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Dicas de Português: Chance e risco

Partes do corpo e atributos da pessoa permanecem no singular

É pergunta frequente se devemos usar o singular ou o plural para nos referirmos a partes do corpo de pessoas quando nos referimos a duas ou mais delas simultaneamente. Afinal, dizemos que “todos ergueram as cabeças” ou que “todos ergueram a cabeça”?

Em português, emprega-se o singular nesse tipo de situação, a menos que se esteja fazendo referência a determinadas partes do corpo, como mãos, olhos, dedos etc., que cada pessoa tem mais de uma. Assim: “Todos ergueram a cabeça” (cada pessoa tem uma cabeça) “levantaram as mãos para o céu” (cada pessoa levantou as suas duas mãos). Para fazer referência a uma só das mãos, vale o singular: “Quando o professor perguntou quem sabia a resposta da questão, todos os alunos levantaram a mão” (ergueram uma só das mãos).

O mesmo princípio vale para os atributos da pessoa: “Todos tinham consciência do problema”, “Eles mantinham a mente aberta a novas descobertas” etc. Na língua portuguesa, esses substantivos permanecem no singular.

Chance e risco

“Fumantes têm mais chance de ter bronquite e câncer no pulmão.”

A palavra chance é um empréstimo do francês, cujo significado é algo como “possibilidade ou probabilidade de que alguma coisa (sobretudo um acontecimento feliz) se produza, sorte favorável.

Como se vê, a palavra é mais bem usada quando seu complemento exprime situações favoráveis: chance de sucesso, chance de conseguir um bom emprego…

Se a situação for desfavorável, como ocorre com as doenças em geral, é melhor evitar esse termo. É possível, nessas situações, empregar termos como “risco”, “perigo” ou mesmo “possibilidade” e “probabilidade”, estes de teor neutro.

Dizemos, então, que alguém corre risco de perder algo, corre perigo de sofrer um acidente ou tem probabilidade de ter alguma doença.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português – PÓS, PRÉ, PRÓ

É frequente as pessoas me perguntarem sobre as regras para formação de palavras com expressões “pré”, “ante” ou “pós”. Quando se acrescenta hífen ou ocorre aglutinação (como preexistente, em oposição a pós-graduação)?

Vamos acrescentar o prefixo pro/pró, que se encaixa na mesma orientação.

I – Quando tônicos, pós, pré e pró grafam-se separados da palavra seguinte:

O sistema de refeição-convênio surgiu na Europa durante o período de fome e reconstrução do pós-guerra .

Ficam proibidas novas admissões em período pré-eleitoral .

Pré-datar cheques é prática comum em todo o Brasil.

O Estado subsidia um programa pró-criança de aleitamento materno e creches.

A pós-graduação nessa área perdeu o status e o charme que tinha.

II – Quando átonos (sons ê e ô fechados), pos, pre e pro associam-se ao radical:

Vive a pospor suas decisões, principalmente as de cunho pessoal.

Predizer catástrofes é uma de suas especialidades.

No Brasil, a época de procriação das aves silvestres vai de setembro a fevereiro.

Entretanto, a regra não é de todo confiável, pois foram oficialmente registradas palavras sem hífen apesar de o prefixo ser pronunciado como tônico, com som aberto. Fiquemos atentos a cinco vocábulos relativamente comuns: preconceber, preexistir, preestabelecer, predefinir, predeterminar:

Toda sua tese foi elaborada com base em ideias preconcebidas .

As condições preexistentes não permitiram à diretoria recém-empossada tomar novos rumos.

O ajuste foi aceito em vista do acordo preestabelecido .

Serão predefinidas as condições em que faremos as negociações.

Todos os passos estão sendo minuciosamente predeterminados .

Em suma, é mais seguro recorrer a um dicionário quando surgirem dúvidas.

Fonte:  www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português – Consultas

Consulta 1: Caso tenha que fazer uma retificação onde há um sujeito composto ligado pela conjugação “e”, devo utilizar: onde se lê: “banana e abacate…”, leia-se: “morango e abacaxi…” ou onde se leem: “banana e abacate…”, leiam-se: “morango e abacaxi…”?

Grata pela atenção.

Resposta:

O certo é, por exemplo, “leia-se morango e abacaxi”, pois aí não se trata de voz passiva (já que não se quer dizer que morango e abacaxi devem ser lidos). Mas sim: onde se lê isso, leia-se aquilo.

Consulta 2: Quando usar o termo “bibliografia”, e quando usar o termo “referências bibliográficas”? Como funciona?

Resposta

Esta não é propriamente uma questão de português, mas de metodologia. O que posso lhe dizer é que bibliografia diz respeito aos livros lidos pela pessoa para elaborar seu trabalho (citados no texto ou não). Já nas referências bibliográficas colocam-se apenas os livros referenciados (isto é, citados) no texto.

Consulta 3: Segue a dúvida: Qual o feminino de “Gramático” e “Músico”?

Resposta

Pela regra, o feminino de músico é música. Mas dados a estranheza e o risco de ambiguidade em certos contextos, costuma-se usar musicista para denominar a mulher que interpreta ou faz música. Além desse, existem substantivos femininos como carteira, torneira, gramática, física, que designam outras coisas que não o gênero feminino de  profissões ( carteiro, torneiro, gramático, físico). É por essas razões que, em alguns casos, lança-se mão do sufixo ista para indicar que se trata de uma função feminina.

Consulta 4: Neste período de transição da vigência do acordo ortográfico, até 31 de dezembro de 2016, gostaria de saber se um texto é considerado correto quando “mistura” vocábulos da nova e antiga ortografia ou se somente quando se opta por todos da nova ou todos da antiga.

Resposta

Há quem diga que é preciso escrever todo o texto em uma ou outra forma, mas eu discordo, pois entendo que a pessoa já pode eliminar o trema de toda a redação, mesmo sem atender rigorosamente a outros aspectos da reforma ortográfica que se configuram de mais difícil assimilação. O Acordo traz tantos detalhes que seria o maior absurdo penalizar uma pessoa só por não saber aplica-lo em sua totalidade. E querer que o vestibulando ou outro concursando escreva tudo pela grafia antiga é dar oportunidade ao atraso na vigência das novas regras no Brasil.

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Bem feito, bem-feito e benfeito (atualizado)

Bem feito, bem-feito e benfeito (atualizado)

Segundo o novo acordo ortográfico, “bem” se agrega com hífen a palavras que com ele formam uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto): bem-aventurado, bem-criado, bem-humorado, bem-educado, bem-nascido, bem-sucedido, bem-vindo, bem-visto (estimado).

O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) da Academia Brasileira de Letras, em sua quinta edição, publicada logo depois do início da vigência do novo acordo, registrava “benfeito”, valendo tanto para o substantivo como para o adjetivo.

No entanto, a Academia Brasileira de Letras voltou atrás e ressuscitou a forma “bem-feito”, que é adjetivo.

Agora “benfeito” é apenas substantivo, o mesmo que “benefício”, “benfeitoria”: “O benfeito da prefeitura ajudou a comunidade”.

Em resumo:

“Benfeito” = substantivo: “O benfeito dele foi de grande valor para o país”.

“Bem-feito” = adjetivo: “Achei o serviço muito bem-feito”.

“bem feito” = quando “bem” é advérbio e não está agregado a “feito”: “O serviço foi [bem] feito por Mariana”; e quando é uma expressão interjetiva: “Ele escorregou na gramática. Bem feito!”

 Bem vindo ou bem-vindo?

A norma culta só registra a forma “bem-vindo”, com flexão de gênero e número sempre que houver um nome a exigir isso, pois se trata de adjetivo composto.

Portanto, escreva sempre com hífen:

 Bem-vinda, professora!

Bem-vindos sejam os honestos e os trabalhadores.

As crianças sempre são bem-vindas.

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Recurso x recursos

Recurso x recursos

A palavra “recurso” não tem o mesmo significado da palavra “recursos”.

Ou seja, são duas palavras.

“Recurso”, sem “s” no fim, significa invocação de ajuda, de socorro, meios para vencer dificuldades:

Ele está estudando muito para passar e seu único recurso são os livros.

“Recurso”, sem “s” no fim, ainda significa “meio para provocar a revisão de uma decisão judicial desfavorável”:

O advogado entrou com um recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo.

A outra palavra, “recursos”, com “s” no fim, significa “aptidões naturais, dons, talentos; meios pecuniários, bens materiais, posses, riquezas, meios de que se pode dispor”.

Ou seja, quando houver ideia de dons, de dinheiro, de riqueza, de posses, usa-se sempre “recursos”, com “s” no fim:

Ela é linda e tem maravilhosos recursos estéticos.

O bom escritor é possuidor de recursos estilísticos.

O Brasil é um país rico em recursos naturais.

Aprenda a não confundir dá, está, lê e vê com dar, estar, ler e ver

Muita gente, quando vai escrever, usa “dá”, “está”, “lê” e “vê” no lugar de “dar”, “estar”, “ler” e “ver”.

Essa confusão tem dois motivos: quando pronunciam o infinitivo desses verbos, normalmente as pessoas o fazem sem enfatizar o “r”.

O apagamento do “r” na fala é, portanto, o primeiro motivo.

O segundo é o fato de esses verbos terem, na terceira pessoa do indicativo, formas oxítonas acentuadas  – dá, está, lê, e vê –, cuja pronúncia muito se assemelha à da fala relaxada em que ocorre o apagamento do “r”.

Nos verbos em que a terceira pessoa do presente do indicativo não é oxítona, esse problema não ocorre.

Ninguém confunde, por exemplo, “ama” com “amar”, nem “pode” com “poder”.

A boa notícia, para os que têm dificuldade de saber quando é dá/dar, está/estar, lê/ler, vê/ver, é que é muito simples desfazer essa dúvida.

Basta saber que o infinitivo (dar, estar, ler e ver) pode ser substituído por outro infinitivo; a forma flexionada (dá, está, lê e vê) não pode.

Vejamos isso na prática.

Surgiu a dúvida: é “Ele pode está ou estar certo”?

Vamos tentar a substituição por um infinitivo: “Ele pode andar certo”.

A substituição por um infinitivo é possível, logo: “Ele pode estar certo”.

Mais um teste: “Governador dá ou dar nova função a secretário”?

Neste caso o certo é “dá”, pois a substituição por outro infinitivo não é possível.

Não pode ser “Governador oferecer nova função a secretário”.

Questão de sentido: anteontem x antes de ontem

Muitos usam “antes de ontem” no lugar de “anteontem”.

No entanto, essas expressões não têm exatamente o mesmo sentido.

“Antes de ontem” é mais genérica.

De modo prático: se hoje é quinta-feira e eu digo que um fato ocorreu antes de ontem, esse fato pode ter ocorrido terça-feira, segunda-feira, domingo, sábado, ou seja, qualquer dia antes de ontem.

“Anteontem” é específica, refere-se apenas a um determinado dia.

Por exemplo: se hoje é quinta e eu digo que um fato ocorreu anteontem, esse fato ocorreu exatamente terça-feira.

Em resumo:

antes de ontem – qualquer dia antes de ontem.

anteontem – o dia anterior a ontem.

Fonte: www.portuguesnarede.com

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: Questão de gênero: a herpes ou o herpes?

Questão de gênero: a herpes ou o herpes?

Muitos dizem “a herpes”.

O correto, porém, é “o herpes”.

Trata-se, portanto, de palavra do gênero masculino.

Por que as pessoas dizem “a herpes”?

Talvez contaminadas pela ideia de doença.

Mussarela ou Muçarela?

O duplo “z” de palavras italianas vira, em português, “ç”:

carrozza – carroça

piazza – praça

razza – raça

Na Itália, escreve-se “mozzarella”, com dois “z”.

É por isso que os principais dicionários (Aurélio e Houaiss) e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) prescrevem a grafia “muçarela”, com “ç”.

De baixo ou debaixo?

Grafa-se “de baixo”, separado, nos seguintes casos:

a) quando “baixo” é adjetivo ou faz parte de uma locução adjetiva: “Disse várias palavras de baixo calão”; “Estava sem a roupa de baixo”;

b) em correlações com “cima” ou “alto”: “Olhou a moça de baixo a cima”; “Observou o quadro de baixo a alto”; “A cortina rasgou-se de baixo a cima”;

c) ou quando pode ser substituído por “de cima”: “Saiu de baixo (de cima) da árvore”.

Nos demais casos, escreve-se “debaixo”, junto: “O menino está debaixo da mesa”; “Vivem debaixo do mesmo teto”; “Debaixo de um sol forte, centenas de pessoas disputaram um espaço na fila”; “Sport joga com o regulamento debaixo do braço”.

Como reforço, perceba que em “de baixo” está presente, normalmente, a ideia de “lugar de onde” (Saiu de baixo da mesa = saiu de onde) enquanto em “debaixo” a ideia é de “lugar onde” (O menino está debaixo da mesa = o menino está onde).

Observe também que “debaixo”, na maioria das vezes, é seguido da preposição “de” (“O menino está debaixo da mesa”; “Vivem debaixo do mesmo teto”; “Timbu com o regulamento debaixo do braço”) e que o mesmo não ocorre com “de baixo” (“Disse várias palavras de baixo calão”; “Olhou a moça de baixo a cima”; “Sai de baixo, que lá vem pedra!”).

Fonte: http://www.portuguesnarede.com

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: “Risco de vida” e “correr atrás do prejuízo”: é correto usar essas expressões?

Qual a expressão certa: risco de morte ou de vida?

Com frequência, ouvem-se essas duas perguntas.

E a resposta é… as duas!

“Risco de morte” (ou “de morrer”) é mais recente e, à primeira vista, mais lógica, pois em geral “risco de…” se associa a algo ruim: corre-se risco de morrer afogado, de ser sequestrado, de eleger um demagogo, etc.

No entanto, temos de reconhecer que “risco de vida” tem forte e tradicional uso e este uso torna-a legítima.

Além disso, há os que veem nesta expressão a ocorrência de uma elipse, ou seja, um trecho dela está subentendido: “risco de [perder a] vida”.

Ou seja, sem a elipse, a expressão seria “risco de perder a vida” e, desse modo, ela também teria sua lógica.

Em resumo, pode-se dizer que hoje essa questão é muito mais um caso de preferência.

Use, pois, a expressão que melhor lhe convier.

Quanto a “correr atrás do prejuízo”, não há o que se discutir: é uma expressão consagrada e muito lógica.

Quando digo que o “A seleção brasileira está perdendo por 1×0 e tem que correr atrás do prejuízo”, o sentido é de “diminuir o prejuízo, acabar com o prejuízo”.

Não embarque, portanto, nesta história de que o certo é “correr atrás do lucro, e não do prejuízo”.

Isso é bobagem.

Na língua portuguesa, não existe a expressão “correr atrás do lucro”.

O que há é “correr atrás do prejuízo”, que, como foi mencionado anteriormente, quer dizer “correr atrás para diminuir ou acabar com o prejuízo”.

Fonte: http://www.portuguesnarede.com

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de português: Palavras que causam dúvida

– Quando usar APRENDER e APREENDER?

As duas formas são válidas, porém têm sentidos diferentes.

Aprender (com um E) significa saber, entender

Por exemplo: O aluno aprendeu a lição.

Apreender (com E duplo) significa prender, fixar, aprisionar.

O delegado apreendeu o contrabando.

– Como devemos dizer: ASTERISCO ou ASTERÍSTICO?

Eis aí uma dúvida fácil de resolver. ASTERISCO (sinal gráfico em forma de estrelinha) é o diminutivo de astro.

Ora, assim como se diz, por exemplo, ‘CHUVISCO’ (diminutivo de chuva) e não  CHUVÍSTICO, também se deve dizer ASTERISCO.

– Uma dúvida muito comum é com relação à palavra CABELEIREIRO.

Afinal qual é a pronúncia correta? CABELEREIRO ou CABELEIREIRO?

O certo é CABELEIREIRO. Há quem estranhe o uso do sufixo “EI” duas vezes, alegando que o termo primitivo (cabelo) não possui tal prefixo. Ocorre que a palavra primitiva , neste caso, não é o termo CABELO e, sim, a palavra CABELEIRA.

Portanto, diga CABELEIREIRO.

– Deve-se dizer DISTRATAR ou DESTRATAR?

Como existem as duas palavras, depende do contexto em que forem usadas.

“DISTRATAR” é não cumprir um trato.

Já “DESTRATAR é insultar, ofender, maltratar.

– EMPECILHO ou IMPECILHO?

Muitas pessoas dizem “IMPECILHO”, certamente por associarem essa palavra com o verbo “IMPEDIR”

O correto, entretanto, é “EMPECILHO”, que é da mesma família de “EMPECER”, que significa  estorvar, embaraçar.

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de português: Dicas e curiosidades da língua portuguesa (5)

24 – Caiu em/ caiu

Erro: O lucro caiu em 10%.

Forma correta: O lucro caiu 10%.

Explicação: O verbo cair, assim como aumentar e diminuir, não admite a preposição “em”. E no sentido de descer, ir ao chão, ser demitido, o verbo cair é intransitivo.

25 – Chegar em/ chegar a

Erro: Chegamos em São Paulo, ontem.

Forma correta: Chegamos a São Paulo, ontem.

Explicação: o verbo exige a preposição a. Quem chega, chega a algum lugar, ou a alguma coisa.

 26 – Chove/ chovem

Erro: Chove e-mails com reclamações de clientes.

Forma correta: Chovem e-mails com reclamações de clientes.

Explicação: Quando indica um fenômeno natural, o verbo chover é impessoal e fica sempre o singular. Mas no sentido figurado, como ocorre acima, flexiona-se normalmente.

27 – Comprimento/cumprimento

Erro: Entrou e não me comprimentou.

Forma correta: Entrou e não me cumprimentou.

Explicação: Comprimento está relacionado ao tamanho, à extensão de algo ou alguém. Exemplo: Não sei o comprimento da sala. Cumprimento relaciona-se a dois verbos diferentes: cumprimentar uma pessoa (saudar) e cumprir uma tarefa (realizar). Exemplos: Cada pessoa tem um jeito de cumprimentar. O cumprimento dos prazos contará pontos na competição.

28 – Consiste de/ consiste em

Erro: A seleção consiste de cinco etapas.

Forma correta: A seleção consiste em cinco etapas.

Explicação: Consistir é verbo transitivo indireto e requer complemento regido da preposição em.

29 – Continuidade/ continuação

Erro: O sindicato optou pela continuidade da greve.

Forma correta: O sindicato optou pela continuação da greve.

Explicação: Continuidade refere-se à extensão de um acontecimento. Exemplo: dar continuidade ao governo. Continuação refere-se à duração de algo. Exemplo continuação da sessão.

Fonte: exame.abril.com.br

Paulo Roberto Ribeiro

Dicas de português: Dicas e curiosidades da língua portuguesa (4)

19 – Às micro/ às micros

Erro: O pacote de tributos refere-se às micro e pequenas empresas

Forma correta: O pacote de tributos refere-se às micros e pequenas empresas

Explicação: Por se tratar de adjetivo, micro é variável e por isso deve ser grafada no plural quando for o caso.

20 – Através/ por

Erro: Fui avisada através de um email de que a reunião está cancelada.

Forma correta: Fui avisada por email de que a reunião está cancelada.

Explicação: “Para muitos gramáticos, através se refere ao que atravessa”, diz Vivien Chivalski, do Instituto Passadori. Prefira “pelo e-mail”, “por email”.

21 – Auferir/ aferir

Erro: No fim do expediente, o gestor deve auferir se os valores pagos conferem com os números do sistema.

Forma correta: No fim do expediente, o gestor deve aferir se os valores pagos conferem com os números do sistema.

Explicação: Os verbos aferir e auferir têm sentidos distintos. Aferir: conferir de acordo com o estabelecido, avaliar, calcular. Auferir: colher, obter, ter. Exemplo: O projeto auferiu bons resultados.

22 – Aumentar ainda mais/ aumentar muito

Erro: Precisamos aumentar ainda mais os lucros.

Forma correta: Precisamos aumentar muito os lucros.

Explicação: Aumentar é sempre mais, não existe aumentar menos, conforme explica Laurinda Grion, no livro “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva. Portanto são formas redundantes: aumentar mais, aumentar muito mais e aumentar ainda mais.

23 – Bastante/ bastantes

Erro: Eles leram o relatório bastante vezes.

Forma correta: Eles leram o relatório bastantes vezes. 

Explicação: Para saber se bastante deve variar conforme o número é preciso saber qual a classificação dele na frase. Quando é adjetivo (como no caso acima) deve variar. Exemplo: Já há provas bastantes para incriminá-lo (= provas suficientes). Se for advérbio é invariável. Exemplo: Compraram coisas bastante bonitas (= muito bonitas). Se for pronome indefinido é variável. Exemplo: Vimos bastantes coisas (= muitas coisas). Se for substantivo, não varia, mas pede artigo definido masculino: Os animais já comeram o bastante (= o suficiente).

Fonte: exame.abril.com.br

Paulo Roberto Ribeiro