Ministro Luiz Dulci visita a Ufla

O ministro Luiz Dulci, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República confirmou presença no evento “Diálogo de Concertação para Revitalização do Lago de Furnas”, que acontece na sexta-feira (9/11).

O evento promovido pela Universidade Federal de Lavras, Fórum das Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão para Revitalização do Lago de Furnas, Associação dos Municípios do Lago de Furnas, contará com a presença de prefeitos da região, deputados e dirigentes de diversas instituições e entidades.

Na programação pronunciamentos sobre a “Síntese dos Projetos Desenvolvidos na Região do Lago de Furnas”, pelo presidente do FÓRUM-Lago, professor Fábio Moreira da Silva; “Síntese dos Planos Diretores Participativos dos 50 municípios da região”, pelo presidente da Alago, prefeito Pompílio de Lourdes Canavez. Em seguida, a assinatura de novos convênios e apresentação e encaminhamento de novos projetos para o desenvolvimento sustentável do entorno do Lago de Furnas. Finalizando com o pronunciamento do secretário Executivo José Henrique Paim Fernandes (MEC) e demais autoridades.

Pela manhã acontece o Seminário Técnico-administrativo e de Saneamento, no Anfiteatro do Departamento de Ciência da Computação – prédio novo – com as palestras “Cenário do Diagnóstico de Saneamento dos municípios do entorno do Lago de Furnas”, pelo engenheiro Adauto Santos, do Ministério das Cidades e “Modelos de Consórcios Intermunicipais” pelo consultor João Batista Peixoto. A partir das 14 horas, o evento será transferido para o Espaço Santa Felicidade (Rua Altamiro Pinto, 131 – Lavras-MG).

MEC e Ministério das Cidades recebem propostas para projetos de extensão universitária das IFES

As Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) podem apresentar, até 21 de novembro, propostas de desenvolvimento de projetos no âmbito da extensão universitária, de acordo com o estabelecido no Edital PROEXT, publicado pelo MEC e Ministério das Cidades.

Os projetos deverão concentrar-se em ações de extensão, de forma a dotar quadros das administrações municipais da capacidade para lidar com sistemas de informações geográficas e insumos digitais empregando o ferramental de software oferecido pelo Ministério das Cidades (GeoSNIC/Terraview/Edit – Sistema Nacional de Informações das Cidades).

Os projetos devem incorporar, além das ferramentas e funcionalidades do Sistema GeoSNIC, conteúdos relacionados aos fundamentos de geoprocessamento e geociências, com os conceitos básicos de cartografia, sistema de projeção, datum, escalas, feições cartográficas, imagens de satélite, sistemas de informações geográficas (SIG’s), tipos de armazenamento e demais conceitos correlatos. A aplicabilidade dos projetos a serem apresentados deve ser pautada em matérias afetas às rotinas de gestão e planejamento territorial nos temas relacionados à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (Habitação, Saneamento, Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana), no âmbito de interesse dos municípios participantes.

As propostas devem contemplar a participação em atividades de extensão de, pelo menos, dois técnicos do quadro permanente da administração do Poder Executivo municipal, em no mínimo quarenta municípios, sem cobertura territorial coincidente. As instituições proponentes poderão habilitar-se para a realização de projetos com financiamento de até R$ 50.000,00.

Mais informações podem ser obtidas no Edital.

Esclarecimentos e informações adicionais poderão ser obtidas contatando-se a Gerência de Capacitação, pelo telefone (61) 2108-1574 ou correio eletrônico no endereço:
proext-cidades@cidades.gov.br

(Fontes: UFPB, MEC e Ministério das Cidades)

Computador nas escolas só dá resultado com internet, diz estudo

O Estado de São Paulo, 07/11/07

Lisandra Paraguassú

Acesso à rede garantiu 5,6 pontos a mais a alunos na prova de matemática do Saeb, avaliação oficial do governo

Escolas que usam computadores sem conexão à internet não ganham em desempenho, chegando a baixar suas médias em avaliações oficiais. O que melhora o aprendizado é o acesso à web. Levantamento realizado por Roberta Bioi e Fabiana de Felício, técnicas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (Inep/MEC), com base em dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), concluiu que ter computadores conectados à rede eleva em 5,6 pontos o resultado dos alunos.

Já simplesmente manter laboratórios de informática influencia negativamente os resultados, chegando a diminuir a média das escolas. “(Há) relação negativa entre a existência de laboratório de informática na escola e o desempenho escolar médio em matemática”, indica a pesquisa. O problema é que, embora o governo federal tenha programado a implantação de laboratórios de informática em todas as escolas públicas do País até 2010, nem todos estarão ligados à rede mundial.

O estudo do Inep foi feito levando-se em conta turmas de 4ª série do ensino fundamental que fizeram as provas de matemática. Foram consideradas apenas as escolas que participaram do Saeb nas provas de 1999, 2001 e 2003. O Saeb faz, a cada dois anos, avaliações de português e matemática da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Desde 2005, o MEC aplica a prova a todos os alunos das três séries de todas as escolas do País.

Os resultados da pesquisa do Inep estão sendo usados pela Secretaria de Educação a Distância (Seed) do MEC para defender o programa de informática do governo federal nas escolas. “Laboratórios conectados à rede, professores capacitados e conteúdo educacional para ser usado como material pedagógico, isso muda a sala de aula”, afirma o secretário de Ensino a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky.

Ainda assim, ele discorda da relação entre o uso de laboratórios sem acesso à internet e queda no desempenho. Para o secretário, a diferença não é significativa, apesar de haver uma queda de cinco pontos no rendimento. “É muito pouca diferença. Tenho certeza que os laboratórios ajudam. É preciso alfabetizar os alunos na informática”, defendeu.

Entre 2005 e 2006, o MEC comprou equipamentos para mais 10,6 mil escolas, todas de ensino médio e nas zonas urbanas. No total, hoje, o governo atende 40% dos alunos das escolas públicas – a prioridade foi dada para as escolas maiores, que têm mais estudantes. A partir deste ano, entraram no programa também as escolas rurais e de 5ª a 8ª série. Já foram comprados equipamentos para 20 mil escolas, que serão instalados até a metade de 2008. Até o final de 2009, o número deverá chegar a 500 mil novos computadores, de acordo com o secretário – o suficiente para equipar cerca de 50 mil escolas.

A conexão com a rede, porém, o mais importante segundo a pesquisa, é mais difícil. Hoje, 43% dos municípios só têm conexão com a internet através de linha discada, e muitas apenas com conexão interurbana.

Cerca de mil municípios não teriam internet nem mesmo através de linha discada. O governo estuda uma forma de fazer esse investimento, usando fibra ótica e redes sem fio e de rádio, mas o custo é alto. “É uma tarefa difícil”, reconhece Bielschowsky. “Mas é uma tarefa que o próprio presidente chamou para si.” No discurso de posse do 2º mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou a informatização das escolas públicas como uma de suas prioridades.

Uma das idéias é usar os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), um imposto de 2% sobre o valor das contas de telefone, tirado da receita das empresas de telefonia para ser usado na informatização das escolas. Até o ano passado, o Fust tinha mais de R$ 3 bilhões parados porque os governos – tanto o atual como o passado – não conseguiram chegar a uma conclusão sobre qual seria a melhor forma de usá-lo. A receita anual do Fust está hoje, de acordo com o governo, em R$ 600 milhões.

O problema é que a lei que criou o Fust prevê apenas o investimento para levar internet com linha discada às escolas. O ministro da Educação, Fernando Haddad, quer agora mudar a legislação para incluir a internet por banda larga. Mas a discussão avançou pouco.

Para estudo, inclusão social não piora ensino

Folha de São Paulo, 07/11/07

Antônio Gois

Pesquisa contraria tese de que maior ingresso de crianças pobres na escola teria puxado nível para baixo

Desde que o Ministério da Educação começou a avaliar a qualidade do ensino por meio do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), o discurso padrão de ministros, secretários e até de pesquisadores para explicar a queda no desempenho médio dos estudantes nos últimos dez anos é o de que a inclusão de crianças mais pobres nas escolas foi a principal causa dessa piora.

Um estudo divulgado ontem no seminário ‘População, Pobreza e Desigualdade’, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, no entanto, vai contra essa corrente.

Ao analisar a distribuição das notas nas turmas de 4ª e 8ª série, os demógrafos Clarissa Rodrigues e Eduardo Rios-Neto, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG, concluem que a redução generalizada da pontuação dos estudantes no Saeb foi o principal fator que levou a queda do desempenho.

A discussão sobre o impacto da inclusão dos alunos mais pobres no ensino fundamental ocorre desde 2000, quando os resultados do Saeb aplicados aos alunos em 1999 mostrou com clareza que havia uma tendência de queda na qualidade.

A queda coincidiu com o aumento da proporção de crianças de 7 anos a 14 anos estudando. Em 1995, 10% estavam fora da escola. Quatro anos depois, o percentual caiu para 4,3% e, em 2005, chegou a 2,6%.

O argumento em defesa da tese de que foi essa expansão a principal causa da piora baseia-se no fato, praticamente consensual entre pesquisadores em educação, de que o nível socioeconômico dos estudantes é o fator que, isoladamente, mais explica seu desempenho.

Em outras palavras, crianças de famílias mais pobres tendem a ter notas piores do que seus colegas de classe cujos pais são mais escolarizados ou de maior renda. Como os alunos que estavam fora do sistema até 1995 vinham, principalmente, das classes mais pobres, logo, seria lógica a explicação de que eles puxaram a média para baixo.

‘A gente já sabia que as médias estavam caindo ao mesmo tempo em que houve a expansão do sistema de ensino, mas, nossa conclusão ao analisar a distribuição relativa das notas, foi de que a queda foi generalizada, tanto entre os piores quanto entre os melhores alunos’, diz Clarissa.

Rios-Neto afirma que se surpreendeu com o resultado: ‘Para mim, faz todo o sentido pensar na hipótese de que pessoas antes excluídas puxem a média para baixo’.

De acordo com o pesquisador, um dos fatores que podem explicar a queda na qualidade é o fato de o sistema não ter se adaptado para receber novos estudantes e, com isso, prejudicado a média de todos os alunos, inclusive a dos que já estavam na escola.

Órgão do MEC diz que pesquisa é boa contribuição

Para o presidente do Inep (instituto de pesquisa e avaliação do MEC), Reynaldo Fernandes, o estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG é uma boa contribuição para a discussão das causas que levaram à queda da qualidade da educação.

Ele diz, no entanto, que outros estudos haviam chegado a conclusões distintas, ou seja, afirmaram que a inclusão foi, sim, um fator importante para explicar a piora das médias.
‘Em quase todos os países que expandiram rapidamente o sistema educacional, foi verificada uma queda nas notas. O desafio é explicar por que isso acontece. Uma hipótese é que as redes não se prepararam para receber o aluno. Outra, não excludente, é que o background familiar dos que estavam fora do sistema era pior do que o dos que já estudavam, o que acaba influenciando a média.’

O próprio Fernandes já havia feito, antes de entrar para o Inep, um estudo em que concluía que o efeito da inclusão foi importante. Ele diz, porém, que pesquisar a partir do Saeb as razões que levaram à queda da qualidade não é um procedimento simples, o que dá margem a várias interpretações.