Gastos com educação e lazer puxam a inflação de janeiro

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ficou em 1,32%, no mês de janeiro. Em dezembro, esse índice havia sido de 0,59%. Esta é a maior taxa inflacionaria dos últimos doze meses.

Entre os onze grupos que compõem o IPC da Ufla, as maiores altas ficaram concentradas nos setores de educação e saúde (7,73%) e despesas de lazer (4,11%). Também tiveram alta em janeiro as categorias gastos com moradia (2,88%), material de limpeza (2,33%) e bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, móveis e informática, com variação de 1,31%.

No grupo educação e saúde, as mensalidades escolares tiveram alta de 10,05%, enquanto os preços médios do material escolar caíram 1,45%. No segmento saúde, a maior alta aconteceu nos preços dos medicamentos, que tiveram um reajuste médio de 6,25%. Entre os itens que compõem os gastos com lazer, o maior reajuste foi localizado nas passagens intermunicipais (4,4%).

De acordo com o prof. Ricardo Reis, coordenador da pesquisa, a taxa de inflação de janeiro só não foi maior devido à queda nos preços dos alimentos, de 0,06% e no setor de vestuário, cuja variação foi de -2,49% . Os produtos in natura aumentaram 0,23% no mês, mas os semi-elaborados ficaram mais baratos, em média, 0,66%; já alimentos industrializados aumentaram 0,34%. O setor de alimentos é o que mais pesa no orçamento das famílias pesquisadas e essas quedas seguraram, em parte, a inflação de janeiro. De cada R$100,00 gastos, R$26,83 são com gêneros alimentícios.

A pesquisa da Ufla também identificou queda média nos preços dos itens que compõem os grupos das bebidas (-1,05%), higiene pessoal (-0,17%), serviços gerais – água, luz, telefone e gás de cozinha (-0,44%) e despesas com transporte, -0,35%.

O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve uma variação de 0,6% em janeiro, passando a custar R$266,92. Em dezembro, seu valor era de R$265,31. Este aumento nos gastos com a cesta de alimentos deve-se às altas do tomate, do café, da manteiga e da laranja.

Excesso de chuvas ainda não refletiu nos preços dos produtos agrícolas

O Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla) divulgou os Índices de Preços Agrícolas do mês de janeiro de 2007, período em que os preços recebidos pelos produtores rurais registraram queda.

Em janeiro, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos do setor rural caiu 1,09%, puxado pelas baixas dos preços do leite tipo C, -5,59%; café, -5,26%; feijão, -10,7%; batata, -5,0%; banana, -22,5% e pimentão, -34,74%. As maiores altas ocorreram nos preços de venda do milho, 10,89%; arroba de carne suína, 5,88%; novilha de recria, 39,09%; alface, 32,0% e berinjela, 47,8%.

Ao contrário do que aconteceu com as vendas dos produtos agrícolas, janeiro foi o mês em que os preços médios dos insumos estiveram em alta. O Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários aumentou 8,04%. Entre os mais de 150 itens pesquisados, as maiores altas ficaram localizadas nos preços médios de máquinas e equipamentos (23,10%), animais de tração (10,42%), vermífugos (8,66%) e vacinas (3,93%). As maiores quedas foram: herbicidas, -3,63%; inseticidas, -3,92% e carrapaticidas, -4,34%.