Custos superam renda agrícola em novembro

O Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (Ufla) divulgou os Índices de Preços Agrícolas do mês de novembro e revelou alta tanto nos custos de produção quanto na renda agropecuária. No entanto, os insumos aumentaram relativamente mais que os preços dos produtos agrícolas.

Em novembro, o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agrícolas aumentou 2,58%, enquanto o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agropecuários teve uma variação positiva de apenas 0,28%. A pesquisa do DAE/Ufla faz o levantamento mensal de 42 produtos e 187 insumos agrícolas.

A renda agrícola em novembro foi sustentada pela alta do café que subiu, para o produtor, 3,85% e alguns hortifrutigranjeiros, como o tomate (65,0%), a batata (61,42%), o repolho (32,0%), os ovos (25,43%) e o quiabo (15,92%).

Já o preço do leite fluído recebido pelo pecuarista teve uma queda de 4,25% para o tipo C e 6,52% para o leite tipo B. Entre os grãos, o preço do feijão teve uma queda no campo de 11,0% e o do milho de -1,12%.

Entre os insumos agrícolas, as maiores altas ficaram nos segmentos serviços gerais – dia/homem, hora/trator e assistência técnica (4,31%), utensílios em geral (3,46%), frete de insumos (7,46%), sementes e mudas (1,75%) e adubos (1,55%).

Inflação medida pela Ufla mantém tendência de alta

A taxa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ficou em 0,71% no mês de novembro, contra uma taxa de 0,48% em outubro. Nos meses de agosto e setembro havia registrado deflação (variação negativa de preços), de -0,4% e -0,55%, respectivamente. Com esses comportamentos de preços, a inflação medida pela Ufla em 2005 está acumulada em 3,2%.

Em novembro, a alta do IPC da Ufla ficou localizada basicamente em três setores: vestuário, com aumento médio de 2,48% ; despesas de transporte, com 1,29% e gastos com alimentos, que ficaram mais caros 1,13%. Outros grupos que também tiveram alta no mês foram: despesas com lazer, 0,57%; bebidas, 0,11% e educação e saúde, com variação de 0,1%.

De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador da pesquisa, os alimentos e o vestuário são os dois setores que mais pesam na inflação calculada pela Ufla. De um orçamento de R$ 1.000,00, R$ 416,3 são gastos com estes itens.

Os alimentos, que subiram em média 1,13% em novembro, foram influenciados principalmente pelos produtos in natura, cuja alta foi de 5,8%. Dentro dessa categoria, destacam-se os aumentos do tomate (52,32%), batata (46,56%), cebola (26,98%) e abacate (19,73%). Os alimentos semi-elaborados subiram 1,39% e os industrializados tiveram queda média de 0,24%.

Com isso, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas acumula uma alta de 3,61% em novembro. Em outubro, seu valor era de R$ 237,88 e, agora, R$ 246,47.

Entre os demais grupos pesquisados e que compõem o Índice, os itens de material de limpeza ficaram mais baratos 0,67%, higiene pessoal, -0,35% e bens de consumo duráveis(eletrodomésticos, móveis e informática), que tiveram queda média de 2,39%. As despesas com moradia e serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) não se alteraram, na média, em novembro.

Técnico-administrativos da Ufla encerram greve

Em Assembléia realizada no dia 29 de novembro, no Anfiteatro de Solos, a categoria de Técnico-administrativos da Ufla, decidiu seguir a indicação do Comando Nacional de Greve e suspender o movimento grevista a partir do dia primeiro de dezembro, movimento este deflagrado dia 17 de agosto.

Dentro da pauta de reivindicações foi atendida a de se implantar a segunda etapa do plano de carreiras a partir de janeiro de 2006 e negociada a criação de um Grupo de Trabalho GT para estudar a resolução do Vencimento Básico Complementar VBC, com prazo de sessenta dias para seu termino e a garantia que o governo implementará a sugestão deste GT ainda em 2006. O restante da pauta ou foi remetido para mesa de negociação permanente junto com os demais Servidores Públicos Federais ou não foi tratado pelo Governo.

Considerada vitoriosa tal luta, não pelo parcial atendimento da pauta, mas pela demonstração da mobilização e capacidade de luta da categoria, que permaneceu por mais de 100 dias em greve, apesar do descaso e pressões do Governo Federal.

Mais informações: (35) 3829-1169