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Pesquisa: estradas de terra causam tanto impacto sobre a biodiversidade quanto as pavimentadas e movimentadas

Espécie monitorada pela pesquisa

Pesquisadores do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia (CBEE), da UFLA, realizaram um estudo sobre o efeito das estradas no deslocamento de pequenos mamíferos roedores no Sul de Minas Gerais. A pesquisa concluiu que indivíduos da espécie Akodon montensis (conhecida popularmente como rato-do-chão), que vivem em fragmentos florestais margeados por estradas, estão confinados a viver nos mesmos.

A hipótese foi comprovada no experimento: alguns ratos-do-chão foram equipados com “carretéis de rastreamento” (um casulo de linha) e soltos em áreas florestais que margeavam estradas. Conforme se deslocavam, os ratos-de-chão iam soltando a linha, o que possibilitou aos pesquisadores analisarem o trajeto (distância e direção) e as tentativas de travessia para o habitat adjacente. A pesquisa foi realizada perto de margens de diferentes tipos de estradas e de solos: pavimentadas, de terra, pastagens e plantações e fragmentos sem influência de nenhum tipo de uso do solo.

Pela linha deixada, foi possível visualizar e dimensionar a trajetória dos roedores

Para surpresa dos pesquisadores, mesmo em fragmentos florestais margeados por estradas de terra, os ratos-do-chão estudados não estão aptos a deixar o fragmento que vivem em busca de outro fragmento florestal, mesmo que este seja do outro lado da estrada. Como esperado em estradas pavimentadas, nenhum indivíduo tentou transpor esta barreira. “Em estradas de terra, pensamos que isso não ocorreria porque o substrato da estrada ainda é natural e o tráfego de veículos é baixo”, aponta a pesquisadora Priscila Lucas, do CBEE.

Também como esperado, os indivíduos de rato-do-chão nas bordas dos fragmentos margeados por outro tipo de uso do solo, exclusivamente aqueles com cobertura vegetal (plantações de café), se deslocaram através destes locais. “Nesse estudo, vimos que, mais que o tipo de estrada, a falta de cobertura de vegetação aérea que ela proporciona desencoraja os indivíduos a tentarem atravessar essas infraestruturas”, conclui a pesquisadora.

Monitoramento de atropelamentos

Uma das ações desenvolvidas no CBEE é o monitoramento de atropelamentos nas estradas brasileiras. O coordenador do Centro e coautor da pesquisa, professor Alex Bager, calcula que o número de colisões com animais em estradas de terra é semelhante ao de estradas pavimentadas: “Proporcionalmente, acontecem menos atropelamentos nas primeiras; porém, como há muito mais estradadas sem pavimentação no Brasil, o número de atropelamentos em ambas se equipara”, aponta.

Efeito barreira

Estrutura utilizada no experimento

“As estradas são clareiras lineares que geram a perda e a divisão do habitat das espécies. Essas espécies ficam restritas ao fragmento remanescente no qual vivem e que está, muitas vezes, isolado de outros. A estrada pode ser vista como uma barreira que impede o seu deslocamento, embora algumas espécies sejam capazes de se deslocar nelas ou próximo a elas”, explica Priscila. A quantidade de veículos que circulam na rodovia ou a diminuição na qualidade do ambiente e de recursos na borda desses fragmentos florestais são fatores que podem contribuir para esse efeito.

A colisão de animais com veículos não é o único impacto que as estradas causam na biodiversidade. Entender os efeitos causados pelas estradas auxilia o desenvolvimento de medidas de mitigação adequadas. Essa pesquisa é o primeiro resultado publicado do projeto “Estrada Viva”, iniciado em 2012 e financiado pela Fapemig. Esse e outros resultados do estudo podem ser acessados no artigo The effect of roads on edge permeability and movement patterns for small mammals: a case study with Montane Akodont, publicado recentemente no renomado periódico na área de Ecologia Landscape Ecology.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Espécie de aracnídeo cavernícola é descrita em artigo de ex-aluna e professor da UFLA

charinus-taboa-siteEm sua monografia de conclusão de curso, a estudante de Ciências Biológicas Ana Caroline Oliveira Vasconcelos descreveu a espécie Charinus taboa, encontrada em duas cavernas próximas à cidade de Sete Lagoas (MG). Esse trabalho rendeu um artigo publicado no periódico ZooKeys, voltado para divulgar pesquisas sobre taxonomia, filogenia, biogeografia e evolução dos animais.

O animal descrito é um aracnídeo troglóbio (vive em cavernas) que não pica ou tem veneno. Com largura que não chega a um centímetro, possui o corpo mais largo que longo. Seu nome foi dado devido à caverna onde a maioria das espécies foi coletada: Caverna da Taboa.

Ana Caroline formou-se em Ciências Biológicas em 2016 e hoje é aluna de mestrado do Programa de Pós Graduação em Entomologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante a graduação, descreveu cinco espécies troglóbias do gênero Charinus, aracnídeos pertencentes da ordem Amblypygi: Charinus potiguarCharinus jibaossuCharinus caatingaeCharinus iuiu e Charinus taboa. Essa última é a vigésima segunda espécie do gênero descrita no Brasil.

A autora participou do Programa de Iniciação Científica Pibic/Fapemig de 2013 a 2014, em um projeto de descrições de novas espécies do gênero Charinus. “Meu interesse pela biologia subterrânea surgiu pelo fato de que esses ambientes no Brasil ainda possuem a fauna bastante desconhecida e são carentes de pessoas que os estudem”, conta.

“Ela é a primeira autora de artigos que descrevem todas essas espécies. Sua atuação demonstra que o trabalho de estudantes contribui para a geração de conhecimento e para a preservação”, elogia o orientador, professor Rodrigo Lopes Ferreira (DBI).

 

Artigo: Description of a new troglomorphic species of Charinus Simon, 1892 from Brazil (Arachnida, Amblypygi, Charinidae)

Autores: Ana Caroline Oliveira Vasconcelos, Alessandro Ponce de Leão Giupponi, Rodrigo Lopes Ferreira

Artigo publicado no jornal ZooKeys – disponível aqui.

 

Genética e Melhoramento de Plantas: trabalho de pós-graduanda foi premiado em evento internacional

larissaO Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas comemora a conquista alcançada por uma de suas estudantes – Larissa Carvalho Costa, orientada pela professora do Departamento de Biologia (DBI) Elaine Aparecida de Souza. Larissa recebeu o prêmio de melhor apresentação oral durante o Biennial Bean Improvement Cooperative Meeting, um encontro internacional bianual de melhoramento de feijão, realizado no período de 1º a 4 de novembro, em Niagara Falls, Ontario, Canadá.

O artigo “Different genes conferring resistance to race 65 of Colletotrichum lindemuthianum” (Diferentes Genes conferem resistência à raça 65 do Colletotrichum lindemuthianum) aborda resultados obtidos na dissertação de mestrado da estudante. Além de Larrissa e da professora Elaine, são autores do trabalho o ex-aluno de mestrado Rafael Storto Nalin e o professor Magno Antonio Patto Ramalho.

De acordo com a Larissa, o evento foi uma ótima oportunidade para a discussão de aspectos importantes relacionados ao melhoramento do feijoeiro, que é uma cultura de relevância para o País. “Foi uma grande satisfação ser premiada na categoria de pós-graduação. Além disso, foi uma ótima oportunidade para divulgar nosso trabalho e interagir com pesquisadores renomados, de vários países, que trabalham com a cultura. Agradeço a professora Elaine e ao programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da UFLA pela oportunidade.”

Participaram do evento professores, pesquisadores e pós-graduandos de diferentes países (Estados Unidos, Canadá, Brasil, Espanha, Porto Rico, países da África, Colômbia e outros). A UFLA esteve representada não só por Larissa e professora Elaine, mas também pelos estudantes de pós-graduação Dayane Cristina Lima e Renato Coelho Vasconcellos.

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Estudantes de pós-graduação da UFLA presentes no Biennial Bean Improvement Cooperative Meeting: Dayane, Renato e Larissa (da esq. p/ dir.).

O prêmio, na avaliação da professora, é fruto de uma união entre o comprometimento da estudante e a qualidade das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no programa de genética e melhoramento do feijoeiro da UFLA. “Para nós, do Laboratório de Resistência de Plantas a Doenças, o reconhecimento alcançado pela Larissa reflete seu esforço pessoal, pois seu trabalho foi selecionado para apresentação oral e ela aceitou e se empenhou neste desafio. Além disso, mostra a importância e qualidade da pesquisa que vem sendo desenvolvida ao longo dos anos na área de resistência genética a doenças do feijoeiro da UFLA”, diz.

A divulgação da pesquisa realizada na UFLA em eventos internacionais integra as ações de internacionalização do Programa de Pós-graduação e tem permitido a parceria com instituições internacionais em pesquisas de interesse mútuo.

Pesquisadores posados para foto.
No evento: professora Elaine (à esq.), acompanhada de pesquisador do U.S. Department of Agriculture e de professora da Universidade de Dakota do Norte. 

Sobre o trabalho

Colletotrichum lindemuthianum é o fungo causador da antracnose, doença que provoca grandes perdas à cultura do feijoeiro. A raça 65 desse fungo apresenta grande variabilidade genética, o que torna difícil a obtenção de cultivares com resistência duradoura. O trabalho premiado utilizou três linhagens da raça 65 e nove cultivares comerciais – adaptadas às condições de cultivo do Brasil e com capacidade para discriminar a variabilidade dentro dessa raça. Assim, foi possível determinar o controle genético da resistência dessas cultivares, constatando-se que há mais de um gene que confere resistência a uma linhagem específica do patógeno.

O conhecimento dessas informações é estratégico para o trabalho do melhorista ao desenvolver novas cultivares. “A importância atribuída ao estudo se deve à contribuição que oferece a tudo que vem sendo feito em termos de pesquisa básica e aplicada para promover a resistência a essa doença”, explica a professora Elaine.

Trabalhos coordenados pela UFLA foram premiados em evento nacional do setor elétrico

apresentacao-trabalho-dbi-1Durante o XXIII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), dois trabalhos desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) foram premiados. Eles integram o programa Peixe Vivo, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e tiveram como autores estudantes de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, orientados pelo professor do Departamento de Biologia (DBI) Paulo dos Santos Pompeu.

O Seminário possui 16 grupos de estudos, sendo que a cada edição são premiados os três melhores trabalhos de cada grupo. Os trabalhos referentes ao projeto Peixe Vivo integraram o grupo de Impactos Ambientais, no qual se reúnem analistas, engenheiros e gestores de meio ambiente, em busca de soluções práticas para questões que enfrentam em seu dia a dia.

Apresentado pela doutoranda da UFLA Raquel Coelho Loures Fontes, que também é funcionária da Cemig, o informe técnico sobre “Comportamento de peixes a jusante de hidrelétrica: subsídios para a mitigação de impactos na geração” ficou com a primeira colocação. Já o informe técnico “Uso de uma ferramenta quantitativa para a gestão  ambiental de bacias hidrográficas: aplicabilidade da técnica para o setor elétrico brasileiro” teve sua qualidade reconhecida com a premiação de terceiro lugar. A apresentação desse último foi feita pelo doutorando João de Magalhães, também funcionário da Cemig.

A premiação é definida tendo-se em conta o conteúdo teórico e a contribuição científica para o Setor Elétrico Nacional. De acordo com Raquel, as duas apresentacao-trabalho-dbi-2premiações reforçam que o programa Peixe Vivo – e toda a equipe de pesquisadores que trabalha em projetos de parceria – está na vanguarda do Setor Elétrico nos trabalhos desenvolvidos na área ambiental. “Esse fato é reconhecido pelos próprios profissionais da área”, diz.

O Programa Peixe Vivo é uma iniciativa da Cemig para conservar a ictiofauna dos rios nos quais a empresa possui empreendimentos.  Além das atividades de conservação propriamente ditas (repovoamento com espécies nativas, transposição de peixes e restauração de habitats críticos) e da inclusão dos grupos sociais na discussão sobre o assunto, a Cemig formalizou parcerias com universidades e instituições de pesquisa para desenvolver o conhecimento científico dentro do Programa. Essa geração de conhecimento contribui para a criação de estratégias de conservação mais eficientes. Foi com esse último propósito que a UFLA firmou, em novembro de 2008, convênio com a Cemig para pesquisas com peixes.

O SNPTEE

O evento é considerado o mais significativo do setor elétrico brasileiro, e reúne agentes de transmissão, geração e comercialização de energia.  Os grupos contemplam grande variedade de temas de interesse nacional, importantes para promover a melhoria e o aperfeiçoamento das questões relacionadas à energia. Em 2015, o evento foi realizado em Foz do Iguaçu (PR), de 18/10 a 21/10.

Simpósio Internacional de Atualização em Genética e Melhoramento de Plantas foi realizado na UFLA

Simposio_internacionalO XIX Simpósio Internacional de Atualização em Genética e Melhoramento de Plantas, realizado nos dias 24 e 25 de setembro na Universidade Federal de Lavras (UFLA), contou com mais de 200 participantes e com debates relevantes sobre o tema central – “Biometria e Genômica na Agricultura”. O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos de Genética e Melhoramento de Plantas (GEN), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da UFLA.

A programação do Simpósio propiciou interações entre estudantes de graduação, pós-graduação, cientistas e profissionais brasileiros e estrangeiros.

Para o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, o sucesso de um evento como esse estimula a motivação em quem faz parte da instituição. “Aqui a gente sente que a UFLA pulsa. Tem envolvimento, amor e vontade de crescer. A nossa pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas tem muito a contribuir na economia e no desenvolvimento do Brasil. E o evento tem essa repercussão porque é fruto de uma sequência de trabalhos de docentes, estudantes e técnicos. É um evento do qual sempre faço questão de participar, por causa do comprometimento da equipe”.

Após 18 anos consecutivos de sua realização, o Simpósio conta com um aumento significativo de participação da comunidade acadêmica e interesse crescente de pesquisadores e profissionais de empresas da área de melhoramento de plantas.

“É um prazer trabalhar em um departamento onde as coisas acontecem. Uma satisfação em ver o avanço dessa área”, comentou o chefe do Departamento de Biologia da UFLA professor Júlio Neil Cassa Louzada.

Simposio_internacional (homenagem2)Neste ano, o Simpósio teve a participação dos professores: Magdalena Vaio (Universidad de la República);  Antônio Augusto F Garcia (Esalq/USP);  Liviu R. Totir (Pionner); Jose Crossa (The International Maize and Wheat Improvement Center  – CIMMYT);  Fabyano F. e Silva (Universidade Federal de Viçosa); Ivan Schuster  (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola – Coodetec) e Randall J. Wisser (University of Delaware).

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Homenagem à professora Lisete Chamma Davide.

O coordenador do programa de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da UFLA, professor João Cândido de Souza, ressaltou a participação dos estudantes durante o Simpósio, apesar de a universidade estar em greve. O programa, iniciado em 1986, já contou com 309 dissertações defendidas.

Na ocasião, a professora Lisete Chamma Davide foi homenageada pelos docentes, discentes e servidores da pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da UFLA. A professora, que ingressou na instituição em 1978, encerra as suas atividades na UFLA este ano. “Ainda sinto a UFLA como a minha casa”, disse emocionada.

Texto: Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA

Depois de evento na África do Sul, trabalhos realizados no DBI são recomendados como protocolo internacional

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Palestra da professora Elaine em Workshop na África do Sul.

A professora do Departamento de Biologia (DBI) Elaine Aparecida de Souza retornou ao Brasil com boas notícias depois de representar o Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas em um evento realizado na África do Sul. Trabalhos produzidos na Universidade Federal de Lavras (UFLA) passam a ser parâmetro recomendado para outras instituições no mundo no que se refere à resistência à mancha angular no feijoeiro.

O evento intitulado “Common Bean Disease Workshop on Angular Leaf Spot and Root Rots” ocorreu na cidade de Skukuza, na África do Sul, no período de 20/7 a 23/7. Pesquisadores de diferentes países, como Argentina, Chile, Estados Unidos, Brasil, África do Sul e outros países africanos estiveram reunidos com o propósito de discutir doenças comuns no feijoeiro: a mancha angular e podridões de raiz.

Na palestra proferida pela professora Elaine no primeiro dia do evento, “Genetics and breeding for Angular Leaf Spot resistance in common bean”, trabalhos desenvolvidos na UFLA foram apresentados e tiveram impacto na percepção da comunidade científica. Um deles é o Programa de seleção recorrente visando a resistência à mancha angular do feijoeiro, iniciado em 1999 e conduzido na UFLA pela pesquisadora da Embrapa Ângela de Fátima Barbosa Abreu e pelo professor Magno Antonio Pato Ramalho. Com as atividades do Programa, várias linhagens resistentes de feijão têm sido selecionadas ao longo dos ciclos. Além disso, a parceria UFLA-Embrapa nesse projeto, já permitiu a produção de duas dissertações de mestrado, uma tese de doutorado e vários artigos publicados em revistas científicas.

Outro ponto relevante da apresentação feita por Elaine foi a metodologia desenvolvida pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas Rafael Pereira, quando da conclusão de sua graduação, e da escala de notas que complementa essa metodologia, produzida pela dissertação de mestrado de Samira Librelon. Esse procedimento tem sido utilizado no Programa conduzido pela pesquisadora Ângela e acelera o processo de seleção de linhagens resistentes. Antes desses trabalhos, toda a avaliação para seleção era feita no campo. Com este método, torna-se possível fazer a avaliação em casa de vegetação, com inoculação do patógeno em folhas primárias do feijoeiro, permitindo a condução de três ciclos de seleção por ano. Dessa forma, ele foi recomendado para uso internacional nos programas de melhoramento.

Outro ponto importante para o Brasil foi a participação da professora Elaine, no dia 22/7, na discussão que avaliou e redefiniu o conjunto internacional de cultivares diferenciadoras do feijoeiro para identificação das raças do patógeno causador da mancha angular (o fungo, Pseudocercospora griseola). Os debates resultaram na atualização do conjunto, que estava vigente desde 1987. Com a revisão, foram incluídas novas linhagens no conjunto, sendo duas delas do Brasil – das duas, uma foi desenvolvida na UFLA, no Programa conduzido por Ângela.

De acordo com Elaine, o evento teve um saldo muito positivo. “Foi uma oportunidade ímpar de divulgar a pesquisa desenvolvida no Brasil e na UFLA,

O doutorando Rafael apresentou trabalho em pôster durante o Workshop. Nesta foto, está acompanhado de Elaine.
O doutorando Rafael apresentou trabalho em pôster durante o Workshop. Nesta foto, está acompanhado de Elaine.

instituição que já tem tradição de mais de 40 anos em pesquisas com feijão”, disse.

A participação de professores e estudantes em eventos internacionais é incentivada pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas e tem o propósito de viabilizar a troca de experiência e informações com a comunidade científica internacional. Do Workshop na África do Sul participou também, além de Elaine, o doutorando Rafael, que apresentou trabalho sob a forma de pôster.

Os trabalhos científicos que deram origem ao reconhecimento alcançado durante o Workshop já foram publicados como artigos:

– Metodologia de Inoculação em folhas primárias do feijoeiro, de autoria de Rafael Pereira, orientado pela professora Elaine Publicação em: Annual Report of the Bean Improvement Cooperative (2011) 54:104-105.

– Escala de notas, de autoria de Samira Librelon, também orientada pela professora Elaine e coorientada pelo professor do Departamento de Fitopatologia (DFP) Edson Pozza. Publicação em: Australasian Plant Pathology (2015) 44:385-395. DOI 10.1007/s13313-015-0360-9.

CBEE/UFLA promove curso em São Paulo na próxima semana

imagem de divulgação, com nome do curso, data, local e logomarcasGrupos de pesquisa, agências governamentais, empresas, ONGs e outros interessados no monitoramento da fauna atropelada terão a oportunidade de participar, na próxima semana, de um curso oferecido pelo Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE). Com duração de cinco horas, o curso “Protocolo CBEE de Monitoramento de Fauna atropelada” será realizado em São Bernardo do Campo (SP) na sexta-feira (14/8). Quem ministrará os conteúdos é o professor do Departamento de Biologia da UFLA (DBI) e coordenador do CBEE, Alex Bager.

Durante o curso, os participantes terão acesso a informações sobre o Sistema Urubu, que oferece ferramentas tecnológicas para coleta, gestão, análise e visualização de dados de atropelamento da fauna. O protocolo de monitoramento, que também será discutido no evento, é um instrumento destinado a garantir que os dados coletados sobre a fauna atropelada possam ser comparáveis no tempo e no espaço.

Os interessados devem registrar sua pré-inscrição. O investimento necessário é de R$ 50,00, que devem ser pagos presencialmente, antes do início do curso. Os certificados serão emitidos pelo CBEE/UFLA. Para obter outras informações, é possível entrar em contato com a organização pelo e-mail cbee@dbi.ufla.br ou pelo telefone (35) 3829-1928.

Consulte o folder do curso.

Serviço

Data do curso: 14/8/2015
Local: Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. Rodovia dos Imigrantes (SP 160), s/nº, Km 28,5, Bairro Jardim Represa. São Bernardo do Campo/SP.
Horário: 13h às 18h.
Investimento: R$ 50,00

CBEE e Sistema Urubu

O CBEE tem oferecido cursos em diferentes cidades brasileiras. Neste ano, atividades já foram desenvolvidas em Recife, Belo Horizonte e Curitiba. Sediado na UFLA, o CBEE foi institucionalizado em fevereiro de 2012 e, desde então, tem a meta de ser um centro de excelência em pesquisa, capacitação, desenvolvimento de tecnologia e estabelecimento de políticas públicas em temas que relacionem empreendimentos viários (rodovias e ferrovias) e biodiversidade.

O Sistema Urubu, desenvolvido pelo CBEE com o apoio de parceiros, foi lançado em 2014. Entre seus componentes estão o aplicativo para smartphones chamado Urubu Mobile – que permite ao cidadão registrar fotografias de animais atropelados nas estradas e enviar as imagens para análise de especialistas ligados ao CBEE. Desde então, o tema tem ganhado destaque na mídia nacional e internacional. No Laboratório de Estudos em Manejo Florestal (Lemaf/UFLA) foi inaugurado, em maio de 2014, o “Espaço Urubu”, local em que o projeto recebe da UFLA colaboração em infraestrutura física e apoio de recursos humanos.

Com informações de Wagner Schiavoni, bolsista Ascom/DBI.

Estudantes de licenciatura em Biologia tiveram trabalhos premiados em Simpósio

pibidIntegrantes do Programa de Iniciação à Docência (Pibid-Biologia) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) levaram 17 trabalhos ao IV Simpósio em Ensino de Ciências e Meio Ambiente do Rio de Janeiro. Duas dessas produções foram, inclusive, premiadas no evento.  Uma delas ficou classificada em primeiro lugar na sessão temática “Questões teóricas e metodológicas da pesquisa em ensino em Ciências”. A outra conquistou a liderança na sessão “Ensino em espaços não formais de divulgação científica”.

O texto “A construção coletiva de uma proposta de conteúdos curriculares de Ecologia para o Ensino Médio na formação inicial de professores com suportes na História da Ciência” teve com autores os estudantes de licenciatura em Biologia João Augusto dos Reis Neto, Marco Túlio Mendes Ferreira e Taís Silva, assim como o professor Antônio Fernandes Nascimento Júnior.

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O aluno bolsista do Pibid João Augusto dos Reis Neto (ao centro), no momento em que recebia o prêmio pelo trabalho “Educação Científica e Ambiental através de diálogos e práticas no Museu de História Natural da Universidade Federal de Lavras”.

“Educação Científica e Ambiental através de diálogos e práticas no Museu de História Natural da Universidade Federal de Lavras” foi o título da outra produção premiada. Seus autores são o servidor técnico-administrativo José Sebastião Andrade de Melo, a estudante de licenciatura em Ciências Biológicas Lorrana Nascimento Ferreira e o professor Antônio. Ambos os textos serão publicados na Revista Práxis, periódico online do Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente.

Sob orientação e coordenação do professor Antônio, os membros do Pibid Biologia levaram outros 15 trabalhos ao Simpósio, tendo sido um apresentado sob a forma de pôster e os demais em sessões orais. Para o professor, os resultados foram positivos e a qualidade de todos os trabalhos é muito semelhante. “O reconhecimento, por meio da premiação, é bom porque mostra ao grupo que ele está trilhando o caminho certo, e que a comunidade científica valoriza seu trabalho”, comenta.

Antonio, que também coordena o Laboratório de Educação Científica e Ambiental do Departamento de Biologia (Leca/DBI),

O técnico administrativo José Sebastião Melo (ao centro) recebeu prêmio na sessão “Ensino em espaços não formais de divulgação científica”.
O técnico administrativo José Sebastião Melo (ao centro) recebeu o prêmio pelo trabalho apresentado na sessão “Ensino em espaços não formais de divulgação científica”.

enfatiza a importância do Museu de História Natural (MHN) no desenvolvimento dos trabalhos do Pibid Biologia. “Nosso grupo se reúne no Museu às terças e quintas-feiras. É um espaço parceiro que nos acolhe e enriquece nossas atividades. Um dos trabalhos premiados o envolve diretamente”, diz. O Pibid Biologia tem atualmente 38 participantes: além do professor Antonio e do servidor José Melo, são 30 estudantes de licenciatura em Biologia e 6 professores da rede pública.

A quarta edição Simpósio em Ensino de Ciências e Meio Ambiente do Rio de Janeiro ocorreu em Volta Redonda (RJ) nos dias 11/6 e 12/6. Com periodicidade bienal, o evento é organizado pelo Programa em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente do Centro Universitário de Volta Redonda (Unifoa).

Colaboração com no texto: João Augusto dos Reis Neto e José Melo.

Sinbot reúne até 15/5 na UFLA participantes de 80 instituições e 12 estados

image013Com 223 inscritos, vindos 12 estados do país, teve início nesta terça-feira (12/5) na Universidade Federal de Lavras (UFLA) um evento triplo: III Simpósio Internacional de Botânica Aplicada (Sinbot), XXXV Encontro Regional de Botânicos e I Encontro de Taxonomistas de Minas Gerais. Os participantes são ligados a 80 instituições diferentes e permanecerão em interação até sexta-feira (15/5), quando as atividades serão encerradas.

A organização é do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada da UFLA, conjuntamente com a Sociedade Botânica do Brasil e as universidades federais de Alfenas (Unifal-MG) e de São João Del Rei (UFSJ). Há também a contribuição do Núcleo de Estudos em Botânica Aplicada (Nebot). A programação tem ações previstas para o n o Departamento de Biologia (DBI),o Salão de Convenções e o anfiteatro do Departamento de Agricultura (DAG).

Ao longo dos três dias, serão proferidas 12 palestras, sendo três delas feitas por profissionais estrangeiros: Jorge Gardea-Torresdey, dos Estados Unidos; Maurice De Proft, da Bélgica, e Pieter Baas, da Holanda. Ocorrerão também dois minicursos, apresentações de pôsteres e a exposição de fotografias sobre o tema “Flora, biodiversidade, conservação e restauração”.

O coordenador do Programa de Pós Graduação, professor Evaristo Mauro de Castro, diz que a principal expectativa em relação ao evento é de que ele seja um espaço fértil para a troca de informações e experiências, assim como para o estabelecimento de parcerias nacionais e internacionais. Para ele, a repercussão do evento e a procura por inscrições atenderam às expectativas da organização. “Já esperávamos bons resultados, porque as duas primeiras edições do Simpósio, realizadas na UFLA, foram de muito sucesso”.

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Durante o evento, os participantes poderão expor seus trabalhos fotográficos; e os os visitantes da exposição poderão votar em até duas fotografias. A mais votada receberá um prêmio oferecido pela comissão organizadora do evento.

Na solenidade de abertura, integraram a mesa de honra o pró-reitor de Pós-Graduação, professor Alcides Moino Júnior, que representou o reitor da UFLA; a reitora em exercício da Unifal, professora Magali Benjamim de Araújo; a presidente da Sociedade Botânica do Brasil e professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Renata Maria Strozi Alves Meira; e o diretor regional da Sociedade Botânica do Brasil (MG/BA/ES) e professor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Marcelo Polo.

Professor Marcelo cumprimentou a todos e agradeceu aos que colaboraram. Destacou o fato de o evento ter 201 trabalhos a serem apresentados em sessão de pôsteres e falou sobre a inserção de novos temas na programação, feita com o objetivo de atrair um público mais diversificado. Já a professora Renata enalteceu o espaço de debate e conversa representado pelo evento, apontando-o como oportunidade de troca de saberes especialmente para os jovens pesquisadores. “Convoco a todos para trabalharmos juntos pela difusão e o progresso da Botânica”, ressaltou.

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O pesquisador da Universidade de Leiden (Holanda) e do Centro de Biodiversidade Naturalis da Holanda, professor Pieter Baas, proferiu a palestra magna.

Ao desejar um trabalho de sucesso a todos os participantes durante os dias de evento, o professor Alcides enfatizou o dinamismo da equipe que atuou na organização e lembrou que a iniciativa é uma marca do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada. “Eu me lembro do professor Evaristo, ainda no primeiro ano do Programa, buscando o apoio da pró-reitoria para a realização da primeira edição do Simpósio, já preocupado com a internacionalização”, relatou.

A palestra magna foi proferida pelo pesquisador da Universidade de Leiden (Holanda) e do Centro de Biodiversidade Naturalis da Holanda, professor Pieter Baas. Ele iniciou sua fala afirmando sua satisfação em estar no local. “Evolution of Wood Structure and its significance” (Evolução da estrutura da madeira e seu significado) foi o tema abordado pelo pesquisador.

Confira no site do evento a programação completa, que segue até 15/5.

Simpósio Internacional de Botânica Aplicada tem início nesta terça-feira (12/5)

simbot-2015Entre os dias 12/5 a 15/5, será realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA) o III Simpósio Internacional de Botânica Aplicada, XXXV Encontro Regional de Botânicos e I Encontro de Taxonomistas de Minas Gerais. Haverá a participação de professores de instituições públicas de ensino superior do Brasil e de professores vindos de instituições dos Estados Unidos, Bélgica e Holanda. A Associação de RPPN e outras Reservas Privadas de Minas Gerais (ARPEMG) também estará representanda.

O evento é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada e pela Sociedade Botânica do Brasil, com o apoio da UFLA, das Universidades Federais de Alfenas (Unifal-MG) e de São João Del Rei (UFSJ), e do Núcleo de Estudos em Botânica Aplicada (Nebot).

O principal objetivo do evento é proporcionar aos participantes a oportunidade de interagir com renomados pesquisadores brasileiros e do exterior, a fim de compartilhar experiências, conhecimento e estabelecer parcerias. Também haverá a apresentação e discussão dos projetos de pesquisa em andamento de profissionais, estudantes de graduação e de pós-graduação, pesquisadores, entidades e órgãos ligados à Botânica e ciências afins.

O evento reunirá palestrantes da UFLA, além das Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), Viçosa (UFV), Juiz de Fora (UFJF), Ouro Preto (Ufop), Espirito Santo (Ufes), Uberlândia (UFU), bem como da Esalq/USP e da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). Além disso, haverá a presença de três preleccionistas internacionais: Jorge Gardea-Torresdey (dos Estados Unidos), Maurice De Proft (da Bélgica) e Pieter Baas (da Holanda).

Os interessados deverão se inscrever até o dia 13/5 por meio do endereço eletrônico  http://www.sinbot.com.br/index.php/inscricoes. Para profissionais e pós-graduandos, a inscrição tem o valor de R$ 250,00; para graduandos, é R$ 150,00; e para sócios da SSB haverá um desconto de 30% na categoria.

Durante o evento, também será realizada a Exposição de Fotografias sobre o tema “Flora, biodiversidade, conservação e restauração”. Dessa forma, os participantes podem inscrever seus trabalhos fotográficos. Todos os visitantes da exposição poderão votar em até duas fotografias da exposição. A mais votada receberá um prêmio oferecido pela comissão organizadora do evento.

Também serão oferecidos os minicursos: Biomarcadores, Anatomia Quantitativa, Fundamentos Filogenéticos de Angiosperma, Ilustração Botânica e Taxonomia de Eriocaulaceae. Os interessados nos minicursos devem enviar um e-mail à coordenação (simposiobotanica@gmail.com) solicitando a inscrição no minicurso com o título “inscrição em minicurso”, juntamente com o comprovante de pagamento da inscrição digitalizado, além de indicar o minicurso de interesse.

Caso haja vaga disponível e seja confirmada a pré-inscrição do participante no minicurso, a organização do evento enviará um boleto por e-mail para realização do pagamento. As datas e locais dos minicursos serão divulgados até o dia 1º/5, no site do evento.

Mais informações:

Para outras informações, entre em contato com o Nebot ou com a Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada no Departamento de Biologia da UFLA, pelos e-mails nebotufla@gmail.com ou botanica@posgrad.ufla.br ou, ainda, pelo telefone (35) 2142-2068.

Confira:

– Os prazos com datas importantes: http://www.sinbot.com.br/index.php/datas-importantes

– A programação completa do evento: http://www.sinbot.com.br/index.php/programacao

– Cartaz do evento.

Camila Caetano – jornalista bolsista/UFLA, com colaboração de Wagner Alefe Schiavoni – bolsista/ASCOM