nobre

Pelo menos 12.661 vagas em 10 concursos estão a salvo das medidas de contenção de gastos divulgadas pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. “Alguns casos de concursos que já foram autorizados ou pactuados com o Ministério Público não temos por onde interromper”, anunciou ontem o ministro. O número de concursos autorizados é pequeno — 22,5% — diante da previsão do governo federal de se ocupar mais 56 mil vagas em 2008.

Os outros concursos previstos não estão cancelados, apenas temporariamente suspensos. “Queremos deixar em suspenso essa decisão enquanto não equacionarmos o orçamento”, justifica o ministro do Planejamento. Na lista das seleções garantidas, estão, além do concurso da Polícia Rodoviária Federal suspenso no ano passado por fraude nas provas, a que cria mais 3 mil vagas para a categoria.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse não ter recebido nenhuma informação sobre cortes em sua pasta e confirmou que será realizado, no primeiro semestre, a seleção para contratar os policiais rodoviários federais. “Creio que nós não teremos cortes. Nós temos de incorporar mais policiais e quero fazer isso ainda este ano. Isso se Deus permitir e o Paulo Bernardo concordar”, disse o ministro.

O Ministério das Relações Exteriores decidiu aumentar mais 10 vagas do concurso, marcado para começar em março. O Instituto Rio Branco (IRB) confirmou ontem que a seleção para a carreira de diplomata terá 115 vagas. A informação ainda não foi incorporada ao edital publicado pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe/UnB), empresa organizadora do concurso. Segundo o primeiro-secretário do IRB em Brasília, Geraldo Tupynambá, a retificação deve sair até segunda-feira.

Cautela
A decisão de suspender os concursos deixou professores e alunos que se preparam para as provas apreensivos. O coordenador do curso preparatório Objetivo Concursos, Jonas Rodrigues, adota cautela na hora de mensurar os impactos da decisão do Ministério do Planejamento para a empresa e para os candidatos. “É uma mensagem negativa, ficamos apreensivos. Aguardávamos vários editais que nem devem vir”, disse.

Rodrigues revelou ainda que 2008 seria considerado um dos melhores anos para quem quer conquistar uma vaga no funcionalismo público. Ele acredita que, depois do anúncio de se suspender os concursos, a procura para os cursos preparatórios deve diminuir. “A expectativa continua sendo boa para 2008, mas os candidatos vão analisar melhor como se preparar”, diz o coordenador.

O professor de direito constitucional do Obcursos André Alencar dos Santos é mais otimista. Para ele, os processos seletivos referentes ao Poder Executivo serão os mais atingidos por depender mais diretamente do orçamento da União. “Não acredito que os concursos para o Legislativo e o Judiciário ficarão prejudicados. Esses têm orçamentos próprios”, explica o professor.

Da mesma maneira, André Alencar avalia que os cursos preparatórios não sofreram tanto impacto, pois as vagas para fiscalização e auditoria devem ser mantidas. “Seria um contrasenso do governo boicotar essas áreas, pois são as mesmas responsáveis por aumentar a arrecadação”. Outro ponto que ele considera relevante é o quanto o serviço público trabalha no limite, “não é possível diminuir as verbas para serviços como educação e saúde, não tem como cortar”, conclui o professor. (FO e LN)

Concursos a salvo
Confira os processos seletivos que já foram aprovados e que têm realização garantida

Instituição – Número de vagas
Ministério do Meio Ambiente – 83
Ministério das Relações Exteriores – 115
Ministério de Ciência e Tecnologia – 268
Cotroladoria Geral da União – 400
Ministério da Defesa – 83
Ministério do Planejamento – 95
Universidades Federais – 7.543
Agência Brasileira de Inteligência – 190
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – 884
Polícia Rodoviária Federal – *3.000

* Segundo informações do ministro Tarso Genro